Assistência De Enfermagem Em Unidade De Tratamento De Queimados
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM EM UNIDADE DE TRATAMENTO DE QUEIMADOS
Carla Simone da Cunha Carvalho[1]
Daisy Marillya Xavier Leite[2]
João Carlos Soares de Oliveira[3]
Matheus Vieira Bastos[4]
RESUMO
Queimaduras são lesões comuns, a maioria de pequena extensão autotratáveis, aquelas com maior extensão são lesões graves que exigem tratamentos intensivos e reabilitação. A profundidade da lesão é classificada como sendo de primeiro, segundo e terceiro graus. A determinação da extensão da área de superfície corporal total lesionada – ASCT, para calculo rápido é a regra dos nove. O tratamento inclui debridamento, curativos, escarotomia, fasciotomia, enxertos, reposição hídrica, balneoterapia. O avanço da ciência e tecnologia possibilitou o aumento da sobrevida dos clientes com queimaduras, diminuindo a taxa de mortalidade em níveis expressivos. A humanização busca resgatar o sentido a assistência à saúde ao ser humano refletindo sobre as práticas do serviço de enfermagem em uma unidade de tratamento de queimados – UTQ.
Palavras-chave: Queimaduras. Humanização. Atuação do enfermeiro. Enxertos.
INTRODUÇÃO
Em nossos estudos um dos aspectos evidenciados que merecem destaque é a humanização da assistência de enfermagem na UTQ. A literatura atual reativa as questões éticas e bioéticas têm ressaltado a desumanização da equipe multiprofissional ao contato com o paciente queimado, pois este necessita de um tempo maior de internação hospitalar. A preocupação do ser humano com sua estética após um acidente por queimadura é de extrema importância podendo afetar seu psicológico influenciando o tratamento e reabilitação.
Queimadura é uma lesão em determinada parte do organismo desencadeada por um agente físico. Dependendo deste agente podem ser classificadas em térmicas, elétricas e químicas. Esses agentes agem no tecido causando destruição parcial ou total da pele e seus anexos podendo atingir camadas profundas, como tecido subcutâneo, músculos tendões e ossos. (KNOBEL, 2006).
Quando se faz uma avaliação das causas das queimaduras observa-se que, na esmagadora maioria das vezes, a falta de cuidado é o principal elemento responsável. A prevenção de lesões por queimaduras no local de trabalho deve incluir o manuseio seguro de substâncias, produtos químicos, líquidos quentes, fósforos, eletricidade tendo maior atenção para crianças, adolescentes, bem como adultos com o uso incorreto da combinação de gasolina e tabagismo (SMELTZER et al, 2006).
No entender de Dal Molin, (2004) a dor causada pela queimadura faz com que, na situação de emergência domiciliar, as pessoas utilizem pomadas e ungüentos além de uma infinidade de outros produtos (borra de café, margarina, creme dental, etc.). A pasta de dente, por exemplo, pelo seu frescor que é freqüentemente usada, no entanto, há substâncias anti-sépticas que são extremamente irritantes aos tecidos expostos na zona da lesão queimada. O controle da dor é um dos principais objetivos da enfermagem no tratamento do paciente queimado.
Na vigência da dor o paciente poderá apresentar vários sintomas segundo,Smeltzer et al, (2006) taquicardia, sudorese, hipertensão, agitação e desconforto respiratório. Medidas de controle, analgésico e sedação são freqüentemente necessárias. A gravidade de uma queimadura é determinada principalmente pela extensão, área de superfície corporal total queimada (ASCT) e pela sua profundidade.
O tratamento de um paciente queimado inclui vários procedimentos, dependendo da extensão e da gravidade das queimaduras, atendimento de emergência, alívio da dor, debridamento e enxertia entre outros. Uma boa equipe multiprofissional, com Médicos, Fisioterapeutas, Enfermeiros, Psicólogos e Terapeuta ocupacional é imprescindível para a recuperação do paciente (ERAZO, 2006).
