História do movimento negro em Teresina: numa visão histórica militante



Introdução

Este artigo é uma homengem ao nosso Bispo emértio de Teresina, Dom Miguel Camera. Ele ajudou a organizar o grupo dos Agentes de Pastoral Negros. Com apoio da Caritas Regional do Piaui. SEm pretender ser um historiador, mas um filosofo que militou uma históira de gene que fez nascer e constituir grupos afros na capial do Piaui. 

Com isto é preciso recorrer as palavras de E. H. Carr, quando afirma que "a função do historiador não é amar ou emancipar-se do passado, mas entendê-lo como a chave para a compreensão do presente" (Carr, 1978: 23). Este foi o caminho traçado de forma de uma crônica, mas também sendo filósofo, procura-se fazer sendo o "o historiador deve libertar-se do fetichismo dos documentos, e entender que eles, por si só, não constituem a história." Foi esta tentativa ao longo desta caminhada.

Cabe reportar ao que afirma Marc Bloch, ao convite de "alerta para que se preste atenção ao que o texto nos dá a entender" “sem ter a intenção de dizê-lo” " (Bloch, s/d: 59). Como "muitos historiadores reproduzem a fala das autoridades encontrada nessa documentação, surgindo uma história “singularmente desprendida” dos interesses das classes populares e “intimamente vinculada” aos interesses das dominantes (Fernandes, 1976). Foi nesta etapa histórica qeu foge ao discurso dominante para aqui dizer qeu o povo simples, também faz sua história. Para isto é preciso coragem, pois muitos vão afiramr que não pode escrever história qualquer pessoa, mas o que pode reproduzir a história do dominador.

A Deputada Federal Francisca Trindade (in memoria), com a sua assessora de Negra Conça contribuiu com a criação de grupos afros em Teresina, como fez o possível para apoiar o movimento quilombola da zona rural, esta mulher negra lutou destemidamente pela causa dos pobres em Teresina e no Piaui.

1. Nascimento de um projeto de luta que deu origem ao movimento negro piauiense
Embora contestado por muitos que leram este artigo desde a primeria versão. Mas buscando a construção coletiva com narrativas de um filósofo e historiador que não fez o curso de história na Universidade, mas aprendeu com os militantes a contar história do povo simples, que não sabe escrever cientificamente sobre a estrturação de um historiador dos grandes acontecimentos, mas um narrador simples, que viu e ouviu, como também assitiu os heróis do povo fazendo o movimento negro de Teresina, ser um espaço de construção de outros movimentos de luta pela igualdade racial. 

Pode-se falar que a nível Nacional, por volta do dia 01 de setembro de 1978 o Grupo de União e Consciência Negra, nascia com objetivo de fornecer subsídios educativos para o povo negro Brasileiro. Em sua primeria reunião, com o ponto de vista voltado para o próprio negro, foi pautado um compromisso de envio de documentos sobre o negro o Brasil a ser enttregue aos Bispos do Brasil que iriam para Puebla, Cidade Mexicana, que iriam participar da Conferência Episcopal Latino-Americana.

Logo após, ter acontecido a Conferência Latino Americana de Puebla é criado o grupo Tarefa da CNBB. Após um encontro realizado nos dias 05 a 07 de setembro de 1981 em Brasília, denominou-se então, União e Consciência Negra.

Na sua 1ª  Assembléia foi tirado como objetivo principal: ajudar a assumir a identidade na transformação da sociedade injusta e opressora, com nenhum vínculo com partido político. A Frente Negra Brasileira teve de início outra conotação de militância política de fato. Mas será outro artigo sobre esta históira militaten negra partidáraia. 

Do grupo Tarefa deu origem à outra ramificação, o grupo de Agentes de Pastoral Negros, fundado no dia 01 de setembro de 1978, seu objetivo: fazer um trabalho de reflexão dentro das igrejas em geral e das religiões a partir da questão do negro. Deste momento em diante, nasce um grupo com atitude diferente do primeiro grupo que vai dar nascimento no futuro a várias formas de organização e estruturação. Deste grupo deu origem a vários outros pelao Brasil.

Em seguidia foi constituído como Associação Cultural de Agentes de Pastoral Negros do Brasil - Quilombo Central (APNs), criada em 1983, constituindo-se no dia 16/09/88 em sociedade civil, sem fins lucrativos, de âmbito nacional, de duração ilimitada, com sede e foro na cidade de São Paulo (SP), para exercer atividades de educação de base, promoção das pessoas, grupos e comunidades na luta contra toda e qualquer discriminação e com Secretarias Estaduais, regendo-se pelo presente Estatuto e pelo seu Regimento Interno. (ESTATUTO DOS APNs, 1988). Com ainstitucionalização dos APNs desde São Paulo até o Maranhão, estava lançado o desafio de ser sede na metropole, e não perder o pensametno e ação dos outros Estados.realizam congressos em ivsta de comemoração e resgate de sua memóira e posiçaõ social e política racila diante do Brasil que tem suas leis a favor do povo negro, como o estatuto da igualdae racial e as conferencias da igualdade racial, direitos humasno, alimentar..

