Estrangeirismos De Informática



O inglês é a língua adotada mundialmente devido à influência que os países de fala inglesa têm sobre o mundo. Pelas ruas, é comum vermos o uso de palavras oriundas da língua inglesa, e a via de informação tecnológica pode ser considerada uma das principais usuárias dessa importação em grande escala.

Algumas circunstâncias nos têm levado a encarar com excessiva naturalidade (ou até mesmo com certa indiferença) a presença ameaçadora desses elementos em nossa cultura. Nossa extrema familiaridade com a Língua Inglesa, por exemplo, é uma dessas circunstâncias, pois depois do português ela é a língua que mais utilizamos, embora estejamos cercados por países de língua castelhana.

 A verdade é que diariamente recebemos um bombardeio de palavras e expressões da Língua Inglesa por diversos meios. E, com presença tão marcante de vocábulos estrangeiros no Brasil, será que permitir uma invasão exagerada do inglês na língua portuguesa em contexto brasileiro representa um processo de evolução lingüística? Ou de desvalorização do nosso patrimônio lingüístico?

 As influências lingüísticas de uma Nação sobre outra não podem ser consideradas parcialmente. É preciso levar em consideração todo um conjunto cultural agregado ao idioma que, dessa forma, pode ser visto como elemento de disseminação cultural.

 Segundo (ALVES, 1992), "o fato de os norte-americanos dominarem uma boa parte do mercado ligado à tecnologia faz com que sejam introduzidas em nossa língua muitas palavras dessa área, especialmente àquelas usadas em informática". Chegamos, assim, à conclusão de que a informática é uma área em amplo desenvolvimento, com inovações tecnológicas surpreendentemente dinâmicas, influindo diretamente no léxico da Língua Portuguesa, ocasionando renovação lingüística devido a necessidade de preencher os vazios lexicais. Observamos ainda, visionariamente, a rápida evolução lingüística que se poderá dar devido ao intercâmbio cultural e lingüístico entre diversos povos e países interligados através da Internet.

O estrangeirismo, enquanto fenômeno lingüístico chama a atenção dos gramáticos, defensores da língua pura e dos lingüistas, defensores de que a língua sempre sofre alterações. Esses diferentes pontos de vista acerca desse assunto, preenchem laudas e mais laudas acerca dele, com opiniões tão diversas, às vezes até contraditórias. Existe, ainda, muita confusão e pouca informação acerca desse fenômeno.

Na língua portuguesa os estrangeirismos mais freqüentes são hoje galicismos e anglicanismos. O vocábulo estrangeiro, quando é sentido como necessário, pelo menos útil, tende a adaptar-se à fonologia e à morfologia da língua nacional, o que para a nossa língua vem a ser aportuguesamento. Em referência às construções sintáticas, a diferença entre estrangeirismo e empréstimo é imprecisa e está, apenas, em maior ou menor sensação de naturalidade.

Trazendo essa questão para o nosso contexto, trata-se de toda e qualquer palavra com origem não comum ao nosso país, utilizada no vocabulário da população, usualmente não reconhecida em dicionário, ou sem equivalente no português. Pode-se afirmar, dessa forma, que estamos cercados pelos estrangeirismos todos os dias, especialmente os oriundos da Língua Inglesa – os já citados anglicanismos; possivelmente, o fato desta língua ser a mais utilizada (falada, escrita, lida e ouvida) após o nosso idioma padrão, dentro do nosso país, nos torna mais aproximados dela.

Seja no outdoor de uma loja de grife, na propaganda de uma revista, ou na primeira página de um jornal (jornal tem origem no francês, é um estrangeirismo também, já que o estrangeirismo não é só de LI), nota-se uma maior influência dos estrangeirismos nos meios de comunicação, que estão injetando maciçamente palavras oriundas de outros países, em todos os setores da sociedade. Especialmente no ramo da tecnologia; contribuem para o nosso vocábulo muito mais que outras áreas de conhecimento humano.

A grande maioria dos termos referentes à ciência e tecnologia, — sejam para designar objetos, programas ou fragmentos — são utilizadas na sua maioria, em Língua Inglesa, o que demonstra claramente um certo domínio do inglês sobre a Língua Portuguesa.

Na Língua Inglesa, graças a associações diversas, muitos termos foram ligados a palavras já existentes, ao invés de serem criados novas palavras para especificá-los. Ao chegarem ao Brasil, esses termos simplesmente foram mantidos em seu idioma original, por motivos diversificados.  

