A reunião de consolidação dos Bric no Brasil
Roberto Ramalho é Advogado, Relações Públicas e Jornalista
Na reunião realizada em Brasília, os líderes do Bric (Brasil, Rússia, Índia e China) alertaram no documento final de seu segundo encontro, que a recuperação da economia mundial ainda não está totalmente "sólida" e ainda continua vulnerável a "incertezas".
De acordo com a convicção de que boa parte da retomada do crescimento econômico desde o fim de 2009 se deveu a sua própria atuação, o Bric advertiu para a necessidade de preservação da agenda de reformas já decidida no âmbito do G-20 - grupo formado pelos países de maiores economias - e reivindicou uma presença mais consistente nas decisões mundiais.
Uma parte do documento final afirma o seguinte:
"Nós reconhecemos que os fundamentos da recuperação econômica mundial não estão ainda sólidos e que há incertezas remanescentes". E vão mais longe: "Nós apelamos a todos os Estados para fortalecerem a cooperação macroeconômica, recuperarem conjuntamente a segurança da economia global e perseguirem um forte, sustentável e equilibrado crescimento", ressaltaram os líderes do Bric no comunicado conjunto que encerrou a reunião de cúpula realizada em Brasília entre os dias 14 e 15 de abril.
No texto final do documento, os membros do Bric se comprometem ainda a manter os esforços nacionais que tornaram possível a recuperação de suas economias, em especial aquelas voltadas a impulsionar seus mercados domésticos e reiteraram medidas que adotaram, como a preservação de altos níveis de reservas e a expansão continuada das exportações, e indicaram a intenção de prosseguir nas negociações sobre o mecanismo de comércio em moedas locais.
Ainda na declaração conjunta, os líderes do Bric insistem na reforma do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial (Bird), que resulte no maior poder de voto das economias emergentes e em desenvolvimento.
Um fato histórico interessante ocorrido antes da criação dos Bric foi que nos anos 80, alguns países do 1º mundo como Os Estados Unidos, por exemplo, os chamavam de países "baleia", por seu território, população e complexidade dos problemas internos, cada qual uma categoria à parte, em busca de um modelo próprio.
Nos anos 90, quando era moda falar em blocos, discutia-se a possibilidade para esses países de integrar um bloco regional ou de seguir seu próprio caminho. O governo do presidente Bill Clinton chegou a cunhar a sigla BEM (Big Emerging Markets).
Mas nos anos 2000 a sigla pegou, e hoje ela é uma referência para os ensaios de governança financeira global, como o G20 bem como também para o FMI (Fundo Monetário Internacional).
Na reunião preparatória do dia 14 de abril, realizada na cidade do Rio de Janeiro, foram discutidos e analisadas pela primeira vez oportunidades de negócios e investimentos para setores de energia, tecnologia da informação, infraestrutura e agronegócio.
Atualmente essas são as principais características de cada país.
Categorias \ Países Brasil/ Rússia/Índia/China
Área
5º 1º 7º 3º / 4º (disputado)
População
5º 9º 2º 1º
PIB nominal
8º 11º 12º 3º
PIB (PPP)
9º 6º 4º 2º
Exportações
21º 11º 23º 1º
Importações
27º 17º 16º 3º
Balança comercial
47º 5º 169º 1º
Consumo de eletricidade
10º 3º 7º 2º
O termo Bric foi cunhado e usado pelo proeminentemente economista americano Jim O'Neill, chefe de pesquisa em economia global do grupo financeiro Goldman Sachs, em 2001.
Autor: Roberto Jorge Ramalho Cavalcanti
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