O BRASIL PARECE NÃO SER UM PAÍS SÉRIO



O BRASIL PARECE NÃO SER UM PAÍS SÉRIO


Eduardo Veronese da Silva


Nesses anos, vários movimentos grevistas foram realizados na Grande Vitória, entre eles, destacam-se o realizado pela categoria de vigilantes patrimoniais e os motoristas de transportes coletivos. Os primeiros complicaram a vida da população limitando o acesso as agências bancárias. Exigiam, entre outros, o aumento de 15% (quinze por cento) de salário. Após muitas reuniões sindicais e não havendo acordo, foi necessária a intervenção judicial através de dissídio coletivo, para se chegar a 8% ou 10% de aumento.
O segundo transformou-se em noticiário nacional. Houve depredação e queima de ônibus, pessoas feridas e impedidas de seguir viagem. Entre as exigências, destaca-se o pedido de 30% de aumento salarial.
Por determinação da justiça 50% da frota de ônibus circularam e foi o suficiente para tumultuar o dia a dia do povo capixaba. Salvo engano, chegaram ao acordo na concessão de 10% de aumento. Vários motivos foram alegados para o não atendimento da reivindicação inicial.
Chama-se a atenção para um conflito antigo sobre questão salarial, que volta a tona todo final de ano - o salário mínimo. Depois que José Serra enfatizou na campanha, que elevaria o salário mínimo para R$ 600,00 (seiscentos reais), parece ter sido o condimento necessário para apimentar a discussão.
Presume-se que o trabalhador assalariado espera que esse aumento seja confirmado pelo governo, mesmo Serra não tendo sido eleito. Entretanto, o que se veicula na imprensa e nos bastidores, é que o percentual de aumento do salário mínimo não ultrapassará a casa de 6% (seis por cento).
O Ministro do Planejamento Paulo Renato, voltou a defender que o salário passe para R$ 540,00 (quinhentos e quarenta reais). Segundo ele, "não há razão para aumentar a proposta [...], esse não é o melhor momento para criar mais despesas. [...]. A partir de agora é um momento politicamente ruim para aumentar o salário mínimo. Teremos um esforço de controlar a inflação e a receita do governo não está crescendo na mesma proporção que a economia. [...], o governo precisa ser responsável e conservador". (grifo nosso)
Os parlamentares se esquecem que o trabalhador não tem nenhum outro benefício para recorrer, como é o caso deles (auxílio para correspondência, moradia, telefone, verbas de representação etc.). Lembrando que muitos usufruem de outros benefícios obtidos de forma ilegítima (desvios de verbas etc.).
O argumento apresentado pelo Ministro é seguido por várias autoridades políticas e públicas do País, defendendo que aumentaria a receita governamental e que seria impraticável para 2011.
É oportuno perguntar: Será que o momento é politicamente favorável para a aprovação do aumento salarial dos Ministros, dos Parlamentares e do Presidente da República? Como se trata de cuidar do próprio umbigo, parece que sim.
Miriam Leitão escreveu sobre o assunto, trazendo a seguinte afirmação: "Um congresso que não consegue ter um relator para o Orçamento aprova um aumento de 62% para parlamentares e de 130% para ministros e presidente da República [...]. Os deputados aprovaram um decreto legislativo legislando em causa própria, dos ministros, da próxima presidente e, indiretamente, para deputados estaduais do País todo. No mesmo dia, numa agilidade desconhecida em outras matérias, o Senado também aprovou o projeto".
Parece que o conservadorismo e a responsabilidade do governo só é aplicada para a população pobre do Brasil. Não precisa ser economista para entender que: "pimenta nos olhos dos outros é refresco".


EDUARDO VERONESE DA SILVA
Licenciatura em Educação Física ? UFES
Bacharel em Direito ? FABAVI/ES
Especialista em Direito Militar ? UCB/RJ
Subtenente da PMES
Email. [email protected]

Autor: Eduardo Veronese Da Silva


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