PREVALÊNCIA DO MARCADOR SOROLÓGICO ANTI-HBC DA HEPATITE B EM DOADORES DE SANGUE, SEGUNDO BANCO DE DADOS DA HEMORREDE DE RONDÔNIA- 2008 a 2009



Autor: Moacir Longhi
Valdelice Cordeiro
Maria Augusta Ramalhaes


INTRODUÇÃO

As hepatites virais são doenças causadas por diferentes agentes etiológicos, que têm em comum o hepatotropismo, sendo considerado um dos maiores problemas de Saúde Pública; a infecção pelo vírus da hepatite B é endêmica em diferentes partes do mundo, estimando-se que existam aproximadamente 300 milhões de portadores crônicos deste vírus, sua importância não é apenas pela elevada prevalência, mas também por ser uma das principais causas de doença hepática crônica, cirrose e carcinoma hepatocelular.
A infecção pelo vírus da hepatite B (VHB) pode ocorrer em qualquer pessoa. No entanto, alguns grupos de indivíduos são particularmente expostos a este vírus, nos quais estão incluídos: receptores de transfusão de sangue ou derivados, hemodializados crônicos, hemofílicos, toxicômanos, filhos de mães portadoras do vírus, barbeiros, manicures e os profissionais da área de saúde.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que cerca de dois bilhões de pessoas já tiveram contato com o vírus da hepatite B. Para fins epidemiológicos, as hepatites se agrupam conforme a transmissão em fecal-oral (vírus A e E) e parenteral (vírus B, C, D).
O vírus da hepatite B é uma partícula contendo DNA, formada de material antigênico em um núcleo interno (antígeno central da hepatite B: HBcAg), de um material antigênico em um revestimento externo (antígeno da superfície da hepatite B HBsAg) e uma proteína independente que circula no sangue (HBeAg). Cada antígeno leva à produção de seu anticorpo específico: anti-HBc, anti-HBs e anti-HBe.
O anti-HBc é um anticorpo dirigido contra o HBcAg, sendo detectado após três a quatro semanas do aparecimento do HBsAg, podendo ser o único anticorpo detectável no período compreendido entre o desaparecimento do HBsAg e surgimento do anti-HBs (janela imunológica), embora não seja neutralizante, persiste praticamente por toda vida. Por ser um marcador de contato prévio tem sido utilizado rotineiramente na triagem de doadores de sangue.
Entre as doenças detectadas com o exame sorológico, encontram-se as hepatites virais. Embora dados clínicos possam sugerir diferenças, as hepatites virais raramente são distinguíveis através destes. Ensaios sorológicos sensíveis e específicos permitem ao clínico identificar o determinante antigênico envolvido, distinguir a fase aguda da crônica, avaliar infectividade, prognóstico e ter acesso ao estado imune do paciente.
Sabe-se que a hepatite viral do tipo B constitui um dos mais importantes problemas de saúde pública em todos os continentes. No Brasil como um todo, avalia-se que de um a 3% da população seja portadora crônica do VHB. Assim, a região Amazônica apresenta incidência da infecção, comparável às maiores do mundo, tendo-se demonstrado prevalência superior a 7% dos habitantes da região como portadores assintomáticos do antígeno de superfície do vírus da hepatite B.
A presente pesquisa identificou através de exames sorológicos a prevalência do marcador anti-HBc do VHB em doadores de sangue da hemorrede em Rondônia, visando contribuir para a formulação de estratégias voltadas para a melhoria dos serviços ofertados à sociedade em geral. Para isso, procurou-se levantar a freqüência do número total de doadores com anti-HBc positivo no período de 2008 a 2009, confrontar e analisar os dados junto aos relatórios estatísticos com o referencial teórico abordado.
Identificar a prevalência do marcador sorológico anti-HBc da hepatite B em doadores de sangue da Hemorrede de Rondônia é de suma importância, pois se desconhece quantitativamente sua prevalência no Estado, o que é relevante, pois a alta incidência no Brasil e no mundo é caracterizada como um problema de saúde pública, com estatísticas alarmantes. Informações quantitativas irão oferecer dados essenciais para o desenvolvimento de estratégias de saúde pública, como campanhas de vacinação.

