Evas Submissas
As mulheres não têm uma visão hierárquica de sentimentos para convivência social e doméstica e, por isso, para elas sucesso é ter o que se quer; felicidade é querer o que se tem, afinal, o amor é o triunfo da imaginação sobre a inteligência.
O pior sinal de arrogância é pensar que se tem tudo que precisa sacrificando a autenticidade, as metapreferências e os acontecimentos futuros surpreendentes.
A luta das Evas é assim, algo folclórico e antiguíssimo que remonta à época romana quando o poderoso exército de Catargo sob o comando de Aníbal aprovou a Lei Oppia na qual determinava que as mulheres da cidade não poderiam usar qualquer meio de condução, transitando unicamente a pé pela cidade, não se vestiriam com tecidos de cores, mas somente com panos escuros e não usariam qualquer enfeite que lhes realçasse a beleza.
Ressalte-se o ponto de vista da Dra. Sonia Bossa:
Na Grécia as mulheres eram educadas com a única finalidade de criar e educar os filhos, dedicando-se apenas aos trabalhos domésticos, sendo desprezadas aquelas que se dedicassem a outra função, como, por exemplo, às atividades comerciais.
O horripilante é apesar da Lei Oppia ter sido revogada, ainda, é notório, público e visível que há evas submissas que prioriza a imagem de marketing piedosa visando à auto-afirmação de possuir um macho para chamar de seu.
São incontáveis os pretextos e justificações éticas, morais e teo lógicas, políticas e de natureza mercadológica para essa vida de sombras e vultos.
Nos termos do art. 5º da Carta Política de 1988, o principio da igualdade é preponderante e serve como medida de proteção ao trabalho da mulher.
Neste sentido eu diria que a opção é a mais sedutora e sadia forma de ser Eva, com alma de amante e coração submisso que escolhe os melhores de todos os escudos: o amor.
A arrogância existencial masculina gera medo e onde há medo não há amor e sem liberdade há sujeição e nunca respeito ou admiração.
Para corroborar meu entendimento referente à opressão feminina trago a colação " A punição de um Homem que abusa de um profeta:
O autor narra a história de um mulçumano que matou uma mulher que era sua escrava e concubina. O casal tinha dois filhos. Ele a apunhalou até a morte, porque ela havia menozprezado o profeta Maomé. Ele temia ser punido no dia seguinte por matar a mulher, mas contou ao profeta : " Eu matei esta mulher porque ela estava lhe menosprezando." Maomé respondeu: " Ó testemunha, nenhuma retaliação será necessária pelo sangue desta mulher.
Assim a tradição silencia inúmeras mulheres vítimas de agressão física, moral e psicológica porque estão fixadas no vácuo de certezas preestabelecidas, na ilusória segurança através da hermenêutica formal da razão.
Gelol é tópico não cura as feridas da alma, yôga não põe fim as gritarias, os psicotrópicos não alivia a insônia e até a cultura cristã ocidental serve para formação de consciência neurótica fundada por Freud que busca um escape de responsabilização projetada sobre os outros.
Então Eva comeu a maçã e teve o conhecimento do bem e do mal, Id e Supergo em conflito, no entanto, Jesus veio ao mundo pelas entranhas de uma mulher virgem e venceu a morte ante o olhar de uma mulher ex-possessa, Maria Madalena.
O sexo é simples. Parte essencial da vida que mexe com a essência humana e, por isso, não pode ser visto como cartilha de proibições pessoais porque quanto mais reprimido for o consciente, mais tarada e adoecida será o inconsciente.
Por fim, antes de ser macho o sujeito tem de aprender a ser homem, então, só assim as mulheres de Atenas, as negras, pardas, amarelas, orientais, indígenas serão felizes, talvez mais do que Marylin Monroe, Greta Garbo e Maria Callas.
Referências
BOSSA, SONIA. Direito Do Trabalho Da Mulher - No Contexto Social Brasileiro E Medidas Antidiscriminatórias. São Paulo: Editora Oliveira Mendes, 1998.
CADERNO UFS. As Mulheres Romanas e a Revogação da Lei Oppia. Direito/ Universidade Federal de Sergipe, São Cristóvão: Editora UFS, 1999.
FÁBIO, CAIO. Sem Barganhas com Deus. São Paulo: Editora Fonte Editorial, 2005.
JÚNIOR, DEGMAR RIBAS. O Outro Lado do Islã. Rio de Janeiro: Editora: Casa Publicadora das Assembléias de Deus, 2004.
Autor: Maynara Reis
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