Os heróis que param e os ciclos que encerram




Hoje a eternidade é efêmera demais. Mas não é apenas criar mitos e heróis que não sobrevivem ao tempo, que sucumbem às primeiras quedas que a vida impõe. Heróis que marcam as vidas de pessoas comuns, que veem neles não salvadores de nada, nem os enxergam como deuses, mas como pessoas capazes de fazer alguma diferença na vida de tantas outras pessoas. Heróis que depois de um tempo, são vistos como pessoas capazes de qualquer coisa, de enfrentar qualquer barra, de passar por qualquer dificuldade, com a cabeça erguida e com dignidade. Sem precisar fingir felicidade ou sorrir sem ter vontade. Heróis que se desgastam. Que têm a imagem arranhada, o trabalho questionado e os erros ficam mais marcados. (Criticar sempre será mais fácil do que reconhecer tudo que foi feito. Mas será que os críticos sabiam o que estava acontecendo?). Heróis que erram. Que nunca disseram que seriam perfeitos, que mesmo assim não largaram ninguém na mão, não pularam do barco para se salvar, e mais, deram aos outros seus "cômodos salva vidas" em troca de realização profissional coletiva, quando poderiam ficar indiferentes aos problemas e dificuldades dos demais. Heróis que não pensam somente em si. Que além de olhar para o lado, estendem a mão e se doam, e se entregam, e se emprestam, e "se deixam nos outros". Marcam a vida dos outros pelo que representaram, nem tanto pelo que fizeram (isso vira esquecimento). Heróis que choram. Feitos de carne, osso e coração. Que não aguentam demonstrar uma força onde a fraqueza vai ficando evidente, onde a armadura já não serve de faz de conta, onde o olhar vermelho e vazio sintetiza noites em claro e dores insuportáveis. Heróis que param e ciclos que encerram. O dia de dizer adeus é como morrer pela primeira vez, pois a dedicação foi intensa do primeiro ao último dia. O último dia de um herói é um dia triste para quem admira a história, para quem reconhece que foi uma vitória chegar onde chegou. O fim se aproximou, o herói também chorou, mas a vida não acabou. Um ciclo que apenas se encerrou, mas algo novo poderá iniciar... Continuará, de outra forma o herói retornará...

Autor: Johney Laudelino Da Silva


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