A partir de 1984 surgem grupos interessados em articular grupos de negros nos partidos políticos. Mas é visto por alguns como armadilha, pois o partido não estava interessado em colocar a questão negra em seu plano de trabalho, apenas um paliativo para não fazer a comissão funcionar, pois os negros estavam isolados nos grupos do partido, sem expressão, no canto, sem poder de decisão, ainda hoje acontece esta realidade em que o negro no partido não tem voz de descendente de áfrica, com sua cultura e expressão próprai de quilombo, como fez Zumbi, em sua atitude de revolta contra o sistema colonial escravocrata, os partidso são em geral de matriz ocidental e não entede aida a emsagem de Zumbi, pois, o negro não é visto como igualdade racial ou proposição viável para o debate sobre a reparação do período escravocrata. Em 1986 foi criado um grupo de trabalho que se reuniu no Rio de Janeiro com a pauta : educação, política e religião.

Noutro encontro do Sul e Sudeste do Brasil nos dias 10 e 11 de outubro de 1987 ficou caracterizado que os partidos não assumiriam causa do povo negro, sem engajamento pela emancipação deste povo excluído. Após esta breve explanação geral, a seguir alguns pontos considerados importantes do movimento negro do Piauí.

Na década de 80 vários militantes da negritude pensam em articular o projeto de criação do Movimento Negro no Piauí. Inicialmente as lideranças negras articulam o objetivo do grupo: conquistar o espaço político transformador do momento, como estratégia de trabalho atuar junto as escolas sobre a importância da libertação dos escravos. Tinha um grupo que se reunia na sede do Prtido dos Trabalhadores. Esta a Trindade, Raimundinho, Fernâncio, Osalda, Assunção, Adelino, Moranguinho, Jorjão e outros militantes. Enquanto isto, as diversas lideranças que estavam atuando na Igreja libertadora, desenvolvem uma articulação Regional, que influencia o Piauí, principalmente, através da Campanha da Fraternidade de 1988, com o tema: ouvi o clamor deste do povo, e o lema: povo negro e fraternidade, este fato eclesiástico motiva para realização histórica da organização dos grupos negros, pois, estavam ensaiando a libertação da comunidade negra cristã. De imediato o grito afro chegou a ecoar liberar pessoas que queriam há muito tempo atuar, mas eram impedidos por barreiras históricas advindo da escravidão que completa nesta época "100 anos de abolição". Na realidade o negro estava ainda subjugado em sua maioria, pelos meios de comunicação, economia e política racista. Aos poucos chegou o atabaque, instrumento afro que revolucionou a liturgia e também provocou a dança nas celebrações afros, no momento das ofertas e antes da leitura do Evangelho.

O movimento dos Agentes de Pastoral Negros - APN-PI desponta em Teresina, trazendo o fortalecimento de grupos afros do movimento popular que desperta as lideranças negras diversas de outras lutas ligadas à conquista do poder negro que aos poucos vai tomando corpo em diversas áreas como: mística, religião, política e educação.

Algumas pessoas deram no início dos trabalhos a luta organizativa negra a nível de Piauí: Ruimar Batista (estudante universitário); Frei Fernâncio Barbosa ofmcap; Frei Leandro ofm, Frei Evandro OFMCap; Frei João Muniz ofm; Francarlos, Conceição (militante do PT); Claudenice (Claudia artista de teatro); Marizete; Milton Florêncio, Sônia Terra, Lúcia Araújo, Haldaci Regina (catequista de crisma), Nego Chico, Pizeca (percussionista), Francisca Trindade (in Memoriam), Tatiana, Valciranda(in memorian), Pe. Adelino (seminaristas negros) e Pe. Sávio, Francinete (Ir. Comboniana), Ribamar (Comboniano); Salomé; Airton, Raimundinho do PT, Francisca das Cebs, Padre João Paulo, Frei James OFM da missão, e Artenildes.

Além do apoio de outras pessoas que há muito tempo vinham se organizando em grupos de reflexão a nível político e social afro. Estas pessoas foram as primeiras lideranças aguerridas, tiveram a coragem de implantar o quilombo urbano. Através do movimento negro organizado de Teresina, neste momento, os representantes estavam na militância pela conscientização cultural, com o jeito próprio de atuar com músicas ou articulação política de base junto a comunidade negra como: Jorjão, Assunção, Francisca Nascimento, Hortência, James Brito e Pizeca, Irmã Lúcia, José da Cruz, Irmã Cruz, irmã Raimundinha fc, Irmã Francinete fc e Irmã Sonja mjc. Deram abertura para a jornada organizativa dos grupos afros nos bairros que foi tomando corpo, com objetivo de capacitar às lideranças para a contribuir na construção de estrutura de luta pela igualdade racial. Neste instante ainda não entra em pauta o aspecto institucional, o que vale é se capacitar para atuar.

Durante a caminhada foi muito importante o apoio estratégico de Frei Leandro OFM e Frei João Muniz OFM. Convidam alguns militantes do movimento negro piauiense para participar do Encontro de Negros do Vale do Mearim - ECONEVAM, organizado pelo Grupo de Negro Palmares Renascendo ? GNPR na cidade de Bacabal. Durante a realização foi tudo novidade, desde a recepção de Francisca, Tom, Manoel, Matiliana, Sônia, Gessi, Deusilândia, Felícia, Domingas e entre outros militantes das cidades do mearim. AS plenárias, músicas, instrumentos afros, apresentações nas ruas e os manifestos, mostrou que o movimento negro do Piauí teria naquele momento força para incentivar a criação de um grupo forte que marcaria história, a partir deste apoio do frades franciscanos. Após o encontro os representantes do Piauí, foram motivados a articular e organizar comunidades negras, como, a criação de grupos de reflexão do movimento negro.