Segundo o autor citado, atualmente se discute a necessidade de humanizar o cuidado, a assistência, a relação com o usuário do serviço de saúde. A formação dos profissionais de saúde distante do debate e da formulação de política pública de saúde, estão resultando em ações consideradas desumanizadas. Tendo em vista a nova perspectiva de atuação da enfermagem, que incluem em seu contexto o cuidado humanizado, foi despertado o interesse de aprofundar o assunto relacionando ao centro tratamento de queimados.
Diante do exposto, justificamos a escolha do tema à alta incidência de lesão por queimaduras e a inserção de mais um centro de tratamento de queimados na Bahia, vinculado ao Hospital do Oeste. Tendo em vista a vasta demanda da região para o tratamento de queimaduras e a possibilidade de divulgação do artigo atingindo não somente a população no geral como também abrangendo as categorias profissionais de saúde.
Desse modo, o presente artigo científico, visa abordar não somente a queimadura, mas englobando a humanização da assistência na saúde voltada especificamente ao acompanhamento, prestação de serviços da enfermagem aos pacientes queimados. Buscamos assim, contribuir para um maior entendimento da população e profissionais de saúde, sejam adotadas medidas para uma efetiva humanização no atendimento e os esclarecimentos de toda a sociedade sobre as queimaduras para diminuir a prevalência dos acidentes e as possíveis melhoras no tratamento, evitando complicações e melhorando a reabilitação do cliente.
OBJETIVO
Analisar a queimadura, tipos, classificações, principais causas, o processo de enfermagem e a importância da humanização ao paciente vitima de queimaduras.
METODO
Foi realizada uma revisão bibliográfica com a finalidade de verificar a produção do conhecimento em periódicos sobre queimaduras e a humanização da assistência nos últimos cinco anos. A busca reuniu artigos publicados a partir da base de dados do LILACS (Literatura Latino Americana e do Caribe em ciências da Saúde), MEDLINE (Medical Literature Analysis and Retrieval System – on-line) e BDENF (Base de Dados da Enfermagem) tendo como palavras chave: queimaduras, tratamento queimados, queimados, enxertia de queimados, humanização.
No estudo, foram incluídos apenas os artigos localizados na Biblioteca da FASB e da Biblioteca do Centro de Colaborador da OPAS – Organização Pan-americana de Saúde e OMS – Organização Mundial de Saúde para pesquisa de publicações científicas em saúde – Bireme. Para o aprofundamento teórico se buscaram o embasamento teórico em fontes complementares como livros, periódicos, artigos.
REVISÃO DE LITERATURA
TIPOS E AVAIAÇÃO DE QUEIMADURAS
Costuma-se classificar as queimaduras de acordo com a profundidade da pele lesada. Refletindo sobre esse assunto, Knobel, (2006) relata que essa classificação é importante para se avaliar a previsão de cicatrização e cura da queimadura. Quanto mais superficiais, melhor o prognóstico. Em todos os tipos de lesão, várias células epiteliais vão formar novas camadas finas e secas. A pele em regeneração deve ser protegida contra traumas, temperatura, exposição ao sol. As queimaduras são classificadas em segundo o autor citado:
Queimadura de primeiro grau: É a queimadura mais superficial atinge a epiderme e caracteriza-se por deixar a pele hiperemiada, edemaciada e extremamente dolorida aparece também seca sem flictena. Uma exposição prolongada ao Sol pode desencadear este tipo de lesão.
Queimadura de segundo grau: Alem da epiderme atinge camadas intermediárias (derme) é uma queimadura superficial de espessura parcial. Caracteriza-se pelo aparecimento da flictena que é a manifestação externa de um descolamento dermo-epidérmico. Tem uma profundidade intermediária.
Queimadura de terceiro grau: É profunda de espessura parcial ou total. Caracteriza-se pelo aparecimento de uma zona de morte tecidual (necrose).
