PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DE PACIENTES INTERNADOS COM PNEUMONIA EM UM HOSPITAL PÚBLICO DE SÃO DE LUÍS-MA



FACULDADE DE TECNOLOGIA DA AMAZÔNIA - FAZ
INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO CONTINUADA - ISEC
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM SAÚDE DA FAMÍLIA





CHARLES ADRIANO PEREIRA PINHEIRO







PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DE PACIENTES INTERNADOS COM PNEUMONIA EM UM HOSPITAL PÚBLICO DE SÃO DE LUÍS-MA



















São Luís
2010
CHARLES ADRIANO PEREIRA PINHEIRO






















PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DE PACIENTES INTERNADOS COM PNEUMONIA EM UM HOSPITAL PÚBLICO DE SÃO LUÍS-MA

Monografia apresentada ao Curso de Especialização em Saúde da Família do Instituto Superior de Educação Continuada/Faculdade de Tecnologia da Amazônia, para obtenção do título de Especialização em Saúde da Família.

Orientador: Profº. Msc. Omar Khayyam Duarte do Nascimento Moraes.














São Luís
2010
CHARLES ADRIANO PEREIRA PINHEIRO




PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DE PACIENTES INTERNADOS COM PNEUMONIA EM UM HOSPITAL PÚBLICO DE SÃO LUÍS-MA

Monografia apresentada ao Curso de Especialização em Saúde da Família do Instituto Superior de Educação Continuada/Faculdade de Tecnologia da Amazônia, para obtenção do título de Especialização em Saúde da Família.




Aprovada em:____/____/______.





BANCA EXAMINADORA




___________________________________________________________
Profº. Msc. Omar Khayyam Duarte do Nascimento Moraes (Orientador)
Instituto Superior de Educação Continuada
Faculdade de Tecnologia da Amazônia


___________________________________________________________
1º Examinador
Instituto Superior de Educação Continuada
Faculdade de Tecnologia da Amazônia


___________________________________________________________
2º Examinador
Instituto Superior de Educação Continuada
Faculdade de Tecnologia da Amazônia
















































Deus, por estar sempre em minha vida.


AGRADECIMENTOS

A Deus, acima de tudo, por ter-me concedido o dom da vida.
A meus pais por sempre estarem presentes na minha vida.
Aos queridos irmãos por sempre ter-me apoiado em toda minha carreira estudantil.
A minha esposa pelo incentivo na minha vida profissional.
Ao meu orientador Prof. e Mestre Omar Khayyam, por colaborar na orientação do trabalho cientifico apresentado.
Ao Prof. Ramiro Azevedo grato sou pela correção gramatical do texto.


























































"O segredo de estar bem no mundo não reside no lugar onde estamos, mas na direção para a qual estamos indo."

Oliver Wendell Holmes.
RESUMO

Trata a presente dissertação acadêmica da Pneumonia que acometeu pacientes em um Hospital Público em São Luís-MA (Brasil), tendo como período os meses de outubro e novembro do corrente ano. A pneumonia é uma doença infecciosa que envolve as vias aéreas terminais e os alvéolos pulmonares, causada por agentes infecciosos. Classifica-se em comunitária, atípica ou nosocomial, podendo ser de origem bacteriana, fúngica ou viral. Este estudo analisou o perfil epidemiológico de pacientes internados com pneumonia em um hospital público em São Luís - MA. A pesquisa foi do tipo descritivo, retrospectivo com abordagem quantitativa. Teve-se como campo de pesquisa um hospital público em São Luís-MA, nos meses de outubro a novembro de 2010. Os dados pesquisados são demonstrados através gráficos e tabelas, pelos quais se pôde constatar uma prevalência de pneumonia em pacientes do sexo masculino em menores de dois anos, com co-morbidades associadas à pneumonia sendo asma a patologia com maior percentual de associação. Em relação à dieta prescrita para os pacientes 10 (40%) fizeram uso de dieta zero, sendo a dieta mais prescrita, seguida da dieta leite materno com 4 (16%) pacientes, e 19 (76%) pacientes fizeram uso de nebulização. Segundo o estudo 13 pacientes (52%) receberam hidratação venosa; o grupo farmacológico de medicamento mais usado na terapêutica medicamentosa foi o antibiótico Penicilina cristalina 11 (34%). A Dipirona sódica foi a medicação de escolha para tratamento a exemplo de alterações patológicas da temperatura corpórea.

Palavras-chave: Pneumonia. Criança. Tratamento Farmacológico.

ABSTRACT

He treats this scholarly dissertation of pneumonia that affected patients in a Public Hospital in Sao Luis, Brazil (Brazil), with the period from October and November this year. Pneumonia is an infectious disease involving the terminal airways and alveoli, caused by infectious agents. It is classified as Community, atypical, and nosocomial and may be bacterial, fungal or viral. This study examined the epidemiological profile of patients hospitalized with pneumonia in a public hospital in São Luís - MA. The research was descriptive, retrospective quantitative approach. This study was undertaken as a research field in a public hospital in Sao Luis, Brazil, from October to November 2010. The surveyed data are shown through graphs and tables for which one could see a prevalence of pneumonia in male patients younger than two years, with co-morbidities associated with pneumonia and asthma pathology with the highest percentage of association. Regarding diet prescribed for patients 10 (40%) were using diet zero, and the diet prescribed, followed by breast milk with diet 4 (16%) patients and 19 (76%) patients received nebulization. According to the study 13 patients (52%) received intravenous hydration, the pharmacological class of drug most commonly used in drug therapy was the antibiotic penicillin crystalline 11 (34%). The sodium dipyrone was the medication of choice for treatment of such pathological changes in body temperature.

Keywords: Pneumonia. Child. Pharmacological Treatment.





LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS


AIDPI - Atenção Integrada às Doenças Prevalentes na Infância
AIDS - Síndrome da Imunodeficiência Adquirida
CDC - Centers for Disease Control and Prevention
CNS - Conselho Nacional de Saúde
DNA - Ácido dexorribonucleico
HIV - Vírus da Imunodeficiência Humana
IRAS - Infecções respiratórias agudas
ITR - Infecções do trato respiratório
ITRI - Infecções do trato respiratório inferior
OMS - Organização Mundial de Saúde

PAC - Pneumonia adquirida na comunidade
PNI - Programa Nacional de Imunização
PSF - Programa Saúde da Família
RNA - Ácido ribonucléico
Rx - Raios -X
SARS - Síndrome Respiratória Aguda Severa
SUS - Sistema Único de Saúde
TC - Tomografia computadorizada
UNICEF - Fundação das Nações Unidas para a Infância
UTI - Unidade de Terapia Intensiva

















LISTA DE FIGURAS

Figura 1 Amostra de Haemophilus influenzae 22
Figura 2 Amostra de S. aureus 22
Figura 3 Amostra de Klebsiella pneumoniae 22
Figura 4 Amostra de legionellas sp 23
Figura 5 Amostra de Staphylococcus pneumoniae 23
Figura 6 Amostra de bacilos gram negativas 23
Figura 7 Amostra do vírus da família coronavírus 25
Figura 8 Amostra de um RX da região torácica com áreas afetadas pela pneumonia
31
Figura 9 Tomografia computadorizada da região torácica 31


LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 Distribuição dos pacientes internados em relação ao sexo em um Hospital municipal em São Luís-MA, 2010 .
40
Gráfico 2 Distribuição dos pacientes internados em relação à faixa etária em um Hospital municipal em São Luís-MA, 2010.
41
Gráfico 3 Distribuição dos pacientes internados em relação ao percentual de co-morbidade associada à pneumonia em um Hospital municipal em São Luís-MA, 2010.

42
Gráfico 4 Distribuição dos pacientes internados em relação ao tipo de co-morbidade em um Hospital municipal em São Luís-MA, 2010.
43
Gráfico 5 Distribuição dos pacientes internados em relação ao tipo de terapêutica indicada em um Hospital municipal em São Luís-MA, 2010.

44
Gráfico 6 Distribuição dos pacientes internados em relação ao tipo de dieta indicada em um Hospital municipal em São Luís-MA, 2010
46
Gráfico 7 Distribuição dos pacientes internados em relação ao tipo de antibiótico usado na terapêutica medicamentosa em um Hospital municipal em São Luís-MA, 2010

48



LISTA DE QUADROS

Quadro 1 Anamnese do paciente 29
Quadro 2 Exame físico do tórax (sistema respiratório) 30
Quadro 3 Indicações de internação 33
Quadro 4 Antibióticoterapia usada no tratamento da pneumonia comunitária
33
Quadro 5 Tratamento da pneumonia de etiologia conhecida 34



SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO 13
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 16
2.1 Infecções do trato respiratório Inferior em crianças 18
2.2 Pneumonia adquirida na comunidade 20
2.3 Pneumonia atípica 24
2.4 Mecanismos da Resistência antimicrobiana no tratamento das infecções do trato respiratório
26
2.5 Ocorrências da pneumonia no Brasil 27
2.6 Diagnóstico 28
2.7 Tratamento 32
2.8 Ações de controle e prevenção das pneumonias 34
3 HISTÓRICO DO HOSPITAL MUNICIPAL DR. ODORICO AMARAL DE MATOS
37
4 OBJETIVOS 38
4.1 Geral 38
4.2 Específicos 38
5 METODOLOGIA 39
6 RESULTADOS E DISCUSSÕES 40
7 CONCLUSÃO 52
REFERÊNCIAS 54
APÊNDICE 59
ANEXOS 61