No Parque Piauí, um dos antigos conjuntos habitacionais de Teresina, vinham em permanente atuação várias militantes na articulação do movimento negro organizado. Com destaque: Negra Conça, Sávio, Negra Halda Regina, Marizete, Negra Cláudia e Divina. Eram militantes que faziam reflexão sobre temas relevantes da época em referência a causa da pessoa negra, atuavam no grupo denominado Nova Ylwaiê. Suas reuniões aconteciam no centro de formação do Parque Piaui. Com este grupo deram origem ao Mocambo dos Agentes de Pastoral Negros de Teresina.

Após alguns meses iria iniciar a criação de pequenos grupos nos bairros e no Seminário Sagrado Coração de Jesus, com destaque ao trabalho de Frei Leandro OFM, Frei Fernâncio OFMCap, Frei João Muniz OFM, Pe. João Paulo e Frei Evandro,Frei Cícero OFMCap, criaram o grupo dos Seminaristas Negros: Juarez, Adelino, J Cruz, Carlito, com apoio do Pe. Pedro Brito, bastante atuante nas celebrações afros e noites culturais.

Houve o despertar de jovens militantes do Grande Dirceu: Someron, Jakson, Sebastiana, Socorrinha do Itararé, Gean (in memoria), José da Cruz, Josefa e Ruth Goreth.

No São Joaquim, um grupo de pessoas estavam participando com a liderança de Batista, grande militante, perseverante e amigo de todos, com seu gingado elegante, conquista a todos e todas.

No bairro Vermelha houve o despertar de Rejanei, Ruimar e uma criança Rodinelle. Que em breve seria o nosso embaixador das religiões de matriz africana. Hoje tem sido referencia dos jovens de terreiro do Piauí e do mundo afro.

No Monte Castelo, no 20 de novembro, celebra-se na comunidade uma homenagem a Zumbi dos Palmares, entre amigos, esta festa articulada por Airton e Salomé com apoio de vários quilombolas. Paralelo a esta manifestação, o grupo de Teatro do Monte Castelo tem a tradição de incluir em seu elenco diversos artistas negros. As apresentações da paixão de Cristo tem sido um fenômeno para o bom teatro sacro na capital. Geralmente liderado Por Ribinha, Socorro e Sulica.

Depois de alguns encontros entre diversas lideranças da negritude, os universitários negros se articulam como grupo de reflexão da cultura negra com apoio de Ruimar, Solimar, Francis (Africano) e Lucineide Barrros, fundam o Ifaradá em 1995, na UFPI, criando um departamento para estudar sobre o movimento quilombola do Piauí e incluir os estudantes africanos em sua coordenação. Nesta época contaram com apoio de Artemisa, jovem estudante de sociologia, militante guerreira, que deu sua contribuição no Forum de entidades negras. Atualmente no meio acadêmico incentivam para a pesquisa nos quilombos do Piaui e criação de pos-graduação e pesquisa sobre africanidade e afrosdescendencia. Este movimento universitário criou grupos de estudo com parceria com o Cecun, Centro de Cultura Negra-SC. Também participaram dos encontro de universitários negros do Brasil.

O Mimbó recebe visitas periódicas e se torna referência para estudos de um quilombo piauiense. Outras comunidades quilombolas são visitadas pelo grupo Infaradá. Ruimar visita com Frei Fernâncio olhos d'água dos pretos em Esperantina e faz um dos primeiros documentários sobre as musicas e tradições quilombolas, além de visitar uma fazenda tombada para o quilombo. É lançado um livreto sobre as leis raciais e cadastro de colaboradores em estudos afros no Piauí. Reuni-se para projetar a faculdade de umbanda. Mas a idéia não deu continuidade, por diversas divergências entre as lideranças que tiveram a iniciativa, abortada após reunião com a federação, achou que deveria esperar mais um tempo até conseguir construir sua sede.

Aos poucos foram despontando lideranças, o jovem seminarista Adelino Rios considerado um dos líderes que fomentou a reflexão sobre a religião e cultura negra, trouxe para o movimento a experiência de militantes guerreiros, os quais tornaram articuladores de algumas comunidades, além de proporcionar a reflexão sobre o movimento negro atuante dentro da área eclesiástica, a partir da formação de grupos de estudo os seminarista negros. No Seminário Sagrado Coração de Jesus fizeram diversas celebrações afro e encontros de reflexão sobre a temática negra.

Em 1988 com fervor da Campanha da Fraternidade, inica-se o trabalho dos Agentes de Pastoral Negros, coordenado por Frei Leandro, Adelino, Frei João Muniz, Halda Regina, Conça, Ruimar, Lucimar, Ieda da Jufra, Raimundinha da Jufra, Divina, Rejanei, Cláudete, Josefa, Frei Fernâncio OFMCap e Irmã Francinete, entre várias lideranças constroem o projeto do primeiro Encontro do Movimento Negro de Teresina. Frei David OFM, assessor, veio do Rio de Janeiro falou sobre os sete atos em favor do povo negro do Brasil. Além de tratar sobre a falsa abolição, sem reparação de danos materiais e morais contra o povo negro nos 400 anos de escravidão. Magno do Centro de Cultura Negra do Maranhão CCN, assessor instigou ao movimento negro do Piauí, a conhecer sobre os direitos do povo afro brasileiro, além de provocar o intercâmbio entre o Maranhão e o Piauí na questão racial. Após o encontro foi tirada uma comissão para realizar o 1º festejo de São Benedito.

