Marketing, Reeleição De Presidentes E Posicionamento



Vários presidentes dos EUA foram reeleitos, G.W. Bushe, Bill Clinton, Eisenhower e outros. Aqui no Brasil, depois que passou a ser permitida reeleição, dentro de um processo normal, sem considerar impitima, morte de presidente ou outros imprevistos, vamos ter provavelmente a reeleição de vários e futuros presidentes. 

Essa é uma tendência natural, de um fenômeno, que ocorre facilitado pelo que entendemos ser em marketing, o que chamamos de posicionamento.

O presidente eleito tem a vantagem de fazer a sua cama, acaba por ocupar uma posição privilegiada na mente dos eleitores e com o tempo essa posição fica uma tanto arraigada. É uma posição difícil de ser substituída, mesmo que eleitores tomem conhecimento de procedimentos irregulares, preferem não ter suas avaliações frustradas, não gostariam de estar enganados. Comportam como advogados do produto, como torcedores do timão, que há anos não ganha campeonato e estão sempre na expectativa de que suas crenças sejam confirmadas. Então fingem, discretamente, para si mesmos que o mundo assim pode estar melhor, afinal, esse foi o presidente que escolheram.

Campanhas eleitorais, como a de Lula e Alckmin, terão obrigatoriamente de assumirem características diferentes. Lula para se manter no poder, Maquiavel à parte, precisa direcionar esforços no sentido de dar ao povo pão, muito pão..., uma campanha com o propósito de atender necessidades bem especificas dos eleitores. E isso, Lula faz muito bem, como um grande vendedor mostrando, na maior parte do seu tempo de TV, benefícios de seus produtos, (serviços com nomes e conotações tangíveis) como Bolsa-Família, Brasil Sorridente, Pró-Uni, Super Simples e outros mais que destila com entusiasmo de vendedor tarimbado. Esses apelos são os mais importantes, os mais eficazes e convincentes para a cultura brasileira. São os que fazem de Lula, para muita gente, um grande enigma, pois envolvido com tanta corrupção, malfeitos administrativos e de tanto apanhar e ser denunciado pela imprensa, ainda assim, continua forte eleitoralmente, segundo dados de pesquisas.

Já Alckmin, não têm recursos como os de Lula. O que têm, são promessas da oferta futura de produtos, caso seja eleito, apesar de ser um comunicador eloqüente, isso fica um pouco vago para o eleitor, se comparado com seu adversário que já oferece boa gama de produtos e querendo ou não, acaba usando recursos do cargo para se promover.

O seu tempo na TV tem sido dividido entre, denúncia --estratégia para reposicionar perfeitamente correta--, mostrar os benefícios de projetos que atendem necessidades do país e necessidades especificas de eleitores. Quanto aos dois últimos, o que é bom para o país e o que é bom para o povo, em se tratando de campanha, talvez fosse melhor, que Alckmin intensificasse apelos aproveitando mais o tempo na mídia, só com o que é bom para o povo, prometendo mais pães, ou pães diferentes aos de Lula. Desse modo, estaria competindo mais, pois ai se encontra o grande foco de necessidade de um povo que ainda, infelizmente, não vota com a consciência desejável.

Reposicionar O Adversário Na Mente Do Eleitor 

Essa estratégia, apesar de correta tecnicamente, do modo como tem sido feita, denunciar roubos e mostrar dinheiro de origem duvidosa, talvez não sensibilize eleitores do Lula. Eles podem até entender, mais não sentem na pele esse tipo de problema altamente prejudicial ao país. Estão mais preocupados é com emprego, salários, ter dinheiro para gastar nos fins de semana etc. Por isso, trata-se de um reposicionamento difícil de ser feito. Mais óbvio seria, mostrar aos eleitores tudo que deveria ter sido feito a eles, e que não foi feito, ou que foi mal feito.

Diante da atual situação, a posição em que se encontra o presidente candidato, o tempo que teve para trabalhar e ganhar a simpatia de seus eleitores, os recursos que esteve a sua disposição, devemos reconhecer, que as possibilidades apresentam ser de uma extraordinária dificuldade, para qualquer que seja o opositor.


Autor: Witer Brasil


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