A Democratização da Universidade



A educação superior em nível nacional e internacional enfrenta diversas crises em relação à política, financeira e principalmente de conteúdo, ou seja, o aluno termina a graduação, muitas vezes sem o devido preparo para desenvolver suas atividades profissionais. De um modo geral isso vem acontecendo devido ao processo de massificação do ensino que se estende desde a educação básica até as universidades. Isso prova que o aluno quando chega à universidade, não possui os conhecimentos necessários que deveriam ter sido adquiridos na educação básica.
Mesmo com todo esse processo de massificação não se pode falar em democratização da universidade e a socialização do conhecimento uma vez que ainda existe uma dura realidade que é de apenas uma minúscula parcela da população que tem acesso a educação superior de qualidade e de fato busca desenvolver e construir o conhecimento. Caso nenhuma ação for tomada em relação à transformação dessa realidade a universidade continuará sendo um privilégio de poucos nas classes favorecidas relegando-se, a segundo plano a educação social de qualidade e abrangente para o povo.
A universidade, assim como outras instituições inseridas no ambiente social, nada mais é do que o reflexo da sociedade que valoriza a posse do diploma, em detrimento do saber. O saber pedagógico ocupa posição central na construção do conhecimento, embora o verdadeiro problema da universidade é eminente político, negar essa dimensão pedagógica é desconhecer a essência da educação e sua importância na função de socialização do conhecimento.
O programa Universidade para todos (ProUni) foi o caminho encontrado para impulsionar o acesso à universidade, antes restrita a uma minoria, cuja iniciativa recebeu muitas críticas, mas mostrou-se uma política bem sucedida de inclusão social, uma solução genuinamente brasileira voltada às necessidades do País. O setor privado foi ou é o grande parceiro nessa empreitada, embora sujeita a aperfeiçoamento e adaptações óbvias no processo como um todo, de acordo com a realidade apresentada.
Nos últimos anos, o governo passou a encarar a questão da avaliação com mais clareza, sendo que em 2010, pela primeira vez na história do País, as instituições tiveram acesso aos resultados do Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade) e seus índices, antes da divulgação para o público em geral, uma demanda antiga do setor privado. Os dados divulgados mostraram a necessidade de amadurecimento dos indicadores e possibilitam a incorporação de novos elementos no Sines ? Sistema Nacional de Avaliação do Ensino Superior.
No governo Lula o MEC procurou incentivar as ações para aumentar o número de alunos na universidade, com a criação de inúmeras instituições federais e de programas de incentivo aos alunos das instituições particulares. Além do ProUni, o Fies pode se firmar como outro programa significativo para o universitário brasileiro.

Autor: Vérlei Silva


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