Karatê uma Ferramenta Didático Metodológica nas aulas de Educação Física do Ensino Fundamental II



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DEDICATÓRIA
Aos meus filhos Júlia e Thiago, a minha esposa Eliene, pelo companheirismo e dedicação a mim, que muitas vezes nos meus momentos de fraqueza estavam eles sempre me incentivando na minha caminhada. A minha Mãe pelo apoio e incentivo que sempre tem me dado.
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AGRADECIMENTOS
A Deus por tudo que proporciona em minha vida. À Faculdade de Educação Física Montenegro que proporcionou este momento de suma importância para minha formação profissional. À professora Rosilene Vila Nova Cavalcante, pela orientação, paciência, e ensinamentos. Ao Orientador Professor Cássio Emílio, pela orientação e ensinamentos. Aos meus colegas de curso e amigos que me animou nessa importante caminhada. À minha família pelo apoio, paciência, dedicação e principalmente pelo incentivo. À minha esposa pelo incentivo, compreensão, companheirismo e amor. Aos meus amigos e Sensei, (professor) Manoel Messias que muito colaborou para realização deste trabalho. Ao meu Mestre das Artes Marciais Sensei Carlos Fonseca que me orientou no caminho da Luta de "Mãos Vazias" o "Karatê Shotokan" Aos todos que contribuíram na minha formação acadêmica e profissional o meu Oss!
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VIEIRA, Jackson, Santos. Karatê uma Ferramenta Didático Metodológica nas aulas de Educação Física do Ensino Fundamental II, Trabalho de Conclusão de Curso ? Curso de Educação Física, Ibicaraí-Bahia: Faculdade Montenegro, 2010.p. 41

RESUMO
Baseando-se nos Parâmetros Curriculares Nacionais ? PCNs, o currículo mínimo para a disciplina Educação Física contempla a ginástica, lutas, danças e esporte. Conquanto, percebe-se que a Educação Física desde décadas atrás tem como objetivo possibilitar prazer funcional, com base fundamental no movimento. Devendo ela possibilitar ao aluno a multiplicidade de suas possibilidades do movimento, ampliando seu mundo disponível. Partindo desta premissa este trabalho tem o objetivo de verificar a luta do karatê como elemento do conteúdo lutas nas aulas educação física do ensino fundamental II na rede pública de Itabuna ? Bahia e aplicar o luta do karatê em uma Escola pública. Inicialmente, será abordado o histórico para que se possa compreender o contexto sociocultural dessa arte marcial dentro do contexto lutas, em seguida busca-se realizar investigação em cinco colégios da rede pública de Itabuna ? Bahia se o conteúdo da pesquisa é aplicado nas aulas de educação física, reconhecendo a luta do Karatê como ferramenta didático metodológica nas aulas de educação física. Nesta pesquisa buscou-se uma metodologia investigativa, agregando também a metodologia descritiva, baseando-se na revisão de literatura e também na pesquisa de campo, realizando entrevista informal com questionário fechado com professores de educação física e coordenadores acerca do tema pesquisado.
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VIEIRA, Jackson, Santos. Karate a Didactic Tool Methodology in Physical Education classes of elementary school II End of Course Work - Course of Physical Education, Bahia-Ibicaraí: Faculty Montenegro, 2010.p. 41

ABSTRACT
Based on the National Curriculum - PCNs, the minimum curriculum for Physical Education includes gymnastics, wrestling, dancing and sport. Although, it is clear that physical education from decades ago is designed to allow functional pleasure, based on the fundamental movement. It should enable the student to the multiple possibilities of motion, extending his world available. Starting from this premise, this work has the objective of verifying the fight karate fights as part of the content classes of elementary school physical education in public II Itabuna - Bahia and apply the karate fight in a public school. Initially, we will address the history so that we can understand the sociocultural context of martial arts within the context of struggles, then we seek to conduct research in five schools of public Itabuna - Bahia is the content of the research is applied in education classes physical, recognizing the struggle of teaching karate as a methodological tool in physical education classes. In this research we sought a research methodology, including also the descriptive analysis, based on literature review and also in field research, conducting informal interviews with a closed questionnaire with physical education teachers and coordinators on the topic searched.
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INTRODUÇÃO

As artes marciais possuem características próprias que, de uma maneira geral, se diferenciam dos conteúdos tradicionalmente desenvolvidos nas aulas de Educação Física Escolar como: individualidade, suavidade, concentração, conscientização corporal, dentre outras. Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais A Educação Física é entendida como uma área que trata de um tipo de conhecimento, denominado cultura corporal de movimento, que tem como temas o jogo, a ginástica, o esporte, a dança, a capoeira e outras temáticas que apresentarem relações com os principais problemas dessa cultura corporal de movimento e o contexto histórico-social dos alunos (BRASIL, 1998). Sendo que as lutas são caracterizadas como disputas em que os oponentes se utilizam de técnicas e estratégias de desequilíbrio, contusão, imobilização ou exclusão, para o desenvolvimento de ataques e defesa. Exemplificando de modo mais simples colocamos como as brincadeiras de derruba o buda, cabo de guerra, chegando até as mais complexas buscando as modalidades clássicas de lutas como a capoeira, karatê, judô.
Mas, que se percebe atualmente no município de Itabuna - Bahia no ensino fundamental II, após visitas em escolas da rede pública do ensino fundamental de Itabuna ? Bahia e observando as aulas de educação física o conteúdo lutas vem sendo negligenciado nas aulas de Educação Física. Este fato vendo sendo acontecendo pela razão de que os professores colcaram como obstáculos, por exemplo, local apropriado, espaço que algumas escolas não tem, associação a violência, e principalmente a falta de experiência dos professores com o conteúdo envolvendo técnicas de lutas e a forte tendência dos esportes de quadra como o futsal, voleibol e handebol por exemplo.
Contudo foi proposto ao profissional de Educação Física, possibilitar que seus alunos vivenciem todas as possíveis experiências educacionais no âmbito da Educação Física Escolar. Diante disto, este estudo teve como objetivo verificar, analisar e propor aplicação do karatê como uma proposta de intervenção como elemento das artes marciais no contexto do conteúdo lutas como preconiza os Parâmetros Curriculares Nacional, nas aulas de Educação Física no Ensino Fundamental II na cidade de Itabuna-Bahia.
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Nesta pesquisa buscou-se uma metodologia investigativa, agregando também a metodologia descritiva, baseando-se na revisão de literatura e também na pesquisa de campo. Realizando entrevista informal com professores de educação física e coordenadores acerca do tema pesquisado.
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CAPÍTULO I
1 Referencial Teórico
1.1 A Origem do Karatê
As lutas surgiram desde a origem do homem com objetivos de defender-se, proteger territórios ou atacar. Segundo Rangel (1996) "as lutas sem armas apareceram na história dos povos orientais cerca de 3.000 a 4.000 anos. Dados precisos registram conhecimentos de lutas entre monges indianos que viveram há 3.000 a.C. que através dos movimentos e da disciplina por eles gerada, estabeleciam rituais semelhantes à dança".