Frei Edimilson OFMCap deu total abertura, para realização na Paróquia de um grande festejo de São Benedito, com apoio dos grupos afros se reúnem com a comunidade para festejar pela primeira vez o padroeiro negro. Metade da arrecadação é destinada ao movimento negro que estava dando os seus primeiros passos para organização da festa da beleza negra. Frei João Alberto incentiva o festejo, com presença marcante nos cantos, D. Gilseda (in memoiran) animadora e cantora. Após debates sobre cantos anti litúrgicos, o grupo aceita cantar de acordo com que mandava o rito litúrgico. Depois de uma carta do bispo sobre os critérios para não colocar cantos populares que falavam de Zumbi de todos os altares, o grupo opta pela sugestão do Bispo e na parte social faz celebrações com cantos afros diversos.

No Conjunto habitacional Dirceu Arcoverde II, Frei Fernâncio OFMCap, Ruth Goreth sua irmã, Socorrinha e Sameron criaram o grupo de Agentes de Pastoral Negros, depois entraram Gean (in memoria), Francarlos e Raimundinho - Seminarista, Marcos, Francisco, Sebastiana, Sameron e Jakson e J Cruz. Juntos celebram a primeira missa afro, na Igreja de Santa Teresinha. O celebrante foi Pe. Homero (in memoria). Tocada por Frei Leandro, comentada por Rosinha.

Nesta época é feita a primeira caminhada do Movimento Negro no Piaui saindo da praça Rio Branco para a Praça Pedro II, no dia 13 de maio. Grande participação dos seminaristas e religiosas da CRB-PI, CEBs e movimento popular. Irmã Sonja mjc contribui nas reuniões de formação e ensinou novos cânticos com incentivo para ciração do Greni Pi.

Em 1989 Teresina recebe a visita das afromaranhenses do Grupo de Negros Palmares Renascendo - GNPR com apoio de Franciscanos da Missão, Frei James OFM e Frei Cícero OFM, receberam o grupo e realizou ensaio e apresentações no Seminário Sagrado Coração de Jesus e visita a diversas casas no Angelim. Gravaram no seminário uma fita K7 que seriam cantadas na festa da beleza negra e celebrações afros até nossos dias. Uma das casas visitadas, recebeu o grupo que cantou várias músicas, para as jovens Francimar, Francimeire e Rosa.

Aos poucos o grupo foi se articulando a nível NorteNordeste, com o grupo de Agentes de Pastoral Negros de Fortaleza ? CE. No ano de 1988 acontece o I Encontro Regional dos coordenadores de APNs com apoio dos Combonianos: seminarista Coqueiro; Pe. Fernando; Seminaristas da Diocese de Crato ? Ce: Roserlândio, José Vicente e Gonçalo. A Irmã Salomé residente em Fortaleza e irmã Jacinta religiosa residente em São Luis contribuíram na mística e animação do evento. No mesmo ano, em São Luis é realizado o Encontro Regional de APNs, com apoio financeiro da Cáritas na pessoa de Carlos e Hortência, como motivadores diretos, a Arquidiocese de Teresina colaborou também. Depois de arrecadar fundos de doação, foram participar 20 afrosdescendentes de Teresina. Depois foram realizados outros encontros em João Pessoa, Fortaleza e Teresina.

Na década de 90 foram realizados vários Encontros nacionais dos APNs, a nível Regional e local. Em 1993, com apoio de Pe. Clóvis sj, Frei Fernâncio OFMCap, Halda, Sônia Terra, Pizeca e Lucineide Barros foi construída a Semana Negritude e cidadania e, Parceria com grupos de negros de Teresina. Nesta semana foram feitas atividades como: seminários, palestras, debates e a tradicional festa da beleza negra, festejada com diversas entidades não governamentais. Houve a celebração do primeiro ato afro ecumênico no adro da Igreja São Benedito como o pai de Santo João Bosco (in memoria), Pe. Clóvis e um Pastor evangélico. Preferiu não se identificar para não receber retaliações da sua Igreja.

O surgimento do Grupo Coisa de Negro trouxe novos militantes voltados para inserção política, cultural e artística, com iniciativa de Ruimar, Assunção, Lucimar, Lúcia Araújo, Halda Regina, Negro Chico, Dep. Francisca Trindade (in memorian), Severino, Lucimar, Ildete, Ribamar, Assunção, Geovano, Chiquinha, Gilvan Santos, Chagas Vale, entre outras pessoas que deram seu trabalho pela luta em prol da negritude. Juntos levaram a cultura afro com toque de afoxé em vários desfiles no carnaval, através do bloco alternativo. Iiníciaram os trabalho de divulgação organização das várias comunidades negras quilombolas urbanas. Com objetivo de divulgar a cultura negra, através de cantos afros vindo de artistas maranhenses, promoções culturais e festejar a beleza negra no dia 20 de novembro, festa em homenagem a Zumbi dos Palmares, maior líder negro do Brasil. Além de convidar o Ilê de Salvador pra grande festa na Praça Pedro II. Mas houve um impasse com uma jovem do movimento negro que fez uma brincadeira e o pessoal do Ilê criou um processo racial, mas o promotor Afonso Gil, (in memoria) arquivou o processo por considerar um mal entendido.