A Fundação de Hematologia e Hemoterapia de Rondônia ? FHEMERON

O Estado de Rondônia é coberto por uma rede hemoterápica composta por Hemocentro Coordenador, Unidades de Coleta e Transfusão, Agências transfusionais e Hemocentro Regional que têm como objetivo o fornecimento de sangue e hemocomponentes com qualidade a toda a população do Estado, chamada Hemorrede, e como missão garantir à população rondoniense serviços hemoterápicos de saúde, prestados com universalidade, integridade, equidade e qualidade.
As Unidades de Coleta e Transfusão (UCT) correspondem aos municípios de Ariquemes, Cacoal, Guajará-Mirim, Jí-Paraná, Rolim de Moura e Porto Velho, sendo este último o Hemocentro Coordenador, responsável pelas análises laboratoriais e liberação dos hemocomponentes, entre outros.
A coleta de dados foi obtida através de pesquisa documental (GIL, 2004) realizada junto ao Setor de Estatística da Fundação Hemeron, de onde foram obtidos os percentuais de marcadores sorológicos anti-HBc positivo em bolsas de sangue do ano 2008 a 2009.

ESTADO DA ARTE

Conhecida desde a antiguidade, as hepatites virais são doenças causadas por diferentes agentes etiológicos, de distribuição universal, que têm em comum o hepatotropismo. Hipócrates ao descrever, no 5º século a.C., um quadro epidêmico de icterícia, tornou-se responsável por um dos primeiros relatos de surtos de hepatites virais que se tem notícia. Antes da descoberta do vírus, a diferença entre os tipos de hepatite só era possível pelo tempo de incubação da doença. A classificação era baseada nas características epidemiológicas em dois tipos: de transmissão fecal-oral e soro-homólogas (ZACHOVAL e DEINHARDT, 2007).
Muitos séculos depois de Hipócrates, já no final do século 19, surgiram os primeiros registros de casos de hepatites transmitidas por via percutânea, sendo descritos por Lurman e colaboradores. Nas décadas seguintes, diversos autores descreveram casos de hepatites transmitidas por via percutânea, sendo que, somente em meados do século passado (1943), surgiram as primeiras associações de casos de hepatite com transfusão de sangue e derivados (BRANDÃO-MELLO, MENDES e PERNAMBUCO, 2001, p. 11).
Foi somente no início do século XX que os estudos das hepatites se intensificaram e o termo "hepatite infecciosa" passou a ser usado para descrever a forma epidêmica da doença. Em 1918, essa síndrome foi relacionada a uma provável etiologia viral. Na década de 60, Blumberg e colaboradores, pesquisando as proteínas do sangue, observou no soro de um aborígine australiano a presença de um antígeno que denominou de "antígeno austrália" (BLUMBERG e ALTER et al., 1995, 1997).
As hepatites virais encontram-se disseminadas pelo mundo e, em termos de freqüência, ocupam um dos primeiros lugares entre as infecções virais, representando um importante problema de saúde.
A Organização Mundial de Saúde afirma que o mundo pode ser subdividido em três áreas de referência: "alta, media e baixa endemicidade, baseadas na prevalência desse vírus" e diz ser a região amazônica a de maior prevalência desse vírus, sobretudo os estados do Acre, Amazonas, Rondônia e Roraima (BRASIL et al., 2003, p. 565).
No Brasil, a endemicidade do VHB é bastante heterogênea, sendo a doença mais prevalente na região norte do país. Quando considerada somente esta região a distribuição espacial também é bastante heterogênea, sendo a endemicidade mais prevalente na Amazônia Ocidental. Dados de 1996 a 2000 apontam o estado de Santa Catarina como a Unidade da Federação que possui maior taxa de detecção, seguida pelo Distrito Federal, Paraná e Roraima (BRASIL, 2004).
Brasil (2004) define que existem três padrões de endemicidade da hepatite B, de acordo com estimativa de prevalência de portadores assintomáticos (HBsAg). O primeiro padrão é definido como alta endemicidade, com prevalência superior a 7%, presente na região Amazônia, Espírito Santo e oeste de Santa Catarina; o segundo padrão, de média endemicidade, com prevalência entre 2 e 7% nas regiões Nordeste e Centro-oeste do Brasil; a baixa endemicidade possui prevalência abaixo de 2% nas demais unidades federadas das regiões Sul e Sudeste. Destaca que dados de 1996 a 2000 apontam o estado de Santa Catarina como a unidade da federação que possui maior taxa de detecção, seguido pelo Distrito Federal, Paraná e Roraima.
Rouquayrol e Almeida Filho (2004) apontam a região amazônica brasileira como de alta endemicidade para hepatite B, afirmando que a região amazônica apresenta incidência da infecção pelo VHB comparável às maiores do mundo, tendo-se demonstrado a prevalência superior a 7% dos habitantes como portadores assintomáticos do antígeno da superfície da hepatite B.
No Brasil, a endemicidade do VHB é bastante heterogênea, sendo a doença mais prevalente na região norte do país. Quando considerada somente esta região a distribuição espacial também é bastante heterogênea, sendo a endemicidade mais prevalente na Amazônia Ocidental. Dados de 1996 a 2000 apontam o estado de Santa Catarina como a Unidade da Federação que possui maior taxa de detecção, seguida pelo Distrito Federal, Paraná e Roraima (BRASIL, 2004).