1 INTRODUÇÃO

Historicamente a atenção à Saúde Pública no Brasil tem investido na formulação, implementação e caracterização de Políticas de Saúde para atender às necessidades de saúde da população. Há um grande esforço na constituição de um modelo de atenção à saúde que possa priorizar ações de saúde no campo da Saúde Coletiva melhorando a qualidade de vida dos sujeitos e da coletividade (SCLIAR et al., 2002).
Com as mudanças introduzidas a partir da lei orgânica da saúde (leis 8.080 e 8.142), em 1990, fortaleceu-se a Constituição Federal de 1988. Ocorreram decisões em matérias de Saúde Pública passaram a envolver novos e múltiplos autores, impondo modificações significativas na formulação das Políticas de Saúde, com importantes inovações institucionais em termos da estrutura, dinâmica do processo de decisão da saúde, terapêutica indicada e a participação da comunidade na gestão do SUS (FINKELMAN, 2002).
Apesar de toda evolução a respeito do Sistema Único de Saúde (SUS), no país, necessita-se de melhorar cada vez mais nas Políticas de Saúde. Ainda há um grande número de morte por ausência de uma política de saúde efetiva e que focalize a prevenção. E a cura. Essa situação só aumenta a cada dia o número de internações, elevando custos e gastos desnecessários para o Governo (SCLIAR et al., 2002).
Entre as doenças que causam grande número de internação hospitalar podem-se trazer como exemplo as Infecções Respiratórias Agudas (IRAS) e os indivíduos mais acometidos são crianças de dias de nascido a anos de vida, e entre as Infecções Respiratórias Agudas mais presentes nesse grupo etário acha-se a Pneumonia. Esta é a causa frequente de morbidade em crianças nos Estados Unidos e é uma causa eminente de mortalidade nos países em desenvolvimento, sendo responsável por mais de 3 milhões de morte a cada ano em crianças (NIEDERMAN et al., 2006).
Segundo Tarantino (1997), as Pneumonias são infecções que se instalam nos pulmões, órgãos duplos localizados um de cada lado da caixa torácica. Podem acometer a região dos alvéolos pulmonares onde desembocam as ramificações terminais dos brônquios e, às vezes, os interstícios (espaço entre um alvéolo e outro). Então, Segundo Nettina (2003, p. 267), "a pneumonia, um processo inflamatório que envolve as vias aéreas terminais e os alvéolos do pulmão, causado por agentes infecciosos, classifica-se de acordo com seu agente".
As pneumonias são provocadas pela penetração de um agente infeccioso ou irritante (bactérias, vírus, fungos e por reações alérgicas) no espaço alveolar, onde ocorre a troca gasosa. Esse local deve estar sempre limpo, livre de substâncias que possam impedir o contato do ar com o sangue. Muitas vezes a pneumonia começa após uma infecção do trato respiratório superior (infecção do nariz e garganta). Quando isso acontece, os sintomas da pneumonia começam após 2 ou 3 dias de um resfriado ou dor de garganta (SMELTZER; BARE, 2005).
Caracteriza-se pela presença de tosse produtiva ou eventualmente seca: na fase inicial a expectoração é em pequena quantidade e pode ter aspecto mucoide, evoluindo frequentemente para o aspecto purulento; dor torácica pleurítica; esta é localizada e piora com a tosse e inspiração profunda. Embora sendo bastante comum, pode estar ausente em um número insignificante dos casos, dispneia: geralmente ausente, mais nos casos graves. Febre: está presente na quase totalidade dos casos, principalmente em crianças, idosos debilitados e pacientes imunossuprimidos (NIEDERMAN et al., 2006).
As crianças e os idosos são os dois grupos etários que se têm mostrado mais suscetíveis aos efeitos da poluição atmosférica, sendo uma das causas de pneumonia. Muitos estudos mostram uma associação positiva entre mortalidade e morbidade por problemas respiratórios em crianças. Já entre os idosos, a poluição atmosférica tem sido associada ao aumento da morbidade (internação) e de mortalidade tanto por doenças respiratórias quanto por doenças cardiovasculares (MARTINS et al., 2003).
O diagnóstico é baseado na história clínica e avaliação de exame físico do paciente através da ausculta do pulmão com o objetivo de identificarem-se sons como roncos, chiados e outros ruídos que possam indicar a presença de pneumonia. São solicitados raios-X e tomografia do tórax para confirmar a presença da doença bem como a localização e extensão. Solicitados também exames complementares a exemplo de hemocultura, hemograma, ureia, eletrólitos, glicemia, ureia e creatinina; transaminases, microbiologia de escarro e outros (ROCHA et al., 2000).
Para tanto, é necessário que a assistência prestada a esse cliente seja enfatizada na terapêutica indicada. Ao receber o paciente com pneumonia, saiba avaliar os sinais e sintomas tanto nas situações emergenciais de atendimento, quanto também durante o tratamento no ambiente hospitalar. Cumpre estar-se atento às manifestações clínicas, assim como observar as complicações decorrente da pneumonia e, se possível, identificar precocemente. Dessa forma, serão fornecidos subsídios para o planejamento da terapêutica (SMELTZER; BARE, 2005).
A pesquisa realizada justifica-se por ser entendida a necessidade de conhecer se o Perfil epidemiológico de pacientes internados com pneumonia em Hospital Público em São Luís-MA. Nesse sentido, destaca-se a importância de caracterizarem-se as infecções do trato respiratório inferior em crianças. Conhecer as principais infecções do trato respiratório, destacando a pneumonia, sendo uma doença grave e de etiologia distinta, que necessita de um diagnóstico que a classifique quanto a seu tipo, no entanto o seu diagnóstico normalmente é feito somente através de dados clínicos e epidemiológicos. São situações que podem prejudicar a terapêutica adotada pelo profissional.
O agente causador especifico (vírus, fungo ou bactéria) é importante que seja identificado para que seja direcionado um antibiótico especifico para aquele microorganismo. Importa ressaltar-se que essa conduta ajudará prevenir o mecanismo resistência antimicrobiana no tratamento das infecções respiratórias. Por sua vez, o uso indiscriminado de antibiótico é a principal causa das infecções recorrentes, destacando-se principalmente entre crianças. Em seguida faz-se um histórico do Hospital Dr. Odorico Amaral de Matos. Por fim, então, a exposição dos resultados da pesquisa.

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Em 2002, Palombini et al. (2002) concluíram que a pneumonia é uma patologia que causa inflamação de vias aéreas, atinge o parênquima pulmonar, envolvendo os brônquios, bronquíolos e a pleura. Ela se classifica em nosocomial e comunitária, mas sua classificação dependerá do local acometido. É uma doença que apresenta risco considerado de adquiri-la e é cinco vezes superior para os casos hospitalares. Temos como destaque a alta incidência nos indivíduos internados em unidades de terapia intensiva.
Varela (2010) define a fisiopatologia das pneumonias como doenças infecções do trato respiratório que se alojam nos pulmões, órgãos duplos localizados um de cada lado da caixa torácica. Podem agredir a região dos alvéolos pulmonares onde desembocam as ramificações terminais dos bronquíolos, e, às vezes, os interstícios (espaço entre um alvéolo e outro). Basicamente, pneumonias são provocadas pela penetração de um agente infeccioso ou irritante como vírus, bactérias fungos e por reações alérgicas, no espaço alveolar, onde ocorre a troca gasosa. É um local do pulmão que deve estar sempre limpo, livre de substâncias que possam impedir o contato do ar com o sangue; se isto ocorrer com presença de substâncias neste espaço, pode ocasionar disfunções respiratórias.
Silva et al. (2006) observaram que a pneumonia torna-se um grande problema de Saúde Pública e representa causa de morbidade e mortalidade, principalmente entre crianças e idosos hospitalizados por causas respiratórias. As taxas de incidência de pneumonia são mais altas em países em desenvolvimento, onde se encontra uma grande proporção de doenças causadas por agentes bacterianos. Deve-se a patologia à principal bactéria causadora da pneumonia, a Streptococcus pneumoniae, gram-positivas (Stafilococus auresus), gram-negativas (Haemophilus influenzae) e bactérias anaeróbias.
A exposição à poluição atmosférica é conhecida como um importante fator de risco para a ocorrência das internações hospitalares entre crianças, absenteísmo escolar, mortalidade intrauterina e também para defeitos congênitos. Dentre os poluentes atmosféricos associados a esses desfechos, destacam-se o dióxido de enxofre (SO2) e o ozônio (O3). O dióxido de enxofre é um irritante das vias aéreas superiores e se deposita nas porções mais inferiores destas no parênquima pulmonar, ocasionando deficiência da função respiratória, conquentemente a causa de doenças respiratórias como pneumonias (NASCIMENTO et al., 2006).
No Brasil, em 2002, foi demonstrado que 14,2% dos óbitos e 36,3% dos pacientes internados por doenças respiratórias. Tais valores correspondem a 1,6% de todas as causas de mortalidade e a 2,5% de todas as causas de internação para o mesmo período. Tem-se comprovado muitas evidências com forte influência exercida pelos extremos (SILVA et al., 2006).
Entre as crianças com a faixa etária mais acometida pelas pneumonias encontram-se menores de dias de nascidos até cinco anos de vida. É uma fase da criança, onde se está desenvolvendo e criando resistência imunológica. Nesta fase da vida, a criança fica predisposta às doenças causadas por agentes infecciosos. O índice de infantis hospitalizados por pneumonia no Brasil tem aumentado nos últimos anos, levando a um crescente gasto financeiro com o tratamento (TARANTINO, 1997).
Segundo Chiesa, Westphal e Akerman (2008, p. 55):

Atualmente, em termos nacionais, os problemas respiratórios constituem a segunda causa dos óbitos das regiões Sul e Sudeste e a terceira causa nas demais regiões. Em São Paulo, a mortalidade pelas infecções respiratórias, também é significativa ocupando o terceiro lugar.


Tarantino (1997) nos diz, a respeito, que houve época em que o conceito de pneumonia significava, quase sempre, um processo inflamatório agudo do pulmão, provocado por pneumococo. Após a conceituação clínica da patologia, sofreu uma simplificação, passando o termo a traduzir a inflamação aguda, de qualquer natureza, localizada no parênquima pulmonar. A pneumonia é aquele que melhor se define como processos bacterianos, fúngicos, viróticos ou de outra natureza.
Quanto às patologias que acometem os homens, nenhuma dispõe de tantos critérios para sua classificação como as pneumonias. As dificuldades para classificação das pneumonias tornam-se mais difícil do que tratá-las; os critérios aplicados são tantos quantos numerosos. Se se adotasse o critério de idade, teríamos pneumonias com preferência por crianças e outras por idosos; hábitos de vida dos fumantes e grandes alcoólatras; quanto à habitação: urbanas e rurais; em relação à patogenia: inalatória, hematogênica ou aspirativa; e, por último, a classificação ideal, a que seria baseada no critério etiológico, tipo de patógeno causador (TARANTINO, 1997).
As pneumonias, por serem doenças causadas por vários tipos de patógenos, torna seu diagnóstico impreciso, geralmente leva a uma terapêutica empírica e na maioria das vezes o agente causador não é identificado. Esta falta de certeza no verdadeiro diagnóstico resulta em um dilema na decisão do tratamento (NIEDERMAN et al., 2006).

