O Telefonema - Conto



Eram quase seis da manhã quando o telefone tocou. Ela assustada atendeu, imaginando ter acontecido algo grave. E realmente acontecera, mas conseguia entender o porquê daquela ligação àquela hora. Atordoada, tentava colocar o raciocínio para funcionar. Sentada na cama, ouviu tudo, aboca estava entreaberta, pois todas as suas tentativas de respostas eram bloqueadas. Assim, permaneceu até só conseguir ouvir o tumtumtum do outro lado da linha.

O sono já tinha ido embora, e depois de alguns minutos absorvendo tudo, rapidamente se levanta, se veste e cruza as ruas à sua frente até chegar ao destino enlouquecida. A campainha é empurrada incessantemente, e sem ter como protestar se deixa permanecer assim, até o instante em que a porta é aberta e ela começar o discurso. Não era um discurso qualquer. Era o discurso de quem às seis horas da manhã se sentiu ultrajada e teve sua casa invadida.

A pessoa estacou do lado de dentro, olhando aquela figura posta em sua frente. E o constrangimento em seu rosto não existia, só a arrogância de quem pensa ser o dono do mundo. A outra esbravejava, colocando toda sua raiva para fora. E entre lágrimas pronunciava o fim. Que não imaginava que aquela pessoa fosse capaz de tamanha atrocidade. E a partir dali as suas relações estavam quebradas.

Depois de tudo dito ela voltou para casa, com o coração despedaçado e a alma machucada.

 


Autor: Janniny Lemos


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