VALORES FORMATIVOS DA SOCIEDADE BRASILEIRA: ÉTICA E MORAL



VALORES FORMATIVOS DA SOCIEDADE BRASILEIRA: ÉTICA E MORAL


Falar de ética, moral, verdade, preconceito, valores, não é tarefa fácil, sendo que atualmente nossa sociedade passa por uma crise de valores, uma massificação de culturas, onde muitas sociedades acabam perdendo sua identidade originaria. Na sociedade atual, conceitos importantes como, ética, moral e valores, já não possuem os mesmos significados que antigamente.
Porém, a moral e a ética são dois termos usados com muita freqüência em nosso cotidiano. O significado da palavra moral vem do latim (costume) e é um conjunto de regras, costumes e valores de condutas específicos de uma sociedade, sendo que é imprescindível que fique claro que um ato que é amoral para uma sociedade, poderá não ser para outra, porque moral varia de cultura para cultura. Daí, é impossível falar de valores, ética e moral sem incluirmos a verdade. Mas o que é verdade?
A palavra verdade deriva do latim (exatidão/realidade). Partindo dessa origem, podemos conceituar verdade como uma adequação do intelecto ao real ou uma propriedade dos juízos, que podem ser verdadeiros ou falsos, dependendo da correspondência entre o que afirmam ou negam a realidade de que falam.
Nesse contexto, qual seria o papel da escola no que diz respeito á ética, a moral e a verdade. É relevante o papel da escola na formação de cidadão, da busca e retomada de valores, conscientização da formação do indivíduo ético, justo, critico e construtivista. Sabemos que a escola é a continuação do amadurecimento cultural da sociedade, porém, é necessário certo cuidado, para não empregar ideologias utópicas, comprometendo a formação ética do cidadão, desviando a sua moral perante a sociedade já que nem sempre o que é amoral para a escola será amoral para todas as sociedades.
Portanto, não podemos ética com moral, pois a ética não cria a moral por não estabelecer normas de comportamento dos grupos humanos. Daí, toda cultura estabelece uma moral. Mas é relevante questionarmos: O que é de fato a ética?
A palavra ética é de origem grega (ethos) que significa costumes, e deve ser entendida como um conjunto de princípios básicos que visa, disciplinar e regular os costumes, a moral e a conduta das pessoas. No sentido restrito, a ética é utilizada para conceituar deveres e estabelecer regras de conceitos diferenciados.
Os conceitos éticos são extraídos das experiências e do conhecimento da humanidade, e portanto temos pelo menos cinco teorias a respeito dos conceitos éticos das sociedades. Temos a teoria fundamentalista que propõe que os conceitos éticos sejam obtidos de uma fonte externa ao ser humano, a qual pode ser um livro (como por exemplo, a bíblia); a teoria do utilitarismo que baseia-se, principalmente, nas idéias de Jeremy BENTHAM(1748-1832) e John Stuart MILL (18006-1873) que propõe que o conceito ético seja elaborado com base no critério do maior bem para a sociedade como um todo; a teoria do dever ético, definida por Emanuel Kant (1724- 1804), que propõe que o conceito ético seja extraído do fato de que cada um deve se comportar de acordo com princípios universais.
Além dessas teorias já mencionadas temos a teoria contratualista, onde prega que os conceitos éticos seriam extraídos das regras morais que conduzissem a perpetuação da sociedade, de paz, e harmonia do grupo social, e a teoria do relativismo, que segundo esta cada pessoa deveria decidir sobre o que é ou não ético, com base nas suas próprias convicções e na sua própria concepção sobre o bem ou mal.
Partindo desse contexto, vemos que as palavras, ética e moral referem-se à conduta humana originada pelos costumes, possuindo por tanto significados semelhantes.
Perante as sociedades do último século, a ética tem lidado com análise do significado da linguagem moral abordando, por exemplo, as relações entre as afirmações morais e expressão de atitudes emocionais.
Em nossa sociedade fala-se muito em problemas morais, códigos morais, consciência moral. Mais o que vem a ser moral? A moral é um fato real que encontramos em todas as sociedades, isto é, um conjunto de normas a saber que se transmitem de geração em geração, evoluem ao longos dos tempos e possuem fortes diferenças com respeitos às normas de outra sociedade e de outras época histórica.
Sabemos que na sociedade brasileira nem sempre nos deparamos com atos éticos e morais. Tivemos uma formação ética muito miscigenada, o que não justifica a crise de valores que vivenciamos atualmente, onde o homem usado, manipulado, para favorecimento de pequenos grupos sociais denominados de elite.
Com isso, ainda prevalece uma sociedade preconceituosa, que sofre também com a crise da verdade, por grandes parcelas da população não ter um caráter personalizado, o que vem ater os desvios de condutas, os atos antiéticos "o jeitinho brasileiro", onde tudo poderá ser manipulado, subornado atropelado.
Precisamos sim, refletir sobre os valores que formam nossa sociedade, onde a nova Constituição brasileira de 05 de outubro de 1988, diz que "todos os homens são iguais perante a lei", o que na prática quase não acontece.
Nas versões mais modernas, como a Declaração Universal dos Direitos do Homem estabelecida pela ONU em 1948, diz que a maior dificuldade atual não é o reconhecimento dos direitos mais a sua conversação em realidade atual não é o reconhecimento dos direitos mais a sua conversão em realidade prática, que é o maior problema que a sociedade vivencia, que é ter leis que respeita os direitos dos cidadãos e descreve os deveres deles, porém, não são cumpridas, pois existem as flexibilidades que são feitas, que acabam por gerar uma crise de verdades e valores, que enlameiam o país perante as sociedades mundiais.
Portanto, temos consciência de que nem sempre o que é considerado um ato moral para uma sociedade, é também para outra. Assim sendo, na realidade brasileira está presente a falsa democracia, provocando a massificação da nossa cultura, deixando para trás valores importantes e verdades inexplicáveis.
Referencias Bibliográficas

HERKENHOFF, João Batista. Ética, educação e cidadania: São Paulo: Livraria do Advogado, 1996.
RIOS, Tereza Azevedo. Ética e competência. 3ª Ed. São Paulo: Cortez, 1995.






Autor: Reinaldo Pacheco


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