GÊNEROS TEXTUAIS E TIPOLOGIAS TEXTUAIS: CONCEITOS PARALELOS.GÊNEROS TEXTUAIS E TIPOLOGIAS TEXTUAIS: CONCEITOS PARALELOS.



GÊNEROS TEXTUAIS E TIPOLOGIAS TEXTUAIS: CONCEITOS PARALELOS. GÊNEROS TEXTUAIS NÃO SÃO OPOSTOS A TIPOS TEXTUAIS, SÃO COMPLEMENTARES E INTEGRADOS.

Jordane dos Santos Souza*


RESUMO
Este artigo propõe uma abordagem paralela dos conceitos de tipos e gêneros textuais, de modo a demonstrar identificar, classificar texto em sala de aula. O presente estudo parte do princípio que os gêneros textuais não são opostos a tipos textuais, são complementares e integrados; além disso, o estudo visa atender através de metodologias o uso simultâneo dos mesmos para aperfeiçoar a didática de ensino para uma melhor assimilação e internalização do conteúdo.

Palavras-chave: Texto. Diversidade. Simultaneidade. Aprendizagem.
ABSTRACT
This article considers a parallel boarding of the concepts of types and literal sorts, in order to demonstrate, to identify, to classify text in classroom. The present study it has left of the principle that the literal sorts are not opposing the literal types, are backing and integrated moreover, the study it aims at to take care of through methodologies the simultaneous use of the same ones to perfect the didactics of education for one better assimilation and apprenticeship of the content.

Key words: Text. Diversity. Simultaneity. Apprenticeship.

*Especialização: Metodologia do ensino de Língua Portuguesa e Literatura
Grupo educacional Uninter
Graduação: Letras
E-mail: [email protected]
GÊNEROS TEXTUAIS E TIPOLOGIAS TEXTUAIS: CONCEITOS PARALELOS. GÊNEROS TEXTUAIS NÃO SÃO OPOSTOS A TIPOS TEXTUAIS, SÃO COMPLEMENTARES E INTEGRADOS.


Jordane dos Santos Souza


1. Importância de se trabalhar simultaneamente gêneros e tipos textuais

Os estudos sobre gêneros e tipos textuais são frequentes, uma vez que estamos em constante contato com produções textuais que circulam diariamente na sociedade. É de suma importância o desenvolvimento do trabalho sobre gêneros e tipos textuais simultaneamente, pois, podemos internalizar a distinção e definição das características individuais para um melhor aprendizado e uma ampliação de conhecimentos.
Um ponto importante que Marcuschi (2002:25) destaca é que "Em todos os gêneros também se está realizando tipos textuais, podendo ocorrer que o mesmo gênero realize dois ou mais tipos. Assim, um texto é em geral tipologicamente variado (heterogêneo)." Podemos observar em uma revista como a "Veja", nela estão inseridos vários gêneros textuais como a notícia, reportagem, crônica, carta ao leitor, etc., e dentro de cada gênero estão presentes diversas tipologias: narração, dissertação, descrição.
Gêneros e tipologias textuais não subsistem isolados, nem alheios um ao outro. Ambos são paralelos, os gêneros estão sempre ligados a uma esfera de produção. Fairclough comenta que o termo gênero é usado para designar

Um conjunto de convenções relativamente estável que é associado com, e parcialmente realiza um tipo de atividade socialmente aprovado, como a conversa informal, a compra de produtos numa loja, uma entrevista de emprego, um documentário de televisão, um poema ou um artigo científico. (Fairclough, J.L. Meurer, 2005, p. 81).



