Energia limpa e renovavel - fonte de vida
Albert Einstein
Energia é fonte de vida, e seu fornecimento eficiente a cada cidadão do planeta é obrigação de todos. A utilização de energia renovável não poluente, a bioenergia, é um dos vetores de alavancagem mais importantes para o sucesso de uma nova era que se inicia, a era do desenvolvimento sustentável alicerçada em energia de baixo carbono.
Perto de 99% da energia que aquece a Terra provêm do Sol, o 1% restante origina-se da queima de combustíveis fósseis, uma energia vendida ao mercado e denominada energia comercial. Caso não houvesse a energia solar, a temperatura média do planeta seria de -240°C. A injeção contínua de energia solar produz diversas formas indiretas de energia solar renovável, como o vento, as quedas de água, a água corrente (hidroeletricidade) e a biomassa, ou energia solar, convertida em energia química e armazenada nas ligações químicas dos compostos orgânicos nas árvores e em outras plantas.
Segundo a Agência Internacional de Energia ? AIE, 47 % das novas fontes de eletricidade instaladas no mundo nós últimos 10 anos foi baseada em carvão. O montante de subsídios concedidos por diversos países à energia fóssil no ano de 2009 foi de cerca de US$ 312 bilhões, ante US$ 57 bilhões para fontes limpas, um completo contrassenso.
Até a Revolução Industrial, todas as sociedades humanas que existiam até então utilizavam fontes renováveis de energia: seres humanos, animais, água, vento e madeira. Cerca de 82% da energia comercial consumida no mundo tem origem em fontes não renováveis.
Há apenas 250 anos, o ser humano dependia somente de fontes naturais de energia. Hoje, músculos humanos contribuem com somente 1% do trabalho realizado em países desenvolvidos. As demandas globais de energia triplicaram desde 1950 e devem aumentar cerca de 50% até 2020, e a produção de bens e serviços depende cada vez mais de fontes esgotáveis e poluentes como os combustíveis fósseis.
A maior parte do consumo mundial de energia é proveniente dos combustíveis fósseis, principais causadores do aquecimento global e do efeito estufa. A era do petróleo irá acabar, não por falta de petróleo, mas pela preservação da civilização humana em um planeta sadio, com a natureza em equilíbrio ? pelo amor ou pela dor.
Não é mais possível continuar com a queima de enormes quantidades de combustíveis fósseis, sob a égide do crescimento econômico. Deve-se frear o crescimento econômico desequilibrado e desigual e optar pelo desenvolvimento social, econômico e ambiental sustentável. Por razões de segurança energética todos os países buscam fontes de energia renováveis, já que as reservas estimadas de petróleo duram 40 anos, de gás 60 anos e de carvão 130 anos.
Cabe ao próprio ser humano encontrar alternativas energéticas que devem substituir o petróleo, e matrizes energéticas mais limpas estão, ainda que lentamente, sendo implementadas em diversos países, com o crescente uso de fontes renováveis. Platão dizia: "a necessidade é a mãe da invenção".
O Brasil pose ser considerado um modelo de liderança visionária no processo de crescimento e desenvolvimento sustentável no seu setor energético. Detentor de uma das matrizes energéticas mais limpas do mundo, o país deve assumir uma posição de liderança nesta nova era de sustentabilidade, com ações locais e globais em prol da expansão do uso de energias renováveis, por meio do etanol e do biodiesel como commodities mundiais, produzidos de forma ambiental e socialmente correta, qual seja, sem necessidade do desflorestamento, apenas com implantação de sistemas mais eficientes de gestão e desenvolvimento de tecnologias de ponta.
Apesar de enormes desigualdades sociais e de problemas nas áreas de educação, saúde, infraestrutura e preservação de recursos naturais, o país contribui enormemente com o mundo, ao demonstrar o que deve ser feito para diminuir as desigualdades sociais, preservar e continuar de forma perene a vida no planeta Terra, ao construir uma matriz energética lastreada fortemente em fontes renováveis, processo em que o etanol e o biodiesel brasileiros ocupam lugar de destaque.
O Brasil reúne o maior número de vantagens comparativas para liderar a agricultura de energia, a agroenergia, ao transformar energia solar em combustível líquido. Tem o domínio tecnológico sobre a cana-de-açúcar, a melhor planta para produzir açúcar, etanol e eletricidade de forma competitiva e sustentável, tem vasta disponibilidade de terras agricultáveis, água em abundância, clima tropical propício ao cultivo e mão de obra ávida por trabalho. Todos esses fatores, em conjunto com estratégias e ações bem planejadas, são instrumentos capazes de moldar o futuro e conduzir o país ao papel de líder mundial em programas de energia renovável de baixo carbono.
O potencial tecnológico acumulado é de tal ordem que pode ser usado não de maneira agressiva, predatória, concorrencial, típicas do modelo capitalista autorreferencial, autossuficiente. A grande questão que se coloca é quais as formas sociais e políticas que irão permitir adotar proteção ambiental que não imobilize o desenvolvimento econômico, principalmente nas nações mais pobres.
Caso não haja percepção universal do novo movimento de ruptura climática, o processo de transição para economias de baixo carbono se dará de acordo com os interesses das nações em obter segurança energética e em detectar oportunidades de novos negócios, via desenvolvimento de seus potenciais científicos e tecnológico.
Acordos internacionais devem acelerar pesquisas intra-nações. Há uma drástica corrida em direção a fontes de energia alternativa livres de carbono como o aproveitamento de ondas, marés, ventos de altitude elevada, hidrogênio, geotérmica. Atividades de ciência, tecnologia e inovação (CT&I) em centros avançados de pesquisas, desenvolvem também linhas de estudos para mudar o processo da fotossíntese; instalar painéis ou nanobaterias solares em estações espaciais; inovar radicalmente o campo de energia solar com a fusão nuclear.
Em épocas de crises agudas e profundas, enxergar as vantagens e ter a vontade de investir na preservação da natureza, e em particular no desenvolvimento de fontes de energia limpas e renováveis, é a parcela de contribuição de verdadeiros líderes visionários, agentes sociais provenientes de setores públicos e privados, que irá permitir às gerações futuras usufruir de uma melhor qualidade de vida e auxiliar na solução de parte de um dos maiores desafios coletivos mundiais, o aquecimento global.
Autor: Rodnei Vecchia
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