Parâmetro e referência na comunicação



Edson Silva

Há o dito popular: "Para bom entendedor, meia palavra basta". Mas nós da comunicação interessados em informar com eficiência não podemos esquecer da globalização, propiciada especialmente pelo fenômeno da internet, que requer agilidade, e saber que nem sempre nos dirigimos aos bons entendedores, portanto, se for o caso é bom usar palavra inteira e, se for o caso, desenhar para que tudo fique "expliiiiicadinho", nos seus "miiiniiiimooos detaaaalheesss", como dizia o antigo personagem de programa humorístico da TV.

Se há confusão com palavra o que dizer de número? É preciso mais atenção e informação. Ao noticiar número temos que ter em mente que algarismo pode não ser nada isoladamente, mesmo que ele pareça a "descoberta do fogo ou da pólvora". Sai manchete sem maiores explicações no texto, como: "País produzirá 1 milhão de carros este ano". E daí? Isto é muito, é pouco, aumentou em relação ao passado, atingiu ou frustrou expectativas? Pode surgir uma série de indagação que deixarão até bons entendedores com cara de "ué".

Portanto, amigos que tenham (como dizia o Raul) "verdades e verdades, mais verdades a dizer, a declarar..." cuidado se quiser passar um número para a mídia, tenham comparativos e avaliações de prós e contras, tenham frase de efeito que possa ser explorada como o que realmente você quer comunicar e que atinja bom ou mal entendedor, já que meio termo em comunicação é fatal, a história que meio copo é meio cheio ou meio vazio é interessante em Filosofia.

Vamos à prática: Se divulgar 2000 atendimentos em determinado setor, desempenho que parece ótimo, já que foram atendidos 100% dos que procuraram o serviço, informe sim qual era a demanda, se não tiver comparativo anterior faça estimativa para o próximo ano, enfim dado que possa tornar a informação que te interessa, mas é interessante para outras pessoas. Quem sabe ainda arrematar com frase de efeito, como: "Foi excelente desempenho, mas perfeição é a meta..."

Longe de eu ser perfeito, seguem trechos de um dos lindos discursos do "amador/profissional" Charles Chaplin, no filme O Grande Ditador: "...A cobiça envenenou a alma dos homens... levantou no mundo as muralhas do ódio... e tem-nos feito marchar a passo de ganso para a miséria e os morticínios. Soldados! Não vos entregueis a esses brutais... que vos desprezam... que vos escravizam... que arregimentam as vossas vidas... que ditam os vossos atos, as vossas idéias e os vossos sentimentos! Que vos fazem marchar no mesmo passo, que vos submetem a uma alimentação regrada, que vos tratam como gado humano e que vos utilizam como bucha de canhão! Não sois máquina! Homens é que sois! E com o amor da humanidade em vossas almas! Não odieis! Soldados! Não batalheis pela escravidão! Lutai pela liberdade!..."

Edson Silva, 49 anos, jornalista da Assessoria de Imprensa da Prefeitura de Sumaré

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Autor: Edson Terto Da Silva


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