2.1 Infecções do trato respiratório inferior em crianças

As infecções do trato respiratório inferior (ITRI) nas crianças têm-se desenvolvido e a cada dia resulta em um motivo de preocupação para os profissionais de saúde e estudiosos. Têm apresentado elevada morbidade, observada em termos mundiais, bem como a elevada mortalidade que ocorre especialmente nos países de terceiro mundo. Segundo dados fornecidos pela Organização Mundial de Saúde (OMS), cerca de 13 milhões de crianças menores de cinco anos morrem no mundo por infecções do aparelho respiratório e 95% delas ocorrem nos países em desenvolvimento (CHIESA; WESTPHAL; AKERMAN, 2008).
Com base em Castro et al. (2009), a falta de estrutura e saneamento básico, alimentação inadequada, educação precária, baixa renda familiar, assistência médica inadequada e o péssimo controle da poluição do meio ambiente são fatores que mais contribuem para as infecções respiratórias em menores. A poluição do ar é o principal agente causador. No Brasil tem-se registrado nos últimos anos elevado índice de internações hospitalares de crianças por doenças respiratórias.
Entre as ITRI?s mais comuns entre crianças estão as pneumonias e bronquíolites, causadas por patógenos virais, fungos ou bactérias. Os microrganismos do tipo vírus são responsáveis por 20 a 30% de todos os casos neste grupo; e frequentemente é difícil estabelecer o diagnóstico etiológico da ITRI e, em muitos casos, isto não pode ser feito apesar de múltiplos testes de diagnóstico. Entre os fatores que dificulta um possível diagnóstico estão defeitos anatômicos, fibrose cística, déficits na função imune causados por drogas ou doenças; também por hospitalização prolongada do paciente e a procura por tratamento em estado crônico da patologia (NIEDERMAN et al., 2006).
Segundo Paiva et al. (1998), existem fatores específicos que estão associados à ocorrência da pneumonia entre crianças como demográficos, socioeconômicos, ambientais, aglomeração, nutricionais (baixo peso ao nascer, desnutrição, desmame precoce e deficiência de vitaminas) e vacinação deficiente do tipo pneumocócica e influenza.
A pneumonia representa cerca de 10% das hospitalizações de pessoas adultas em serviços médicos da América do Norte, constituindo uma das causas de mortalidade na fase produtiva. Entre as crianças e idosos esse percentual pode ser maior, por apresentar uma baixa proteção imunológica (ANDREOLI, 2005).
Bethlem et al. (2000), concluíram que as pneumonias são patologias que apresentam um maior percentual entre as infecções respiratórias agudas (IRA?s) em crianças e idosos, com elevada taxa de óbitos. Observa-se que essa ocorrência elevada de letalidade está relacionada aos mecanismos de defesa desses indivíduos. O sistema imune como um todo está diminuído, ocorrendo o agravamento das infecções respiratórias, sobretudo das pneumonias causadas por bactérias.
É flagrante a gravidade das IRA?s, especialmente das pneumonias, como causa de mortalidade em crianças nos primeiros cincos anos de vida. No Brasil implantou-se um programa de combate às doenças de prevalência em crianças, como as IRA?s, programa este implantado nos anos 80. Foi elaborado um Manual contendo todas as informações necessárias para rastrear e tratar casos de doenças respiratórias. O manual foi criado por técnicos da Sociedade de Pneumologia, por profissionais da Pediatria e Enfermagem (PAIVA et al., 1998).
Segundo Bethlem et al. (2000), à proporção que crescem indivíduos com processos infecciosos, conferindo maior ênfase as IRA?s, destacam-se as patologias tipo pneumonias comunitárias, seguidas das causadas por agentes incomuns, prosseguindo com as pneumonias nosocomiais, e aquelas dos imunossuprimidos, entre as quais está um tipo especial de imunodeficiência representada pela Síndrome de Imunodeficiência Adquirida (AIDS), que recebe atenção destacada entre as patologias infecciosas em todo mundo.
Andreoli (2005), afirma que no diagnóstico da distribuição das diferentes categorias clinicas das patologias respiratórias agudas verifica-se que a pneumonia é, com grande primazia, a causa mais importante de morte. São as três quartas partes de todas as mortes produzidas por IRA?s e registradas todas as enfermidades respiratórias, como 46%. Se ainda fossem levadas em conta todas as causas de morte notificada no mundo, seria as pneumonias 5% do total, alcançados os níveis mais elevados entre crianças.
O indivíduo infectado pelo vírus da imunodeficiência humana adquirida sofre uma modificação em seu sistema imunológico e a velocidade com que a infecção pelo HIV se transforma em AIDS dependerá do DNA do indivíduo com variações do DNA. O DNA nas mitocôndrias, local de produção de energia, parece fazer com que a AIDS se manifeste mais rapidamente e consequentemente levará o indivíduo a ter uma baixa resistência do sistema de defesa. Consequentemente, a pessoa poderá desenvolver varias infecção (BRASIL, 2004b).
A criança portadora do vírus do HIV desenvolve a AIDS de maneira distinta em relação ao individuo adulto portador do vírus. Por sua vez, o sistema imunológico da criança entre 0 a 5 anos de vida ainda se encontra em desenvolvimento, a fase em que o menor apresenta mais infecções do trato respiratório. As formas de transmissão do HIV entre as crianças são diferentes do adulto. Neste sentido as crianças infectadas, em especial aquelas por transmissão vertical, já nascem com sua defesa imunológica comprometida (FREITAS et al., 2010).
O indivíduo com sistema imunológico comprometido, em particular as crianças, necessita de um cuidado especial por parte dos profissionais. Esse indivíduo estará sujeita a todas as infecções do trato respiratório, um quadro clínico que poderá levar o menor a um quadro crítico, conduzindo até ao óbito por complicações respiratórias (BRASIL, 2004b).

2.2 Pneumonia adquirida na comunidade

A Pneumonia Adquirida na Comunidade (PAC) apresenta a sexta causa mais comum de mortalidade entre as doenças infecciosas do trato respiratório nos Estados Unidos, sendo de 4 a 6 milhões de casos ocorrendo por ano e mais de 1 milhão dos indivíduos com o enfermo necessitam de internação hospitalas. Observa-se que a patologia se apresenta cada vez mais complexa do ponto de vista clínico por parte dos profissionais de saúde (NIEDERMAN et al., 2006).


Cesar et al. (1997, p. 54) nos informa que

As infecções respiratórias agudas são responsáveis por um terço das mortes e metade das hospitalizações e consultas médicas entre menores de cinco anos nos países em desenvolvimento. A pneumonia, sua mais grave conseqüência, mata cerca de 800 crianças a cada hora, com 53% desses óbitos ocorrendo no período pós-neonatal.

Corroborando essa reflexão, entre os múltiplos fatores de risco para o elevado percentual de mortalidade entre menores estão o baixo nível socioeconômico, baixo peso ao nascer desnutrição, falha na amamentação, aglomeração familiar, poluição no ambiente e no domicílio. Mais recentemente, foram também agregados frequência a creches e episódios prévios de chiados no peito (VICTORA et al., 1995).
Afirma-se que das patologias que acometem o homem, nenhuma dispõe de tanto critério para classificação de diagnóstico quanto as pneumonias. As dificuldades enfrentadas pelo profissional de saúde em classificar o tipo de pneumonia só demonstram que é mais fácil tratá-la que classificá-la. A consequência de toda problema leva o indivíduo doente a um tratamento inadequado (TARANTINO, 1997).
Cardoso et al. (2001) define a PAC como uma patologia de origem infecciosa que agride o paciente fora do ambiente hospitalar ou que aparece nas primeiras 48 horas da admissão do paciente, ou melhor, a pessoa doente adquiriu a patologia na comunidade, e pode ter sido causada por bactérias, vírus ou fungos.
Os principais agentes causadores da PAC são etiologia bacteriana e viral como Haemophilus influenzae, Streptococcus pneumoniae, Staphylococcus aureus, bacilos gram negativas e legionellas SP, Mycoplasma pneumoniae, Clammydia pneumoniae e Klebsiella pneumoniae. Importa ressaltar que o Streptococcus Pnumoniae é ainda a principal causa da pneumonia bacteriana na comunidade. O microorganismo coloniza a orofaringe em até 25% dos adultos saudáveis e com maior predisposição em pacientes com doenças crônicas e imunodeprimidos (ANDREOLI, 2005).





Figura 1 - Amostra de Haemophilus influenzae
Fonte: http://www.google.com.br/images?hl=pt-br& source=imghp&q=Haemophilus+influenza


Figura 2 - Amostra de S. aureus
Fonte: http://www.bing.com/images/search?q=s.au
reus &FORM=BIFD#


Figura 3 - Amostra de Klebsiella pneumoniae
Fonte: http://www.bing.com/images/search?q=Kleb
siella+pneumoniae

Figura 4 - Amostra de Legionellas sp
Fonte: http://www.google.com.br/images?hl=pt-br&q= legionellas%20sp&rlz=1R2RNTN_pt-


Figura 5 - Amostra de Staphylococcus pneumoniae
Fonte: http://www.google.com.br/images?um=1&hl=
pt-br&rlz=1R2RNTN_pt-BRBR379&tbs


Figura 6 - Amostra de bacilos gram negativas
Fonte: http://www.bing.com/images/search?q=bacilos+
gram+negativas&go=&form=QBIR#



Segundo Jardim et al. (2007, p 237-238)

Pneumonia adquirida na comunidade (PAC) é definida como uma infecção aguda do parênquima pulmonar em que o indivíduo a adquire por transmissão na comunidade, distinguindo-a, assim, daquela adquirida no hospital. Do ponto de vista prático, é aquela que se manifesta clinicamente na comunidade ou dentro das primeiras 48 horas após a internação. (alguns autores estendem este período até 72 horas).

