A Econonia da Globalização - Estudo sobre o Comércio mundial.



A ECONOMIA DA GLOBALIZAÇÃO

Com o fim da segunda guerra mundial em 1945, passou a existir uma rivalidade entre os Estados Unidos e a União Soviética, principais aliados durante a guerra, devido a disputa geopolítica que causou a divisão da Europa em dois blocos antagônicos.

Esta rivalidade pôs a URSS e os Estados Unidos em lados opostos no que se refere a economia e forma de governo, tendo os EUA optado pelo capitalismo com a economia baseada na iniciativa privada e a URSS pelo comunismo com uma economia socialista com a presença quase exclusiva do estado. Resultante desta rivalidade ocorreu a chamada guerra fria onde a URSS se isolou da economia mundial com uma economia estatizada, centralizada e planificada, contrapondo-se aos EUA que catalisou a economia capitalista mundial adquirindo um poderio econômico hegemônico.

Um ano antes do final da segunda guerra mundial, já antevendo o resultado da derrota Alemã, os Estados Unidos convocou uma reunião entre os países capitalistas que se opunham ao socialismo soviético, denominada Conferência de Bretton Woods, que teve como principal deliberação o estabelecimento do dólar como sendo a moeda de referência em todo o mundo, com a qual todas as transações comerciais e financeiras seriam feitas.

Também, esboçou um plano para assegurar que por intermédio das grandes potências da época, utilizando-se da ONU, houvesse um sistema econômico liberal capaz de proteger os países hegemônicos de crises e depressões globais, evitando-se o que ocorreu no "crash" da bolsa americana em 1930, que gerou a grande depressão americana.

Na Conferência de Bretton Woods, alem da decisão de que o dólar seria a moeda mundial, este teria um equivalente em ouro, tendo o banco central dos EUA o compromisso de converter a moeda dólar em ouro. Entretanto, no início da década de 70, o excesso de dólares em circulação, emitidos pelos EUA, obrigou o governo americano a desvalorizar a moeda e abandonar o compromisso de conversão em ouro. Hoje em dia, as moedas variam em função do dólar, do ouro e do euro, sendo que este último representa aproximadamente um quarto das reservas em moeda estrangeira no mundo e o dólar ainda predomina constituindo praticamente os outros dois quartos.

Na atual economia globalizada dos países, as finanças são tão importantes quanto à produção de bens e serviços. A circulação dos capitais financeiros, em bolsas, títulos de governos, títulos bancários, e outros ativos financeiros está cada vez com menos barreiras ocupando posição destacada nas finanças internacionais, sustentada por uma enorme rede de informações com tecnologia que suporta o fluxo do processo de transcoes globalizadas entre os diversos mercados financeiros operados principalmente pelas bolsas de valores e seus mercados de ações. Hoje a bolsa de Nova York responde por 40% da capitalização global, tendo as bolsas européias 10% de participação e o restante principalmente pelas bolsas de Tóquio, Hong Kong e Xangai na China, Sydney na Austrália, Seul na Coréia do Sul e Mumbai na Índia.
Vale ressaltar o empenho dos países em desenvolvimento de acumular reservas em moeda forte como o dólar, para utilizar em caso de fuga de capital estrangeiro, evitando assim crises como a que ocorreu em 1997 e que atingiu os emergentes asiáticos (Tigres), Rússia, Brasil e Argentina.

O COMÉRCIO MUNDIAL.

No século XIX devido à superioridade industrial e tecnológica que garantia a vantagem hegemônica no comércio internacional fez com que a Grã Bretanha adotasse o liberalismo econômico e defendesse o livre comércio, pois detinha uma enorme vantagem competitiva. Esta época foi o início da primeira globalização com a intensificação das relações comerciais entre os países, que durou até a crise de 1930 na economia americana, conhecida como a Grande Depressão de 30.

Durante a segunda guerra mundial que terminou em 1945, os EUA não adotaram o modelo inglês para o livre comércio, mas aproveitaram de suas vantagens para a indústria americana acreditando poder acabar com as ações protecionistas da Europa, com a criação da OIC ? organização Internacional do Comércio, a qual acabou não existindo devido a não ter sido aprovada no Congresso dos EUA. Ela tinha como princípios que todos os países tivessem direitos iguais de voto na relação de livre comércio e compromisso com o pleno emprego.

Como conseqüência, foi substituída por um tratado chamado de acordo geral de comércio e tarifas (GAAT ? General Agreement on Tariffs and Trade), que nada mais seria do que um fórum de negociações com o propósito de fomentar o livre comércio por consenso entre os países participantes, que funcionou promovendo várias reuniões entre 1948 e 1994, com a participação primeiramente dos países desenvolvidos, mas ganhando prestígio e abrangência mundial.

O GAAT estabeleceu regras e regulamentos para a solução de conflitos entre os países tendo como princípios básicos: a redução de barreiras comerciais, não discriminação comercial entre países, compensação aos países prejudicados por tarifas alfandegárias e arbitragem de conflitos comerciais. Em 1994, ocorreu um novo acordo e o GAAT transformou-se na atual OMC ? Organização Mundial do Comércio.

Devido ao aumento do comércio entre países, deslocamento de pessoas entre as nações e o aumento do fluxo de capitais e de informações, avançou o processo de globalização, com o conseqüente avanço da tecnologia da informação, seus sistemas de comunicação e da informática, necessidades geradas pela inovação das relações de comércio entre os países.

A informação então passou a ser considerada a principal responsável pelo sucesso do fluxo de capitais, em processo globalizado, das transações financeiras entre as instituições dos países como: bancos, seguradoras, corretoras, tradings (exportadoras/importadoras), dentre outras, para as negociações e transações quer seja de títulos, ações, cambio de moedas, movimentação de recursos financeiros de créditos e débitos, realizadas principalmente em bolsas de valores.

As bolsas de valores dos grandes centros financeiros mundiais como: Nova York, Londres, Tóquio, Paris, Hong Kong, Xangai, movimenta, valores maiores do que um trilhão de dólares por dia, o que é aproximadamente 40 vezes maior do que os valores correspondentes as trocas de mercadorias entre os países, nas suas relações comerciais.

Hoje o mundo está totalmente dependente e vinculado com as transações e operações com os ativos negociados em bolsa de valores tendo destaque os conhecidos como capitais especulativos operados por corretora e fundos de pensão principalmente envolvendo ações de empresas, letras de câmbio, títulos de dívida de governos, dentre outros títulos mobiliários.

Este trabalho pretende ser um estudo breve e conciso sobre o tema, focado no comércio no mundo globalizado.

Simone Pinto Reis, SUESC - Sociedade Unificada de Ensino Superior e Cultura, Rio de Janeiro/RJ, 2010.
Autor: Simone Pinto Reis


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