Artigo: A Ação das forças policiais e o apoio das Forças Armadas no combate ao narcotráfico no Rio de Janeiro ? 1ª Parte



Artigo: A Ação das forças policiais e o apoio das Forças Armadas no combate ao narcotráfico no Rio de Janeiro ? 1ª Parte

Roberto Ramalho é Advogado, Jornalista, Relações Públicas e estudioso de assuntos jurídicos e políticos

Com inédito apoio da Marinha do Brasil, tropas do BOPE (Batalhão de Operações Especiais da polícia Militar) desembarcaram na Penha e ocuparam o bunker dos traficantes de drogas que fugiram em massa para o Complexo do Alemão, mas mantendo ataques incendiários à cidade. População aplaude polícia e acompanha operação pela TV em clima de "Tropa de Elite 3".

Participaram do ataque seis blindados do Corpo de Fuzileiros Navais, da Marinha, transportando militares e policiais do BOPE.

Eles fizeram a diferença na operação policial-militar desencadeada na quinta-feira, dia 25 de novembro, um dia que ficará na história de combate ao narcotráfico no Rio de Janeiro.

A operação policial-militar histórica retomou o principal bunker do tráfico, na Vila Cruzeiro, no bairro da Penha. O comboio foi aplaudido pelas pessoas nas ruas numa semelhança simbólica com o desembarque das tropas aliadas na Normandia - que abriu as portas para a derrota da Alemanha nazista durante a Segunda Guerra Mundial.

A ação no Rio de Janeiro foi o Dia D no combate ao tráfico de drogas que, desde domingo, era alvo de ataque dos traficantes de drogas em várias áreas da Região Metropolitana. Só ontem, quinta-feira, 25, foram mais de 41 veículos incendiados, alguns já localizados na Zona Sul.

Apesar de os blindados da Marinha terem metralhadora de calibre ponto 50, o armamento - que pode derrubar um helicóptero - não foi usado. Porém, durante a invasão a Vila Cruzeiro houve intenso tiroteio entre as forças de segurança calculado em cerca de 600 policiais civis, militares e fuzileiros e traficantes fortemente armados com fuzis modelos Ar-15 e AK-47.

Quando os traficantes de drogas perceberam que era praticamente impossível deter os blindados da Marinha - que têm esteiras em vez dos pneus dos capeirões e por isso poderiam ser furados -, os bandidos recuaram e fugiram diretamente a vizinha favela denominada de Complexo do Alemão, sem que fossem detidos pela polícia.

As imagens da fuga de cerca de 200 bandidos armadas de fuzis, foram transmitidas do helicóptero da TV Globo e exibidas ao vivo, por volta das 15h, causando bastante perplexidade, sendo assistidas em clima de uma ainda inexistente versão de "Tropa de elite 3".

O episódio repercutiu no mundo inteiro. Diversos Sites de jornais e revistas como o jornal espanhol "El País", o britânico "The Guardian", o americano "The New York Times" e o francês "Lê Monde" deram grande destaque a operação policial-militar no Estado do Rio de Janeiro.

O presidente da República Luís Inácio Lula da Silva autorizou a participação do Exército ? com 800 (oitocentos homens), e da Aeronáutica com dois helicópteros assim como a Polícia Federal com 300 (trezentos policiais) na guerra contra o narcotráfico.

Até a finalização desse artigo o BOPE, e as Forças Armadas (Exército, Marinha e Aeronáutica), além da polícia federal participavam do cerco ao Complexo do Alemão na tentativa de prender os narcotraficantes e em caso de reação atacar e matar os criminosos.

O secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro, Jose Mariano Beltrame, disse que caiu o porto seguro do tráfico, e agradeceu a Marinha. Embora ele tenha criticado o Exército por não ter participado da operação militar com a autorização do presidente Lula finalmente tudo foi resolvido.



Autor: Roberto Jorge Ramalho Cavalcanti


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