Maus Tratos aos Idosos



Resumo
Sabemos que hoje, os idosos têm sido submersos aos diversos tipos de violência, que não se restringem somente a agressões físicas, mas também a insultos e maus-tratos em transportes e em locais públicos ou particulares.
Este trabalho tem o objetivo de apresentar as condições situacionais dos idosos no Brasil, o que essa população vem enfrentado em seu dia a dia com o que desrespeito a maus-tratos por parte de seus cuidadores (domésticos) ou até mesmo de seus familiares e podemos observar que este vem sendo um grande problema para a sociedade. Entretanto, os profissionais de saúde estão incumbidos em intervir para a melhora desta situação vivida pelos idosos, proporcionando a eles o bem-estar, a segurança e principalmente a saúde.
Palavras-chave: Maus-tratos, violência, população idosa, enfermagem.

Metodologia
O presente artigo foi elaborado através de pesquisas em sites que contribuiu para a execução do mesmo, a fim de promover um melhor entendimento acerca do tema proposto e tornar os acadêmicos do curso de enfermagem mais conscientes sobre esta realidade que antes fora despercebida pela sociedade e também transformá-los em profissionais aptos a exercerem esta tão importante função de cuidar.

Introdução
A violência contra os idosos deve ser analisada no contexto das grandes mudanças familiares.
Se por um lado, a violência contra os idosos se insere nos meandros dos conflitos intrafamiliares, muitas vezes invisíveis para a sociedade, por outro lado, a própria construção do "ser idoso" nas sociedades capitalistas associa idade avançada à obsolescência, se traduz em violência social. Isto coloca a questão da violência como parte de uma questão mais ampla de construção da cidadania em um ambiente democrático.
A implementação do Estatuto do Idoso resultou em que a questão dos maus-tratos passasse a contar com um instrumento legal que "regula os direitos às pessoas com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos", com previsão de pena pelo seu descumprimento. De acordo com o Estatuto, prevenir a ameaça ou violação dos direitos dos idosos passa a ser um dever de toda a sociedade brasileira, bem como torna obrigatória a sua denúncia aos órgãos competentes (autoridades policiais, Ministérios Públicos, Conselhos do Idoso, etc.). (Pasinato, 2004).

Diagnóstico Situacional sobre a Violência e Maus-Tratos da População Idosa no Brasil