Essa endemicidade pode ser comprovada através de estudo realizado por Assis (2004) em um município da Amazônia brasileira, que comprovou a existência no Brasil de áreas de baixa prevalência da hepatite B, como o Sul e o Sudeste, e áreas de alta prevalência, como a Amazônia. O estudo comprovou que a população apresenta endemicidade moderada de hepatite B, tendo a transmissão horizontal como a principal forma de infecção.
Nesse mesmo contexto, Silva et al. (2006), avaliando a pré-triagem sorológica para o marcador do vírus da hepatite B (anti-HBc total) em candidatos à doação de sangue no estado do Acre chamaram a atenção para o fato de que na capital do estado do Acre, em 1996, 52,1% das pessoas que doaram sangue foram reativas ao anti-HBc total, 38,3% em 1997, 23,2% em 1998 e 28% em 1999. Destaca-se que as avaliações prévias realizadas em 1999 em municípios do interior do Acre, mostraram percentuais elevadíssimos (de até 80%) de reatividade ao anti-HBc total. Os resultados do estudo apontaram que dos 673 doadores de 2002, 54,8% dos candidatos apresentaram reatividade ao anti-HBc total.
Semelhante estudo foi realizado por Largura e Pacheco (1998), que analisaram amostra de soro de doadores de sangue no Centro de Hematologia e Hemoterapia do Paraná no período de 1995 a 1996. de 74.455 amostras, 8.791 (11,8%) apresentaram anti-HBc positivo. Cascavel apresentou prevalência nitidamente elevada (33,8% e 31,1%), Londrina (12,6% e 10,2%), Curitiba (10% e 7,8%) e Maringá (5,3% e 3,8%) respectivamente para 1995 e 1996.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que cerca de dois bilhões de pessoas já tiveram contato com o vírus da hepatite B. No mundo, são cerca de 300 milhões de portadores crônicos da hepatite B e 170 milhões da hepatite C.
De acordo com Tavares et al. (2004) cerca de um terço da população mundial, aproximadamente 2 bilhões de pessoas apresentam evidências sorológicas de infecção pelo vírus da hepatite B (VHB). O número de portadores crônicos é de 400 milhões de pessoas. Estima-se que um quarto a um terço desses indivíduos desenvolva doença hepática progressiva e carcinoma hepatocelular.
Souto (2004), estudando a hepatite B e os movimentos migratórios comenta que a hepatite B continua sendo um problema de saúde pública na Amazônia. Cita que migrantes sulistas eram oriundos das áreas de alta prevalência no sul, oeste do Paraná e de Santa Catarina e trouxeram consigo o VHB e que, depois de assentados, fatores locais, ambientais ou comportamentais atuam facilitando a disseminação do agente para a maioria dos habitantes. Observa a importância dos garimpeiross na disseminação do VHB e a transmissão por fluídos corporais, em destaque para a atividade sexual. Estudando a população garimpeira no estado do Mato Grosso verificou o risco para exposição do VHB de 27 a 157% em relação ao restante da população.
Semelhante estudo foi realizado por Santos et al. (1995), diagnosticando-se a saúde de uma comunidade garimpeira do rio Tapajós (Pará-Br), relata que tanto nas áreas de alta como de baixa e média endemicidade os garimpeiros constituem grupo de risco na transmissão do VHB em virtude de seus hábitos de vida. Encontrou elevada soroprevalência de marcadores do VHB (84,4 a 91,5%) com HBsAg, variando de 6 a 7,2%.
A infecção pelo VHB pode ocorrer em qualquer pessoa. No entanto, alguns grupos de indivíduos são particularmente expostos a este vírus, em função de determinadas circunstâncias, pela adoção de certas atitudes comportamentais ou da atividade profissional que exercem (FERNANDES et al., 2003). Esses grupos populacionais, considerados mais expostos ao VHB, são denominados grupos de risco, nos quais estão incluídos: receptores de transfusões de sangue ou derivados, hemodialisados crônicos, hemofílicos, toxicômanos, filhos de mães portadoras do vírus, barbeiros, manicures e os profissionais da área da saúde.
Rosini e Mousse (2002) estudaram a prevalência da hepatite B e C em doadores de sangue no estado de Santa Catarina no período de 1999 a 2001 e obtiveram os seguintes resultados de anti-HBc positivos: Blumenau 22,7%; Jaraguá do Sul 29,7%; Joinville 18,21%. Cunha et al. (2000) avaliaram a prevalência do HBsAg e anti-HBc em Monte Negro (RO), e detectaram em 636 indivíduos submetidos ao anti-HBc positividade de 60,4%. Os autores concluíram a região como de alta endemicidade para a hepatite B. indicam a atividade sexual como forma evidenciada de transmissão, além do contato direto com lesões de pele e participação de insetos hematófagos como vetor mecânico. Ao analisarem a faixa etária de 0-5 anos, observaram positividade para anti-HBc em 11,5% contra 73,7% entre os maiores de 50 anos. A prevalência baixa entre 0-5 anos evidencia a importância da vacinação, já que a imunização para hepatite B foi introduzida na região em 1994.
Couto, Pedrosa e Nogueira (2003), observam que a prevalência de pacientes com VHB vem decrescendo através dos anos nos centros de diálise graças às vacinações dos pacientes, e ao menor emprego de transfusões de sangue e dos derivados com o progressivo uso de ferro parenteral e eritropoetina para o tratamento da anemia da insuficiência renal crônica e da prática do isolamento dos pacientes contaminados em salas específicas. As hepatites virais são processos infecciosos que podem comprometer em graus variáveis a capacidade de funcionamento do fígado.