Desde os tempos mais remotos, já existem registrados, na história, indício da veneração do homem pela guerra. Praticavam-se danças e rituais cheios de simbolismos e técnicas guerreiras. Uma das mais antigas técnicas de combate que já existiu no mundo é o Vajramushti, que se originou na Índia e era ensinada aos filhos dos nobres, como Bodhidharma, que antes de se tornar um monge, era um príncipe e a aprendeu de seu pai.
No século VI, Bodhidharma cruzou o Himalaia, numa longa viagem a pé, e alcançou o templo Shaolim, na China, com a finalidade de fundar, ali, a sua escola de Zen-Budismo, que é uma interpretação do budismo. Visa levar o homem ao auto-conhecimento, através de longas meditações. Encontrando os monges, daquele mosteiro, em precárias condições físicas, não podendo suportar as várias horas de meditações, Bodhidharma resolveu ensinar aos monges a prática do Vajramushti, para fortalecer o corpo, tornando-os aptos as meditações. O Vajramushti era uma técnica de exercícios em que usava-se mais as mãos, devido aos seus praticantes terem um pouco atrofiados os seus membros inferiores, em decorrência das muitas horas de meditações em que permaneciam sentados, imóveis. Com essa prática, os monges melhoraram, consideravelmente sua forma física. Mais tarde foi adaptada a essa forma de exercício, a antiga arte marcial chinesa do Kung Fu que, segundo a lenda, se originou a partir da observação de animais, dando origem ao Shorin-Ji_Kempo. Nesta poderosa arte
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marcial, eram praticados exercícios de desenvolvimento físico, assim como os treinamentos espirituais, ou seja, era a fusão da guerra com a religião.
O Karatê tem suas origens a partir dessa época, oriundas de métodos de combate sem armas, vindas da China e da Índia, devido à cultura da prática de artes marciais no oriente e devido à proximidade destes países, teve uma grande aceitação na Coréia e nas Ilhas Ryukyu, atualmente Okinawa, foi em nesse país onde ocorreu a modernização destes métodos, resultando no surgimento do Karatê para o mundo.
1.1.2 O Desenvolvimento do Karatê em Okinawa.
Situado no sul do Japão, entre este país e TAIWAN (FORMOSA), localiza-se o arquipélago das ilhas KYU, das quais a maior e mais importante é a ilha OKINAWA, com a qual a China estabeleceu relações comerciais desde o período da dinastia SUI (+ou? 607 DC).
Por volta de 1340 OKINAWA foi dividida em 3 (três) grandes reinados rivais, e em 1372 o rei SATSUDO, do maior destes reinados, firmou acordo de dependência com a China tornando-se vassalo do imperador MING. Como resultado desse acordo a partir de 1392 diversas famílias chinesas emigraram para OKINAWA, introduzindo o KEMPO nas ilhas do arquipélago, além de transmitir as tradições e conhecimentos chineses quanto à navegação, construção de navios, administração, fabricação de papel, tintas e pinceis, trabalhos com cerâmicas, lacas e sedas.
Em 1429 OKINAWA foi unificada em um único reinado, sob o comando do rei SHOHASHI dando início à primeira dinastia SHO, que estabeleceu o marco inicial de um período de grande desenvolvimento comercial e de grande prosperidade.
O intercâmbio promovido à partir de então, através dos marinheiros e comerciantes de OKINAWA em visita a diversas partes da ASIA e a ampliação das atividades comerciais com a Coréia, Java, Sumatra, Arábia e Málaca, são fatos considerados como fundamentais na história do desenvolvimento das artes marciais em OKINAWA.
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Em 1470, a ilha de Okinawa foi denominada pelos chineses, que, temendo atos revoltosos, proibiram o uso de armas aos seus habitantes. Estes passaram a desenvolver um meio de defesa com o uso do próprio corpo. Com o conhecimento das artes marciais da China, esse sistema de defesa foi, pouco a pouco, se desenvolvendo. Quando Okinawa foi conquistado pelo Japão, o uso de armas foi mais rigorosamente proibido, porém, os nativos passaram a praticar secretamente a sua arte marcial, que, à época era conhecida com TÊ. Após o término da primeira dinastia SHO (em 1470) e depois de um período de turbulência política, estabeleceu-se em 1477 uma nova dinastia SHO, com o novo rei (SHO SHIN) tendo de enfrentar diversos chefes guerreiros revoltosos, que estavam firmemente entrincheirados em seus castelos, situados em diversas regiões da ilha. Como parte de sua estratégia de combate aos revoltosos e domínio completo da ilha, proibiu o porte de armas (basicamente punhais e espadas) e ordenou o recolhimento de todas as armas ao castelo real de SHURI, além de obrigar a todos os nobres a viverem próximos ao castelo, na capital real. Estas medidas geram uma enorme insatisfação popular, contribuindo enormemente para dar um tremendo impulso no desenvolvimento das artes marciais de lutas com as mãos vazias (sem armas).
A "era de ouro" de OKINAWA continuou em franco desenvolvimento até 1609 quando as ilhas do arquipélago RYU KYU foram invadidas e denominadas pelas tropas japonesas do SHOGUN SHIMAZU do clã SATSUMA; que as anexaram ao seu domínio.
Os japoneses mantiveram as proibições de porte de armas para os habitantes das ilhas, e mantiveram a nobreza limitada a viver na cidade de SHURI, enquanto que aos samurais e soldados japoneses era permitido portar suas armas, tendo também sido proibido o treinamento de artes marciais.
Como resultado de tal situação, os habitantes de OKINAWA passaram a exercitar-se de forma clandestina na arte de lutar com as mãos vazias, alcançando um grau de extrema eficácia, desenvolvendo em paralelo técnicas de utilização de implementos agrícolas como armas de defesa contra as espadas dos samurais.
Oliveira (2002) conta que, os diferentes estilos de luta começaram a tomar formas definidas, e o que era anteriormente conhecido de um forma geral
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como OKINAWA-TE (TE significando MÃO), ou simplesmente TE, a partir do início do século 18 desmembrou-se em três grandes estilos ou método de treinamento identificando-se com as três principais cidades onde estes estilos foram desenvolvidos e influenciados por diferentes tradições chinesas.
O autor ainda diz que foi desta forma, o TE desenvolvido na cidade de SHURI tornou-se SHURI-TE, dando ênfase aos aspectos exteriores de velocidade, flexibilidade e força (este estilo deu origem ao atual SHORIN-RYU). Em NAHA, o NAHA-TE era praticado com ênfase aos aspectos "inferiores", tais como Ki (espírito), respiração, coordenação e contração (força interior), vindo a dar origem ao atual GOJU-RYU.
