O salto
As águas plácidas forram varridas por ventos inesperados,
mas pressentidos.
Bastava ter olhado o céu ao Sul para ver tormentas se formando.
Tentei correr mas a fúria dos ventos me pegou ao relento,
Desatento, despreparado, sem botas de nenhuma légua e sem abrigo.
Eu estava a caminho, atarefado, com contas a acertar.
Cheio de boas intenções.
Mas o céu nublado me traiu, eu que o adorava.
Ela desabou pesado, cruel
Não meu deu chance de sorrir, respirar e correr.
(Fiquei com medo de usar o telefone,
apreensivo pela hora do almoço que não vinha,
Inquieto por ser o pólo de dois triângulos)
Logo escurece, mais eu abro os olhos, mais longe se afasta meu abrigo
Eu tentei um salto mas escorreguei.....
( E a noite virou um labirinto, cheio de paredes ponteagudas.
Com mãos que me evitam e olhares reprovadores)
Ivan Henrique Roberto
12 de janeiro de 1989
Autor: Ivan Henrique
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