Artenildes com grande apoio de Frei Evandro ofm e Irmã Joseleide começam a articular um grupo de dança no Angelim. Com o passar do tempo o grupo recebe o nome de Afoxá. Em seus quadros jovens da comunidade do Angelim buscam a cidadania através da dança afro que vão formando a militância afro no resgate de ações afirmativas. Preparam-se para entrar na avenida com o enredo próprio junto com os APNs. Fazem a festa em homenagem a Zumbi e trazem o Bita do Barão para Teresina. Participam dos folguedos, grande festa realizada em Teresina.

Outro quilombola importante, Frei Fernandes OFM iniciou um trabalho de consciência negra no grupo Afoxá, neste período deu base para a construção de uma luta que tem feito em Bacabal-Ma, em prol de valorização da cultura negra dos terreiros.

Os eventos vão se multiplicando, os grupos afros na semana da negritude e cidadania se reúnem para organizar a Festa da Beleza Negra, tornando-se um evento importante na cidade de Teresina. O Culto Afro na praça da liberdade se torna tradição, popular. Acontece o primeiro casamento afro na Igreja São Benedito. Depois de alguns passos em direção a organização colegiada, o movimento cria o Fórum de entidades negras que vai buscando efetivar as quotas para os afrodescendentes. Atualmente as cotas estão sendo disponibilizadas pelo Prouni e algumas universidades públicas e privadas do Piauí, depois de muita luta pelos grupos afros nos seminários temáticos e conferências.

1.1. Multiplicação de grupos afros nas cidades piauiense

Em Piripiri, nasce o primeiro grupo Afro Afreketê, depois cria-se o Olori dando início às Celebrações do dia da consciência negra na cidade e cidade vizinha Brasileira. Dona Constantino e sua filha Rose articulam com o vereador Luis Mário a criação de um projeto de lei sobre o Dia Municipal da Consciência negra. Depois de debate e exposição dos argumentos favoráveis a criação da Lei Municipal, aprovada e criada e aprovada a Lei Municipal da semana da consciência negra. Após passar uma experiência com os povos nativos do Amazônia, Sheila retorna Piripiri e inicia o trabalho com os povos indígenas para a construção do primeiro assentamento indígena do Piauí. Meirian, Tide, Márcia e Sheila deram fortalecimento para a realização de seminário sobre o movimento negro do Piripiri. Foi criado o mocambo, depois registrado com comunidade Kolping Olori.

Na cidade de Floriano iniciam-se trabalhos com as lideranças negras, celebram Zumbi dos Palmares, assessorados por Elineuza Ramos, pessoa engajada na luta pela cidadania negra constrói grupos de jovens dedicados ao resgate da cultura negra. O seu trabalho tem reconhecimento pelas pessoas da comunidade, por seu envolvimento no trabalho com crianças, jovens e adolescentes. além de trabalhar com os deficientes físicos e visuais, através da dança e oficinas de músicas. Resgata a Dança do Cavalo Piancó de Amarante.

Em Oeiras é criado o grupo de consciência negra e apns que busca resgatar a cultura negra e valorização dos afros descendentes, além de participação em vários encontros a nível estadual e regional com objetivo de lutar contra a discriminação racial.

Em Parnaíba, com apoio de Lourdinha, Edivan, Arlete e Irmã Salomé é criado o grupo Raízes que depois se identificam com os Agentes de Pastoral Negros. Pe. Raimundo celebra a missa afro na concha acústica da cidade, com participação de vários grupos de capoeira. È realizada a encenação na Praça da história da invasão européia e a escravidão negra. Realizaram várias celebrações, encontros e fundam o grupo afro de Piracuruca com apoio de alguns Líderes da Pastoral da criança.

Com apoio de Áureo João e Assunção Aguiar é formado na cidade de Picos e Queimada Nova, com incentivo no trabalho de Osmarina e família a formação da coordenação de liderança quilombola, depois é criado o núcleo de articulação dos Quilombolas do Piauí. Atualmente fazem a Feira Quilombolas do Piauí na Praça Pedro II, esta feira reúne mais de 1500 quilombolas vindo de todo o Estado do Piauí. Neste trabalho comunitário há incentivo a arte afro e parceria com o MST, para divulgar os produtos orgânicos produzidos nos assentamentos e quilombos.

O Deputado Olavo Rebelo encaminha a Assembléia Legislativa o projeto de lei que cria a lei 5.046 de 07 de janeiro de 1999. Determina no Piauí, dia a 06 de setembro como Dia Estadual da Consciência Negra, em homenagem a esperança Garcia a primeira escrava a escrever para as autoridades denunciando os maus-tratos recebidos pelos escravos da época da escravidão.