Sabe-se que Armitage e Woodhead (2007) concluíram que a PAC é a principal causa de morbidade e letalidade decorrente de doenças infecciosas do trato respiratório e estudo demonstram que 5 a 38% dos indivíduos acometidos pela PCA apresentam presença de organismos mistos como agente infeccioso. A PAC, por ser uma infecção causada por mais de um microrganismo, é necessário que o tratamento indicado seja também direcionado para um agente inesperado.
A PAC geralmente apresenta um quadro clínico agudo. O paciente enfermo procura o serviço médico com o relato dos sinais e sintomas de tosse não produtiva ou com pouca expectoração e aspecto mucoide, que evolui para aspecto purulento. Poderá haver perda de sangue pela narina. Dor no peito em forma de pontada. Dispneia, geralmente em casos graves de pneumonia quando está associada a co-morbidades como doenças pulmonares ou cardiovasculares, respiração profunda e presença febre alta mais presente em indivíduos imunodeprimidos, prostração, dor muscular, falta de apetite, calafrios, sudorese, náuseas, vômitos e diarréia (JARDIM et al., 2007).

2.3 Pneumonia atípica

A pneumonia Atípica ou Síndrome Respiratória Aguda Severa (SARS) constitui-se como a primeira nova doença, no século XXI, com características de infecções epidêmicas. Dados da OMS informaram, em 12 de março de 2003, que na província Chinesa de Guandongo em novembro de 2002 a 09 de fevereiro foram registrados 305 casos de morte decorrentes da forma grave de pneumonia. Após várias investigações foi identificado o principal agente causador da epidemia: um vírus da família coronavírus (CARVALHO; FURTADO, 2010).


Figura 7 - Amostra do vírus da família coronavírus
Fonte: http://www.lookfordiagnosis.com/mesh_info. Php?Term=coronavirus)=3

Segundo a OMS (2003), a partir dos primeiros registros de SARS na província chinesa de Guandong, em12 de março de 2003, a doença já havia matado 391 pessoas em todo o mundo e espalhou-se por mais de 20 países. Segundo os dados, diariamente atualizados pela OMS, a situação mais preocupante verificava-se na China, onde até o momento foram contabilizados 3638 casos, 170 dos quais mortais. Segue-se a região administrativa especial de Hong Kong, com 1600 casos e 162 mortes. A OMS contabilizava ainda 201 casos em Singapura, 63 no Vietnam, 89 em Taiwan, sete na Tailândia, seis na Malásia, quatro nas Filipinas, dois no Japão, seis na Mongólia e dois na Indonésia.
No Brasil, foi constatado o primeiro caso suspeito de SARS em 26 de junho de 2003, em um paciente proveniente da Cingapura, considerada área de transmissão da doença. Apresentava um quadro clínico característico da SARS como febre alta, dores musculares, tosse seca e infiltração no pulmão, isto associado aos sinais e sintoma apresentando conjunto de dados epidemiológico. Na avaliação sorológica não foi detectada presença do coronavírus, excluindo-se definitivamente o agente como causa dos sinais e sintomas (BRASIL, 2003a).
Para OMS, em 2003, períodos de epidemia da SARS, no continente asiático o rastreamento de casos de pneumonia atípica era classificado em casos suspeitos ou prováveis. O caso suspeito apresentou um quadro de febre, tosse ou falta de ar após fevereiro de 2003 (período de epidemia), contato íntimo com SARS, dez dias antes ou viagem para áreas afetadas, dez dias antes ou residir em áreas afetadas. Segundo a OMS (2003), um caso provável de SARS apresentou as seguintes características: todas as características descritas acima para o caso suspeito, mais alterações radiológicas de pneumonia ou de SARS grave ou autópsia com diagnóstico de SRAS grave sem causa definida (ALVES, 2010).
Segundo Niederman et al. (2006), a pneumonia atípica é caracterizada por um quadro clínico de infecção subaguda com sinais e sintomas de mialgia, cefaleia, febre alta que surge subitamente e tosse seca, podendo ainda ocorrer dores de garganta, diarreia, anorexia, confusão mental e mal-estar generalizado. Nos casos graves, podem surgir dificuldades respiratórias, diminuição da defesa imunológica e baixa nos plaquetas.
A pneumonia atípica foi empregada para descrever um aspecto clínico não usual de qualquer pneumonia. Hoje tem sido empregado de forma mais geral em referência tanto a uma apresentação clínica incomum de etiologia inespecífica como a uma pneumonia causada por um grupo específico de patógenos (clamídias, legionella, mimicoplasma). Sendo assim, o uso da expressão pneumonia atípica é em geral inespecífico, podendo originar a confusão de interpretação (NEGRI, 2010).
Segundo Lança (2010), para um paciente com SARS, deve ser direcionada uma terapêutica usada a qualquer outro tipo de pneumonia, porém existem casos de complicações clínicas da SARS. É necessária a internação do paciente em Unidade de Terapia Intensiva (UTI), por apresentar sinais e sintomas característicos de infecção como febre alta, mal-estar, falta de apetite. Urge uma terapêutica de antibióticos para combater microorganismos causadores dos sinais e sintomas. O uso de antivirais e corticoides podem compartilhar a terapêutica indicada. O tratamento é mais de suporte para a reabilitação do organismo afetado se autodefender.

2.4 Mecanismos de resistência antimicrobiana no tratamento das infecções do trato respiratório

As infecções do trato respiratório (ITR) torna-se um grave problema de saúde na comunidade e constituem um dos problemas mais habitual enfrentado pelos profissionais de saúde no atendimento ambulatorial e no âmbito hospitalar, especialmente acomete quanto às crianças. Os indivíduos sob enfermidade fazem o uso contínuo de antibiótico e sem critérios. A prescrição deste fármaco nos consultórios é baseada somente na experiência, mediante dados clínicos e epidemiológicos, e muitas vezes desnecessárias, uma vez que é necessária uma avaliação laboratorial e/ou de imagens (p.ex. Rx ou TC). (STEIN et al., 2004).
Niederman et al. (2006) afirmam que

A introdução de agentes antibacterianos no tratamento das infecções do trato respiratório reduziu a morbidade e a mortalidade associada à infecção aguda e ajudou a prevenir as complicações infecciosas e não-infecciosas a longo prazo. A proliferação das bactérias resistentes a antibióticos tem ameaçado esse sucesso.

Apesar de todo sucesso oferecido pela terapêutica a base de antibóticos em tratamentos infecciosos, o seu uso indiscriminado e equivocado trouxe também vários problemas de Saúde Pública: tornou o surgimento de bactérias e outros microorganismos mais resistentes até os causadores de infecções mais comuns, que se estão tornando cada vez mais resistentes aos diversos agentes antimicrobianos (BRASIL, 2005).
Stein et al. (2004) concluíram que a indicação da antibioticoterapia por médicos que atuam na atenção básica de saúde é o objetivo essencial em suas prescrições. De acordo com o Centers for Disease Control and Prevention (CDC), metade das 100 milhões de prescrições por ano de antibióticos realizados em serviço ambulatorial nos Estados Unidos é considerada desnecessária, a qual é direcionada para resfriados e outras viroses. O uso de antibiótico de forma inútil enseja a resistência dos microrganismos, tornando cada vez mais a necessidade em prescrever um novo fármaco mais resistente aos microorganismos.
Andreoli (2005) afirma que o uso discriminado de antibiótico de forma empírica pela comunidade, sem nenhum critério médico, é mais uma razão de resistência antimicrobiana. A antibioticoterapia deve ser seguida de um plano terapêutico com início, duração, fim do tratamento e indicação correta. (p. ex.: 10 dias, mas não menos de sete dias de penicilina oral vão prevenir a febre reumática após faringite estreptocócica)

2.5 Ocorrências da pneumonia no Brasil

A mortalidade por pneumonia em todo mundo em 2000, especialmente em países pobres entre menores de cinco anos, particularmente, no primeiro ano de vida foi cerca de 1,9 milhões de óbitos. No Brasil os últimos dados disponíveis revelaram que, em 2006, as doenças respiratórias foram a principal causa de internação entre as crianças brasileiras, responsáveis por 34,6% a 42% das hospitalizações entre os menores de um ano e quatro anos de idade, respectivamente (SOUSA, 2010).
Em 2002 a taxa de mortalidade mostrou que a pneumonia foi responsável por 14,2% dos óbitos e por 36,3% dos pacientes hospitalizados por doenças respiratórias. Tais valores correspondem a 1,6% de todas as causas de morte e 2, 5% de todas as causas de internações para o mesmo período. Isso só demonstra que há evidencias forte exercida pelos extremos etários nos indicadores de pneumonia, principalmente em crianças menores de 2 anos e adultos maiores de 65 anos de idade (SILVA et al., 2006).
Sobre o assunto em tela o pesquisador abaixo nos informa que

As infecções respiratórias agudas são responsáveis por um terço das mortes e metade das hospitalizações e consultas médicas entre menores de cinco anos nos países em desenvolvimento. A pneumonia, sua mais grave conseqüência, mata cerca de 800 crianças a cada hora, com 53% desses óbitos ocorrendo no período pós-neonatal (CESAR, 1997, p. 54).

Segundo o Ministério da Saúde, através do Sistema de Informação de Atenção Básica (DATASUS), foram registrados 79.079 de casos de hospitalização em menores de 5 anos em 2009 por pneumonia e 2.289 óbitos em crianças menores de 1 ano por IRAS e no bojo desses atendimentos estão as pneumonias. Só no Estado do Maranhão foram registrados 119 óbitos por pneumonia, sendo que em São Luís houve 22 casos registrados (BRASIL, 2010).
Sousa (2010, p. 38) confirma o fato, informando que

As infecções respiratórias agudas (IRA) são um dos principais problemas de saúde pública em Pediatria, constituindo-se na maior razão de adoecimento em menores de cinco anos e em uma das às principais causas de mortalidade nessa faixa etária, principalmente em países em desenvolvimento. Entre todas as formas de IRA, a pneumonia é a principal causa de mortalidade na infância.


