O mundo infantil na linha do tempo



O mundo infantil na linha do tempo


Na análise pontual e temporal da infância não incide a criança como um ícone histórico, cultural e social. A infância está na história com uma imagem a ser superada diante ao poder do vigor, da juvenilidade e da produtividade da vida adulta.

De forma cronológica, essa etapa da vida, traz embutida a impossibilidade de traduzir como a humanidade não concebeu que, em cada criança existe antes de tudo um ser sensível e inteligente, sujeito de direito: O direito de ser criança, de ser feliz, de pertencer as suas origens, de brincar e o direito pleno de ter direitos.( ECA,1990)
Distante vão os tempos, que eram domínio das famílias, contudo ainda não se pode aplaudir o devido e efetivo respeito, cuidados e apreço, que os pequeninos necessitam e merecem.
Portanto, não se justifica mais cultivar a prática educativa pela visão de criança como um ser "inculto, folha em branco, adultos mirim", muito menos, como uma estatística mundial enganosa ou uma camada social, associada a um sentimento de exclusão.
Conforme (ARROYO, 1994), não podemos nos esquecer, também, que infância é um conceito em permanente construção.
Só que este conceito nem sempre foi tratado assim. A configuração de infância, enquanto categoria social, segundo Áries (1981), começou a ser declarado e ganhou corpo entre o século XVIII e XIX.
Por meados dos séculos XII ao XVIII, relatos e escritos de determinados momentos do contexto histórico, favorece a compreensão no que dizia respeito ao entendimento das pessoas em relação às fases da infância.

[...] a primeira idade é a infância que planta os dentes, e essa idade começa quando nasce e dura até os sete anos, e nessa idade aquilo que nasce é chamado de infante (criança), que quer dizer não falante, pois nessa idade a pessoa não pode falar bem nem formar perfeitamente suas palavras [...] (ARIÈS, 1981, p. 36).

A criança não tinha lugar em evidência, isolada, não era merecedora de atenção. Sempre vista com desleixo, displicência como um elemento ingênuo, superficial, esquecia o adulto que ele foi criança um dia e, esse período seria curto e os anos se multiplicariam.
Aos sete anos de idade era caracterizado como um indivíduo amadurecido, reproduzindo as atitudes dos progenitores, assumindo funções e papéis sociais da geração adulta, aprendendo e praticando ofícios, com o intuito de engrossar o orçamento financeiro familiar.
A auto-imagem formada de criança se restringia somente aos momentos que demonstravam incapacidade de revelar pensamentos e sentimentos próprios, comportamentos de preferência, independência e responsabilidade, os quais necessitam serem dirigidos.
Lançando um olhar no passado, somos sabedores que os pequeninos foram marcados por inúmeros episódios negativos, os quais nos leva ao questionamento: A escola tem sido mediadora entre o novo saber e a vivência diária das crianças? Como as crianças estão sendo consideradas hoje? De que forma, os adultos que a cercam na educação infantil, olham para a infância? As rotinas pedagógicas têm valorizado o lúdico e as diferentes linguagens como meio de aprendizagem da primeira infância?



Autor: Graça Calomeno Klock


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