Surge o primeiro Manifesto do Movimento Negro contra pronunciamento do ex-Governador Mão Santa, que afirmou que no Piauí não havia negros, a partir dessa declaração, as lideranças quilombolas urbanas começaram a fazer pressão por políticas Públicas relacionada ao movimento negro e cotas para os estudantes das escolas públicas nas universidades Públicas: Federal e Estadual.

Com a eleição do Governador Wellington Dias e Lula, o movimento negro começa fazer parte de uma agenda política, seja a nível educacional, seja na promoção de igualdade racial em busca de políticas de ações afirmativas, como também educação e diversidade racial, através de fóruns realizados com o movimento negro organizado com apoio da secretaria de Educação e Ministério da Educação e Cultura. O governador apóia a criação da Coordenadoria da pessoa negra, órgão de articulação de promoção da Igualdade Racial. Realiza o I Seminário das comunidades quilombolas do Piauí. Com apoio do governo estadual e da FAO.

Nesta caminhada histórica coletiva o movimento negro tomou diversos rumos, como, crescer politicamente, na estruturação e organização ainda é um desafio. Ao fazer parte do governo, algumas lideranças sentem o quanto a burocracia em alguns casos não consegue dar poder de articulação e implementação de projetos, também percebe-se que o movimento não esperava um dia fazer parte de uma estrutura macro com é o governo estadual, com diversos setores burocráticos, feitos para acomodação política e não para funcionar em prol do oprimidos. Talvez possa-se um dia fazer a relação movimento negro e povo negro discriminado nas vilas e favelas, e indo formando um governo afro desburocratizado com tendência a aproximar a política Palmarina, os quilombos são um primeiro passo. O sonho não acabou, mas depara o desafio de ir além das estruturas governamentais e criar alternativas nos grupos de forma que a mística libertadora não apague o combate contra a mancha da escravidão moderna do capitalismo selvagem.

A candidatura negra de Francisca Trindade, despontou em forma de avanço e conquista do espaço e poder negro na política institucional como vereadora de Teresina, depois deputada estadual e Deputada Federal, vindo a falecer no auge de seu trabalho político junto as camadas mais pobres do Estado do Piauí, deixou em nós a chama acesa da luta pela política pública a ser implantada nas comunidades quilombolas da zona urbana e rural. Esta pessoa soube ser uma militante combativa, como Zumbi dos Palmares, em ações em prol do povo sofrido do Piauí. Em seu gabinete sempre teve a presença de militantes do movimento negro.

Outro grupo organizado importante foi o Movimento Negro Unificado - MNU criado por Frei Leandro e Adriana, Estânio e Cláudio Melo entre outros militantes. O grupo busca o engajamento político dos seus filiados e conquista do poder negro, com agenda política em prol da organização negra independente dos espaços cooptados pela política das elites do Brasil. Envolvendo agora o Piaui.

Depois de vários anos de caminhada o movimento negro tem crescido dentro de uma ótica voltada para cada pessoa fazendo a sua parte. Porém, isto trouxe nova dinâmica dentro da criatividade e descentralização de lideranças. Apesar do individualismo está havendo avanços no sentido de atuação nas diversas áreas seja social, político, cultural e econômica. A seguir serão citados os diversos grupos que tem tido destaque nos trabalhos comunitários e sociais com atenção a cultura negra.

Os Grupos de mulheres negras entidade civil organizada que tem crescido, e tem lutado ardentemente por projetos sociais e políticos em vista de elevar auto-estima da mulher negra, está com sede nova onde tem desenvolvido diversas atividades comunitárias. Cita-se a importância do Grupo Esperança Garcia, na qual teve a força quilombola de Valciranda (in memorian).

Continua acontecendo a Festa da Beleza Negra que ocorre ao longo de seus 20 anos com suas atividades tem marcado época desde a sua primeira edição até nossos dias, lá os tambores tocam com os negros e negras organizados nos diversos grupos, ao ritmo doa afoxé, samba, e toque do terreiro.

Marca época nos fins da década de noventa o Grupo de universitários Ifaradá, este faz parceria com o Centro de Cultura Negra e organiza cursos de chancela. O grupo contribuiu na articulação de apoio aos quilombolas da região Sul do Piauí. Sua presença como entidade científica tem dado qualidade aos estudos da história do povo negro do Piauí. Artemisa estudante universitária de Guiné Bissau, com sua presença africana, trouxe a qualidade original africana ao Ifaradá. Também pode destacar a personalidade do Prof. Solimar com seus projetos em prol da pesquisa dos afrosdescendentes e outros coordenadores, sempre foram baluarte do conhecimento, além de publicação de diversos artigos sobre os quilombolas do Piaui, e insentivos para bolsas no mestrado. Uma das bandeiras de Luta do grupo são as Cotas para as pessoas afrodescendente que é debatida pelas Universidades, conseguindo pelo menos 10%. Também vale ressaltar a elaboração de artigos sobre a inserção do negro na economia e sociedade do Piauí, e a Contribuição para o mapeamento das comunidades quilombolas através do diagnóstico sociológico com o movimento quilombola. Além da formação de grupo de estudo sobre a cultura afro. Seu endereço na internet, http://ifarada.tripo.com com disposição para consulta. Outras atividades do Grupo Afro Ifaradá tem como foco a pesquisa sobre a história da África e promove cursos de extensão sobre os temas afros. É criado dentro da Universidade Federal do Piauí. Além de realizar seminário sobre a História do Povo negro busca implementar estudos sobre a África nas escolas públicas.