2.6 Diagnóstico

Segundo Andreoli (2005) para que seja diagnosticada uma pneumonia e classificada quanto ao tipo, é necessário que o profissional de saúde inicie a pesquisa, fazendo uma abordagem geral para doenças respiratórias. À consulta partirá de uma avaliação clínica compreendida da anamnese (história de saúde do paciente) e exame físico do paciente. A saber:
a) Anamnese: é uma entrevista realizada pelo profissional, que tem como objetivo obter um diagnóstico de uma doença. Através deste método o profissional buscará relembrar todos os fatos que relaciona com a doença do cliente;
b) Exame físico: compreende um conjunto de técnicas e manobras realizadas pelo profissional de saúde. Este visa detectar as anormalidades apresentada no paciente a partir das etapas: inspeção, ausculta, palpação e percussão.
Andris et al. (2006) afirmam que a história de saúde do paciente é o primeiro passo para um diagnóstico verdadeiro, embora seja uma das etapas do diagnóstico um pouco demorada, mas é importante realizá-la com precisão. Mediante os dados coletados na anamnese e no exame físico, então serão solicitados exames complementares. Para crianças incapazes de responder ao questionamento feito pelo profissional na anamnese, as perguntas poderão ser feita aos seus responsáveis.
A Anamnese do paciente está demonstrada no quadro 1.


Dados biográficos fundamentais:
? Nome, endereço e número de telefone
? Data de nascimento e idade
? Estado civil (adulto)
? Religião (opcional)
? Nacionalidade
? Moradia
? Pessoa para contatar em caso de emergência
? Médico principal
? Tratamento anterior para queixa
Como explorar a queixa principal:
? Registre as palavras exatas do cliente
? Pergunte como e quando os sintomas se desenvolveram
? Descubra o que o levou a procurar o atendimento
? Pergunte como o problema afeta as atividades diárias
? Indague acerca de doenças menos importantes ou preocupações recentes com a saúde

Pontos fundamentais na historia clínica:
? História clínica pregressa e atual
? Hospitalizações anteriores, doenças apresentada desde seu nascimento e histórico vacinal.
? Tratamento atual
? Alergias, histórico de medicação e terapias alternativas
Perguntas fundamentais sobre a história familiar: ? Doenças como diabetes e cardiopatias na família.
Perguntas sobre dieta e eliminação: ? Apetite e dietas especiais
? Frequência de evacuações e uso de laxantes
Quadro 1 - Anamnese do paciente
O exame físico do paciente com história de doença pulmonar é fundamental para solicitação correta dos exames complementares. Mediante o exame físico o profissional detectará as possíveis anormalidades clínicas do sistema respiratório e também dará um conhecimento geral do que está acontecendo no sistema cardiovascular por serem dois sistemas que trabalham unidos fisiologicamente. Uma vez alterado um o outro se comprometerá (ANDREOLI, 2005).
O exame físico do tórax (sistema respiratório) está demonstrado no quadro 2.


Inspeção: ? Observação: desconforto respiratório, desnutrição e sonolência
? Forma da parede torácica, deformidade
? Frequência respiratória, profundidade, padrão
? Retrações
? Uso de músculos acessórios
? Respiração com lábios e seio fechados e presença de cianose.
Palpação:
? Desvio de traqueia
? Expansão do tórax
? Frêmito vocal
? Presença de linfadenopatia
Percussão:
? Normal, maciça ou hipersonora
Auscultação:
? Sons respiratórios: murmúrio vesicular na periferia e ruído brônquico centralmente
? Atrito pleural
? Sons adicionais: sibilos, estertores e estridor
Quadro 2 - Exame físico do tórax (sistema respiratório)

Entre os exames complementares para confirmação do diagnóstico, cumpre sejam necessários realizados exames de imagens a exemplo de radiografia do tórax e tomografia computadorizada. Os Raios-x do tórax confirmarão a localização e extensão da doença e a tomografia computadorizada dará uma imagem mais detalhada, podendo auxiliar para detectar-se um tipo especifico de pneumonia. Além dos exames citados pode ser solicitado ao cliente hemograma, teste do catarro, cultura de sangue e fluidos pleural (GOLDMAN; AUSIELLO, 2005).
A figura 8 demonstra através dos Raios-x da região torácica áreas do pulmão afetadas pela pneumonia.


Figura 8 - Amostra de um RX da região torácica com áreas afetadas pela pneumonia
Fonte: http://www.bing.com/images/search?q=tomografia+do+pulm %C3%A3o+com+pneumon

A figura 9 demonstra, através da Tomografia computadorizada da região torácica, áreas do pulmão afetadas pela pneumonia.


Figura 9 - Tomografia computadorizada da região torácica
Fonte: http://www.scielo.br/img/revistas/jbpneu/v30n5/a16f02.jpg

2.7 Tratamento

A pneumonia, por ser uma doença infecciosa com etiologia bacteriana, é patologia causada por microrganismos. A primeira terapêutica escolhida é a antibioticoterapia. Os médicos instituem uma terapia empírica e são poucos os casos de pneumonia em que se faz o diagnóstico específico para classificá-la, isto é, qual o tipo pneumonia apresentado pelo cliente. A terapia antimicrobiana empírica é baseada na gravidade da doença (pacientes internados ou em atendimento ambulatorial) e ter ampla cobertura contra os microrganismos mais possíveis (GOLDMAN; AUSIELLO, 2005).
Basicamente as pneumonias apresentam um quadro clinico característico para qualquer tipo de pneumonia, entretanto, alguns sinais e sintomas são individualizados. A pneumonia, por ser transmitida por diferentes tipos de microorganismo com resistências antimicrobianas desigual, é uma das razões que faz diferir esse quadro e a classifica. Um indivíduo com pneumonia pode apresentar um quadro grave, podendo evoluir e chegar a óbito. Essa gravidade dependerá do tipo de agente etiológico e resistência imunológica de cada paciente (SMELTZER; BARE, 2005).
Os pacientes que buscam o serviço ambulatorial com queixas de doenças respiratórias, geralmente apresentam manifestações clínicas leves. A terapêutica indicada pode ser administrada em casa pelo próprio paciente ou família. Basicamente os antibióticos de escolha para crianças menores de 2 meses de idade, atendidos no ambulatório, serão dirigidos aos germes mais prevalentes: S. pneumoniae e H. influenzae, sendo recomendada a penicilina procaína e amoxicilina (PAIVA et al., 1998).
Se o quadro clínico evidenciar gravidade é indicada a internação hospitalar. A terapêutica sofrerá algumas mudanças e as vias de administração dos medicamentos serão por via parenteral (intramuscular ou intravenosa). Caso o paciente apresentar disfunção respiratória poderá ser indicado o uso de expectorantes, broncodilatadores, corticoides e inalação. Com presença de febre poderá ser indicado antitérmico. Além das medicações, o paciente deve receber cuidados com a nutrição, permeabilidade das vias aéreas, exercícios respiratórios; dependendo da gravidade é indicada a ventilação mecânica (SMELTZER; BARE, 2005).
As indicações de internação estão demonstradas através do quadro 3.


Indicações de internação:
? Idade < 6 meses (principalmente < 2 meses)
? Prematuridade ou baixo peso ao nascer
? Falha da terapêutica
? Tiragem subcostal
? Sinais de hipoxemia
? Comorbidades: anemia, cardiopatias, desnutrição grave outras.
? Recusa em ingerir líquidos ou desidratação
? Convulsões, apneias
? Sinais radiológicos de gravidades: derrame pleural e abscesso
? Problema social
Quadro 3 - Indicações de internação
Fonte: http//www.jornaldepneumonolgia

Segundo Paiva et al. (1998) concluíram que as crianças com pneumonia, que necessita de ser hospitalizado, o antibiótico de escolha é a penicilina cristalina endovenosa ou intramuscular e crianças menores de 2 meses ou recém-nascido com quadro de diarréia ou infecções urinária, associada a ao diagnóstico de pneumonia acrescenta os aminoglicosídios (amicacina, arbecacina, gentamicina, canamicina e neomicina) por via endovenoso.
A antibióticoterapia usada no tratamento (hospitalar) de pneumonia comunitária em pacientes menores de 2 meses está sendo demonstrada no quadro 4.


Pneumonia Comunitária:
antibioticoterapia em pacientes menores de 2 meses (tratamento hospitalar)


Penicilina cristalina + Amicacina
Menor de 1 semana Ampicilina + Amicacina

Penicilina cristalina + Amicacina
Ampicilina + Amicacina
Maior de 1 semana

Oxacilina (3ª geração) se associada a meningite
Quadro 4 - Antibióticoterapia usada no tratamento da pneumonia comunitária
Fonte: http://www.jornaldepneumonolgia

O tratamento da pneumonia de etiologia conhecida está sendo demonstrada no quadro 5.


Tratamento da pneumonia de etiologia conhecida
Agentes 1ª escolha 2ª escolha Duração média (dias)
S.pneumoniae Penicilina procaína ou cristalina Eritromicina 7 a 10 dias
H.inflienzae Amoxicilina ou Ampicilina Clorofenicol Cefalosporina (2ª e 3ª) 21 dias
S.aureus Oxacilina Cefalosporina 1ª Amicacina 21 dias
S. aureus resistente Vancomicina Teicoplamina 21 dias
Gram-negativa Amicacina ou Tobramicina + Carbeniclina Cefalosporina 3ª 14 dias
P. aeruginosa Tobramicina ou Carbenicilina
Ticarcilina Amicacina + Carbenicilina
Ceftazidina +
Tobramicina
Ciprofloxacina 14 dias

Quadro 5 - Tratamento da pneumonia de etiologia conhecida
Fonte: http//www.jornaldepneumonolgia

Casos de pneumonias comunitárias graves, com alterações clínicas, neste caso é necessário que se faça uma associação de antibióticos. Usa-se mais de um tipo de antibiótico, podendo ser indicado desde início do tratamento oxacilina e cloranfenicol, e para muitos casos são necessários exames bacteriológicos para decidir-se o melhor antibiótico a ser usado (PAIVA et al., 1998).

