Palavras estranhas mesmo...



Edson Silva

Talvez de forma inconsciente pelo fato de Chico Anísio, eterno "Professor Raimundo", estar internado (Quem não lembra das palavras estranhas que ele dizia para a saudosa "Dona Mocinha"/ Zezé Macedo, que ficava de pernas pro ar e olhos revirados para não responder supostas perguntas indecorosas do mestre) que pensei escrever este texto sobre palavras estranhas. No mais, coloquei imaginação em ação e recorri ao "quebra-galho" de escritores profissionais ou amadores: a internet, e agradeço ao Edmilson Sanches, colaborador do site: www.blocosonline.com.br

Segundo ele, a língua portuguesa tem pelo menos 400 mil palavras, além de flexões e ele cita algumas das mais estranhas, com seus significados. Por isso, vou estocegar (torcer com força) para que nenhum zafimeiro (esperto, velhaco, astucioso) venha detonar meu artigo, afinal, escrevo com carinho para se acobilhar (acolher, agasalhar, abrigar em casa). Por isso, se quiser ficar mais confortável, confira se a retouça (corda com assento para balanço) está firme e continue a ler.

Se gostar pode me convidar para sua estau (casa de hospedagem), mas nem venha com licranço (cobra-de-duas-cabeças), senão me defende um acontista (que atira flechas). Por certo você não é adepto da licnomancia (método de adivinhação por meio de lâmpadas), por isso deve estar curioso com mais palavras estranhas que virão, mas não se irrite com o cainhar (latido doloroso de cachorro) de seu amigo fiel, é que ele não se acostuma com sua possível dromomania (mania de andar, de vaguear, ter vida errante) e caso alguém lhe pergunte o que é sable pode responder de pronto: é a cor preta nos brasões.

Se o vivente se benzer diante da palavra, diga então que triságio é repetição, em religião, por três vezes, de palavras como "santo, santo, santo" e que vovente é quem faz votos ou promessas, possivelmente para realizar uma contramina (maneira de eliminar intriga). Mas esqueça algum mesto (o que causa tristeza) e não tenha incha ( aversão, ódio, rancor), pois é certo que nenhum ser humano é pequeno bastante para ser pego numa quixó (armadilha para preás). Se você já não agüenta minha aravia (linguagem que não se entende) não parta para dipsomania (impulso que leva a ingerir grande quantidade de bebidas alcoólicas) e nem aceite intervenção de quem só pensa em atossicar (dar maus conselhos, instigar para o mal)

Para adoçar o assunto, vá estinhar (tirar o mel das abelhas) e se quiser sapear, o jeito é ser pescanço (que espreita jogo do parceiro), mas evite oscitação (bocejo) para ele não perder a concentração. Se estiver com a namorada lhe provoque um ginge (arrepio de emoção), se ela tem osfresia (faculdade de sentir facilmente cheiros) leve-a para o parálio (próximo do mar) e lhe faça uma polografia (descrição do céu) e quem sabe ela acaba com a oneomania (desejo incontrolável de comprar) e você se sinta (no ou na?) zina (auge, apogeu) ? Mas comer um loco (carne guisada com milho) é melhor que zesto (camada mais externa do limão e outras frutas cítricas) e que ninguém venha remoçar (censurar), pois vou parar o texto porque deu omalgia (dor no ombro).

Edson Silva, 49 anos, jornalista da Assessoria de Imprensa de Sumaré
[email protected]

Autor: Edson Terto Da Silva


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