HEPATITE B

A partícula completa do vírus da hepatite B (VHB) foi visualizada, pela primeira vez, em 1970, por Dane e colaboradores. Aparece como uma estrutura esférica, de dupla camada, externa e interna, com 42nm de diâmetro. A partir dos estudos realizados por Dane foi possível identificar os marcadores sorológicos do VHB: HBsAg (antígeno de superfície); HBeAg (antígeno e), HBcAg (antígeno de core), com seus respectivos anticorpos: anti-HBs, anti-HBe e anti-HBc (DANE e CAMERON, et al., 1970).
A hepatite B é uma hepatite que do ponto de vista clínico é bem tolerada, assim como a hepatite A, mas pode acarretar conseqüências para o organismo (artrite, erupções cutâneas, glomerulonefrite, poliarterite nodosa) e para o fígado e outros órgãos anexos (hepatite crônica, cirrose, hipertensão do sistema venoso portal, hiperesplenismo, deficiência da coagulação sangüínea, etc).
Em áreas onde a hepatite B é altamente endêmica, o vírus é freqüentemente transmitido durante a infância, seja através de mães portadoras para o recém-nascido, durante a gravidez (a chance de transmissão aumenta à medida que se aproxima o término da gravidez e é muito maior nas portadoras agudas do que nas crônicas) ou parto, ou através de crianças para crianças, provavelmente devido a lesões na pele, tais como escabiose, impetigo e estrufulodemia (SCHWEITZER e MOSLEY, 1998).
O indivíduo se contamina pelo uso de tatuagens; relações sexuais com indivíduos portadores do vírus; em atividades de alto risco (médicos, dentistas, paramédicos, pessoas que se submetem a diálises, doentes que necessitam de transfusões sangüíneas freqüentes, pessoas em contato com material médico hospitalar usado, entre outras). O período de incubação varia de um a seis meses. De um modo geral, cerca de 90% dos infectados pelo vírus da Hepatite B se recuperam de sua fase aguda e os restantes 10% sofrem conseqüências graves como: morte na fase aguda, aparecimento de cirrose, insuficiência hepática e câncer hepático (GONÇALVES JÚNIOR, 2004).
A prevalência da infecção prévia e de portadores do VHB varia consideravelmente em diferentes áreas do mundo, atingindo altos índices de prevalência nos trópicos e no ártico, enquanto em países do primeiro mundo a prevalência é baixa (ASSIS et al., 2004). Por exemplo, em Manaus, de 508 primodoadores de sangue do Serviço de Hemoterapia, no período de junho de 1998 a dezembro de 1999, a prevalência encontrada foi de 1,8% para HBsAg e 21,3% para anti-HBc e 21,6 para anti-HBs (KIESSLICH, 2002).
O VHB pertence à família Hepadnaviridae, uma família de vírus contendo DNA que causam hepatite em múltiplas espécies de animais. O vírion maduro do VHB é uma partícula esférica, de dupla camada, que possui um invólucro superficial externo de proteína, lipídio e carboidrato envolvendo um cerne levemente hexagonal (TIOLLAIS e POURCEL et al., 1999).
O genoma do VHB é uma molécula de DNA circular e parcialmente de duplo filamento, conforme pudemos verificar na figura 2.
A organização do genoma é singular, pois todas as regiões do genoma codificam uma seqüência de proteína. Segundo Rubin et al. (2006), o genoma do VHB contém quatro genes:
1) Gene do cerne (c): contém o antígeno do cerne (HBcAg) e o antígeno e (HBeAg), ambos produtos do gene C;
2) Gene de superfície: O cerne do VHB é circundado por um revestimento que expressa um antígeno denominado antígeno de superfície da hepatite B (HBsAg). As partículas de HBsAg são imunogênicas, mas não são infecciosas;
3) Gene de polimerase: o gene P codifica a DNA-polimerase; e
4) Gene X: a pequena proteína X ativa a transcrição viral e provavelmente participa da patogenia do carcinoma hepatocelular associado à infecção crônica pelo VHB.
De acordo com Pacheco e Largura (2005, p. 141), clinicamente, a doença por VHB pode se manifestar de várias formas, que vão,