2.8 Ações de controle e prevenção das pneumonias

A mortalidade causada pela pneumonia afeta cerca de 2,1 milhões de brasileiros todos os anos, segundo dados do DATASUS. Essa doença é o principal motivo de internação hospitalar (mais de 960 mil casos por ano) e a quinta causa de morte no Brasil. Entre os indivíduos mais acometidos situam-se as pessoas com baixa imunidade a exemplo de crianças, idosos e indivíduos com doenças crônicas (ALMEIDA; FERREIRA FILHO, 2004).
Com o crescente número de óbitos causado por pneumonia e outras doenças prevalentes na infância, o Ministério da Saúde sentiu a necessidade de lançar um programa para tratar e prevenir as principais doenças prevalentes da criança na faixa etária de 2 meses a 5 anos de idade. O programa foi implantado em 1995 na rede básica de saúde. Conhecido como Atenção Integrada às Doenças Prevalentes na Infância (AIDPI) (BRASIL, 2003b).
O programa trabalha através de um manual técnico fornecido pelo Ministério da Saúde, o qual orienta e treina profissionais da rede básica de saúde. O principal objetivo do programa é detectar e prevenir deficiências nutricionais, diarreia, pneumonias, problemas respiratórios e avaliar o estado vacinal da criança. Durante a consulta da criança, se detectada presença de pneumonia, o manual informará como classificá-la em pneumonia ou não pneumonia, pneumonia grave ou doença muito grave, e qual conduta a ser tomada mediante o diagnóstico (BRASIL, 2001b).
O Ministério da Saúde realizou, em 2003, uma campanha de controle da SARS. Foi iniciada a partir da epidemia mundial e o do primeiro caso suspeito no Brasil dando-se início à interrupção da última cadeia de transmissão humana da SRAG, 4 meses após o início da disseminação no mundo desta doença, a OMS orientou aos países membros a manutenção da vigilância por pelo menos um ano, considerando-se o risco da reemergência de surtos com a chegada do inverno no continente (BRASIL, 2003a).
A OMS e a Fundação das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), em 2010, lançaram um plano de ação contra a pneumonia. É considerada entre as principais causas de morte infantis. Esse plano tem como objetivo reduzir dois terços da mortalidade infantil até 2015. Entre as principais medidas para controle e prevenção da pneumonia situa-se incentivar o aleitamento materno, vacinação, adequada nutrição e suplementação do zinco para as crianças com diarreia (PORTAL ODM, 2010).
A prevenção de doenças é a medida mais importante. Atualmente no Brasil vem-se implantando um novo modelo de atenção à saúde da criança, com ênfase na saúde e na prevenção das doenças. O novo modelo tem suas ações desenvolvidas pelo Programa Saúde da Família (PSF), equipe formada por agentes comunitários de saúde, auxiliares de enfermagem, enfermeiros e médicos (BRASIL, 2000, 2001a).
Quanto ao modelo assistencial no Brasil ainda predomina a pratica "hospitalocêntrica", embora o PSF busque resgatar a assistência na família e comunidade. Portanto, é de responsabilidade da equipe promover palestras, consultas, orientações, visitas domiciliares, investigação, vigilância em saúde e vacinação como uma das ações mais voltada para criança (VIEIRA et al., 2008).
O Ministério da Saúde dispõe de vacinas através do Programa Nacional de Imunização (PNI) para prevenção da pneumonia pneumocócica e gripes como antipneumocócica. A vacina antipneumocócica pode reduzir o risco de infecções graves causadas pelo Streptococcus pneumoniae. Bactéria causadora de infecções respiratórias (otite, sinusite, pneumonia e meningite). A vacina pode ser administrada em crianças na faixa etária entre 6 semanas a 23 meses de idade, destinada basicamente a crianças ou adultos imunocompetentes, com doenças pulmonares ou cardiovasculares crônicas graves, insuficiência renal crônica, imunodeficiência congênita ou adquirida e AIDS. Atualmente o Ministério da Saúde autorizou dose administrada em todas as crianças menores de dois anos, independente da comorbidade (BRASIL, 2009b).
Além da vacina antipneumocócica como medida preventiva para as doenças respiratórias, são disponíveis vacinas contra influenzae. Pode agir-se diminuindo a gravidade da infecção e mortalidade por pneumonia e gripe, infecção constante entre pacientes crônicos e com baixa resistência imunológica (CARDOSO et al., 2001).
O Ministério da Saúde afirma que a vacinação é a forma mais eficiente de prevenir as doenças pneumocócicas em crianças. Também é responsável por diminuir a transmissão da bactéria entre a população de forma geral, colaborando para diminuir a ocorrência de doenças em todas as idades devido à proteção da população infantil (proteção indireta). A imunização traz um grande beneficio as crianças e idosos, indivíduos mais suscetíveis a infecções respiratórias proporcionam a redução do número de morbidades e mortalidade ocasionadas pelas pneumonias (BRASIL, 2009a).
Os autores abaixo afirmam que existem outras medidas importantes para prevenção e controle da pneumonia como prevenir IRAS, controle da desnutrição, melhoria das condições moradia e saneamento básico, redução da exposição a poluentes ambientais e evitar o uso prolongado de antibióticos (GALVÃO; SANTOS, 2010).



3 HISTÓRICO DO HOSPITAL MUNICIPAL Dr. ODORICO AMARAL DE MATOS

O Hospital Dr. Odorico Amaral de Mattos, popularmente conhecido como "Hospital da Criança", teve como origem a Creche Municipal, que, modificada, passou a abrigar o conhecido Hospital Infantil do Caratatiua. Na administração da Sra. Prefeita Conceição Andrade, e do então Secretário de Saúde, Dr. José Marcio Leite Soares, veio a sofrer uma readequação de sua estrutura física, transformando-se no hoje conhecido Hospital da Criança.
Reinaugurado em 18 de setembro de 1996, agora com o nome do célebre Dr. Odorico Amaral de Mattos, o Hospital Municipal está localizado na Avenida dos Franceses nº. 113 ? Bairro Alemanha, CEP- 65.036-2814, CNPJ 05.760.293/0008-03 e é tido como referência para o atendimento pediátrico de urgência na faixa etária de 1 mês a 14 anos, nas especialidades de Psicopedagogia, Fisioterapia, Psicologia, Terapia ocupacional, Fonoaudilogia, Cardiopediatria; Neuropediatra, Hematologia, Gastropediatria, Herbiatria, Cirurgião Infantil, Reumatologia; Otorrinolaringologia, Dermatologia, Endocrinologia e Odontologia. Dispõe ainda dos serviços de Internação Pediátrica, Serviço de Diagnóstico (Raios-X e Laboratório de análises clínicas); Farmácia Básica e Farmácia Hospitalar.
















4 OBJETIVOS

4.1 Geral

Analisar o perfil epidemiológico de pacientes internados com pneumonia em um Hospital público de São Luís-MA.

4.2 Específicos

a) Identificar os pacientes segundo variáveis sócio-demográficas;
b) Descrever os aspectos clínicos;
c) Determinar os principais fármacos utilizados nos pacientes;



5 METODOLOGIA

A pesquisa foi realizada através de estudo descritivo retrospectivo de caráter quantitativo, constituída no Hospital da Criança Dr. Odorico Amaral de Matos, situado na Avenida dos Franceses s/nº - Alemanha, em São Luís-MA. A população foi constituída de pacientes com diagnóstico compatível de pneumonia e a amostra foi instituída a partir dos planos terapêuticos dos 25 pacientes compreendidos em dias de nascidos a 14 anos de idade de ambos os sexos, hospitalizados sob terapia farmacológica. Para a obtenção da coleta de dados, foi aproveitada uma ficha roteiro, com questões fechadas a serem pesquisadas nos planos terapêuticos e/ou prontuários de domínio hospitalar. Os resultados serão apresentados em um programa específico (Excel), demonstrados em forma de gráficos e tabelas de acordo com seus respectivos valores.
A pesquisa está de acordo com os desígnios da Resolução 196/96, do Conselho Nacional de Saúde (CNS), que trata de pesquisa com seres humanos. Assume-se a responsabilidade junto à instituição, conforme o termo de compromisso, firmando-se que os dados serão utilizados para único fim de pesquisa.

6 RESULTADOS E DISCUSSÕES

Os resultados que seguem referem-se à pesquisa realizada nos meses de outubro e novembro de 2010, período em que foram coletadas as informações junto a 25 planos terapêuticos (prontuários) de pacientes internados com diagnóstico compatível de pneumonia no Hospital da criança Dr. Odorico Amaral de Mattos. São apresentados através de gráficos e tabelas com informações das variáveis sócio-demográficas, doenças associadas ao diagnóstico e o tratamento do paciente.
Em relação o sexo os pacientes foram distribuídos conforme conformes o gráfico 1.


Gráfico 1 ? Distribuição dos pacientes internados em relação ao sexo em um Hospital municipal de São Luís ? MA, 2010.

Conforme evidenciado no Gráfico 1, foram acompanhados 25 pacientes internados com pneumonia, sendo que 72% eram do sexo masculino e 28% do sexo feminino. Estatisticamente, em indivíduos do sexo masculino, foi observado um percentual maior com diagnóstico de Pneumonia.
Reafirma-se o obtido a partir de observações de Rocha et al. (2000), quando em sua pesquisa, comprovaram maior número de pacientes do sexo masculino com PAC (67%) quando comparado ao sexo feminino (33%) em seu estudo.
Segundo Silva et al. (2006) o número de óbitos e internações foram sempre mais elevados para o sexo masculino, entre crianças menores de um ano e para os indivíduos acima de 60 anos.
Goldman e Ausiello (2005) recomendam a vacina antipneumocócica como uma das medidas profilática para pneumonias; essa vacina pode ajudar ativar a imunidade imunológica entre 50% a 80% dos pacientes vacinados.
Em relação à faixa etária, os pacientes foram distribuídos conforme o gráfico 2.


Gráfico 2 - Distribuição dos pacientes internados em relação à faixa etária em um Hospital municipal de São Luís-MA, 2010.