O SHURI-TE era basicamente ofensivo e o NAHA-TE defensivo, inclusive adotando técnicas de segurar e derrubar adversários.
Em TOMARI, desenvolvia-se o TOMARI-TE, voltado tanto aos aspectos "exteriores" quanto "interiores", vindo a unir-se posteriormente ao SHURI-TE e dando origem ao SHORIN-RYU.
Os diversos mestres de TE começaram também a dar grande ênfase ao uso de armas em seus treinamentos, mas não as armas originárias da China e que acompanhavam os treinamentos de KEMPO (ou de TANG TE como era conhecido), mas sim com as novas armas adaptadas dos utensílios de trabalho no campo, incorporando-se às técnicas básicas de treinamento.
Como a vestimenta tradicional dos soldados japoneses era a armadura de madeira com peça de bambu, atingir um golpe eficiente com as mãos nuas, sem armas, exigia um excepcional condicionamento das mãos e dos pés, que somente era conseguido com exaustivos treinamentos no MAKIWARA.
Mais tarde, com a guerra do Japão com a China, essa arte modificou suas características chinesas, para a forma japonesa. Passou a chamar-se KARATÊ, que significa mãos vazias. Assim surgiu o Karatê, tendo como fundador o Mestre Ginchim Funakoshi que idealizou e aplicou um novo método de praticar essa luta buscando no Karatê a construção sociocultural do praticante. No final do século XIX, Ginchim Funakoshi (1868 -1957) sendo o responsável pela criação da nova arte marcial: o Karatê. Com uma combinação de métodos, técnicas e características das escolas Suritê e Nahate, famosas escolas de artes marciais de Okinawa. Foi também Ginchim Funakoshi quem adaptou o karatê arte marcial,
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para o karatê esporte, o karatê cultural do movimento corporal, sendo também responsável pela sua rápida difusão no resto do mundo.
Foi Funakoshi quem criou o estilo Shotokan, conseqüentemente surgiram outros estilos de karatê criados por outros mestres das artes marciais. A palavra Karatê-Do é a aglutinação de três ideogramas, traduzindo para o português "Kara = caminho; Tê = mãos e Do = vazio, conseguido o significado do Karatê- Do, Caminho das mãos vazias" (RANGEL, 1996). Portanto o karatê Shotokan é uma luta das artes marciais que possui embasamentos filosóficos que busca o equilíbrio do corpo e da mente. Nele se implantou princípios que norteiam seus praticantes desde o iniciante até aos mais graduados e não no só no esporte Karatê, mas em todos os momentos do cotidiano do praticante de karatê esse princípios são seguidos. É com esta filosofia que o karatê Shotokan se difundiu pelo mundo adotando uma doutrina de vida saudável, disciplina, equilíbrio, através da dedicação, lealdade, autoconfiança do indivíduo. Esses pressupostos ficam bem claros nos lema do Karatê Shotokan, "Esforçar-se para a formação do caráter, Fidelidade para com o verdadeiro caminho da razão, Criar intuito de esforço, Respeito acima de tudo e Conter o espírito de agressão" (SASAKI, 1978). Portanto, o karatê Shotokan passou a se expandir pelo mundo não por apenas ser arte marcial, Mas também como uma disciplina que trabalha o físico e contribuem no desenvolvimento do intelecto, habilidades psicomotoras, processos cognitivos e sócio-afetivo de seus praticantes.
Partindo desta premissa, percebe-se que o idealizador do Karatê Shotokan demonstrou que além de lutar há outras manifestações sociais que se agrega ao karatê além de se trabalhar todo o desenvolvimento das crianças ou do aprendiz tais como: o desenvolvimento psicomotor, coordenação motora, os processo cognitivos e socio-afetivo. Breda (2004) aponta que, "as lutas tal qual esporte de forma mais ampla, devem ser compreendidas no século XXI pelas suas múltiplas possibilidades de prática e de contribuição para o desenvolvimento integral do ser humano".
Mas, no entanto o que não se deve esquecer são os verdadeiros objetivos do karatê, que, geralmente, têm sido negligenciados. Têm-se dado importância, puramente à parte física e ao aspecto de defesa pessoal dessa arte. O karatê tem como principal objetivo, levar o homem ao domínio de si mesmo. A
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expressão "arte marcial" tem significado de arte guerreira. Marcial vem de Marte, o Deus romano da guerra, irmão de Minerva, Deusa da Sabedoria. O verdadeiro guerreiro é aquele que vence a si próprio, daí o significado de arte marcial ser a guerra que o individuo deve travar contra si próprio, até atingir o mais auto grau de conhecimento, ou seja, conhecer a si próprio. Através do corpo se conhece o espírito. O espírito, segundo as principais filosofias orientais, é essencialmente perfeito, por isso, o corpo que atinge a perfeição de movimentos, torna-se a expressão do próprio espírito.
1.1.3 Karatê no Brasil
O Karatê surgiu no Brasil com a imigração e instalação dos japoneses; a princípio no estado de São Paulo. Seu desenvolvimento se deu de forma lenta, cujo acesso resumia-se apenas, aos colonos japoneses e aos poucos brasileiros que demonstravam interesse pela prática, entre 1950 e 1957, a primeira escola de Karatê surgiu na Vila Prudente, onde os amigos da Universidade Takugi, os imigrantes Juichi Sagara, Yassutaka Tanaka, Sadamu Uriu e Tetsuma Higashino ministravam aulas de Karatê Shotokan.
De acordo com Oliveira (2002) em sua obra: Era um dia lindo, o sol estava brilhando como um pedaço de ouro reluzente e no porto da cidade de Tóquio, muitos japoneses se despediam dos familiares, pois iriam viajar para o Brasil; alguns eram engenheiros, outros médicos (quase todos mestres em alguma arte marcial). Todos vinham para o Brasil com intenção de fazer fortuna e fama, nas suas profissões. Porém o destino reservou para muitos um futuro brilhante, um futuro de fama e fortuna, não na profissão que eles escolheram, mas como mestres de judô e karatê.
1.1.4 Karatê na Bahia
No inicio do anos 60, chegou na Bahia o mestre japonês Masahiro Saito, 4º Dan de Judô e com alguns conhecimentos de karatê, passando os primeiros
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ensinamentos de Karatê na Bahia. No ano de 1961 mudou-se para a Bahia o japonês Eisuki Oishi, 19 anos, que não era ainda faixa preta, mas com grande experiência na arte do karatê em seu país de origem, aqui na Bahia começou a ensinar karatê no ginásio do Acrópole, para um grupo de dez pessoas. Dentre estes alunos, estava Denilson Caribé, que já tinha conhecimento de outras artes marciais, como o Jiu Jitsu. Quinze dias depois do início do curso, Oishi apresentou sérios problemas estomacais, causados pelo forte tempero baiano.