desde a forma assintomática autolimitada até a forma fulminante, passando pela condição de portador crônico-assintomático, que está associada ao desenvolvimento de carcinoma hepotacelular e cirrose hepática por evolução de hepatite viral crônica.

Com a cessação da replicação viral e aparecimento de anticorpos virais, a infecciosidade cessa e a lesão hepática é absorvida.
O vírus que causa a hepatite B (VHB) é um vírus DNA, transmitido por sangue (transfusões, agulhas contaminadas, relação sexual, após o parto, etc). Após a infecção, o vírus concentra-se quase que totalmente nas células do fígado, aonde seu DNA fará o hepatócito construir novos vírus (LEE, 2001).
Apesar de sermos capazes de produzir anticorpos contra o vírus, eles só funcionam quando este está na corrente sangüínea. Depois que o vírus entra nos hepatócitos, os anticorpos não conseguem destruí-lo diretamente. Como partes do vírus são expressos na membrana que recobre o hepatócito (principalmente o HBsAg ), o organismo reconhece estas partes e desencadeia uma inflamação, onde células (principalmente linfócitos T citotóxicos) destroem os hepatócitos infectados. Segundo Dudley e Sheuer et al. (1992), a progressão para hepatite crônica, em um dado paciente com VHB, é dependente da continua replicação viral no fígado, bem como da resposta imune do hospedeiro à infecção, pois o VHB não é diretamente citopático.

Diagnóstico Sorológico
Segundo Brandão-Mello, Mendes e Pernambuco (2001), o diagnóstico de infecção pelo VHB baseia-se em testes imunoenzimáticos que visam à identificação de antígenos e anticorpos no soro, os quais podem sugerir a fase da infecção ? aguda, crônica ou resolução.
Define-se o estado de portador pela presença de HBsAg no soro por seis meses ou mais após a detecção inicial. Um aspecto relevante é que a presença apenas do HBsAg não necessariamente indica replicação viral e os pacientes podem ser assintomáticos e livres de lesão hepática (PAYNE, NOWAK et al., 2006).
O anti-HBc IgG é o marcador de escolha para estudos epidemiológicos.

MEODOLOGIA
Para a realização da pesquisa utilizou-se pesquisa bibliográfica, utilizando como instrumento de pesquisa livros, artigos científicos e revistas especializadas, de onde selecionou-se as informações pertinentes à pesquisa, com leitura analítico-interpretativa que possibilitou a construção do referencial teórico.
Classificou-se a pesquisa como quantitativa e exploratória. Segundo Gil (2004, p. 45), a pesquisa exploratória tem como objetivo "proporcionar maior familiaridade com o problema, com vistas a torná-lo mais explícito [...]". Em relação à pesquisa quantitativa, de acordo com Oliveira (1997), a pesquisa quantitativa é muito utilizada no desenvolvimento das pesquisas descritivas, na qual se procura descobrir e classificar a relação entre variáveis, assim como na investigação da relação de causalidade entre os fenômenos: causa e efeito. Ainda significa quantificar opiniões, dados, nas formas de coleta de informações, assim como também com o emprego de recursos e técnicas estatísticas.
A pesquisa foi realizada na Fundação de hematologia e hemoterapia de Rondônia ? FHEMERON, localizado na Avenida Circular II s/nº, Setor Industrial no município de Porto Velho ? Rondônia, nos meses de março e abril de 2010 tendo como referência os dados dos anos de 2008 e 2009.