ASCT – ÁREA DE SUPERFÍCIE CORPORAL TOTAL LESADA
Existe um método bastante simples para se obter a área de superfície corporal total lesada: o Método de Wallace, também conhecido com a Regra dos Nove. Esta regra emprega valor igual a nove ou múltiplo de nove às partes atingidas. Use-a para estimar o percentual atingido pela lesão (SMELTZER et al, 2006).
Regra dos nove
Cabeça – 9%;
Braços – 9% cada um;
Tronco – 36% (face anterior e posterior);
Pernas – 18% cada uma;
Genitália – 1%.
TRATAMENTO DE EMERGÊNCIA EM SITUAÇÕES DE QUEIMADURAS – PREIMEIROS SOCORROS
Queimaduras são relativamente comuns. Uma fogueira pode ficar fora de controle, um fogareiro e a churrasqueira pode dar problema. Não importa qual o tipo de queimadura, o primeiro cuidado é a interrupção do agente agressor (ERAZO, 2006).
Segundo o Instituto Dr. José Frota CTQ, (2007) abafe as chamas com um cobertor ou similar ou faça o paciente rolar no solo se for por fogo, correr provoca o aumento do fogo; em caso de líquidos quentes procure resfriar o local com água fria e se for substancias causticas lave as superfícies atingidas, exaustivamente, com água corrente, de modo a remover, ao máximo toda a substancia. Embora as queimaduras solares, na maioria dos casos, sejam de 1º grau, o surgimento de bolhas ou sintomatologia mais exarcebada poderá requerer cuidados médicos.
Para o autor citado, deve-se observar se o paciente respira bem, verifique se o nariz e a boca estão desobstruídos, se não, limpe-os retirando o que está impedindo a respiração normal; retire as roupas queimadas, em alguns casos às roupas fica aderido à pele o que não estiver aderido deve ser cortado; em seguida e o mais rápido possível, procure resfriar as queimaduras com duchas de água fria, enquanto não for providenciada a remoção, para um hospital.
TRATAMENTO MEDICO DO PACIENTE COM QUEIMADURA
O tratamento deve ser planejado de acordo a extensão e profundidade da queimadura, quando a área de superfície corporal total é muito grande o risco de morte e complicações aumenta.
Deve-se controlar a dor, fazer debridamento, escarotomia, fasciotomia, enxertos, balneoterapia, manter o equilíbrio hidricoeletrolítico bem como, seus sinais vitais para que o cliente não desenvolva choque hipovolemico, por causa da perda excessiva de líquidos. Problemas respiratórios podem surgir, caso ouve inalação de fumaça e toxinas, atentar também ao risco de se desenvolver uma infecção por perda da primeira camada de proteção da pele (IRION, 2005).
Exame básico (ATLS)
A – Vias Aéreas
B – Boa Respiração
C – Circulação
D – Dano Neurológico
E – Exposição
Controle da dor
O tratamento da dor é de responsabilidade do médico e da enfermeira, alem disso, temos de avaliar as causas e adotar as providências para eliminar ou minimizar com o uso de analgésicos prescritos, como os opióides, antiinflamatórios, cloridrato de tramal entre outros. O Enfermeiro é responsável por este processo; contudo, podemos perceber o quanto ele está atrelado ao que o médico diz e prescreve. Isto se comprova por intermédio de pesquisas que apontaram o cuidado centrado no aspecto farmacológico (DAL MOLIN, 2004).
Escarotomia
É um procedimento de emergência realizado por um medico com experiência no atendimento a queimados. Irion, (2005), da destaque que no caso de queimaduras de espessura total circunferências de membros ou do tronco, podem ser necessárias à realização de escarotomia. O edema tecidual pode causar compressão de estruturas em membros e predispor à necrose de extremidades. O aspecto duro e inelástico da pele com queimadura de terceiro grau restringe os movimentos respiratórios e pode levar a insuficiência respiratória.
