Os Desafios Da História Cultural Segundo Robert Darnton



 

OS DESAFIOS DA HISTÓRIA CULTURAL SEGUNDO ROBERT DARNTON

 

Robson Stigar

Robert Darnton é historiador, especialista em historia da França do século XVIII, seus estudos estão voltados para o iluminismo e Revolução Francesa, divididas em três áreas: o papel dos intelectuais, a difusão da palavra impressa e a ação pública como força na criação de uma nova sociedade democrática. Possui inúmeros livros publicados, inclusive no Brasil, o mais conhecido é O grande massacre de gatos e outros episódios da história cultural francesa(1986),Boemia literária e revolução(1987), O beijo de Lamourette(1990).

Umas das grandes preocupações de Darnton é com o poder crescente que os meios de comunicação vêm assumindo, e a falta de espaço e penetração das obras de história junto ao público em geral. Questiona se a mídia não estaria de forma organizada, tornando a cultura digerível, transformando-a num mingau sensacionalista, o que justifica o pouco espaço destinado aos trabalhos de história.

Porem Darnton justifica que esse contato com o leitor médio é um tanto sacrificado devido a formação e estudos do próprio historiador. Os historiadores não estariam habituados a escrever para um publico médio e sim para um publico acadêmico, são resenhas, monografias, teses, entre outros mais, que dizem respeito ao mundo acadêmico e não ao leitor comum.

Diante de tal problemática citada acima Darnton vem escrevendo e se preocupando com um publico geral. Para ele, a missão do historiador seria, informar sobre a condição humana tal como ela foi vivida no passado, não com o objetivo de dar respostas aos fatos históricos, mas chegar a respostas já ofertadas por outros.

Darnton faz referencia em seu trabalho afirmando ele ser uma combinação entre a história social e a história cultural, afirma ainda que suas questões que estuda são questões clássicas, mas estudadas como não clássicas, aproximando assim as ciências sociais e técnicas conceituais. Não busca através de sua obra descobrir alguma lei universal ou absoluta da história, também não quer chegar a totalidade da história.

O ponto chave da história cultural para Darnton seria a aproximação do sistema simbólico que ele acredita com o conceito de Weber sobre as afinidades eletivas. A questão não seria então estudar o campo cultural, mas sim a relações de assuntos ou temáticas, tendo em vista a relatividade e a vinculação dos temas.

Não foi só o sociólogo Max Weber que influencio Darnton, mas também o antropólogo Clifford Geertz. Clifford defende um conceito de cultura fundamentalmente semiótico, que tem como objetivo auxiliar o historiador a ter um dialogo com os seus sujeitos e objetos de estudo. Clifford afirma ainda que a cultura é extremamente densa, chama então a atenção dos pesquisadores para tal problemática, afim de aprofundar seus estudos para as realidades políticas, econômicas e estratificadoras que envolvem o ser humano.


Autor: Robson Stigar


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