RESULTADOS DO ESTUDO

Os resultados encontrados neste trabalho estão distribuídos nas tabelas e no gráfico para melhor entendimento e análises.
Conforme se pode verificar, o índice de anti-HBc, quando analisado em conjunto (Tabela 1), aparentemente não reflete estudos citados na literatura. Entretanto, ao analisarmos a soro prevalência nos municípios, o índice de reatividade ao anti-HBc é considerado relativamente alto, o que contribui para afirmar que há grande circulação do vírus da hepatite B na população dos municípios do interior do Estado de Rondônia.

Tabela 1 Número total de doadores HEMORREDE de Rondônia ano 2008/2009 em relação ao HBsAg e anti-HBc positivo no Teste de triagem para Hepatite B


Resultado 2008 2009
Teste: Triagem Sorológica
HBsAg % anti-HBc % HBsAg % anti-HBc %
Positivo 264 1,05% 3155 12,56% 232 0,87% 2684 10,12%
Negativo 24858 98,95% 21967 87,44% 26296 99,13% 23844 89,88%
Total 25122 100% 25122 100% 26528 100% 26528 100%
Fonte: FHemeron/Estatística
Tabela 2 Número doadores Unidade de Coleta e Transfusão (UCT) do município de Guajará Mirim ano 2008/2009 em relação ao HBsAg e anti-HBc positivo no Teste de triagem para hepatite B

Resultado 2008 2009
Teste: Triagem Sorológica
HBsAg % anti-HBc % HBsAg % anti-HBc %
Positivo 35 3,06% 226 19,80% 22 2,05% 158 14,71%
Negativo 1109 96,94% 918 80,20% 1052 97,95% 916 85,29%

Total 1144 100% 1144 100% 1074 100% 1074 100%
Fonte: FHemeron/Estatística

O município de Guajará Mirim conforma dados da tabela 2, mostra um dos maiores índices encontrados nos municípios pesquisados, sendo 19,80% em 2008 e 14,71 em 2009, caracterizando uma alta circulação do vírus da hepatite B nesse município. Observa-se também, índices elevados para HbSAg, uma vez que é realizado triagem para coleta dos doadores.

Tabela 3: Número doadores Unidade de Coleta e Transfusão (UCT) do município de Rolim de Moura ano 2008/2009 em relação ao HBsAg e anti-HBc positivo no Teste de triagem para hepatite B


Resultado 2008 2009
Teste: Triagem Sorológica
HBsAg % anti-HBc % HBsAg % anti-HBc %
Positivo 15 0,85% 153 8,65% 9 0,45% 211 10,45%
Negativo 1754 99,15% 1616 91,35% 2011 99,55% 1809 89,55%

Total 1769 100% 1769 100% 2020 100% 2020 100%
Fonte: FHemeron/Estatística

A tabela 3 retrata os dados coletados no Município de Rolim de Moura que por ser um município considerado de médio porte nos padrões do Estado de Rondônia, apresenta dados considerados baixo quando comparados com os demais municípios. Os resultados para Anti-hbc oscilaram entre 8% e 10% e os resultados para HBsAg se manterão abaixo de 1%.
No Município de Ji-Paraná (Tabela 4), segunda cidade do Estado de Rondônia em tamanho, encontramos números elevados para os dois marcadores sendo 20% em 2008 e 16,67% em 2009 para o Anti-Hbc e 1,62% em 2008 e 1,30% em 2009 para o marcador da hepatite B, HBsAg

Tabela 4: Número doadores Unidade de Coleta e Transfusão (UCT) do município de Ji-Paraná ano 2008/2009 em relação ao HBsAg e anti-HBc positivo no Teste de triagem para hepatite B

Resultado 2008 2009
Teste: Triagem Sorológica
HBsAg % anti-HBc % HBsAg % anti-HBc %
Positivo 65 1,62% 802 20,00% 43 1,30% 551 16,67%
Negativo 3944 98,38% 3207 80,00% 3263 98,70% 2755 83,33%

