Fariseu Ou Publicano?



As Escrituras Sagradas são uma fonte inesgotável de entendimento porque a palavra de Deus é viva e eficaz.

Podemos ler uma mesma passagem bíblica mil vezes e ainda na vez seguinte Deus falará algo novo conosco: este é o poder vivo que somente a Bíblia contém.

Jesus através das parábolas ensina ao nosso coração tudo aquilo que precisamos para ser muito mais felizes do que temos sido até o presente momento, pois o Evangelho é remédio certo e sem contra indicações para o nosso coração e tem o poder de penetrar em regiões íntimas do nosso ser.

Na conhecida parábola do Fariseu e do Publicano (Lucas 18:9 a 14) Jesus contrapõe dois tipos de personalidades e, contrastando-as, nos leva à uma profunda reflexão pessoal: quem eu sou de verdade perante Deus?

Tudo o que Jesus revela jamais é para humilhar ou rebaixar a nós ou aos demais. Ele assim o faz porque quer nos abençoar e nos toca para que nos transformemos através da renovação do nosso entendimento.

O fariseu personifica a arrogância e a pretensão.

Ao consultar o dicionário temos as seguintes significações:

Arrogante: Altivo: elevado; Insolente: atrevido, malcriado, grosseiro; Orgulhoso: que tem orgulho, vaidoso, ufano; Orgulho: elevado conceito que alguém faz de si próprio; amor próprio exagerado, brio, ufania; Ufania: exibicionismo, vanglória, ostentação, auto-elogio, jactância; Soberbo: que é mais alto ou está mais elevado que outro; Presunçoso: Que presume as coisas; Presumir: conjeturar, supor, estimar, prever; Conjetura: suposição, hipótese, previsão; em resumo: Achar-se determinada coisa, "Metido a besta", "Nariz empinado", esnobe.

O arrogante faz um conceito muito alto de si mesmo, acha que é melhor do que os outros e exagera nas suas qualidades.

Pretensioso: que pretende, vaidoso; pretender: reclamar como um direito, solicitar, aspirar, intentar, esforçar-se por alguma coisa; pretensão: suposto direito, presunção.

O pretensioso quer ser alguém que definitivamente ele não é.

Ao estudarmos mais detalhadamente os perfis históricos de ambos os personagens da parábola veremos que:

Os fariseus eram líderes religiosos, o nome significa 'separados', e havia uns 6 mil deles, espalhados por toda a Palestina. Eram mestres nas sinagogas, exemplos da religião aos olhos do povo e guardiães autodesignados da lei e da sua devida observância. Consideravam as interpretações e os regulamentos transmitidos pela tradição quase tão autorizados quanto as Escrituras. É a figura do religioso hipócrita, invejoso, rígido e formalista. (fonte: NVI). A atitude dos fariseus demonstrava rejeição à mensagem divina, não se mostravam dispostos ao arrependimento, uma vez que não aceitavam o batismo nas águas feito por João Batista e combatiam a mensagem do Cristo de Deus.

Os publicanos eram coletores de impostos, mal vistos pelo povo, título tradicional de homens, em cada localidade, empregados do governo romano para cobrar impostos do povo. Como trabalhavam para os romanos e muitas vezes faziam cobranças extorsivas, passaram a ter má reputação, sendo geralmente odiados e considerados traidores. Eram considerados proscritos. Não podiam servir de testemunhas ou juizes, sendo excluídos da sinagoga. Aos olhos da comunidade judaica, essa desonra estendia-se até suas famílias. (fonte: NVI). No entanto nas suas atitudes mostravam disposição em arrepender-se pois iam ao encontro de João Batista se batizavam e também procuravam conhecer a Jesus. Um personagem marcante foi Zaqueu (Lucas 19:1 a 9)

Jesus contou esta parábola àqueles que confiavam em sua própria justiça e desprezavam os outros.

Compare a atitude dos dois homens:

Ambos subiram ao templo para orar, mas com atitudes completamente diferentes: o fariseu ficava em pé, altivo (se achava certo e muito íntimo de Deus, ele se autoentitulava como guardião da Lei de Deus); já o publicano ficou à distância, nem ousava olhar para o céu (temia a Deus, nem ousava se aproximar pois sabia que estava errado).

No ato da oração o fariseu orava no íntimo, desprezando aos outros e depreciando-os, assim, fazendo comparação entre ele mesmo e os outros homens acreditava enaltecer-se perante o Senhor, era independente de Deus; já o publicano pensou em Deus, batia no peito e dizia sobre si mesmo a Deus, por mais errado que estivesse queria ter um relacionamento particular e íntimo com Deus, era dependente de Deus.

Compare a oração de ambos: o fariseu dizia "Deus eu te agradeço porque não sou como os outros homens: ladrões, corruptos, adúlteros, nem mesmo como esse publicano." (soberbo); "Jejuo duas vezes por semana e dou o dízimo de tudo quanto tenho." (achava que tinha que fazer por onde para receber bênçãos de Deus). Não reconhecia seus erros, egocêntrico e arrogante, achava que poderia ser perdoado por sua posição, méritos e esforços próprios, estava separado de Deus.

O publicano não colocou as suas boas obras e nem o seu bom caráter diante de Deus, colocou o seu coração: "Deus tem misericórdia de mim que sou pecador." (reconheceu abertamente suas falhas e sua impotência humana frente a Deus). Reconhecia seus erros e sua incapacidade em ser perdoado por seus próprios méritos e esforços.

O homem fariseu tinha como centro da sua vida a justiça praticada por ele mesmo, enquanto que o homem publicano focava a justiça vinda de Deus em seu favor, humilhava-se porque sabia que precisava do amor do Pai.