Este procedimento deve ser realizado na sala de emergência ou mesmo no leito do paciente. É feita a incisão da pele em toda a sua espessura, atingindo-se o subcutâneo. A pele queimada de terceiro grau é insensível, mas pode ocorrer dor com a incisão atingindo o subcutâneo. Analgésia proporcional à dor deve ser administrada por via venosa.
Fasciotomia
Procedimento realizado na emergência por cirurgião experiente, indicado quando se suspeita de síndrome de compartimento no antebraço ou perna, geralmente em lesões decorrentes da passagem de corrente de alta voltagem (IRION, 2005).
Debridamento
É muito importante para diminuir a ameaça de infecção.
À medida que os resíduos se acumulam na superfície da ferida, eles podem retardar a migração dos queratinócitos, atrasando, assim, o processo de epitelização. O debridamento, outra faceta do cuidado de queimadura, apresente duas metas:
* Para remover o tecido contaminado por bactérias e corpos estranhos, protegendo, assim, o paciente contra a invasão de bactérias.* Para remover o tecido desvitalizado ou a escara da queimadura na preparação para a enxertia e cura da ferida. (SMELTZER et al, 2006p. 1822).
Há o debridamento mecânico, onde o tecido morto é segregado com o uso de tesouras, pinças ou escovas para separar e remover. Existem fármacos como: colagenase, purinol, alginato, dexene, de uso tópico que fazem debridamento, como também o uso de hidroterapia. Tanto o debridamento mecânico como o cirúrgico é feito sobre a ação de anestésicos, principalmente se o cliente tiver uma queimadura grande e profunda (IRION, 2005).
Enxertos
Queimaduras grandes e profundas não conseguem se regenerar por si só. A regeneração será lenta por segunda intensão, poderia deixar defeitos como, perda da função e contração no local. Os enxertos podem ser de pele de seres humanos vivos ou mortos – aloenxertos, a membrana da placenta humana e pele de porcos – xenoenxertos. O próprio paciente – autoenxerto, no entanto, pode ser o doador se as áreas de retirada do enxerto não estiverem comprometidas, os locais mais comuns são as coxas, nádegas e tronco (SMELTZER et al, 2006).
Pesquisadores da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas)conseguiram pela primeira vez no país reproduzir a pele humana em laboratório. A descoberta abre caminho para o tratamento sem rejeição em pacientes com úlceras, queimaduras e lesões.
O estudo é também o primeiro a ser publicado sobre o tema na literatura mundial, segundo a coordenadora da pesquisa, a dermatologista Beatriz Puzzi. O método foi apresentado em dois congressos, entre eles o 4º Congresso Mundial de Banco de Tecidos, em maio no Rio - o estudo recebeu o prêmio de pesquisa inovadora.
(UNICAMP, 2005).
Problemas respiratórios
A inalação de fumaça ou substâncias tóxicas pode causar lesões e levar ao óbito grande parte dos clientes. As alterações respiratórias mais complicadas são pneumonia e embolia pulmonar (KNOBEL, 2006).
A equipe de enfermagem deve ficar atenta para sinais de hipoxemia, taquicardia, sudorese e cianose. Essas lesões causadas podem destruir a árvore respiratória provocando, edema e obstrução (SMELTZER et al, 2006).
Reposição hídrica
Após controlar a resposta respiratória e dor a enfermeira deve ficar atenta para os sinais de hipovolemia e choque, fazendo a reposição de líquidos e eletrólitos perdidos que foram prescritos. A punção de um acesso venoso calibroso é de grande importância, mante-lo fluindo (SMELTZER et al, 2006).
Risco de infecção
Apesar das precauções assépticas e do uso de agentes antimicrobianos tópicos a queimadura é um meio excelente para o crescimento e proliferação bacteriana. Bactérias como Staphylococcus e Pseudomonas são as mais comuns. Os agentes microbianos mais usados são o de uso tópico, como, sulfadiazina de prata, acetato de mafenide, nitrato de prata (SMELTZER et al, 2006).
