Toda (des)graça De Um Mundo Nada Perfeito



TODA (DES)GRAÇA DE UM MUNDO NADA PERFEITO

(Autor: Antonio Brás Constante)

Existem mundos feitos de defeitos, mundos de ficção real que podem conter pedaços de descasos municipais, traços de tramóias em nível estadual, fatias de falcatruas federais, ou até corrupção em uma outra constelação.

Mas como seria um mundo nada perfeito? Provavelmente ostentaria placas luminosas logo na entrada de seu território, fazendo troça da lastimável situação de infortúnio da população, utilizando dizeres do tipo: "capital da saúde", berço fecundo para o nascimento de fraudes como estas que vem pipocando sobre o Detran. Ou pior: "capital da educação", e como quem estuda precisa de merenda, então porque não aproveitar e se esbaldar nas verbas da merenda escolar? Afinal são somente crianças as diretamente prejudicadas (recebendo até comida estragada), e criança não vota (ainda). Mentiras expostas ao ar livre, que parecem tentar fazer rir para não chorar.

O ingrediente ideal para se criar um terrível mundo assim, partiria da máxima onde se diz que para iludir a população é necessário apenas circo e pão. Então por que não transformar o lugar em um circo recheado de festas, torrando e desviando grandes somas, para se fingir de administrador bacana enquanto mete a mão grana.

Que tal dar uns 500 mil para o trabalhador comemorar, outros 450 mil para manter a tradição de gastos em festas neste lugar, e mais 800 mil para o carnaval (desse montante deixem que roubem uns poucos 300 mil que ninguém vai notar, basta inventar uma desculpa esfarrapada e ficará tudo explicado, a administração pública só dá o dinheiro, não tem qualquer obrigação de cobrar dos culpados, quem sabe festejar com eles então...).

Melhor seria aproveitar a farra do dinheiro público e deixar os empresários também felizes, não todos, apenas alguns afortunados, pagando viagens através do mundo com dinheiro suado do pobre assalariado, que nem transporte decente tem para ir trabalhar, estando sujeito a todo desconforto que o transtorno implantado possa causar. Mas, na referida viajem "negocial" não iriam apenas os desfavorecidos sociais de cunho empresarial, iria também com eles, a tiracolo, o primeiro gestor do lugarejo juntamente com seu amigo e candidato ao novo mandato. Tudo muito superfaturado, pois o importante é faturar. Mas... E o povo? O povo que vá trabalhar!

Enfim, a sordidez e a roubalheira reinam em todos os recantos onde possam existir estes abomináveis mundos nada perfeitos. Porém, novas eleições se aproximam, e mais do que lavar calçadas como provas de desagravo (gesto nobre e aprovado), nós devemos faxinar é com o voto, e retirar estes mercenários do cenário político, onde por tanto tempo já parasitaram. Quem sabe se buscarmos a ajuda de algum santo que saiba enfrentar dragões? Vamos eleger um são Jorge guerreiro para mudar os rumos desta deplorável situação. Não precisa nem ser o atarefado santo. Basta apenas ser um Jorge com vontade trabalhar. E salve Jorge!

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Autor: Antonio Brás Constante


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