Sem dinheiro, doente e sem saber falar português, o jovem Mestre Oishi foi expulso da pensão onde estava hospedado. Depois de três dias sem comparecer ao treinamento, Denílson resolveu procurar o jovem Mestre. Encontrou Oishi em estado deprimente, com febre e desidratado. Caribé levou Oishi para sua casa, onde passou oito dias se recuperando dos maus tratos, nascendo daí uma grande amizade e um pacto entre os dois amigos: Caribé ensinaria a Oishi o idioma português e Oishi ensinaria a Caribé as técnicas mais avançadas do karatê.
Denílson logo se destacou nos treinamentos ficando à frente do grupo que treinava no Acrópole. Em 1966, Oishi foi chamado a comparecer com urgência ao Japão para resolver problemas relacionados à família, e deixou Caribé encarregado de prosseguir os treinamentos. Então faixa roxa, Caribé buscou orientações dos grandes mestres de karatê que passavam pelo Brasil dando curso sobre a arte, dentre os quais estava Yasutaka Tanaka. Caribé conseguiu conciliar o Karatê com o trabalho que realizava na Petrobrás e se tornou-se o primeiro Faixa Preta da Bahia. Com alguns amigos, fundou a Associação Baiana de Karatê - Askaba, que, inicialmente, funcionava no subsolo de uma casa localizada em Brotas.
Em 1974 Caribé foi a Tókyo participar de um festival de karatê e reencontrou o amigo e mestre Oishi, o qual constatou o brilhante desempenho do aluno. Caribé retornou à Bahia onde deu prosseguimento ao esporte, condenando veementemente qualquer iniciativa comercial na abertura de academias que visassem apenas o lucro imediato. Em vinte e quatro anos de karatê, Caribé conseguiu vencer diversos campeonatos baiano, brasileiro e ser vice-campeão pan-americano em 1977.
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Líder inconteste do Karatê Baiano, desaparece tragicamente em 23 de outubro de 1985, em acidente automobilístico, perto de Vitória da Conquista. Sua morte, no auge da sua carreira, deixou o karatê baiano órfão, sem uma liderança magnífica, como era a sua. No entanto, essencialmente, Caribé não morreu. Em cada um de seus discípulos ficou a sua marca e expressão do seu talento e do seu trabalho que tanto dignificou o karatê e a Bahia.
Atualmente, o Karatê, se tornou um esporte praticado em todo o mundo, por homens e mulheres de todas as idades, que buscam na modalidade, uma melhor qualidade de vida ou resultados em competições da modalidade.
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CAPÍTULO II
1 Diferenciando as Artes Marciais e as Lutas
É de fundamental importância saber diferenciar as artes marciais de lutas. Verifica-se que há grande confusão quando vai se conceituar estes dois termos. Mesmo professores com alguma experiência, cometem o engano de achar que luta e arte marcial é a mesma coisa. Porém vimos que na área da educação física fica bem explicito nossa concepção e demonstra que é grande a diferença entre ambas. Tendo surgido nas formas primitivas de defesa, e evoluído historicamente com a sociedade humana, as várias lutas representam uma das manifestações do movimento humano mais expressivas, trabalhando o corpo e a mente de forma indissociáveis, sempre ligadas a uma filosofia de vida, privilegiando o respeito ao outro e o auto-aperfeiçoamento, tendo a autodefesa como meta. Segundo os PCNs (1997), as lutas e as ginásticas pertencem ao mesmo bloco de conteúdos dos esportes e jogos, mas essa descrição tem por objetivo acrescentar o que deve ser ressaltado como específico dessas práticas, tendo como aspectos histórico-sociais das lutas. Para que o educando tenha um desenvolvimento completo e adequado, é necessário que ele seja estimulado durante a vida escolar para que possa conhecer e aprimorar suas habilidades e capacidades como um todo. Para tanto, deve ter a oportunidade de vivenciar práticas corporais como: esportes, jogos, lutas e ginásticas; atividades rítmicas e expressivas; conhecimentos sobre o corpo. (BRASIL, 1998) O professor de Educação Física segundo o CONFEF (1998) é um dos profissionais competentes para desenvolver sistemas pedagógicos e este deve favorecer aos alunos o conteúdo das lutas na escola, pois o tema lutas faz parte do bloco de conteúdos dos parâmetros curriculares nacionais, não apenas como conteúdo teórico, mas pratico e este deve ser visto como uma forma de resgatar aqueles que na maioria estejam com problemas de socialização. Ainda em seu estatuto artigo 9º afirma que "O Profissional de Educação Física é especialista em atividades físicas, nas suas diversas manifestações - ginásticas, exercícios físicos, desportos, jogos, lutas, capoeira, artes marciais,
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danças, atividades rítmicas, expressivas e acrobáticas, musculação, lazer, recreação, reabilitação, ergonomia, relaxamento corporal, ioga, exercícios compensatórios à atividade laboral e do cotidiano..."(CONFEF, 2008)
Segundo Alda (2010) diferente da oferta da mídia em que oferta as pratica de esporte de lutas ou atividade física, competição, através do marketing (propagandas, revistas, reportagens, filmes, vídeos games), ou seja, traduz que nela tudo e possível, a autora ainda cita Lê Boulch (1987) afirma que diante da lei da procura e da oferta de atividades o ser humano objetiva algo mais, pois:
Os exercícios corporais (educação física e esportiva) e as atividades despertadoras visam, essencialmente, ao longo da escolaridade primária, assegurar o desenvolvimento harmonioso dos componentes corporais, afetivos, intelectuais da personalidade da criança objetivando a conquista de uma relativa autonomia e da apreensão refletida do mundo que a cerca (Lê Boulch, 1987) Com isso o fenômeno lutas aparece na escola e conforme Nascimento e Almeida (2007), isso acontece pelas aberturas preconizadas por essa instituição para terceiros realizarem, em seu espaço, oficinas, voluntárias ou não, desvinculadas da disciplina de Educação Física e do Projeto Político Pedagógico - PPP da Escola.
As lutas foram adaptadas para serem desenvolvidas na forma de competições ("jogos", ou seja, com regras, limitações) sendo viabilizadas para serem praticadas por pessoas alheias aos preceitos filosóficos e aos significados culturais relacionados. A maioria das modalidades dos esportes de luta que conhecemos hoje está elevada a um estado esportivo que descaracteriza o próprio conceito de arte marcial: "esporte de luta" é a denominação que recebem em eventos esportivos, como as Olimpíadas.
Portanto partindo do princípio que toda arte marcial é uma luta, mas nem toda luta é uma arte marcial. O termo arte marcial se refere a técnicas de combate ligadas à guerra. O termo marcial vem do deus Marte, deus da guerra para os romanos.
Já a Capoeira por ser conhecida como luta e até mesmo arte marcial tem diversas interpretações. Pode ser vista como dança, folclore, jogo, mas sem dúvida sua maior e mais expressiva representação é a de luta, pois seus movimentos são tipicamente de ataque e defesa.
