O Telefonema - Conto
O sono já tinha ido embora, e depois de alguns minutos absorvendo tudo, rapidamente se levanta, se veste e cruza as ruas à sua frente até chegar ao destino enlouquecida. A campainha é empurrada incessantemente, e sem ter como protestar se deixa permanecer assim, até o instante em que a porta é aberta e ela começar o discurso. Não era um discurso qualquer. Era o discurso de quem às seis horas da manhã se sentiu ultrajada e teve sua casa invadida.
A pessoa estacou do lado de dentro, olhando aquela figura posta em sua frente. E o constrangimento em seu rosto não existia, só a arrogância de quem pensa ser o dono do mundo. A outra esbravejava, colocando toda sua raiva para fora. E entre lágrimas pronunciava o fim. Que não imaginava que aquela pessoa fosse capaz de tamanha atrocidade. E a partir dali as suas relações estavam quebradas.
Depois de tudo dito ela voltou para casa, com o coração despedaçado e a alma machucada.
Autor: Janniny Lemos
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