O Fórum de Entidades Negras foi um instrumento de luta pela cidadania negra sofre um embate político devido o confronto de posições diversas diferenciada, mas por circunstâncias culturais e políticas abalam, quando foi interrompido após o movimento negro terminá-lo, após o acesso de alguns membros a cargos no governo, então, as atividades organização que unia as diversas tendências do movimento negro do Piauí termina individualizando as lutas em prol da igualdade racial, faltando uma agenda política direcionada a comunidade negra sofrida sem emprego e sem saída social e econômica. Falta uma estratégica de libertação.

3. De 2000 em diante

Antes do racha o Fórum de entidades negras do Piauí se articula para o Fórum Nacional de combate ao racismo com apoio do Estado e a Prefeitura do Rio de Janeiro. O Movimento negro de Floriano, através de Elineuza visita Teresina e faz apresentação cultural para os alunos da Faculdade Religare. Foi um show muito bem feito por artistas da terra de quilombo urbano.

Os APNs participam do Encontro de Pastoral Afro Latino americana em Salvador. Onde houve Culto afro com celebração macroecumênica com Grupo.

Após criação de um projeto cultural A Fundação Ford apóia entidades negras do Piauí. Nesta época o Grupo de Mulheres negras Esperança Garcia é oficializado.

O Grupo Coisa de Negro consegue uma sede para eventos e atividades de auto-estima, além de festival para a comunidade afropiauiense, com apoio de lideranças politicas simpáticas a causa da cultura negra. Outra novidade aconteceu em 2004, onde é feita a rearticulação do movimento negro oficial em Esperantina com apoio da Comunidade Kolping Estadual e sua diretoria.

Os Grupos de APNs ensaiam na periferia com o militante Teólogo e Filósofo Prof. J. Cruz música, filosofia, teologia e flauta. Pe. Adelino atua com estudos sobre a cultura negra, além de continuar formando grupos de reflexão sobre a cultura negra, na comunidade Novo Milênio. Ao Morar na cidade de Valença, incentiva a turma jovem a criar um grupo de APNs. Hoje estão todos no CEPAVA.

Os Grupos de Religiosos Negros se rearticulam com religiosas de Regeneração, Teresina, Santa Cruz dos Milagres, Floriano, Picos e Parnaíba. O Grupo de Reflexão Negra e Indígena - GRENI na Sede da Conferência dos Religiosos do Piauí forma a coordenação com apoio de Ir. Marlene, Ir. Vilma, Ir,. Iracema, Frei Jose, Frei Leandro, Pe. João Paulo, Frei Fernâncio, Joseleide e Ir. Odete..

Militantes negros se articulam com grupos de povos nativos do Maranhão. Constroem projetos comuns. Odete em Timon está fundando grupos afros com os terreiros da região.

Os Artistas negros atuam junto à FUNDAC com objetivo de resgatar a cultura negra e indígena. No dia dos povos indígenas o Piauí tem sido destaque em aproximar o contato dos nativo do Piuai Ceará e Maranhão no espaço Torquato Neto, ou museu do Piaui.

Através da militante negra Cláudete e o Prof. Luciano, Sociólogo, militantes do Grupo de Teatro negro, tem mostrado nas periferias uma forma alternativa de fazer arte na sua sede teatro do Boi, através de apresentações sobre o tema da água, do racismo, movimento sindical e lutas diversas em comunidades rurais de teresina, quem articula este trabalho é grupo de teatro alternativo. Estão trabalhando vários filmes que serão apresentados nas comunidades de Teresina.

Vários grupos de remanescentes de povos indígenas estão resgatando a cultura nativa. Com este empenho nasce o grupo de resgate dos povos nativos. A Casa do Índio (CASAI) instala-se perto da ladeira do Uruguai, recebendo os nativos do maranhão, em torno de cem pessoas vem para o tratamento de saúde e coordenado pela funasa.

Mais de 170 comunidades quilombolas são reconhecidas como remanescentes de quilombos pela EMATER com apoio da ONU - Organização Mundial de Combate a Fome (FAO), apoiada pela Secretaria Nacional de Igualdade Racial - SEPPIR. Este trabalho tem sido feito de forma organizada e dinâmica que promove feiras, eventos, e seminários em prol do resgate da consciência negra quilombola rural. Depois desta luta inical quem titula a comunidade quilombola é o INCRA com apoio técnico de um antropólogo.

Um dos movimentos negros que vem desenvolvendo o poder negro na periferia é o movimento Hip Hop com atividades diversas organizadas pelos vários grupos espalhados por diversos bairros da Capital. Mano C e Evandro são articuladores do grupo que trabalha na implantação de pontos de cultura na periferia. Há vários anos o programa na rádio Pioneira tem inovado na comunicação alternativa.

Outros grupos desenvolvem trabalhos de grafite serigrafia. O Grupo QI ligado ao Movimento Nacional de Hip Hop, conquista sua sede própria no Parque Piauí, Praça da Integração, S/N, situada na Q 23, Parque Piaui. Teresina - Piaui. Onde desenvolve trabalhos de inclusão digital, studios de gravação, conscientização negra entre outros. Com destaque para o projeto Pontão de Cultura Preto Ghoez, no qual expõem temas relacionados ao uso da tecnologia da informação, como meio de ampliar a cidadania. Há uma rede de parceria com mais de 20 entidades não governamentais e não-governamentais em busca de educação e promoção da igualdade racial. Além de lutar pela inclusão digital nas comunidades da periferia de Teresina com os telecentros apoiados pelo Ministério da Cultura, Governo Federal.