Total 4009 100% 4009 100% 3306 100% 3306 100%
Fonte: FHemeron/Estatística

Tabela 5: Número doadores Unidade de Coleta e Transfusão (UCT) do município de Cacoal ano 2008/2009 em relação ao HBsAg e anti-HBc positivo no Teste de triagem para hepatite B

Resultado 2008 2009
Teste: Triagem Sorológica
HBsAg % anti-HBc % HBsAg % anti-HBc %
Positivo 25 0,74% 411 12,13% 24 0,70% 334 9,70%
Negativo 3362 99,26% 2976 87,87% 3419 99,30% 3109 90,30%

Total 3387 100% 3387 100% 3443 100% 3443 100%
Fonte: FHemeron/Estatística

O município de Cacoal (Tabela 5) apresentou um dos menores índices de Anti-Hbc positivo, sendo 12,13% em 2008 e 9,7% em 2009. Para o marcador HBsAg os números também se mantiveram relativamente baixos, mantendo-se abaixo de 1% nos dois período pesquisados.

Tabela 6: Número doadores Unidade de Coleta e Transfusão (UCT) do município de Ariquemes ano 2008/2009 em relação ao HBsAg e anti-HBc positivo no Teste de triagem para hepatite B.

Resultado 2008 2009
Teste: Triagem Sorológica
HBsAg % anti-HBc % HBsAg % anti-HBc %
Positivo 58 2,47% 631 26,92% 61 2,67% 537 23,53%
Negativo 2286 97,53% 1713 73,08% 2221 97,33% 1745 76,47%

Total 2344 100% 2344 100% 2282 100% 2282 100%
Fonte: FHemeron/Estatística

Na Tabela 6, observamos dados coletados no Município de Ariquemes e analisando os números percebemos que os índices são os maiores entre os Municípios pesquisados, 26,92% e 23,53% nos anos de 2008 e 2009, respectivamente, para o Anti Hbc e 2,47% em 2008 e 2,67% em 2009 para o marcador HBsAg.

Tabela 7: Número de doadores Hemocentro do município de Porto Velho ano 2008/2009 em relação HBsAg e anti-HBc positivo no Teste de triagem para Hepatite B.

Resultado 2008 2009
Teste: Triagem Sorológica
HBsAg % anti-HBc % HBsAg % anti-HBc %
Positivo 66 0,53% 932 7,47% 73 0,51% 893 6,20%
Negativo 12403 99,47% 11537 92,53% 14330 99,49% 13510 93,80%
Total 12469 100% 12469 100% 14403 100% 14403 100%
Fonte: FHemeron/Estatística

Na sétima e última Tabela, em que analisamos os dados coletados na Capital do Estado de Rondônia, Porto Velho, encontramos números considerados baixos se comparados com os Municípios do interior do Estado, contemplados nessa pesquisa. 7,47% no ano de 2008 e 6,20% no ano de 2009 para o marcados Anti-Hbc, bem como para o HBsAg que manteve a tendência de baixa apresentando índices abaixo de 1%.

Gráfico 1
Número total de doadores que compareceram na HEMORREDE de Rondônia em 2008/2009 e apresentaram anti-HBc positivo. Teste de triagem para hepatite B



De acordo com os resultados apresentados (Gráfico 1), observa-se que houve redução de casos positivos para anti-HBc no ano de 2009 em relação ao ano de 2008 nos municípios de Guajará-mirim, Ji Paraná, Cacoal, Ariquemes e Porto Velho, entretanto, no município de Rolim de Moura, houve crescimento de 1% no ano de 2009 em relação ao ano de 2008.