Além disso, um gênero implica não somente um tipo particular de texto, mas também processos particulares de produção (tipologia textual), contribuição e consumo de textos. Cada gênero, portanto, ocorre em determinado contexto e envolve diferentes agentes que o produzem e consomem, lêem e interpretam.
Gênero textual é o nome que se dá às diferentes formas de linguagem que circulam socialmente, sejam mais formais ou mais informais. Um romance é um gênero, um artigo de opinião também, um conto é outro, uma receita de bolo, uma aula, uma palestra, bilhete, história em quadrinho, entre outros. Eles são a forma como a língua se organiza nas inúmeras situações de comunicação que vivemos no dia a dia. São línguas em uso social, seja quando usamos na escola, seja quando usamos fora dela para nossa comunicação, seja quando usamos gêneros escritos ou gêneros orais. Como os gêneros são instrumentos de comunicação indispensáveis, todas as pessoas usam gêneros; o fato de todas as pessoas dominarem pelo menos alguns gêneros dá uma base para que elas possam aprender outros e mais outros, de forma infinita.
A tipologia textual caracteriza-se como sequência linguística, sequenciação de enunciados, designa uma espécie de sequência retórica subjacente, definida pela sua composição, estilo, aspecto sintático, lexicais, tempos verbais, linguagem. São tipos textuais: narração, descrição, dissertação, injunção. Esses tipos de textos estão inseridos dentro de vários gêneros textuais. O uso paralelo de gêneros/tipos textuais trabalhado na sala de aula de forma lúdica faz com que aconteça aprendizagem espontânea, o aluno logo entende que são complementares e integrados.
A escola é um "autêntico lugar de comunicação" e as situações escolares "são ocasiões de produção e recepção de texto" (Schneuwly e Dolz. P. 78); é notório que no ambiente escolar o aluno se depara constantemente com textos, pois é um meio de comunicação indispensável, para uma melhor assimilação de conteúdo, interpretação, compreensão de textos, é essencial o desenvolvimento de metodologias que facilite a aprendizagem. Trabalhar meios de comunicação bem como Gêneros e Tipos textuais contribui bastante para melhorar o entendimento de textos, sendo que, ambos (o estudo de tipos textuais e o estudo dos gêneros textuais) têm os mesmos objetivos que é de identificar, classificar a redação que o aluno está em contato, ajudando-o a situar-se com que está lendo; daí a importância do uso simultâneo dos mesmos.

2. Trabalhando com os tipos/gêneros textuais na escola

Para uma eficaz aprendizagem é necessário que o aluno esteja realmente interessado no conteúdo a ser abordado em sala de aula, dessa forma, o professor tem que desenvolver metodologias onde aconteça aprendizagem espontânea, para que os alunos cooperem entre si para alcançar um fim comum. O papel do educador é orientar o educando para uma eficaz interação com o conteúdo abordado como meio de expor suas dúvidas e solucioná-las;
A proposta de ensino para fazer uso simultâneo de tipos/gêneros textuais é que os alunos produzam um painel, trabalho em grupo; trabalhar a interação em grupo, possibilitando a troca de conhecimento, assim os alunos poderão tirar possíveis dúvidas a respeito do conteúdo, nesse momento os estudantes já internalizaram o que são gêneros e o que são tipos textuais, suas características comuns relativas à sua estrutura, e sua finalidade. Jornais e revistas são espaços de circulação de um conjunto de gêneros diferentes. O objetivo deste trabalho é identificar os gêneros discursivos presentes na publicação e identificar qual(is) tipos textuais que estão inseridos dentro dos gêneros. Em equipe, os alunos deverão analisar um conjunto de textos que compõem as revistas de grande circulação (como Veja, Época, IstoÉ,etc.).
Deverá ser realizado um sorteio, os membros do grupo deverão fazer a leitura conjunta da revista a eles destinada e, com base nas características dos textos, separá-los, procurando agrupar aqueles que apresentam características semelhantes. Identificado os gêneros bem como: notícia, crônica, reportagem, carta ao leitor, texto de opinião, etc., os alunos deverão partir para montagem do painel, onde abaixo de cada texto deverá estar o nome do gênero e a tipologia encontrada dentro do gênero. O resultado dessa análise deverá ser um painel intitulado "Os gêneros/tipos textuais que circulam na revista X" (nome da revista analisada). E por fim a apresentação do que foi realizado no painel.
Outra opção é elaborar trabalho individual, só que em modelo de livro, da mesma forma escolher uma revista, recortar e colar texto, identificar gênero e tipologia predominante dentro do gênero; abaixo dos gêneros dizerem quais as características do gênero, linguagem predominante (formal ou informal), para que público é destinado.
Pode-se ainda orientar os discentes para o desenvolvimento da escrita, bem como, fazer mudança de um gênero para outro, o aluno pode analisar que há dentro de um gênero uma tipologia textual, tornando-se uma importante contribuição para aprendizagem.
A metodologia usada serve para aperfeiçoar a didática de ensino com o tema estabelecido para uma melhor assimilação e internalização.

