A Implosão Iminenete Do Mercado De Otimização De Sites No Brasil



O mercado de otimização de sites (SEO) no Brasil, hoje, vive uma fase de crescimento explosivo. Basta digitar "otimização de sites" ou "SEO" no Google para verificar o inchaço de um mercado que segue o rastro da demanda. Nas palavras de uma cliente, "hoje em dia, todo mundo quer fazer otimização de sites".

Empreguei a palavra "inchaço" propositalmente, porque vejo que esse crescimento todo é circunstancial e sem substância, uma autêntica bolha prestes a implodir sob o próprio peso.

Pode ser difícil explicar para os deslumbrados, contaminados pela vertigem das alturas, que o topo da montanha-russa é, por sua própria natureza, a véspera da queda também vertiginosa.

No caso do mercado de otimização de sites, os fatores que estão precipitando a queda inevitável e lamentavelmente prematura podem ser resumidos em duas palavras: ignorância e preguiça. Ambos os fatores levam a más práticas e, conseqüentemente, a ineficiências que serão fatais em prazo bastante curto.

Antes de analisarmos esses fatores, vamos traçar o quadro estrutural do mercado de otimização de sites. No Google e demais buscadores, só há espaço para 10 sites na primeira página de resultados orgânicos para qualquer palavra-chave. Dez, e apenas dez sites, terão recompensado o seu esforço e investimento em otimização para qualquer palavra-chave. Assim, à medida que mais e mais sites em um mesmo segmento investirem em otimização, os esforços tenderão a se anular ao longo do tempo.

Assim, pela própria estrutura dos mercado de buscas, a otimização tende a perder eficiência rapidamente ao longo do tempo e os segmentos mais rentáveis tendem a se consolidar em torno de um punhado de sites otimizados há mais tempo do que os demais. Basta conferir estes resultados de pesquisa Google para formar uma idéia bem clara do problema: todos os resultados da primeira à terceira página parecem idênticos!

Ora, a própria idéia de diferenciação de produtos, o núcleo do marketing, fica em xeque em uma situação como essa. Se todos os sites que vendem "otimização de sites" parecem idênticos, qual deles devo contratar? O primeiro da lista? O mais barato? Seja qual for o critério adotado, este não será o ideal, a saber, a qualificação técnica dos profissionais e empresas em questão.

Mas alguém pode argumentar que essa é uma situação que só vai resultar em problemas ao final de uns cinco a dez anos. Num mercado como o brasileiro, composto em sua maioria por sites não-otimizados, há ainda muito espaço para crescimento.

Isto seria verdade se não houvesse a intervenção dos já mencionados fatores de ignorância e preguiça a contaminar o mercado e ameaçando precipitar sua implosão para um prazo reduzido, de seis meses a um ano. Por isso, vamos analisá-los agora.

O fator ignorância vem do fato de que a percepção do que é a otimização de sites chega ao Brasil deformado por uma percepção de que esse serviço se limita a fazer modificações no código-fonte das páginas. Essa deformidade é aparente pelo grande volume internautas que chegam a meu blog de seo buscando por coisas como "script para aparecer no google" ou "macete para colocar meu site entre os primeiros nas pesquisas".

Se há demanda por scripts, truques e macetes, o mercado se encarrega da oferta. É nesse momento que a ignorância se manifesta em títulos bisonhos com dezenas de palavras-chaves, em páginas carregadas por todas as meta-tags possíveis e imagináveis, por descrições de sites que se limitam a repetir a mesma palavra-chave dezenas de vezes, por tags "keywords" com centenas de itens, incluindo todas as possibilidades de erro de digitação, entre outras bizarrias com que o internauta médio já deve ter se deparado algumas vezes, e que está encontrando com freqüência cada vez maior em suas pesquisas.

Outra oferta, risível para quem conhece a fundo a técnica de otimização de sites, mas que compõe o negócio central de algumas empresas bastante "conceituadas", por assim dizer, nesse mercado, é a de "cadastro de seu site em milhares de buscadores". Ora, quantos buscadores importantes há no mercado? Apenas três: Google, Yahoo e Windows Live. Em todos eles, não há necessidade de "cadastro", pois eles descobrem sites simplesmente visitando links! Se você não acredita mim, leia o que dizem os próprios buscadores:

Google:

"A inclusão nos resultados de pesquisas Google é rápida e fácil, você nem precisa submeter seu site ao Google. Google é uma ferramenta de pesquisa totalmente automatizada que usa softwares conhecidos como spiders (robôs) para rastrear a web em uma base regular e encontrar sites para adicionar ao nosso índice"

Yahoo!:

"O objetivo da busca Yahoo! é descobrir e indexar todo o conteúdo disponível na web para oferecer a melhor experiência de pesquisa aos nossos usuários. O índice da pesquisa Yahoo!, que contém alguns bilhões de páginas web, é mais de 99% preenchido através do processo grátis de rastreamento".