O fariseu não foi para casa justificado, ou seja, não teve os seus pecados perdoados por Deus, porque confiava somente na sua própria justiça, ou seja, achava-se melhor, mais gabaritado e mais fiel a Deus do que os outros e não se curvava perante o Senhor.

O publicano foi para casa justificado, ou seja, teve os seus pecados perdoados por Deus, porque confiou apenas na justiça de Deus, sem julgar os outros, submetendo-se somente ao Criador como força redentora.

Quem se exalta como fez o fariseu será humilhado, pois suas atitudes são para honrar a si mesmo e não tem base nenhuma no Pai. (procurava reconhecimento e títulos humanos para alimentar seu orgulho, os assentos de destaque nas sinagogas eram deles, sua base é o mérito e o esforço próprios para ser abençoado e não o poder e justiça que vem de Deus).

Quem se humilha diante de Deus como fez o publicano será exaltado, pois suas atitudes são para honrar a Deus. (procurava somente a justiça de Deus como força libertadora frente aos seus pecados).

Não é o orgulho, posição, mérito ou ações próprias que farão mover a justiça de Deus em seu favor.

Quando se submeter a Deus, ou seja, quando souber que Ele é a sua justiça e que por Sua potente mão e direção tudo se resolve, a justiça de Deus se moverá em seu favor.

Não tem conseguido por que você até vai, é esforçado, procura, busca, mas vai sem Deus, ou seja, vai confiando apenas na sua boa rede de contatos, na sua capacidade, nas suas habilidades e conhecimentos e não na força soberana de Deus que está agindo através de você. Ainda está acreditando que é você quem abre as portas e não o poder do Pai. Está sendo fariseu e nem está percebendo.

O antídoto que move a mão de Deus positivamente é o seu arrependimento sincero perante Ele: reconheça que você sem Deus não é nada, mesmo que seja um grande especialista em sua área.

Ou você pensa que todas as boas portas que obteve foram fruto do seu empenho? É que naquela época você agia como o publicano perante Deus, era humilde, aberto a aprender e ajudar, nem se achava tão capacitado assim, mas seguia em frente, confiante, alegre no Senhor e tudo se resolvia.

Hoje todas as portas se fecharam porque você se acha uma autoridade no assunto e se sente injustiçado pelo mundo que não reconhece toda a sua majestade... Virou um fariseu orgulhoso.

Hoje você não consegue mais nada porque se acha uma assumidade nos assuntos com os quais lida, afinal de contas você é inteligente, rápido, competente, tecnicamente preparado e acabou se acomodando nos louros de vitórias do passado.

Antes não, você nem tinha tanta consciência assim das suas qualidades e nem dos bons resultados que obtinha, achava que qualquer um poderia conquistá-los, seus conhecimentos e posição não eram um fardo para você, você se dava o direito de errar e aprender, tinha boa vontade em arrumar o que estava mal e seguir em frente, apesar dos olhos das pessoas ao redor estarem pregados em você.

O publicano correu um risco bem grande quando se apresentou diante de Deus e fez a sua oração em voz alta porque era excluído e muito mal visto pela sociedade. O seu temor a Deus era maior do que aquilo que os homens poderiam pensar dele.

Quando eu assumo perante Deus a pessoa que verdadeiramente sou, automaticamente sou humilde.

O publicano buscou e recebeu a justiça de Deus, não se importou com o que os outros homens achavam dele, não ficou se comparando aos demais homens, pois o que ele queria mesmo era resolver-se com quem é totalmente poderoso, o Pai, e voltou para casa perdoado.

Hoje você não se arrisca mais como no passado, tem receio do que os outros vão pensar de você, tem medo de ser quem você realmente é para Deus.

O pior de tudo: não está confiando na justiça do Criador para trazer solução para o seu caso e sim na sua própria habilidade somente, assim não é possível reverter a situação. Você anda triste, deprimido, amargurado e sem esperança nenhuma porque ainda está confiando somente nas suas mãos, ainda não percebeu que é Deus quem abençoa (abençoou e sempre abençoará) todas as obras das suas mãos.

Você fica se comparando com os outros, chega a ficar revoltado quando vê gente bem menos capacitada e inexperiente ocupando posições que poderiam ser tranqüilamente suas, fica arranjando todo o tipo de desculpas para esse fato, culpa o governo, o mercado, a sua idade, o apadrinhamento e fica perdendo tempo precioso que deveria ser investido na sua comunhão com Deus.

Seu foco tem que estar na onipotência de Deus, está faltando se curvar a Ele e clamar por ajuda.

Quando há humildade verdadeira o fracasso desaparece, porque é o próprio Deus quem nos justifica.

Humildade é saber quem somos para Deus, também é o reconhecimento íntimo e totalmente sincero de nossas falhas perante Ele.

É entender que somente Deus tem o poder de nos perdoar todos os pecados cometidos e nos transformar.

E saber que é somente Ele quem nos dá o crescimento e a multiplicação, nos mostrando a nossa posição através das Escrituras e fazendo com que reconheçamos que Ele já nos capacitou para vencer qualquer dificuldade.

Espero que o Espírito de Deus tenha falado ao seu coração como falou ao meu e que você receba a transformação que resulta em grande sucesso, não mais para enaltecer você, mas para honrar e glorificar ao Reino de Deus através das suas conquistas.

Em Nome de Jesus.

Mônica Gouvêa Sgarbi Gazzarrini
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"Jesus Cristo é o Senhor"
Autor: Monica Gazzarrini


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