A Fera Assassina (o Homem)



A FERA ASSASSINA (O HOMEM)
Dr.Wagner Paulon
1971 - 2008

A agressividade é um comportamento extremamente difundido, e por isso mesmo profundamente inquietante. Para muitos a tendência para a agressão radica nas mais fundas camadas da mente, constituindo uma determinação essencial à própria natureza do ser humano.

A rigor, nada se poderia fazer contra ela, a não ser reprimi-la. Seria correta essa tese e deveríamos aceitar uma tal visão pessimista? Ou, pelo contrário, o problema tem sido colocado de maneira errada, sendo necessário estudar cuidadosamente a agressividade, a fim de encontrar os instrumentos para superá-la?

Se estivermos dispostos a controlar a agressividade, a primeira questão que se impõe é saber se ela é instintiva ou resulta de frustrações. Em outros termos, se forem deixados em paz e livres de ameaças, os homens se respeitarão uns aos outros? Ou existe um impulso espontâneo para o comportamento agressivo, que precisa ser controlado?

Alguns estudiosos acreditam que os homens são inatamente agressivos, e fundamentam sua tese mostrando as raízes animais da conduta humana.

Outros encaram essa tese como apenas uma nova roupagem da depravação inata do homem. Para os que se opõem à tese de que a agressividade é inata, essa idéia não tem fundamento científico, pois baseia-se em ilegítima extrapolação do comportamento animal para o comportamento humano.

Enquanto o primeiro é fundamentalmente instintivo, o segundo é quase todo aprendido. Inúmeros psicólogos e sociólogos, sobretudo os da corrente liderada por J. Dollard, acreditam que a fé na infinita maleabilidade do homem constitui um pressuposto básico para a teorização. Para eles, é cientificamente inadequado descrever a agressividade humana nos termos utilizados para descrever o comportamento dos animais.

A agressividade humana é mais complexa do que a dos animais, e é necessário considerar as múltiplas facetas do problema para compreendê-lo corretamente.


Autor: WAGNER PAULON


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