Dr. António De Oliveira Monteiro (1842-1903), O Médico E O Político



Dr. António de Oliveira Monteiro (1842-1903)

O MÉDICO E O POLITICO NO SEC: XIX, Conselheiro, Médico, Deputado e Par do Reino.

Natural da Freguesia de Alcafozes, Concelho de Idanha-a-Nova, onde nasceu a 2 de Janeiro de 1842 e onde passaria grande parte da infância até ao momento em que ingressou nos estudos universitários na Cidade de Coimbra. O POLITICO - A sua carreira política inicia-se em 1886, quando é eleito vereador da Câmara Municipal do Porto, foi-lhe confiado o pelouro da instrução publica, ao qual deu grande impulso, introduzindo-lhe importantíssimos melhoramentos. Eleito mais uma vez para vereador na Câmara Municipal do Porto para o triénio de 1887-1889 pelo Partido Progressista e eleito pelos colegas para o cargo de vice-presidente seria desta vez vereador do pelouro dos incêndios.

Por ser continuador da reforma da corporação, iniciada em 1879 pelo Sr. Conselheiro Correia de Barros e pelo importante desempenho das suas funções na vereação a edição da revista “O Bombeiro Português” (n.º 12 Ano VIII de 30 de Novembro de 1888) prestou-lhe uma homenagem na qual salientam não se tratar de uma “cortesia e muito menos uma lisonja banal, infundada e sem significação; nem tão pouco visa captar a simpatia e amizade desse cavalheiro”, mas devido aos relevantíssimos serviços prestados no pelouro dos incêndios, a quem o Município do Porto ficou a dever a reforma deste serviço e aos Bombeiros, o engrandecimento de uma classe até então manietada por falta de recursos. A nova organização do serviço de incêndios e os melhoramentos introduzidos no corpo de Bombeiros foi de facto uma obra meritória e um incalculável beneficio para a cidade, colocando à época, Portugal ao nível dos mais evoluídos países da Europa, nesta matéria.

A obra por que ansiava e imaginava '''Guilherme Gomes Fernandes''', a quem estava confiada a direcção dos Bombeiros Portuenses e que em homenagem mandou colocar o retrato do ilustre vereador e vice-presidente da Câmara, no seu gabinete, nunca passaria do projecto e ficaria eternamente esquecida se não existisse o patronato do Dr. Oliveira Monteiro um homem que dispensou todo o seu empenho no sentido de corresponder à confiança dos portuenses e de velar pelo seu bem-estar e segurança. A Presidência da Câmara Municipal do Porto ser-lhe ia atribuída a 8 de Setembro de 1887''' por falecimento do então Presidente Ex. Mo Dr. José Frutuoso Aires Gouveia Osório. O Dr. António de Oliveira Monteiro passou a acumular com o pelouro dos incêndios o destino do Município, e de forma notável. A sua excelente gerência e o espírito de imparcialidade e de isenção com que buscou servir o Município do Porto, valeu-lhe a reeleição para o triénio de 1890-1892. Foi no inicio do seu segundo mandato nos destinos da cidade do Porto que o Dr. António de Oliveira Monteiro, deparou-se com a que talvez foi a situação mais adversa, a Revolta do Porto de 31 de Janeiro de 1891, excelentemente documentada em “História da Revolta do Porto de 31 de Janeiro de 1891”; por João Chagas. Em Julho de 1895, foi eleito para o lugar de '''Provedor da Santa Casa da Misericórdia do Porto''', mas a 17 de Outubro de 1895 o Dr. Oliveira Monteiro declarou que dava por suspensas as suas funções de Provedor, devido a uma questão pendente entre a Santa Casa e a testamentária do Conde de Ferreira, benemérito da Santa Casa e pelo facto do Dr. Oliveira Monteiro ser herdeiro de um dos testamenteiros, (o seu sogro José Gaspar da Graça), assim, enquanto não fosse resolvido o problema entre a Santa Casa e a testamentária, não exerceria o cargo. No triénio de 1896-1898, foi uma vez mais eleito para vereador, na célebre eleição por círculos, ocupando-se uma vez mais do pelouro dos incêndios.

Em 11 de Fevereiro de 1897, foi nomeado pelo Partido Progressista, chefiado pelo Conselheiro José Luciano de Castro; companheiro partidário e amigo de Oliveira Monteiro, partido que sempre serviu e seguiu com lealdade) para o lugar de '''Governador Civil do Porto''', tomando posse a 15 do mesmo mês e uma vez colocado no primeiro lugar da administração do Distrito do Porto, foi ainda a sua austeridade e a sua hombridade que no meio da guerra política, lhe reservou adversários dentro e fora do partido, a que ele ligou-se, originando muitas disputas pela posição de chefia do Partido Progressista no Norte, do qual o Dr. António Oliveira Monteiro era a principal figura ou personalidade. Em 1899, elegeu-se para a câmara dos deputados e ascendeu ao pariato a título vitalício. Este é o ano em que é agraciado Conselheiro. Era Casado com D. Maria da Graça de Oliveira Monteiro, filha de um abastado Proprietário e Comerciante do porto, José Gaspar da Graça. Teve 3 filhos, Dr. Mateus da Graça de Oliveira Monteiro, Manuel da Graça de Oliveira Monteiro e Maria Adelaide da Graça de Oliveira Monteiro de Barros Gomes, esta ultima casada com o Dr. António Pessoa de Barros Gomes, advogado e administrador do 2º bairro de Lisboa (Chiado) e filho de um dos seus companheiros do Partido Progressista Henrique de Barros Gomes.
Autor: Vítor Fernandes


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