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As modalidades de lutas e artes marciais são diferenciadas pelo seu conjunto de movimentos de luta. O Judô utiliza movimentos de agarrar, torcer, desequilibrar e imobilizar o oponente, mas também há o jogo do judô, em que o professor aplica de forma lúdica seja no ambiente escola ou na academia o objetivo é o mesmo, aquisição de habilidades motoras, psicomotoras e sócio afetivas ou outras o que vai nortear será o objetivo da aula.
Portanto a grande diferença entre as lutas e a arte marcial na escola seria que não existem técnicas pré-estabelecidas. O professor aplica a atividade de forma lúdica e o aluno vai lutando e desenvolvendo, para atingirmos o objetivo da criança, para que seja um indivíduo ativo, e que possa alcançar o aperfeiçoamento do desenvolvimento cognitivo, psicomotor e sócio-afetivo. Outra grande diferença entre as lutas escolares e as artes marciais é que o resultado do combate não tem grande relevância. Portanto nesse contexto o karatê se apresenta com uma ferramenta didática nas aulas de educação física.
Mais uma característica que difere as duas práticas lutas e arte marcial, é que nas atividades escolares os golpes contudentes devem ser abolidos. Entende-se como golpes contudentes os movimentos de impacto como os socos e pontapés, por exemplo.
E o mais importante é perceber o quanto e como as lutas e artes marciais estão presentes em nossa sociedade atualmente, os meios e as formas pelas quais chegam até nós. Podemos passar quase desapercebidos das suas manifestações, esquecendo que são parte da cultura do movimento humano, historicamente produzidas e enriquecidas com a cultura dos seus povos de origem.
1.1 Filosofia do Karatê
Arte marcial é um termo mais abrangente, utilizado para definir um conjunto de conhecimentos com finalidade de combate entre guerreiros ou militares. É uma forma de lutar que foi aprimorada visando melhor desempenho contra um adversário. As artes marciais não compreendem somente um apanhado de técnicas (golpes com as mãos, pés, etc.), mas também um conjunto
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de filosofias e tradições de combate. Outra característica é que as artes marciais foram praticadas de forma restrita entre familiares ou ensinada para poucos discípulos.
Atualmente entre nós, as artes marciais são praticadas principalmente como esporte, método de autodefesa, exercício de condicionamento físico e, até mesmo, mecanismo de desenvolvimento espiritual. No contexto cultura do movimento, um iniciante tem a oportunidade de aprender algumas informações e desenvolver habilidades, típicas da modalidade escolhida. Esses conhecimentos variam, mas existem conceitos filosóficos nas artes marciais e esportes de lutas que são igual independente da modalidade escolhida pelo aluno.
A filosofia do Karatê é focada na formação de um ser mais crítico e forte para enfrentar os desafios que todas as pessoas encontram em seu dia a dia. Como forma de manter e melhorar a saúde o Karatê também tem seus benefícios: a prática regular da modalidade que proporciona o desenvolvimento da saúde física e mental, como modalidade esportiva os eventos têm como propósito, determinar as habilidades dos atletas, sem valorizar somente as competições e resultados, esta prática contraria a filosofia da modalidade, onde o desenvolvimento do caráter através do treinamento é o objetivo principal.
O karatê colabora para a formação integral do homem, atuando principalmente sobre a formação da personalidade. Sua prática correta desenvolve: agilidade, percepção, raciocínio rápido e correto, boa postura, concentração, responsabilidade, disciplina, liderança, força de vontade, determinação, respeito mútuo, socialização, prevenção e manutenção da saúde, estabilidade emocional, independência, autoconfiança, resistência, espiritualidade, etc.
Portanto percebe-se a partir do projeto de pesquisa que o karatê envolvido nas atividades escolares mais precisamente nas aulas de educação física exerce uma forte contribuição enquanto elemento da cultura corporal nos processos cognitivos, psicomotores e sócio-afetivo. Pois notou-se após aplicação do projeto as crianças envolvidas nas oficinas com atividades com o conteúdo nas lutas do karatê mesmo com o pouco tempo obtiveram um significativo aperfeiçoamento nos mencionado processos. Ficou claro para o corpo pedagógico da Instituição em que o projeto de pesquisa fora aplicado que houve
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um relativo rendimento escolar nessas crianças e que passaram a respeitar mais seus semelhantes, ficando evidente que a luta do karatê contribuiu na socialização desses indivíduos.
Então a luta do karatê não pode, ser visto apenas como esporte ou uma brincadeira de chutes e socos. Essa visão distorcida do karatê só colabora para a elevação do índice de acidentes. Sua prática correta perpassa esses aspectos atingindo o desenvolvimento global da criança, colaborando com outras disciplinas na escola exigindo uma visão mais ampla do ser humano em todas as suas dimensões. E do profissional da educação de educação física espera-se que transmita corretamente o significado sem incorrer nos conceitos populares ou adquiridos de fontes sensacionalistas, como o cinema.
O Karatê independente do contexto que se encontre seja arte marcial, esporte ou esporte-arte, ou modo de vida, é fundamentado nos princípios do respeito mútuo e equilíbrio corpo mente, de forma a buscar o caráter e harmonia no convívio social procurando sempre a correção dos erros numa visão de auto-estima e respeito ao próximo. Mesmo com a prática de apenas uma modalidade, ocorrerá a aproximação do aluno com o universo das lutas, devido às oportunidades de novas vivencias, e o professor fomentando a discussão sobre as demais formas de luta. Oportunizando ao educando, desenvolver uma compreensão correta e não preconceituosa quanto às artes marciais.
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CAPÍTULO III
O Karatê enquanto elemento da Cultura Corporal nas aulas de Educação Física.
Consoante sua contribuição e relevância social no contexto do desenvolvimento educacional, hoje as lutas do karatê se apresentam como uma possível ferramenta a serem utilizadas nos conteúdos na área de Educação Física Escolar. Portanto pressupõe-se nos acontecimentos esportivos de lutas, como: Karatê, Judô, Boxe, Capoeira e outros, despertam nos alunos a expectativa de desenvolver a criatividade e a curiosidade e perspectiva de apreciar e vivenciar esta modalidade esportiva. Mas elas são negligenciadas nas aulas de Educação Física. E para Coletivo De Autores (1992, p.30-31) sua aplicação nas escolas deve ser ampliada e adequada às condições sócio-econômicas, regionalização, cultura e necessidades do aluno. Constituindo-se uma "Cultura Corporal" ampla, acessível e praticável.
O início precoce da prática de atividade física é encarado, nas sociedades desenvolvidas, como um fator promotor de saúde. Para além de permitir um crescimento e desenvolvimento equilibrado sob o ponto de vista físico, tem ainda um importante componente o pedagógico e social.