Quanto à faixa etária, foram 72% entre 0 a 2 anos, 8% entre 3 a 4 anos, 8% entre 5 a 6 anos, 4% entre 7 a 8 anos, 4% de 11 a 12 anos, 4% de 13 a 14 anos. O presente estudo demonstrou a taxa elevada de crianças com até 02 anos de idade com pneumonia em relação às outras faixas etárias estudadas.
Os dois primeiros anos de vida da criança ainda não possuem um sistema imunológico capaz de combater as principais infecções de prevalência na infância, tornando, os infantes suscetíveis a doenças infecciosas. Essa fase da vida da criança o organismo necessita de ajudas para prevenir e fortalecer o seu sistema imunológico contra as enfermidades. Alguns cuidados básicos ajudarão o menor na prevenção das infecções como higiene adequada, por oferecer uma alimentação saudável, evitar ambientes poluído, tratar as IRA?s e manter o calendário de vacinação em dias.
A pneumonia é uma das principais doenças entre menores e a segunda causa de mortalidade em menores de 1 ano. A procura por atendimento médico em hospitais infantis de urgência é intensa, expressando quadro clínico grave da doença (BRASIL, 2004a).
Segundo Tarantino (2002) existem vários agentes etiológicos causadores da pneumonia, e podem acometer todas as idades, porém esta ocorrência está mais presente nos primeiros anos de vida. E os casos são mais frequentes em período chuvoso e de temperatura mais baixa, o que aumenta consequentemente o número de internações.
Em recém-nascidos prematuros a mortalidade por pneumonia chega a 50%. A imaturidade da anatomia e da fisiologia pulmonar e os mecanismos de defesa contribuem para ocorrência de pneumonia neonatal (NIEDERMAN et al., 2006).
Procurou-se observar a distribuição co-morbidades entre os pacientes estudados através do gráfico 3.


Gráfico 3 - Distribuição dos pacientes internados em relação ao percentual de co-morbidade associada à pneumonia em um Hospital municipal de São Luís-MA, 2010.

Em relação à comorbidade, 48% dos casos de pneumonia apresentaram uma doença associada ao diagnóstico de pneumonia e 52% não tinham nenhuma doença pré-existente, sendo o maior percentual.
Para Smeltzer e Bare (2005) a pneumonia em pacientes imunocomprometidos representa a maior frequência de casos. O hospedeiro com co-morbidade é mais suscetível a adquirir doenças pulmonares, e seu sistema de defesa encontra-se debilitado. O estado de imunocomprometido pode ser motivado por doenças como AIDS, bronquiolite, câncer, asma e outras.
Em relação ao tipo de co-morbidade os pacientes foram distribuídos conforme o gráfico 4.



Gráfico 4 - Distribuição dos pacientes internados em relação ao tipo de co-morbidade em um Hospital municipal de São Luís-MA, 2010.


Quanto ao tipo de co-morbidade o gráfico 4 apresenta 7% dos pacientes com pneumonia apresentou anemia, 26% asma, 20% derrame pleural, 7% cardiopatia, 13% bronquiolíte, 7% neuropatia e IRA e 20% infecção neonatal. O maior percentual demonstrado pelo gráfico foi quanto aos casos de asma, seguido de derrame pleural e infecção neonatal.
As doenças pulmonares acometem grande parte da população, seja de origem viral seja bacteriana, por herança genética ou por atos impróprios para a saúde, a exemplo de fumar. Algumas enfermidades que atingem o pulmão podem estar acompanhadas de outras doenças, podendo ser a principal causa das doenças infecciosas como a pneumonia. A asma por ser uma doença que atinge o pulmão, afeta as principais funções do órgão e torna-se mais suscetível a adquirir doenças infecciosas.
Bethlem et al. (2000) afirmam que existe uma associação de co-morbidade da asma associada ao diagnóstico de pneumonia do tipo eosinofica causada pelo fungo do gênero Aspergillus fumigatus com distribuição universal e seus esporos estão constantes no ar. Um paciente com pneumonia de etiologia eosinofílica pode sofrer hipersensibilidade pulmonar (alergia). O exame físico mostrará presença de febre, aumento da intensidade e frequência da tosse, expectoração, broncospasmo, murmúrio vesicular, bronquiectazia, estertores e dificuldade respiratória.
Segundo o Ministério Saúde a asma afeta aproximadamente 7 a 10% da população. A estimativa de prevalência no Brasil é em torno de 20% e é responsável por 350.000 internações hospitalares no serviço de saúde do SUS. É uma doença que se caracteriza por inflamações das vias aéreas e pode resultar de processos alérgicos, doença de origem alérgica. A crise asmática se caracteriza por falta de ar, tosse produtiva (catarro), dor no peito e sibilância (chiado) (BRASIL, 2002).
Conforme a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (2007) o derrame pleural em crianças com pneumonia de origem bacteriana é a complicação mais frequente. No Brasil ocorre em torno de 40% dos pacientes hospitalizados. Todo paciente que apresenta sinais que evidenciam presença de derrame pleural associado ao diagnóstico de pneumonia deve ser hospitalizada para receber um tratamento à base de antibiótico por via endovenosa para combater as complicações decorrentes da enfermidade.
Em relação à terapêutica indicada (nebulização, dieta e Hidratação venosa) os pacientes foram distribuídos conforme o gráfico 5.


Gráfico 5 - Distribuição dos pacientes internados em relação ao tipo de terapêutica indicada em um Hospital municipal de São Luís-MA, 2010.

Todos os pacientes estudados, 25 (100%), tinham um tipo de dieta prescrita; (19) 76% dos pacientes fizeram uso de nebulização; e (13) 52%, de hidratação venosa. Diante dos resultados a pesquisa demonstra elevado percentual entre os pacientes que fizeram uso de nebulização e hidratação venosa.
Uma vez diagnosticada presença de pneumonia necessário se torna a hospitalização desse paciente e que seja direcionado à antibioticoterapia para combater-se esse processo infeccioso. Normalmente, o processo infeccioso pulmonar pode causar dor no peito, broncoespasmo, dificuldade respiratória e falta de apetite. O não desejo do paciente em ingerir alimentos podendo levar a perda de peso e desidratação. No entanto, é indispensável o uso medicamentos e uma dieta que ajude combater as complicações respiratórias causadas pela pneumonia. Essas alterações clínicas podem ser corrigidas por meio do uso de nebulização, dieta padronizada para cada estado nutricional e hidratação venosa para compensar a perda de eletrólitos causada pela desidratação.
Com base em Fuchis et al. (2006), a pneumonia é uma infecção que causa várias complicações respiratórias, desde broncospasmo, dispneia até a apneia (ausência de respiração), podendo vir associada a co-morbidades como a asma, que se caracteriza inicialmente por dificuldades respiratória. O autor ressalta que o uso da nebulização, como tratamento terapêutico, é considerado preferencial para a aplicação de antiasmáticos; o seu uso não é exclusivo na presença de asma, mas a pneumonia, por causar problemas respiratórios independente de co-morbidade, faz indicar-se o uso de nebulização para melhorar a função pulmonar.
Em relação ao tipo de dieta indicada (prescrita) os pacientes foram distribuídos conforme o gráfico 6.



Gráfico 6 ? Distribuição dos pacientes internados em relação ao tipo de dieta indicada em um Hospital municipal de São Luís-MA, 2010.
Quanto ao tipo de dieta, o gráfico 6 expressa que 4% receberam dieta do tipo laxante, 4% leite artificial por sonda orogástrica, 4% leite materno por sonda orogástrica, 16% leite materno, sendo diretamente no seio materno, ou seja: sem auxílio de sonda. 12% branda, 4% branda hipoproteica, 4% líquida-pastosa, 12% zero e 40% dieta livre. O maior percentual apresentado no estudo, seguido da dieta leite materno.
Dependendo do quadro clínico da criança com pneumonia, idade e o grau de comprometimento nutricional, pode ser indicada uma dieta livre composta de alimentos riscos em nutrientes necessários para suprir as necessidades nutricionais. Existem poucas restrições alimentares para esse tipo de patologia.
Segundo Paiva et al. (1998), são vários os fatores nutricionais que podem estar associados a maior risco de ocorrências de pneumonia. A alimentação por ser importante no desenvolvimento e crescimento da criança. Uma vez instalada a pneumonia em uma criança é necessário que seja dado uma dieta nutritiva, que ajude corrigir e fortalecer o organismo a combater as principais infecções da infância.
O leite materno é considerado a melhor fonte natural de alimento para os menores. Ajuda a diminuição da mortalidade infantil por doenças infecciosas, por ser um rico em gorduras, proteínas e anticorpos (glóbulos branco), colabora no fortalecimento do organismo a combater as doenças infecções.
A dificuldade respiratória e fadiga são os sinais frequentes em pacientes com pneumonia. São as principais causas de falta de apetite, influenciando na ingestão apenas de líquido; no entanto, é necessário que paciente receba uma dieta que possa suprir suas perdas nutricionais. A dieta adequada ajudará na reposição das perdas nutricionais (SMELTZER; BARE, 2005).
O Ministério da Saúde conclui que o leite materno é o alimento mais saudável. O seu uso exclusivo nos primeiro seis meses vida poderá suprir as necessidades nutricionais da criança indispensável para o crescimento e desenvolvimento da criança, sendo uma importante fonte de nutrientes. Estudo realizados em várias partes do mundo têm demonstrado que à dieta a base de leite materno pode agir contra as infecções respiratórias, combatendo a principais doenças como pneumonias, otite e bronquiolite (BRASIL, 2009b).
Em relação ao tipo de tratamento medicamentoso os pacientes foram distribuídos conforme a tabela 1.
Tabela 1 - Distribuição dos pacientes internados quanto ao tipo de tratamento medicamentoso em um Hospital municipal de São Luís-MA, 2010.