A influência da língua inglesa, não só na língua portuguesa como também em outras línguas, acompanhou o crescimento do poder econômico dos Estados Unidos da América, notadamente após o fim da 2ª guerra mundial em 1945. O contato com a cultura norte-americana espalhou-se, a princípio, por meio do cinema e da música, vindo a estreitar-se no mundo dos negócios. Com o desenvolvimento da tecnologia, a informática é, hoje, uma das principais responsáveis pela transferência de uma grande quantidade de anglicismos ao português do Brasil.

Acredita-se que o imperialismo lingüístico do inglês não é a força atual do inglês em si, mas da expansão econômica, cultural e tecnológica dos EUA. A língua é secundária vem com o resto. Os homens preferem falar a língua que lhes permite se movimentar no planeta, portanto se os Estados Unidos é potência e dominante na área de informática é natural que as palavras referentes ao assunto sejam conservadas em sua forma original.

Uma língua como o inglês não teria o título de global sem ter realizado uma transformação lingüística, introduzindo-se em outros idiomas, através do uso de palavras emprestadas, se fazendo conhecer em todo o mundo, sendo como língua estrangeira ou como segunda língua.

Os empréstimos devem se adaptar a padrões de nossa língua, no sistema fonológico, na tipologia sintática e a estruturação morfológica. Trazem consigo a adequação da Língua Estrangeira ao nosso idioma. Esses empréstimos chegam até nós por motivos culturais, estéticos e funcionais. Todo estrangeirismo surge a partir da necessidade de nomear objetos, conceitos e situações, no momento em que estes surgem em nossa cultura, advindos de outras nações.

O fenômeno de tomar palavras emprestadas de outras línguas é perfeitamente natural e a língua portuguesa sempre lidou com a importação de palavras. Como o uso de termos oriundos de línguas estrangeiras é, sempre uma conseqüência e não uma causa, esse fenômeno denuncia duas situações que são características da nossa língua: dependência de outras culturas seja pela questão econômica e/ou tecnológica, seja pela influência de comportamentos culturais; ou que essa mesma língua portuguesa não seja veículo de cultura uniforme, já que Portugal, Brasil e países lusófonos na África não têm uma atitude comum em relação aos empréstimos lingüísticos.

A presença de termos oriundos de outras línguas é um fato marcante no português do Brasil. Em nenhum lugar do mundo existe uma língua pura, pois o vocabulário de qualquer língua é resultado de séculos de intercâmbios com outros povos, outras culturas, e conseqüentemente, outras línguas.

A forma mais fácil de tomar conhecimento de uma inovação é a imprensa, especialmente a escrita, pelo fato de desta estar ligada à cultura de massa. Especialmente os jornais, influenciam as populações com seus termos e jargões. Procura-se nesse meio de informação, trazer o máximo de informações e também, de novidades, surgindo a partir daí termos novos, como os estrangeirismos, que conseguem ter uma assimilação maior do que os termos já existentes.

Os meios de comunicação sempre trazem novas convenções na língua, assim como foi com o prelo, o telefone e a radiodifusão; e assim está ocorrendo com a internet.

Muitos podem ser os caminhos trilhados pelo dinamismo das línguas. Palavras se criam dentro do próprio vernáculo, palavras ampliam ou restringem o seu significado, adquirem valores pejorativos ou meliorativos, palavras migram de uma língua para outra(s), formam ou não derivados e compostos, mantêm ou não a sua grafia de origem, dicionarizam-se ou não. Os empréstimos lingüísticos são freqüentes e importantes para a composição do sistema lexical de qualquer língua. O português, como as demais línguas, sofreu e vem sofrendo interferências de outras línguas, assim como também contribuiu para enriquecer outras com as que em algum período histórico entrou em contato; porém nos últimos séculos algumas línguas, devido ao grande desenvolvimento econômico, cientifico e tecnológico, interferiram de forma avassaladora em outras línguas impondo seus valores e com eles os elementos lingüísticos que os acompanham.

Sendo assim, os empréstimos do inglês na área de informática estarão sempre presentes em nosso léxico visto que o mundo gira em torno da tecnologia e para acompanhar todo o processo de desenvolvimento tecnológico se faz necessário o conhecimento dessa língua que impulsiona esse desenvolvimento.

Autor: Gabriela Santana


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