A escola por ser um ambiente favorável para esta área do conhecimento não do senso comum da idéia fragmentada e subjetiva, mas do bom senso. Os Parâmetros Curriculares Nacionais descreve: o desenvolvimento de uma prática pessoal e a capacidade para interferir na comunidade, seja na manutenção ou na construção de espaços de participação em atividades culturais, como jogos, esportes, lutas, ginásticas e danças, com finalidades de lazer, expressão de sentimentos, afetos e emoções. Ressignificar esses elementos da cultura e construí-los coletivamente é uma proposta de participação constante e responsável na sociedade. (BRASIL 1998, p. 15)
Para Funakoshi o karatê deve estar incluso nas atividades escolares, pois assim, como o ajudou na sua infância e no período em que estava estudando na escola primária a superar as suas deficiências físicas por ser uma criança frágil e
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doente, se dedicou ao karatê de "mente e corpo, alma e coração" (FUNAKOSHI, 1975).
Breda (2010) ainda destaca sobre a sistematização de aulas ao tratar do esporte. Segundo Paes (2002) apud Breda (2010), "aponta a necessidade de atenção quanto a dois referenciais: o metodológico e o socioeducativo".O autor ainda cita que:
O referencial socioeducativo, por sua vez, relaciona-se aos seguintes objetivos:
· Promover a discussão de princípios, valores e modos de comportamento;
· Propor a troca de papéis (colocar-se no lugar do outro);
· Promover a participação, inclusão, diversificação, a co-educação e a autonomia;
· Estabelecer um ambiente favorável para o desenvolvimento de relações intrapessoais e interpessoais (coletivas);
· Estabelecer relações entre o que acontece na aula de esportes com a vida em comunidade. (BREDA, 2010, p. 54)
Mas atualmente o que nota-se no ensino fundamental II de Itabuna ? Bahia, que em algumas Instituições de ensino que por falta de profissionais qualificados ou de professores que não se sentem aptos para os ensinamentos abrangendo o conteúdo lutas com um todo ou mesmo aqueles que não interessante tal conteúdo. Mas será preciso um professor ser formado em uma arte marcial para aplicá-las nas aulas de Educação Física? Ou esse profissional de Educação Física devem buscar ferramentas para aplicar na sua aula propondo ao aluno uma vivência ampla trabalhando todas as possibilidades em todos os aspectos, proporcionando a cultura corporal da criança também através do Karatê Shotokan.
Segundo OLIVEIRA (2004) "Um baixo nível de expectativa faz com que a sociedade perceba o professor de Educação Física simplesmente como um agente de "instrução física". Para os professores que atuam na área, ficam estabelecidos padrões que acabam constituindo pré-requisitos para o exercício da profissão. Tudo isto contribui para o desvirtuamento do perfil daquele que se utiliza das atividades físicas como elemento da Educação.
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Com o esclarecimento de Oliveira (2004) percebe-se que alguns professores são meros passadores de conhecimentos, aquele em que coloca seus alunos em uma quadra com uma bola e apenas assiste ao jogo de futebol (baba) e delega alguém entre seus discente para ditar as regras, não aquele professor-educador, que vivencia com seu alunos o conhecimento, que participa das experiências educacionais juntamente com seus alunos.
Porquanto com o karatê esta realidade tende a mudar, pois para se ministrar atividades envolvendo o karatê como elementos das lutas o professor terá que vivenciar essa possibilidade juntamente com seus alunos da mesma forma que acontece com ouras modalidades de lutas como a "capoeira, judô".
O Karatê enquanto cultura de movimento está ligada ao movimento corporal do homem, já no contexto filosófico busca seu reconhecimento e sua importância nas escolas mais precisamente nas aulas de Educação Física, seguindo como parâmetro seu lema "esforçar-se para formação do caráter, fidelidade com o verdadeiro caminho da razão, criando o espírito de esforço, e contendo o espírito de agressão". Segundo Funakoshi (1975) "o Karatê-Dô não é apenas um esporte que ensina a bater e dar ponta pés; é também uma defesa contra a doença e as moléstias".
SASAKI, (1978) diz:
O mais importante acontecimento do karatê moderno foi quando ele se transformou de arte marcial em esporte através das adaptações que sofreu, possibilitando aos seus praticantes saúde e bem-estar, pois com isso ele pretendia com seu método de luta, que visava à educação física como forma de defesa pessoal, e posteriormente como meio de vida e estando diretamente aliada à filosofia dos samurais e com base científica formar os estudantes de primeiro e segundo graus, em homens de caráter e espírito forte ajudando na sua formação como cidadãos.
Diante do exposto esta pesquisa visa como objetivo contribuir no desenvolvimento das crianças nas aulas de Educação Física contribuindo para uma visão holística ao profissional de Educação Física, propondo de contra partida um discurso no poder público e instituição escolar sobre o tema, pelo fato
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de que as lutas fazem parte dos conteúdos da educação física a serem ministradas nas aulas dessa disciplina, seja na educação infantil, no ensino fundamental ou no ensino superior. Pois se sabe que o karatê contribui para o ser humano na aquisição de qualidades como coordenação motora, atividade anaeróbica e aeróbica, eleva a auto-estima, autocontrole, concentração e motivação, tendo uma filosofia voltada para o bem, um código de honra que contém os lema já mencionado anteriormente conhecido como "Dojo Kun" em que se baseia a razão, caráter, esforço, evitar a violência e manter o respeito.
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CAPÍTULO IV
Procedimentos Metodológicos
De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais - PCN's o conteúdo lutas como parte da grade curricular da disciplina de Educação Física, no entanto raramente chegam a ser incluídas no planejamento escolar do professor, os motivos são diversos, desde o preconceito ocasionado por rótulos, estereótipos indo até falta de conhecimento sobre a elaboração de uma aula de luta no contexto escolar. Preocupado com tal fato, objetivei demonstrar com este trabalho, através de pesquisa de campo e bibliográfica, como a modalidade karatê-dô pode estar sendo aplicada na Educação Física escolar, pelo fato do mesmo constituir um elemento formativo e adequado ao desenvolvimento de um ser humano crítico, e uma significativa base motora, devido à diversificação de movimentos que é exigida em sua prática.
Inicialmente, abordo o histórico para que se possa compreender o contexto socio-cultural dessa arte marcial dentro do contexto lutas, sua evolução e importância dentro da sociedade. Procuro ainda fazer levantamentos referentes, componentes fisiológicos, psicológicos, filosóficos e morais. Finalizando com argumentação do karatê como uma proposta didática nas aulas de educação física compondo a grade curricular conforme preconiza os PCN's.