Conforme os autores citados a enfermeira deve ficar atenta para sinais de infecção no local da queimadura, coloração, secreções, bem como sinais sistêmicos como febre, contagem de leucócitos. Para controlar os riscos de infecção deve fazer a troca de curativo sempre que necessário e observar, também a troca de cateter venoso conforme as normas da instituição.
Balneoterapia
A balneoterapia consiste em um curativo com lavagem da ferida, para a limpeza e remoção de curativos em um ambiente próprio, com o paciente sob o efeito de sedação venosa ou anestesia, se usa banheiras ou chuveiros. A temperatura da água deve ser mantida em 37,8ºC e não deve ultrapassar os 30 minutos para evitar o calafrio do paciente e o estresse metabólico (SMELTZER et al, 2006).
ATUAÇÃO DA ENFERMAGEM NO TRATAMENTO E REABILITAÇÃO DO PACIENTE QUEIMADO
O histórico de enfermagem tem como finalidade de ouvir atentamente o paciente, para poder conseguir todas as informações necessárias a fim de identificar os problemas. Avaliam-se também o peso corporal, pré-queimadura, temperatura, histórias de alergias, patologias de base, vacinação contra tétano, fez cirurgias, usa algum tipo de medicamento.
Fazer o exame físico completo céfalo-podálico, observando sinais, sintomas, lesão e complicações em desenvolvimento. O exame neurológico também deve ser feito para avaliar o nível de consciência, estado psicológico, dor, ansiedade, comportamento se esta orientada no tempo e espaço (GEISSLER, 2003).
A enfermagem deve monitorar com freqüência os sinais vitais. O estado respiratório é rigorosamente monitorado, sendo avaliado o pulso. A monitoração cardíaca esta indicada quando o paciente apresenta história de doença cardíaca, lesão por eletricidade ou problemas respiratórios, ou quando o pulso está arrítmico ou a velocidade anormal lenta ou rápida (SMELTZER et al, 2006).
O uso de cateter venoso calibroso e sonda urinária são inseridos e a avaliação da enfermeira inclui a monitoração do balanço hídrico. O debito urinário, um indicador da perfusão renal, é cuidadosamente monitorado e medido a cada hora (KNOBEL, 2006).
Smeltzer et al, (2006), retrata que a enfermagem encorpara os exercícios de fisioterapia ao cuidado do paciente para impedir a atrofia muscular e manter a mobilidade necessária para as atividades diárias, um cuidado primordial para reabilitação. A reabilitação começa logo depois da queimadura mais precocemente. O grau de tolerância à atividade, a força e a resistência do paciente irão aumentando gradualmente à medida que a atividade for acontecendo durante períodos cada vez mais longos.
O cuidado, na perspectiva da dor para DAL MOLIN, (2004), da sua avaliação e terapêutica, também deveria ser humanizado, individualizado, incluindo não apenas o aspecto farmacológico, mas especialmente as ações próprias da enfermagem, os nossos instrumentos de trabalho, o nosso foco, que é o cuidado humano. Cuidar é muito mais do que curar, é proporcionar ao indivíduo uma melhor percepção de si e de sua vida, e ao profissional, a satisfação cada vez maior.
Humanização no cuidado do PAciente em UTQ
Humanizar é cuidar do paciente de forma holística, englobando também a família, respeitando os seus valores, culturas e preocupações de cada indivíduo. A internação em Unidade de Tratamento de Queimados – UTQ traz alterações principalmente psicológicas por causa da aparência e cicatrizes que nem sempre com cirurgia reparadora se desfazem. Os profissionais de enfermagem devem ser preparados para atuar junto ao paciente e sua família, para diminuir os efeitos e dos transtornos da longa internação em UTQ.
A assistência humanizada à família implica compreender o processo vivenciado quando um dos seus membros é internado na UTQ, para que assim a equipe interdisciplinar tenha condições de reconhecer as suas necessidades (KNOBEL, 2006).