Os idosos sofrem hoje em dia diversos tipos de agressões sejam elas físicas, emocionais, psicológicas, morais ou até mesmo sexuais e estes insultos que acometem a estes idosos partem, muitas vezes, de pessoas mais próximas a eles como seus familiares e de pessoas que são responsáveis no cuidar doméstico.
Mas a violência e os maus tratos aos idosos não tem sido mais um problema novo que a nossa sociedade tem enfrentado, essa questão percorre o mundo desde muito tempo, mas ninguém tem dado importância à gravidade deste problema. Muitos estudos já conseguiram comprovar um aumento das mortes violentadas em pessoas com mais de 60 anos, principalmente na década de 80 e essas mortes passaram a representar uma das principais causas de morte de idosos, o que depois de um certo tempo, a causa dessas mortes regrediu para o segundo lugar perdendo apenas para as doenças do aparelho circulatório. Segundo SOUZA (2007), no Brasil, a negligência é uma das formas de violência mais presente tanto no contexto doméstico quanto no plano institucional, resultando freqüentemente em lesões e traumas físicos, emocionais e sociais para o idoso.
Os tipos de violência contra idosos, mais comuns notificados pela vigilância são: 92% física e 20% psicológica. Dentre o perfil dos agressores em 34% das vezes é um familiar. Uma pesquisa realizada pela Universidade Católica de Brasília (UCB) em 2007 mostrou que 12% dos idosos sofrem algum tipo de violência no país e em mais de 50% dos casos, o autor das agressões é o próprio filho e a estimativa de idosos na época era de 18 milhões no Brasil. O levantamento das estatísticas foi feito por especialistas do Núcleo de Estudos e Pesquisas do Envelhecimento da UCB nas delegacias de polícia, secretarias de Assistência Social, Ministério Público e Disque - Idoso.
Dentre os 60 mil casos de maus tratos notificados especificamente nas capitais, 25% das agressões são acometidas dentro dos lares. As mulheres foram vítimas em 60% dos casos e as que mais sofreram as violências foram as com idade superior a 80 anos.
De acordo a pesquisa, a violência psicológica é a mais comum. Inclui ameaças, discriminação e opressão. A violência física vem em seguida, com casos de espancamento e cárcere privado. Também são consideradas agressões o uso indevido do dinheiro do idoso e a retenção dos cartões bancários. O levantamento aponta ainda casos de negligência e abandono de maiores de 60 anos. Em oito capitais brasileiras, há também registros de violência sexual.
De uma maneira geral, muitas vezes nos referimos às pessoas que cuidam dos idosos somente como cuidadores, sejam profissionais ou até mesmo familiares, sem que necessariamente seja uma pessoa com uma formação qualificada ou que tenha experiência profissional no cuidar de idosos. Todavia, nem sempre são desses cuidados que um idoso necessita. É muito importante para a pessoa idosa ter alguém ao seu lado, que o acompanhe sempre que necessário, o auxilie em suas atividades e que principalmente lhe promova um suporte físico, porém, esse auxilio pode depender do grau de necessidade que um idoso venha a ter. Em certos momentos eles podem apresentar dependências que em suas circunstancias, qualquer familiar ou pessoa mais próxima pode orientá-lo, mas existem necessidades maiores que vão exigir a atuação de um profissional de saúde. Neste caso, o profissional de enfermagem que seja especializado no cuidado de idosos tem garantido sua importância em um âmbito diferencial.
A enfermagem tem tido grande importância não só quanto aos cuidados geriátricos, mas também no que desrespeita a violência contra a população idosa. Com a efetiva assistência e prestação de cuidados através da equipe de enfermagem, muitos casos de violência, abusos e agressões aos idosos pode vir a diminuir, pois estes profissionais têm um preparo para realizar certos procedimentos e principalmente de cuidar e proteger o idoso contra a violência doméstica, caso o profissional esteja atuando em sua residência.
Não devemos de forma alguma desmerecer o papel do cuidador doméstico ou de um familiar, sua participação na vida de um idoso é fundamental, ainda mais se tratando de questões emocionais ou psicológicas. Um parente realmente é mais preparado para manejar com certos tipos de problemas na vida do idoso. No entanto, a ajuda de um profissional de saúde é indispensável na prática e realização de procedimentos que são específicos e que exigem a realização por intermédio de uma pessoa que teve preparo e formação para a execução dos mesmos.
O enfermeiro-cuidador busca criar um ambiente que propicie aos idosos, condições adequadas para sua recuperação, proporcionando um ambiente no qual prevaleça o respeito, a confiança, a atenção, o reconhecimento e a aceitação das suas limitações e dificuldades, buscando oferecer-lhe apoio e ajuda. (Ferreira, 2006).
A Equipe de Saúde da Família deve ser responsável pela atenção à saúde da pessoa idosa pertencente a sua área de abrangência. Todos os profissionais devem oferecer ao idoso e sua família uma atenção humanizada com orientação, acompanhamento e apoio domiciliar. Para a efetivação de uma assistência humanizada, os profissionais devem planejar e programar as ações, estar preparados para lidar com as questões do processo de envelhecimento e buscar sempre o máximo de autonomia dos usuários. Acompanhar pessoas idosas frágeis, conhecer os hábitos de vida, valores culturais, éticos e religiosos dos idosos, de suas famílias e da comunidade, oferecer atenção continuada às necessidades de saúde da pessoa idosa, desenvolver e realizar atividades de educação relativas à saúde da pessoa idosa (BRASIL, 2006).








Considerações finais
O presente artigo mostra a situação em que os idosos vivem hoje frente os maus tratos sofridos, sejam eles físicos, psicológicos ou morais, tanto a nível hospitalar ou doméstico.
Cabe aos profissionais de saúde, em especial a enfermagem, levar em conta todos estes aspectos, pois, é de inteira responsabilidade deste profissional o ato de cuidar, independente de uma faixa etária, de classe social, etnia ou gênero. Os enfermeiros que ingressarão no mercado para atuarem como verdadeiros cuidadores devem manter a ética na relação indivíduo-cuidador e também devem estar verdadeiramente aptos a prestar a assistência sistematizada que tanto esta classe precisa principalmente com o avanço desses maus tratos que tem assolado a população idosa em nosso país.

Referencia bibliográficas

Mynaio, MCS. Violência Contra Idosos ? O avesso de respeito à experiência e à sabedoria. Disponível em: http://www.observatorionacionaldoidoso.fiocruz.br/biblioteca/_livros/18.pdf (acessado em 30out2010).
Araújo, AW. Negligencia e maus tratos em idosos: Papel dos profissionais de saúde na otimização do cuidado. Disponível em: http://www.webartigosos.com/articles/16990/1 (acessado em 01nov2010).
Silva, AA e Borges, MMMC. Humanização da Assistência de Enfermagem ao Idoso em uma Unidade de Saúde da Família. Disponível em: http://www.unilestemg.br/enfermagemintegrada/artigo/v1/andreia_silva_e_marta_borges.pdf (acessado em 30out2010).
Autor: Suanne Santos Pontes


Artigos Relacionados


Construindo A Defesa E Proteção Da Pessoa Idosa

Humanização E O Cuidado Aos Idosos Pela Enfermagem No Psf

O Abandono Dos Idosos

O Abandono E A Violência Contra O Idoso

O Dilema Da Internação Em Casas De Repouso

ViolÊncia Na Terceira Idade

O Enfermeiro Frente à População Idosa: Reflexão Sobre Seu Empoderamento