Considerando que a metodologia de pesquisa utilizada foi do tipo qualitativa descritiva, baseando-se na revisão de literatura e também na pesquisa de campo. Buscou-se realizar investigar em cinco colégios da rede pública de Itabuna ?Bahia se o conteúdo da pesquisa era aplicado nas aulas de educação física. E logo após esse levantamento surgiu a oportunidade de aplicar o conteúdo da pesquisa no Colégio X (nome fictício) juntamente com a parceria de uma instituição desportiva Associação Mente e Corpo de Karatê Shotokan para 22 alunos do ensino fundamental II. Considerando a pesquisa utilizada foi de campo que segundo Gil (1999) e aquela em que o mesmo objeto de estudo serve como fonte de informação para o pesquisador, consiste na observação direta e ao vivo de coisas, comportamento
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de pessoas, circunstância em que ocorrem certos fatos, por determina a maneira de obter aos dados. O caráter da pesquisa de campo foi exploratório para um estudo preliminar do principal objetivo da pesquisa que foi realizada.
Segundo Gil, (2002) pode-se definir pesquisa como procedimento racional e sistemático que tem como objetivo proporcionar respostas aos problemas que são propostos. Portanto a abordagem desse trabalho será de enfoque qualitativo, quanto ao tipo de estudo utilizado em uma metodologia descritiva, respaldada em pesquisa bibliográfica analisando a luta do karatê como elemento da cultura corporal nas aulas de educação física. Verificou-se através de pesquisa de campo a realidade dos fatos para contestar os conceitos vistos e apresentados e/ou refletir sobre os problemas levantados. Observou-se o comportamento, conhecimentos e concepções dos profissionais de Educação Física acerca da pratica das lutas, das artes marciais, como uma possível ferramenta didático metodológica nas aulas de Educação Física Escolar, e como estes profissionais idealizam esta realidade no ambiente escolar. Foi realizada entrevista informal com questionamentos fechado com profissionais da rede de ensino público e privado abrangendo o tema ? problema.
Neste contexto BARROS (1990) coloca "como a práxis, o conhecimento é uma atividade teórico-prática e/ou prático-teórica, já que a teoria orienta a ação e a prática estrutura e/ou realimenta a teoria.
No entanto para execução da pesquisa aplicou-se o conteúdo karatê durante oito aulas de educação física do ensino fundamental II no Colégio X (nome fictício), juntamente com o professor da Instituição Parceira da cidade de Itabuna - Bahia, respeitando a individualidade de cada um dos 22 alunos, buscando através do conteúdo ferramentas para motivar os alunos as participarem das atividades propostas. Após as práticas, depois de um determinado tempo foi realizado uma entrevista com a coordenadora pedagógica do Colégio X (nome fictício), acerca das mudanças cognitivas, fisiológicas e sócio-afetivas nos alunos que participaram das oficinas, obtendo um resultado positivo em todos os aspectos argüidos. Segundo GIL (2002) a entrevista é a que apresenta maior flexibilidade. Tanto é que pode assumir as mais diversas formas. Logo, percebe-se que este tipo de técnica aplicada em uma pesquisa pode ser
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informal ou formal, assumindo uma característica mais estruturada, apresentando resultado. Permitindo vislumbrar novos caminhos ao karatê e as aulas de educação física.
Considerando que a pesquisa é de caráter exploratório e ação e tendo como objetivo analisar e observar, proporcionando uma visão mais ampla a cerca do tema pesquisado.
A análise qualitativa teve por escolha investigar respaldado na revisão da literatura relacionando-a com a realidade encontrada contrapondo com o conjunto de valores, conceitos, crenças e atitudes. Portanto dando a condição de delinear a pesquisa classificando-a como pesquisa exploratória e ação. GIL, (2005) colocar que "a pesquisa-ação tem sido objeto de bastante controvérsia. Em virtude de exigir o envolvimento ativo do pesquisador e a ação por parte das pessoas ou grupos envolvidos no problema". O autor ainda cita que a despeito, porém, dessas criticas, vem sendo reconhecida como muito útil, sobretudo por pesquisadores identificados por ideologias "reformistas" e "participativas".
Entretanto é notório que se faz necessário expor alguns pontos e questioná-los como os já mencionados anteriormente com as seguinte indagações:
· Quais as estratégias pedagógicas se utilizarão nas aulas envolvendo o karatê como elemento das lutas nas aulas de educação física escolar?
· O conhecimento dos Parâmetros Curriculares nacionais da educação física abrangendo os conteúdos lutas pelo professor?
· Aplica o conteúdo lutas nas aulas?
· Como ele aplica este conteúdo no ensino fundamental II ?
· Se aplica o conteúdo lutas, quais as estratégias utilizadas nas aulas que envolvem esse tema?
· Qual a concepção os professores sobre o conteúdo lutas e o karatê como elemento das lutas nas aulas de educação física?
· Qual a concepção dos professores das artes marciais relacionadas as lutas no contexto violência?
Na primeira fase no período do maio a junho no ano de 2010, aplicou o projeto com oficinas abordando o conteúdo lutas aplicando o karatê para uma
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turma mista de 22 alunos com idade de 11 aos 14 anos do Colégio X (nome fictício) com parceria da Associação Mente e Corpo de Karatê Shotokan.
Na segunda fase da pesquisa, iniciaram-se os procedimentos para a análise e discussão dos dados obtidos na pesquisa por meio da entrevista. Por ser uma pesquisa que envolveu ser humano, foram tomados cuidados éticos necessários, para que a identidade, a integridade e todas as opiniões expressadas pelo sujeito, fossem preservadas.
Na terceira fase já em posse do material registrado na entrevista, procederam-se as seguintes etapas: Transcrição das respostas proferidas pela entrevista e realização de leituras. Em seguida foi feita a análise e discussão dos dados coletados, que se deu à luz dos referenciais teóricos que fundamentaram este trabalho de conclusão de curso e que contribuiu para as considerações finais. Acredito que os resultados dessa pesquisa serão de grande valor para todos os profissionais da área de Educação Física, que se sentirem motivados a conhecer melhor sobre o Karatê, em conseqüência aprimorar sua prática pedagógica, abrangendo o conteúdo lutas nas aulas de educação física. Os dados desse trabalho serão divulgados possivelmente, por meio de apresentação de trabalhos.
As informações coletadas durante a pesquisa favoreceram as considerações finais sobre o objeto de estudo, comprovando que o karatê como elemento das lutas contribui no desenvolvimento da criança atingindo todos os aspectos no seu crescimento intelectual, físico e social.
1.1 Analise da Pesquisa
Em nossa experiência escolar, nunca verificamos sinal de violência nas aulas de lutas. Para os alunos estava tão claro que aquele era um momento mais de um jogo de força, habilidades motoras e inteligência onde cabiam até estratégias complexas para vencer, e que o lado violência com brigas e xingamentos nunca se fizeram presente.
Refletindo sobre esse fato, imaginei inclusive que a violência não está somente em gestos corporais. Ela pode se apresentar verbalmente ou com gastos
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sutis como um olhar de desprezo ou superioridade. Assim a violência é mais uma intenção, um estado de espírito que pode ou não se apresentar por gestos corporais relacionados com a motricidade grossa como um soco ou pontapé.