3. Pontos paralelos existentes para aproximação entre a teoria dos gêneros e a teoria da tipologia textual

Existe uma grande heterogeneidade tipológica nos gêneros textuais; não há uma dicotomia, trata-se de uma relação de complementaridade, os dois coexistem. É impossível se comunicar verbal¬mente a não ser por algum gênero, assim como é impossível se comunicar ver¬balmente a não ser por algum texto. Em outros termos, partimos da ideia de que a comunicação verbal só é possível por algum gênero textual. Essa posição, defendida por Bakhtin [1997] e também por Bronckart (1999) é adotada pela maioria dos autores que tratam a língua em seus aspectos discursivos e enunciativos, e não em suas peculiaridades formais. Os gêneros estão sempre ligados a uma esfera de produção.
Segundo Bakhtin (2003), o gênero discursivo é "objetivamente inexaurível", impossível de se esgotar, em função de suas adaptações necessárias ao estabelecimento das relações sociais e situações de comunicação. Nesse contexto teórico pode-se afirmar que tanto gênero quanto tipo textual têm o mesmo objetivo: comunicar; gêneros contribuem para ordenar e estabilizar as atividades comu¬nicativas do dia-a-dia.
Muitos autores definem gêneros/tipos textuais como algo totalmente oposto, segundo Luiz Antônio Marcuschi para uma maior compreensão do problema da distinção entre gêneros e tipos textuais sem grande complicação técnica, permite entender as diferenças com certa facilidade. Essa distinção é fundamental em todo o trabalho com a produção e a compreensão textual. Entre os autores que defendem uma posição similar à aqui exposta estão Douglas Biber (1988), John Swales (1990.), Jean-Michel Adam (1990), Jean¬Paul Bronckart (1999). Uma breve definição das duas noções: usamos a expressão tipo textual para designar uma espécie de construção teórica definida pela natureza lingüística de sua composição: aspectos lexicais, sintáticos, tempos verbais, relações lógicas.
Em geral, os tipos textuais abrangem cerca de meia dúzia de categorias conhecidas como: narração, argumentação, exposição, descrição, injunção. Usamos a expressão gênero textual como uma noção propositalmente vaga para referir os textos materializados que encontramos em nossa vida diária e que apresentam características sócio-comunicativas definidas por conteúdos, propriedades funcionais, estilo e composição característica. Se os tipos textuais são apenas meia dúzia, os gêneros são inúmeros: uma entrevista, texto de propaganda, texto informativo, textos de instrução, charge, e-mail, carta, bilhete, história em quadrinhos, o ensaio, o editorial, etc. Diferente dos tipos textuais, a categorização dos textos em gêneros textuais é mais concreta, correspondem a certos padrões de composição de um determinado texto determinados pelo contexto em que são produzidos, pelo público a que eles se destinam, por sua finalidade, por seu contexto de circulação.
As pessoas reconhecem sem dificuldades os gêneros textuais com os quais estão familiarizados. Não é necessário ser um médico, por exemplo, para reconhecer uma bula de remédio, ou um jornalista para reconhecer uma notícia de jornal. Isso acontece porque muitos desses gêneros estão presentes na nossa vida. Sabemos inconscientemente, quais são suas características e isso é que nos faz reconhecê-los facilmente.
Embora haja distinção em conceitos gênero/tipo textuais, temos que dar importância ao objetivo e finalidade que ambos apresentam como pontos paralelos para o uso no dia a dia do aprendiz, pois o alvo é a aprendizagem.








REFERÊNCIAS


GÊNEROS: teorias, métodos, debates/ J. L. Meurer, Adair Bonini, Désirée Motta-Roth, organizadores.- São Paulo: Parábola Editorial, 2005.
Linguagem, texto e ensino- discussões do CELLIP, Pascoalina Bailon de Oliveira Saleh, Silvana Oliveira (org.) editora: UEPG. Ponta Grossa: PR, 2010.
MARCUSCHI, L. A. (2002). "Gêneros textuais: definição e funcionalidade" In DIONÍSIO, Â. et al. Gêneros textuais e ensino. Rio de Janeiro: Lucerna.
TRAVAGLIA,L. C. (1991). Um estudo textual-discursivo do verbo no português. Campinas, Tese de Doutorado / IEL / UNICAMP, 1991. 330 + 124 pp.___ (2002). Tipos, elementos e a construção de uma teoria tipológica geral de textos.










Autor: Jordane Santos Souza


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