Windows Live:

"Geralmente, se você seguir nossas diretrizes, você não precisa submeter seu URL para que o nosso MSNBot encontre o seu site".

O que fazem, portanto, essas empresas de "cadastro de sites em buscadores"? Na melhor das hipóteses, submetem seu site a listas de diretório, que criam links de baixo valor e retorno pífio em visitação pelo preço que cobram pela inclusão em suas listas. Na pior, simplesmente não fazem nada: adicionam um link para o cliente em seus próprios sites e deixam que os robôs dos buscadores façam o serviço por elas.

Mas o principal fator de ignorância e preguiça a solapar rapidamente as bases do mercado de otimização de sites no Brasil é o completo desconhecimento do papel dos links nos rankings das páginas de resultados de busca. Mesmo aqueles que sabem que esse é o principal serviço de uma empresa de SEO, aquele que representa a maior parte dos custos, preferem esconder esse fato dos seus clientes.

Por quê? Porque o trabalho de criação de links de alta qualidade em grande quantidade é intensivo em mão-de-obra e, portanto, requer estruturação específica para que se torne custo-eficiente. É mais fácil vender uma fórmula mágica, um "script", um "truque nas meta-tags", do que mobilizar pessoas em tempo integral para multiplicar links para os clientes.

Entretanto, essa é a única saída para os próximos meses. Muito em breve, o arsenal de truques de otimização no nível da página web vai se esgotar e perder completamente sua eficácia. Os clientes decepcionados e furiosos com o desperdício de dinheiro em técnicas e procedimentos ineficazes vão se multiplicar e a reputação do mercado como um todo vai entrar em colapso. A farsa do "cadastro em buscadores" cedo ou tarde será exposta em toda a sua mentira e ineficiência.

Quem permanecerá no mercado? As poucas empresas e profissionais que entenderem, hoje, o que o Google já tornou público há muitos anos em seu website:

"O coração de nosso software é o PageRank™, um sistema de classificação de páginas webdesenvolvido por nossos fundadores Larry Page e Sergey Brin na Stanford University. Embora nós tenhamos dúzias de engenheiros trabalhando para melhorar cada aspecto do Google em uma base diária, o PageRank continua a exercer um papel central em muitas de nossas ferramentas de busca


PageRank Explicado

PageRank se baseia na característica democrática da web ao usar sua vasta estrutura de links como indicador do valor de uma página web individual. Em essência, Google interpreta um link da página A para a página B como um voto da página A para a página B. Mas o Google observa muito mais do que o simples volume de votos ou links que uma página recebe, por exemplo, ele também analisa a página que oferece o voto. Votos concedidos por páginas que são, elas próprias, "importantes", têm peso maior e ajudam a tornar mais "importantes" as outras páginas. Usando este e outros fatores, o Google fornece sua visão sobre a importância relativa de cada página web".

O recado é claro: seguir as diretrizes Google para a otimização do conteúdo da página apenas remove os obstáculos à sua correta classificação no índice. Estufar suas páginas com meta-tags e palavras-chaves é simplesmente inútil se você não participar ativamente da "vasta estrutura de links" da web. Para isso, você precisa estabelecer intensos relacionamentos com os demais sites web, para que seus gestores sintam-se estimulados a criar links que apontem para seu site, tornando-o progressivamente "importante" aos olhos robóticos dos buscadores.

Todo esse quadro aponta para um diagnóstico: o mercado emergente, ainda silencioso e que desperta, ainda, alguma curiosidade e pouco interesse, mas que vai empurrar para a vala negra todo o mercado de otimização de sites baseado em "meta-tags" spameadas e "cadastros" fajutos é o de Mídias Sociais. Quem se estruturar hoje de forma custo-eficiente terá todo o mercado nas mãos dentro dos próximos meses, quando uma simples campanha de link-building derrotará todas os macetes e truques que compõem o frágil coração à beira do enfarte do negócio de otimização de sites no Brasil de hoje.


Autor: Alexis Kauffmann


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