TRATAMENTO MEDICAMENTOSO F %
Antibiótico 25 100
Antitérmico 23 92
Antiemético 10 40
Antiulceroso 8 32
Antiflatulento 4 16
Broncodilatadores 1 4
Corticoide 8 32
Diurético 1 4
Anti-hipertensivo 1 4
Analgésico 1 4
Antiinflamatório 2 8


Conforme evidenciado na tabela 1, quanto ao tipo de tratamento medicamentoso 100% dos pacientes fizeram uso de antibiótico; 92%, de antitérmico; 40%, de antiemético; 32%, de antiulceroso; 4%, de broncodilatadores; 32%, de corticoides; 4%, de diurético; 4%, de anti-hipertensivo; 4%, de analgésico; e 8%, de antiinflamatório. O maior percentual apresentado pela pesquisa foi o antibiótico seguido de antitérmico.
As pneumonias, por serem enfermidades infecciosas, caracterizadas por complicações pulmonares, são em geral de origem bacteriana. O grupo farmacológico do tipo antibiótico é a primeira escolha para combater os microorganismos e a terapêutica iniciada nas primeiras 8 horas após diagnóstico reduzirá as complicações da doença.
A escolha do tratamento ideal para a pneumonia implicará em um bom prognóstico. Um indivíduo acometido pela pneumonia apresenta uma série de complicações, além das complicações infecciosas do sistema pulmonar, causadas pelos patógenos originadores da doença. Apresentará reações adversas decorrentes do uso indiscriminado de antibióticos. Diante das complicações sofridas pelo paciente é necessário que o cliente faça uso de outros fármacos para corrigir essas alterações, a exemplo de antitérmicos, antiflamtórios, antieméticos, dieuérticos, analgésicos e outros (FUCHS et al., 2006).
Armitage e Woodhead (2010) confirmam que a administração de antibióticos precoce após o diagnóstico de pneumonia associa-se à redução da mortalidade. O uso de antibiótico como terapêutica farmacológica é fundamental para o tratamento das pneumonias. A antibioticoterapia poderá agir contra as principais complicações causadas pelo agente causador. E o momento mais indicado para iniciar a antibioticoterapia é dentro das primeiras 8 horas após o diagnóstico confirmatório da doença.
Em relação ao tipo de antibiótico usado, os pacientes foram distribuídos conforme o gráfico 7.


Gráfico 7 - Distribuição dos pacientes internados em relação ao tipo de antibiótico usado na terapêutica medicamentosa em um Hospital municipal de São Luís-MA, 2010.

Conforme o gráfico 7, dos 25 pacientes estudados a partir do plano terapêutico 3% fizeram uso de amicacina; 15%, de ampicilina; 9%, de cefalotina; 3%, de cefeprime; 12%, de ceftriaxona; 3%, de clindamicina; 9%, de gentamicina; 12%, de oxacilina; e 34%, de penicilina cristalina. Observou-se que a penicilina cristalina foi o antibiótico mais utilizado nos planos terapêuticos dos pacientes estudados, seguida da ampicilina, ceftriaxona e oxacilna.
A escolha no tipo de antibiótico para o tratamento da pneumonia é fundamental para cura e reabilitação do paciente enfermo, a penicilina cristalina por ser de amplo espectro, agirá contra os principais agentes causadores das pneumonias. Tem sido a medicação de escolha para tratamento de infecções pulmonares. Vale ressaltar que seu uso tem mostrado sucesso no tratamento de outras infecções transmitidas por microrganismos resistentes.
O antibiótico de escolha para o tratamento da pneumonia dependerá do tipo de microorganismo causador da inflamação e infecção dos pulmões, do quadro clinico apresentado ou da gravidade dos sinais e sintomas, presença de comorbidade ou não e o grau de comprometimento dos pulmões. De modo geral, a conduta médica é de maneira empírica, baseada em dados epidemiológicos e a gravidade da enfermidade. Considera-se que toda pneumonia pode ser bacteriana, mas obviamente existem casos que podem ser de origem viral ou fúngica. Contudo a terapia antimicrobiana deve ter ampla cobertura contra os microorganismos mais prováveis (GOLDMAN; AUSIELLO, 2005).
O uso da Penicilina cristalina é o antibiótico mais usado em tratamento para pneumonia. Apesar de usadas em muitos casos de maneira empírica, as penicilinas continuam como uma importante classe de antibióticos no tratamento de infecções do trato respiratório. Quanto a sua classe são divididas em quatro categorias: sensíveis à penicilinase ou penicilinas naturais, penicilinase resistentes ou penicilinas antiestafilocócicas, penicilinas de espectro estendidos e inibidores da beta-lactamase. A penicilina cristalina de um modo geral é a mais utilizada na terapia antimicrobiana no tratamento das infecções pulmonares (NIEDERMAN et al., 2006).
Em relação ao tipo de medicação os pacientes foram distribuídos conforme a tabela 2.


Tabela 2 - Distribuição dos pacientes internados quanto ao tipo medicação em um Hospital municipal de São Luís-MA, 2010.

TIPO DE MEDICAÇÃO F %
Ampicilina 5 20
Dipirona sódica 24 96
Plasil 9 36
Cimetidina 8 32
Penicilina cristalina 11 44
Dimeticona 4 16
Clindamicina 1 4
Ceftriaxona 4 16
Hidrocortisona 7 28
Salbutamol 1 4
Cefalotina 3 12
Gentamicina 3 12
Oxacilina 4 16
Captopril 1 4
Furosemida 1 4
Metilprednisolona 2 8
Cefepime 1 4
Amicacina 1 4
Quanto ao tipo de medicação usada no tratamento medicamentoso, 20% fizeram uso de Ampicilina; 36%, de Plasil; 32%, de Cimetidina; 11%, de Penicilina Cristalina; 16%, de Dimeticona; 4%, de Clindamicina; 16%, de Ceftriaxona; 28%, de Hidrocortisona; 4%, de Salbutamol; 12%, de Cefalotina; 12%, de Gentamicina; 16%, de Oxacilina; 4%, de Captopril; 4%, de Furosemida; 8%, de Metilprednisolona; 4%, de Cefepime; e 4%, de Amicacina. Analisando-se os dados fornecidos pela tabela 2, o maior percentual utilizado na terapêutica medicamentosa foi a Dipirona Sódica com 96%.
O uso da dipirona sódica tem demonstrado sucesso no tratamento de hipertermias e dores. O paciente com pneumonia sofre normalmente alterações de temperaturas, chegando a quadros mais graves como crises convulsivas decorrentes da temperatura elevada. A dipirona sódica por ser um antitérmico com efeito satisfatório nos tratamentos tem sido a droga de escolha entre os antitérmicos e analgésicos.
Informa-nos Gilman (1996), que os antitérmicos e analgésicos são destinados aos quadros clínicos de hipertermia (febre) e dores de diversas etiologias. Cumpre ressaltar-se que os antitérmicos em geral reduzem de maneira rápida e eficaz as temperaturas corpóreas elevadas, sendo as principais manifestações clínicas de processos infecciosos. A dipirona sódica é um fármaco de ampla escolha em tratamento das hipertermias e dores, tendo bons resultados nos tratamentos.



7 CONCLUSÃO

A pesquisa sobre o perfil epidemiológico de pacientes internados com pneumonia em um hospital público de São Luís-MA, permitiu fazer as seguintes considerações.
O referido Hospital municipal tem um papel importante no tratamento destes pacientes, contribuindo para diminuição na taxa de mortalidade.
No decorrer da investigação sobre o perfil de pacientes com diagnóstico compatível à pneumonia, alcançaram-se as seguintes considerações:
a) O sexo prevalecente foi o masculino com 72%;
b) A faixa etária de maior prevalência foi até dois anos de idade;
c) Dos 25 pacientes estudados 48% apresentaram doença pré- existente e 52% não apresentaram nenhuma doença. A co-morbidade predominante foi à asma com 26%;
d) O maior percentual de dieta foi à livre com 40%, seguido do uso do leite materno 16%;
e) A maior parte dos pacientes fez uso de nebulização com 76% e hidratação venosa 52%;
f) O tipo de medicamento mais usado na terapêutica medicamentosa dos pacientes estudados foi o antibiótico. E o mais utilizado dentre eles no tratamento foi à penicilina cristalina com 34%; da medicação mais usada na terapêutica foi a dipirona sódica com 96%.
Ao término da investigação, notou-se que a relação entre a pesquisa de campo e a bibliografia possibilitou a compreensão do perfil de pacientes com diagnóstico de pneumonia. Deste modo, compreende-se a importância do serviço hospitalar para a proteção, a recuperação e a promoção da saúde.
De acordo com os dados e informações levantadas a qualidade do atendimento prestado pela Equipe de Saúde da Família apresenta-se como essencial para prevenção e controle da pneumonia, salientando que a doença não deve ser tratada somente nas unidades hospitalares, quando o cliente já está acometido pela mesma, e sim, de forma mais ampla, promovendo a saúde, evitando o adoecimento.
Por meio deste estudo constatou-se a importância de ampliar o conhecimento da comunidade quanto à sintomatologia, a prevenção e o tratamento da pneumonia, onde se fazem necessários a realização de palestras educativas, orientações ao aleitamento materno e a vacinação, bem como alimentação adequada e acompanhamento das ocorrências. Torna-se importante ressaltar que se deve promover a educação em saúde, no intuito de reduzir a ocorrência das internações hospitalares e conseqüentemente a mortalidade infantil.





























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APÊNDICE




APÊNDICE A - Ficha Roteiro


1 ? PERFIL SÓCIO-DEMOGRÁFICO
1.1 ? Sexo
a) ( ) Masculino
b) ( ) Feminino

1.2 ? Faixas etárias
a) ( ) dias de nascido a 02 anos
b) ( ) 03 a 04 anos
c) ( ) 05 a 06 anos
d) ( ) 07 a 08 anos
e) ( ) 09 a 10 anos
f) ( ) 11 a 12 anos
g) ( ) 13 a 14 anos

2 ? DOENÇAS ASSOCIADA AO DIAGNÓSTICO
a) ( ) Sim
b) ( ) Não
- doenças associada:__________________________________________________

3- TERAPÊUTICAS INDICADA
a) ( ) hidratação venosa
- dieta:______________________________________________________________
c) ( ) Nebulização
d) Tipo de tratamento medicamentoso:
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________

e) Nome da medicação usada na terapêutica medicamentosa:
______________________________________________________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________________________________________________

























ANEXOS

ANEXO A ? Termo de Compromisso




ANEXO B ? Ofício de solicitação para autorização da pesquisa





Autor: Charles Adriano Pereira Pinheiro


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