Por mais embate que se presenciasse, por mais vontade de vencer, por mais força que um aluno depreendesse para ganhar, nunca verificamos um gesto de violência, nos alunos que participaram nas oficinas do projeto de pesquisa.
Outro aspecto interessante foi que nossas atividades de lutas nunca foram contestadas por qualquer diretora ou orientadora. Parece que conseguíamos expressar prazer, disputa saudável, companheirismo e camaradagem nas mais disputadas contendas.
Nessa oficina além de praticar o karatê tradicional traduzindo de forma conceitual, atitudinal, oferecemos várias formas de lutas escolares onde os participantes além de apreciarem as "modalidades" oferecidas, foram convidados a sugerir variações daquelas oferecidas, assim como outras diferentes que já conheçam.
Acredito que o mais importante nessa metodologia foi mostrar que os professores devem "abrir espaço" para que os alunos troquem suas experiências e que percebam que uns podem contribuir para a construção do conhecimento do outro.
O educador que trabalha com atividades físicas escolares deve valorizar o conhecimento, a bagagem cultural que os alunos já trazem da vida extra-escolar, mas deve também interferir no processo sendo um mediador, como por exemplo, na forma de escolher equipes, manter em alta a motivação dos alunos entre outras, seja de luta ou qualquer outra atividade.
Através das entrevistas se pode constatar que os profissionais de educação física tem conhecimento do que preconiza os Parâmetros Curriculares Nacionais - PCN?s, porém, nas escolas que foram visitadas os professores não aplicam este conteúdo pelo fato de não habilidades em qualquer tipo de esporte de luta, e apenas uma escola trabalha a capoeira em determinada época do ano letivo, da seguinte forma o professor na data comemorativa do folclore brasileiro, demonstra a história da capoeira, depois convida um grupo de capoeira que se apresenta para os alunos realizando uma roda de capoeira. Já nas demais escolas visitadas ficaram evidenciadas que a falta de espaço é um aspecto que
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desmotiva a pratica das lutas, e um dos motivos enfatizado pelos entrevistados quanto a necessidade de aprender esta arte esta no como se defender, seja um reflexo da violência da qual a própria sociedade é agente e vítima ao mesmo tempo. Após a execução do projeto de pesquisa na Escola escolhida pelo pesquisado, em entrevista informal com a Coordenadora Pedagógica, no qual foi passando um questionário fechado para ela. Em seus depoimentos ela coloca que "a pratica do karatê nas aulas atingiu um resultado importantíssimo para nós, pois aos alunos que eram tidos como alunos problemas seu comportamento em relação agressividade mudou totalmente, e o desempenho escolar houve uma mudança satisfatória, ela percebeu que o karatê e a didática do professor nas aulas, onde ele trabalhou muito a importância da disciplina que é inerente ao karatê, e a questão da violência foram fatores primordiais no desempenho e mudanças de comportamento do alunos que participaram das oficinas mesmo em tão pouco tempo".
Portanto notou-se que a disciplina imposta ao grupo no sentido de imitar ? sob o nome de equipe ? buscava ritmar o trabalho do grupo. Vale dizer, que essa disciplina observada possui o caráter de organização. O poder que se dilui na organização era aceito de forma que o entendimento do mesmo coexistisse com a idéia de necessidade para o "bom andamento da turma". O ensino do karatê-esporte ou do karatê-arte em sua ação prática, utiliza a teoria do ensino-aprendizagem comportamentalista, na medida em que todo trabalho é realizado, orientado pelo professor que dita as "regras do jogo".
Diante do exposto percebe-se que o karatê exerce forte influência na formação do caráter, contribuindo no desenvolvimento dos processos, cognitivos, motores e socio-afetivo. De modo geral, o que se observa na prática cotidiana da luta do Karatê é uma tendência geral de ensino que se caracteriza pala uniformização dos movimentos corporais. A mínima variação dos movimentos feitos por qualquer aluno ou grupo é sempre corrigida a tempo, para que todos executem, simultaneamente, e de forma "perfeita" o mesmo movimento. Pois o Karatê-dô na escola enquanto prática educacional é uma excelente atividade de socialização e promoção de saber.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ficou argumentado pelo entrevistado que o objeto da pesquisa quanto a sua pratica é viável, possível na escola enquanto prática educacional. Por apresentar-se como uma atividade trabalhada através de objetivos, conteúdos, métodos, oportunizando experiências ou vivências corporais colaborando para a formação do aluno enquanto cidadão-crítico.
Considerando a atitude de valorização dos administradores escolares e dos alunos para com as atividades pedagógicas, consideradas de caráter intelectual e que exigem, também, um conceito valorativo quantitativo que expressa a razão do saber adquirido que é indiscutível, em detrimento às atividades esportivas, que são consideradas importante para o desenvolvimento motor do aluno.
Concluindo que o professor precisa ensinar com responsabilidade, entusiasmo e eficácia proporcionando nos alunos anseios pelo construir sozinho o conhecimento, gerando seu próprio aprendizado. Ou seja, o verdadeiro papel do professor é aquele que ensina a "pescar", não pesca pelo aluno, apenas o ensina como deve fazer para que ele mesmo o faça, tornando verdadeiramente um mediador do saber. Tendo o aluno seu próprio mérito no processo de ensino-aprendizado, na aquisição do conhecimento.
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ANEXO
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PESQUISA DE CAMPO
Entrevista fechada realizado como Objeto Exploratório no projeto de pesquisa
1 Aplica o conteúdo lutas nas aulas de Educação Física ?
2 Se aplica o conteúdo lutas, quais as estratégias utilizadas nas aulas que envolvem esse tema?
3 O conhecimento dos Parâmetros Curriculares nacionais da educação física abrangendo os conteúdos lutas pelo professor?
4 Como você professor de Educação Física aplica este conteúdo no ensino fundamental II ?
5 Qual a concepção a concepção do professor colaborador sobre o conteúdo lutas e o karatê como elemento das lutas nas aulas de educação física?
6 Qual a concepção do professor colaborador das artes marciais relacionadas as lutas no contexto violência ?
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REFERÊNCIAS
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XAVIER, Lauro Pires Filho, Jeane Rodella Assunção et al. Educação Física (Saiba Mais 2) Rio de Janeiro: Âmbito Cultural Edições Ltda. 2005.
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FOLHA DE APROVAÇÃO
Nome da Instituição: Faculdade de Educação Física Montenegro
Título do Trabalho de Conclusão de Curso: Karatê uma Ferramenta Didático Metodológica nas Aulas de Educação Física do Ensino Fundamental II
Autor: Jackson Vieira dos Santos
Data da entrega: 06/12/2010
Avaliado por:____________________________________________ ________________________________________________________________________________________________________________
Conceito:_______________________________________________ _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
Autor: Jackson Vieira


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