CONCLUSÃO

É importante salientar que o Estado de Rondônia, na década de 1970 denominado Território Federal de Rondônia, passou por uma fase de grande desenvolvimento, atraindo vários contingentes populacionais provenientes das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste do Brasil, que concentraram-se principalmente em Rolim de Moura, Jí Paraná, Cacoal e Ariquemes. Souto (2004) observa que a hepatite B segue os movimentos migratórios humanos e que as comunidades de migrantes reproduzem, no local de destino, o padrão epidemiológico das populações que deixaram.
Conforme verificou-se, Ariquemes é o município que apresentou maior prevalência. Este município é caracterizado como uma área de garimpo e Souto (2004), ao realizar estudo sobre a população geral do Mato Grosso, mostrou que ter vivido em área de garimpo funcionou como fator de risco independente para exposição ao VHB, aumentando o risco de 27% a 157% em relação ao restante da população amostrada. Segundo o autor, os garimpeiros têm hábitos nômades, movimentando-se de uma área para outra, podem funcionar como reservatórios móveis do VHB. É importante destacar os hábitos que se formam nas áreas de garimpo. São áreas nas quais desenvolvem-se em seu entorno zonas de prostituição masculina e feminina, indivíduos cuja prevalência de hepatite é mais acentuada, conforme destacou Passos et al. (2003).
Rosini e Mousse (2002), destacam regiões de Santa Catarina como de alta prevalência para anti-HBc, com Jaraguá do Sul apresentando índices de 29,7%. Além disso, Silva et al. (2006), ao avaliarem a pré-triagem sorológica para o marcador do vírus da hepatite B (anti-HBc total) em candidatos à doação de sangue no estado do Acre identificou um percentual muito elevado de pessoas reativas. Cunha et al. (2000), estudando amostras estratificadas e randomizadas no município de Monte Negro (RO) também encontraram índices significativos de anti-HBc positivos. Os estudos realizados pelos autores retratam alta circulação do vírus da hepatite B.
Porto Velho foi o município que apresentou menor prevalência, apesar de absorver um número significativo de doações (12.469 em 2008 e 14.403 em 2009). Este fato deve-se às ações realizadas no Hemocentro de Porto Velho, que procuram fidelizar o doador com a finalidade de manter um estoque de sangue satisfatório. Entre as ações destacam-se sensibilização (palestras, contato por telefone, envio de correspondências) voltadas à população visando a captação de novos Doadores de Sangue, como também um aumento gradativo das doações espontâneas para atender as necessidades transfusionais.
Além de Porto Velho, os municípios de Cacoal e Rolim de Moura apresentaram menores índices de anti-HBc positivos. Supõe-se que estas UCTs estejam trabalhando mais cautelosamente a triagem clínica, liberando doadores com história e sintomas passados ou atuais de hepatite B; entretanto, esses índices não devem ser desprezados, por ainda tratar de alta prevalência.
Em seus estudos, Brasil et al. (2003), citam a Amazônia Ocidental como de alta incidência. Brasil (2004) afirma ser parte da região Sul. O estudo ora realizado encontrou dados semelhantes aos da região Sul, apesar de não encontrarmos estudos que justifiquem tal semelhança, o que pode indicar maior eficiência dos sistemas de notificação da região sul. Rouquayrol e Almeida Filho (2004) apontam a região amazônica com infecção do VHB comparável às maiores do mundo; Cunha et al. (2000) ainda citam a presença de insetos hematófagos como vetor mecânico do VHB, confirmando a região amazônica como a mais propícia de infecção para hepatite B, entretanto estes dados discordantes podem estar relacionados à fonte de dados dos órgãos oficiais de saúde. Além disso, não se pode descartar a hipótese de precariedade do sistema de notificação da região estudada.
Observou-se a significância da circulação do VHB em todos os estudos e sugere-se a necessidade de medidas de controle para o agente. Assim, confirmaram-se as estatísticas apresentadas, pois Rondônia apresentou-se com soro prevalência semelhante aos estudos realizados por outros autores, que apresentaram a região norte como a região de maior prevalência para o VHB.
É importante salientar que, apesar da evidência de que o anti-HBc possa originar resposta imune, este marcador não é tido como anticorpo protetor, e sua presença não significa recuperação da infecção pelo VHB. A exclusão de doadores anti-HBc positivos é controversa e gera discussão, em decorrência do elevado número de recusa de doadores e da evidência de resultados falso-positivos. Entretanto, doadores positivos apenas são considerados definitivamente inaptos à doação, embora não sejam encaminhados para acompanhamento em serviços especializados.
As estatísticas supra-citadas da Hemorrede de Rondônia merecem ser discutidas quanto a prevalência de anti-HBc positivo visto que os doadores que comparecem ao serviço de hemoterapia são considerados primariamente aptos à doação.
As medidas de controle sorológico, conforme disposto na literatura, reduziram a incidência da hepatite B transmitida pelo sangue, entretanto ainda trata-se de um problema de saúde pública, tornando-se relevante a temática. Medidas preventivas podem ser realizadas, sugerem-se melhor divulgação das campanhas de vacinação da população e realizar campanhas de educação em saúde com mais freqüência para futura erradicação deste agente viral que há tantos séculos aflige a humanidade.
É indispensável que haja a colaboração dos gestores de saúde, estaduais e municipais, profissionais de saúde, representantes da sociedade civil e aqueles que detêm o poder de comunicação para a redução desse quadro.

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Autor: Moacir Longhi


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