Está na escola: as Orientações Curriculares da Educação Básica de Mato Grosso. E agora?
Iza Aparecida Saliés
Inédito no Sistema Estadual de Ensino de Mato Grosso o documento que dá norte à educação do Estado, as Orientações Curriculares da Educação Básica, chega ás escolas depois de muito estudo e debate promovido pela Secretaria de Estado de Educação.
Além de ser um documento de fundamental importância da Política Educacional do Estado representa o que há de mais contemporâneo nos meandros das discussões e das literaturas sobre educação, ensino e aprendizagem.
Nesse contexto de discussão, definição e elaboração das Orientações são consolidadas concepções teóricas que foram sendo sedimentadas desde 1995, momento em que o Estado começa a questionar o modelo de currículo de ensino da rede e o que precisava para avançar nas questões pedagógicas da Educação Básica do Estado.
A concretização desse documento é a realização de velhas intenções dos profissionais da Secretaria de Estado de Educação de Mato Grosso, o desejo era construir um documento que pudesse atender às necessidades educativas de ensino dos profissionais e da aprendizagem dos alunos respaldadas na realidade e contemplando as especificidades das escolas.
Não foi difícil a sua a produção, o Estado estava preparado para a concretização dessa ação, pensamos em fazer um documento que servisse com referencial para a escola e que subsidiasse os professores e coordenadores pedagógicos com vistas ao fortalecimento do aporte teórico e metodológico da equipe pedagógica da unidade escolar.
O documento congrega todos os escritos fragmentados que o órgão já produziu nas últimas décadas em termos de produção pedagógica, não podemos negar que foi enriquecido por novas leituras, o que resultou num referencial de qualidade para a escola, oferecendo dicas pedagógicas, metodológicos, como também, orienta a elaboração do currículo no momento de seleção de conteúdos, ou seja, ele deve estar em todos os contextos das discussões pedagógicas da escola.
Mesmo sendo um documento político, sua estrutura basilar está centrada em concepções filosóficas, sociológicas e epistemológicas de educação voltada para a formação humanística do educando e para a formação do professor enquanto orientador do processo ensino e da aprendizagem na perspectiva de um novo olhar sobre o fazer pedagógico enquanto prática de sala de aula.
Acreditando na escolarização, na permanência, na qualidade da educação e na capacidade da formação escolar, é que o Estado lança as Orientações Curriculares para a sociedade, ratificando a competência de construir o conhecimento formal capaz de preparar as futuras gerações para saber ser e saber fazer na vida e no trabalho.
Na mediação pedagógica a peça fundamental é o professor então, para que isso aconteça é preciso provocar a mobilização de capacidades dos estudantes para aprender utilizando de diferentes aportes pedagógicos como: conteúdos elaborados, estudados e referendados socialmente e práticas com dinâmicas interessantes para o aluno.
Implantar as Orientações em toda a rede de Ensino do Estado será uma tarefa árdua , que vai requerer das escolas uma forte adesão, a aceitação dos professores de modo que esse documento possa servir para o docente refletir sobre a sua prática, o que está ensinado e o que o aluno está aprendendo e o que o aluno precisa aprender na escola.
Então, as Orientações Curriculares não podem ser consideradas como mais um documento que chega à escola, estranho à rotina escolar, ele é sim, um documento que apresenta orientações e sugestões para o professor preparar sua aula, fortalecer sua base teórica conceitual, adquirir conhecimentos contextualizados com as publicações pedagógicas nacionais e internacionais pertinentes, como também o de fomentar as discussões do currículo de ensino.
Autor: Iza Aparecida Saliés
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