Tolerância, não! Igualdade!



Edson Silva

Uma cena vista num coletivo me fez pensar em escrever este texto. Sentados lado a lado, dois jovens, que não se conheciam, já que um estava sentado e outro sentou quando parte do banco duplo vagou, usavam cada qual sua camisa de futebol, uma do Guarani de Campinas (meu único time do coração) e outra do São Paulo, coincidentemente ambas de goleiros. Eles não trocaram palavra no trajeto, mas achei simbólico o fato que me convenceu que deve haver igualdade e não tolerância como muitos apregoam por aí.

Entendo que tolerar uma coisa é meio egoísta, como se sentir absolutamente certo, achar que outra pessoa está errada, mas de forma superior então suportá-la. Pela cena usei simbologia de adversários esportivos, no caso futebol, mas pode ser usado em todos sentidos da vida, como divergências religiosas, políticas e quaisquer outras mais que houver. Quando respeitamos direitos iguais para todos não precisamos nos taxar de tolerantes, afinal estar certo ou errado é ponto de vista, é questão de escolha.

Lógico que cada indivíduo tem preferência em mais diversos campos de atividades e direito de manifestá-la seja por meio de sua camisa ou bandeira de futebol (ou de outro esporte), de falar de suas preferências políticas, profissionais, de seu modo de vida, enfim direitos que são seus e inalienáveis desde que não firam direitos de outros indivíduos ou de outros seres vivos. Quem sabe praticando isso, a humanidade não aprenda a viver em paz?

No calor de um evento cada pessoa defende com o coração sua preferência, canta, apoia seu time, dentro dos limites do bom senso e de não violência pode até dar uma "zoadinha" na torcida adversária, mas acabou o evento não faz sentido continuar com rixa. Se a vitória veio, comemore; se houve derrota, aprenda; como não estamos na América do Norte, que não admite empate na maioria dos jogos, se foi empate rache a comemoração ou frustração com o adversário, afinal a vida continua e ninguém, senão nós mesmos teremos de continuar travando batalhas, que se tornam amenas se tratadas com serenidade e pacificamente, afinal já disse o poeta: "...Outros outubros virão/Outras manhãs, plenas de sol e de luz..."

Edson Silva, 49 anos, jornalista da Assessoria de Imprensa da Prefeitura de Sumaré

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Autor: Edson Terto Da Silva


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