O ENFERMEIRO FRENTE AO ATENDIMENTO E INTERNAMENTO DOMICILIAR



Os cuidados mais intensivos à saúde podem ser realizados tanto no ambiente hospitalar quanto no ambiente domiciliar. Segundo Michaelis (2001) o termo hospitalar refere-se àquilo que é pertencente ou relativo ao hospital. O hospital é uma instituição cujo propósito fundamental é receber o ser humano e prestar cuidados visando restaurar ao máximo sua saúde. Para Michaelis (2001) o termo domiciliar refere-se ao domicílio e a tudo que se faz nele. A internação domiciliar, segundo Lacerda (1999) é a prestação de cuidados sistematizados de forma integral e contínua no domicílio, com supervisão e ação da equipe de saúde específica, personalizada, centrada na realidade do cliente, e envolve a família, podendo-se ou não usar equipamentos e materiais. Conforme Lopes (2003) internação domiciliar é o cuidado no domicílio de pacientes com problemas agudos ou egressos de hospitalização que exijam uma atenção mais intensa, mas que possam ser mantidos em casa, desde que disponham de equipamentos, medicamentos e acompanhamento diário pela equipe da UBS e da família que assume uma parte dos cuidados. Portanto, este atendimento não substitui o atendimento hospitalar. Este estudo trata-se de uma revisão bibliográfica e objetiva-se refletir sobre a importância do enfermeiro frente o atendimento e internamento domiciliar. Paskulin e Dias (2002) obtiveram em seu estudo a comparação do cuidado hospitalar com o domiciliar, no qual a maioria dos pacientes referiu ter preferência pelo cuidado domiciliar, por este conferir maior autonomia ao cliente e família, representar maior tranqüilidade, proporcionar proximidade da família, respeitar os hábitos, costumes e vontades do cliente, e pelo cliente não precisar esperar a sua vez para ser atendido. O domicílio pode ser considerado um local único para que o enfermeiro preste assistência, levando em conta os aspectos econômicos, sociais, afetivos, as questões históricas e as experiências culturais dos familiares. Diante disso, a prestação de serviços de saúde no domicílio é um retorno às raízes humanistas na atenção à saúde, pois o paciente é devolvido ao seu meio de convívio social e familiar, e o atendimento é realizado por uma equipe de saúde multiprofissional. Essa modalidade de assistência conta com a tecnologia moderna para os cuidados realizados, o que permite que suas vertentes, entre as quais se encontra a internação domiciliar, sejam retomadas e utilizadas amplamente e com sucesso, na assistência à saúde da população (DAL, 2001). Nesse sentido, entende-se que a prestação de serviços de saúde no domicílio significa mais do que fazer visitas ao domicílio. Significa prestar total assistência ao paciente podendo atuar na promoção, prevenção, recuperação e reabilitação da saúde do indivíduo, família e comunidade. Existem situações que precisam de maior atenção domiciliar devido às condições, dentre eles, paciente portador de doença crônica que apresente deficiência física; paciente em fase terminal; paciente idoso com dificuldade de locomoção e/ou que more sozinho; paciente egresso de hospital, que necessite de acompanhamento por alguma condição que o incapacite a comparecer à unidade de saúde; paciente com outros problemas de saúde incluindo doença mental, que determine dificuldades de locomoção ou adequação ao ambiente da unidade de saúde (LOPES 2003). Com base no exposto, o atendimento domiciliar é essencial para recuperar e promover a saúde. Diante disso, o enfermeiro pode acompanhar o indivíduo e sua família, educar e desenvolver a mudança de comportamento, e solicitar o auxílio de outros profissionais para a resolução de problemas e prevenção de doenças e agravos à saúde. Nesse sentido, o profissional enfermeiro no domicílio poderá ter uma maior compressão para adotar condutas e habilidades profissionais para prestar assistência de qualidade e desenvolver estratégias para atender as necessidades do paciente/família.

REFERÊNCIAS:
DAL BEM, L.W.; Home Care. Médicis 2001; (11): 14-15.

MICHAELIS; Michaelis: moderno dicionário da língua portuguesa. São Paulo: Melhoramentos; 2001.

LACERDA, M.R.; Internamento/cuidado domiciliar: uma experiência de sucesso. In: 51º Congresso Brasileiro de Enfermagem; 1999 out 15;
Florianópolis, Brasil. Florianópolis: ABEn ? Seção SC; 1999.

LOPES, C.J.M.; Manual de Assistência Domiciliar à Atenção Primária à Saúde. Porto Alegre, Serviço de Saúde Comunitária do Grupo Hospitalar Conceição, 2003.

PASKULIN, L.M.G.; DIAS, V.R.F.G.; Como é ser cuidado em casa: as percepções dos clientes. Rev Bras Enferm 2002; 55(2): 140-5.

Autor: Karen ઇ‍ઉ


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