Segundo Cintra, (2000), a proposta de humanização do cuidado vem em busca do resgata dos valores humanistas, amor, toque, conversa, respeito e da preocupação com o outro. Um aspecto a destacar é a forma com que o cuidado é desenvolvido na prática, totalmente com ênfase nas técnicas, ou seja, nas intervenções de Enfermagem, que em ultima análise, depende de uma prescrição médica. Dessa forma, o objetivo da Enfermagem não está centrado no cuidado ao paciente, mas na maneira de ser executada a tarefa.
CONCLUSÕES
Compartilhar o processo de humanização na equipe multiprofisional é essencial no cuidado, uma vez que o planejamento da assistência pode repercutir no tratamento e no futuro do indivíduo queimado. No entanto, vale ressaltar a importância do conhecimento técnico e científico para avaliarem suas próprias decisões e prestar uma assistência adequada e humana para situações específicas de cada cliente queimado.
Nosso entendimento sobre a importância da formação profissional não somente cientificamente como também humanizados está começando, e é necessário perseguir os estudos. Vivenciar diferentes experiências, trazendo novos modelos de planos de cuidados que permita a enfermagem aprender o que está se passando com a singularidade de cada humano que esteja precisando de atenção e cuidado, dando mais sentido a sua intervenção e maior valor a vida.
Ressaltamos a importância da equipe em alimentar seu conhecimento teórico sobre as queimaduras e os cuidados especiais que esses clientes precisarão para que possam refletir e subsidiar suas decisões juntamente com os planos de cuidados, sendo essencial o fator preponderante a humanização para assistência desses pacientes queimados. Assim, buscamos conhecer como se dá o processo de planejamento em cuidados de queimaduras com uma estratégia de visão holística.
ASSISTANCE OF NURSING IN UNIT OF TREATMENT OF BURNT
ABSTRACT
Burnings is common injuries, the majority of small extension autotratáveis, with bigger extension they are serious injuries that demand intensive treatments and whitewashing. The depth of the injury is classified as being of first, second and third degrees. The determination of the extension of the area of total corporal surface lessoned - ASCT, for I calculate fast is the rule of the nine. The treatment includes debridamento, dressings, ecarotomia, fasciotomia, exerts, hydria replacement, balneoterapia use of splices and exercises. The advance of science and technology made possible the increase of supervened of the customers with burnings, diminishing the tax of normality in expressive levels. The humanizes searchs to rescue the direction the assistance to the health to the human being being reflected on the practical ones of the service of nursing in a unit of treatment of burnt - UTQ.
Key Words: Burnings. Humanizes. Acting of nursing. Exerts.
REFERÊNCIAS
BRUNNER, Lílian Sholtis e SUDDARTH, Doris Smith.Tratado de enfermagem médico cirúrgica. 10. ed. 4 vol. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006.
CINTRA, Eliane Araújo, et al. Assistência de enfermagem ao paciente crítico. São Paulo: Atheneu, 2000.
DAL MOLIN, Rossano Sartori. Cuidando da dor na perspectiva da enfermagem. Goiânia: AB, 2004.
ERAZO. Manual de urgências em pronto-socorro. 8. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006.
GEISSLER, Aline, et al. Planos de cuidados de enfermagem. 5. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2003.
GONÇALVES, Hortência de Abreu. Manual de artigos científicos. São Paulo:Avercamp, 2004.
IRION, Glenn. Feridas: novas abordagens, manejo clinico e atlas em cores. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005.
KNOBEL, Elias, et al. Terapia intensiva. São Paulo: Atheneu, 2006.
Revista da Associação Médica Brasileira. 53 vol. 1 nº. jan/fev. São Paulo, 2007.
Revista Latino-Americana de Enfermagem. 14 vol. 2 nº. mar/abr. Ribeirão Preto: Escola de Enfermagem, 2006.
Instituto Dr. José Frota. Disponível em: http://www.ijf.ce.gov.br. Acessado em: 17 mai. 2007.
Reprodução de pele humana em laboratório. Disponível em: http://www.unicamp.br. Acessado em: 17 mai. 2007.
Autor: Matheus Bastos
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