O Grupo Cultural Afro Agoiê, localizado na rua radialista Jim Baralho, 787 ? Bairro São Joaquim. Nasceu da importância de resgatar da história negra indígena. Em 11 de maio de 2005, tem a participação de 30 jovens que tocam e cantam a história negra. O grupo é coordenado por Ducarmo Fernandes e Fabiana Soares. Desenvolve atividades em vista da qualificação profissional e social, através do consórcio nacional da juventude que ajudam jovens em situação de risco a ser inserido no mercado de trabalho. É festejado o tambores das mulheres todo ano, uma festa eu reúne milhares de pessoas no bairro São Joaquim.

Em 2004 surge mais um grupo com intuito de trabalhar junto aos descendentes de afrosdescendentes e nativos. O BAI ? Beleza Afro Indígena, tem se destacado na coreografia, dança e resgate da consciência negra. Também busca educar jovens das comunidades no combate as drogas e marginalidade. Com apoio de irmã Lúcia capuchinha, este grupo cresceu e desenvolve o canto negro e afro através da dança.

O Grupo Maravi tem se destacado na pesquisa da cultura negra. Desenvolve trabalhos de cunho artístico seja com inovação da dança afro e incentivo ao rufar dos tambores.

O Grupo afro IJEXÁ foi criado para contribuir no resgate da religiosidade afro, tem como coordenadora a senhora Gardênia.

Com a criação do Monumento em homenagem a Zumbi dos palmares, o movimento negro pode de novo se articular e fazer sua agenda em busca de políticas públicas para a comunidade negra de Teresina e do Piauí. Em 2011, o movimento Negro volta a buscar uma nova agenda, com foco que algumas ações em conjunto.

Considerações finais.

A caminhada histórica das lideranças afrodescendentes destacam os trabalhos comunitários como conquista da vida digna, com foco na cultura e no resgate histórico da comunidade negra piauiense que aponta, diante das dificuldades a serem enfrentadas, os desafios a serem vencidos pelo movimento negro organizado, como a priorização de projetos futuros determinantes. Cada pessoa nesta construção histórica vivenciou a visão de futuro, fez sua jornada a cada momento, embora faltem alguns elementos importantes que poderiam melhor compor este texto, mas queria apenas colocar a história vista da visão de quem militou e milita e fez parte desta caminhada feita por companheiros quilombolas que trouxeram momentos cheios de questionamentos, dificuldades e lutas.

Desponta nesta década os grupos de Capoeira, com seu trabalho voltado para os jovens e adultos. Na sede da obra Kolping, no bairro Dirceu Acoverde II, foi criado um grupo de capoterapia, agrega pessoas idosas que querem dar sentido a sua vida através do envolvimento cultural. Outros grupos de Capoeira de Angola, estão atuando em escolas e fazendo da capoeira um arte bela e significativa no combate a droga e outros meios que levam o jovem a violência. Além de lei aprovada na Assembléia legislativa do Piauí, dar oportunidade ao professor de capoeira atuar como educador de educação física.

Esta história foi feita por pessoas simples que deram a esta gente dignidade e alegria, mas também houve momentos de desânimo, desorganização, divisão e vários motivos que desanimaram muitos, mas não fraquejaram contra o racismo e a intolerância. O que nos impulsionou foi a garra de cada militante afrodescendente que soube traçar metas do seu jeito próprio de articular e organizar a frente de batalha, não abandonando a luta.

Um dos grupos em destaque com particpação jovem, grupo de Santa Maria da CODIPI que todo ano faz sua comemoração a Zumbi dos Palmares. Com apoio dos maristas, tem sido uma novidade, porque tem uma presença jovem marcante. Novos grupos vão surgindo com novas e velhas aspirações, mas é importante lembrar que a história do povo negro continua nas comunidades onde há grande manifestação social, religiosa e política em busca de uma nova sociedade sendo articulada por quem busca construir o quilombo hoje. Não foi apresentada as religiões afro e grupos de capoeira que tem construído um jeito novo de ser nos quilombos de hoje. Noutro trabalho será dado enfoque nos grupos de terreiro e comunidades quilombolas que estão fazendo uma nova história do Piauí, como também a capoeira, porque existem diversos grupos que realizam atividades na capital e no interior. Além dos atletas negros que fizeram a história de clubes da capital e do interior.

O trabalho não está concluído, aguarda manifestação e correções sobre novos grupos que surgem em prol do resgate da cultura negra.

REERENCIAS

BLOCH, Marc. Introdução à história. 4ª. ed., Publicações Europa-américa, s/local, s/data.

CARR, E.H. O que é história? Rio de Janeiro, Paz e Terra, 1978.

FERNANDES, Florestan. A revolução burguesa no Brasil. Rio de Janeiro, Zahar, 1976.

ESTATUTO DOS APNs, São Paulo: APNs, 1988.


Autor: Fernancio Barbosa


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