Hiperatividade:Transtorno de déficit de atenção



CENTRO UNIVERSITÁRIO ADVENTISTA DE SÃO PAULO
CAMPUS ENGENHEIRO COELHO
CURSO LATO-SENSU EM PSICOPEDAGOGIA











HIPERATIVIDADE:
TRANSTORNO DE DÉFICIT DE ATENÇÃO










SOLANGE CARDOSO GUEDES


ENGENHEIRO COELHO
2011











Trabalho de Conclusão de Curso elaborado por Solange Cardoso Guedes, para obtenção do título em Psicopedagogia, sob o título "Hiperativade: Transtorno de Déficit de Atenção", apresentado e aprovado no dia 04 de fevereiro de 2011, por banca composta pelos seguintes membros:




Profª.dra. Marinalva Imaculada Cuzin
(orientadora)




Profª. Ms. Profª. Luciane Hees
(segunda leitora)


HIPERATIVIDADE:
TRANSTORNO DE DÉFICIT DE ATENÇÃO

Solange Cardoso Guedes.
Pedagoga pelo UNASP ? Campus de Engenheiro Coelho.
Psicopedagoga Clínica e Institucional pelo UNASP ? Campus de Engenheiro Coelho.
[email protected]

Resumo: Este artigo, a partir de um estudo bibliográfico, propõe-se a informar de maneira clara e abrangente o que é a hiperatividade, suas causas e tratamento. A criança com TDAH, em sala de aula, exige atenção por parte do professor e é necessário que este esteja preparado para saber contornar e posicionar o aluno em sala de aula e é de grande importância a cumplicidade da escola com a família para juntos ajudarem a criança. Juntamente, os pais com a criança, devem procurar ajuda de um profissional competente e especializado em TDAH, pois ele é capaz de elaborar um diagnóstico e daí orientá-los a fim de tornar possível a tolerância, a convivência familiar, não deixando que o problema tome uma dimensão sem controle levando a família a um descontrole emocional.

Palavras chaves: Hiperatividade, déficit de atenção, transtorno.

Abstract: This paper, from a literature search, it is proposed to inform clearly and comprehensively what is hyperactivity, its causes and treatment. The child with TDAH in the classroom requires attention from the teacher and it is necessary that this be prepared to stand around and know the students in the classroom is of great importance and the complicity of the school and family together to help child. Together, parents with children should seek help from a competent professional with expertise in TDAH, since it is capable of making a diagnosis and then guide them to make possible tolerance, family living, not letting the problem take a dimension without taking the family to control an emotional imbalance.

Keywords: Hyperactivity, attention deficit, confusion.
Introdução

Atualmente existem dificuldades que necessitam de atitudes mais sérias para a possível solução como drogas, roubos, violência, problemas genéticos, sociais e econômicos que preocupam a todos, principalmente os educadores que têm a função primordial de transmitir conhecimento.
A escola tornou-se uma atividade obrigatória e o êxito escolar passou a representar um papel importante de realização pessoal e sócio ? econômica. Com isso as dificuldades e fracasso passaram a representar um terror para muitas famílias e, entre as várias causas deste insucesso encontra--se talvez, entre uma das mais freqüentes nas escolas - a Hiperatividade.
O número de alunos com hiperatividade tem aumentado e as escolas necessitam de profissionais preparados para trabalhar com esses alunos. Tendo em vista que a hiperatividade tem se tornado cada vez mais comum entre os alunos, observa-se que há necessidade de novas metodologias para ser trabalhadas e também a aceitação tanto da família como da escola.
Nesse contexto, procurou pesquisar, analisar o conceito de hiperatividade, verificar a contribuição e participação da família e a preparação dos professores necessária para trabalhar com metodologias que auxiliem no rendimento desses alunos e principalmente, que esse material sirva de apoio e aproveitamento para professores que tenham alunos hiperativos inclusos em suas classes.
Com este trabalho pretendeu-se contribuir de uma maneira significativa para ajudar professores, pais e os próprios portadores a conhecerem melhor este transtorno buscando melhores condições para essas pessoas.

Conceito de Hiperatividade

Para o autor Jones (2004, p. 07):

Embora tenha havido muita controvérsia a respeito das causas e da exata definição dessa síndrome bem como sobre o número de crianças afetadas, a hiperatividade é agora reconhecida pela medicina e denominada Distúrbio de Déficit de Atenção (DDA) ? ou Distúrbio de Déficit de Atenção por Hiperatividade (DDAH). Por vezes, as pessoas ainda se referem a ela como "síndrome hipercinética", embora o termo esteja atualmente caindo em desuso.

Ainda, segundo Jones (2004, p.09):

Contudo, a verdadeira hiperatividade, ou TDAH, é um padrão de comportamento agitado, desatento e impulsivo, no qual a criança não consegue ficar parada, nem prestar atenção por mais do que um breve período de tempo, e não se concentra em jogos, brinquedos ou atividades, bem como em outras crianças da mesma idade. As crianças hiperativas muitas vezes não conseguem um bom desempenho na escola e tendem a ficar atrasadas com relação a seus colegas. Elas podem ter problemas com a leitura e a aprendizagem de outras habilidades básicas. Com freqüência o TDAH é acompanhado de outros atrasos no desenvolvimento, como falta de habilidade (dispraxia) e atraso na fala.

Muitos autores descrevem o conceito de hiperatividade, pois o tema se tornou de grande interesse aos mesmos devido a tantos questionamentos e principalmente às semelhanças que ele possui com outras doenças devido aos seus sintomas.

Hiperatividade Física e Mental

É fácil identificar a hiperatividade física de um TDAH. Quando crianças, eles se mostram agitados, movendo-se sem parar na sala de aula, em sua casa ou mesmo no playground. Em ambientes fechados, mexem em vários objetos ao mesmo tempo, derrubando grande parte deles no ímpeto de checá-los simultaneamente. São crianças que costumam receber designações pejorativas como: "bicho-carpinteiro", "elétricas", "desengonçadas", "pestinhas", "diabinhos", entre outros.
Nos adultos essa hiperatividade costuma se apresentar de forma menos exuberante, o que acabou por fazer alguns autores no passado pensarem que tal alteração tendia a desaparecer com o término da adolescência.
Hoje, se sabe que isso não é verdade, o que ocorre é uma adequação formal da hiperatividade à fase adulta. A energia hiperativa de um TDAH pode causar-lhe incômodos cotidianos, principalmente se ele precisar adequar-se ao ritmo não tão elétrico dos não TDAHs. Para um TDA hiperativo, até mesmo uma escada rolante, pode tornar-se sinônimo de tortura.
Finalizando Lipp (2003, p.80) nos relata que:

Dificilmente, o diagnóstico desse transtorno é feito antes dos quatro ou cinco anos, já que, até essa idade, a demanda de tarefas que exigem atenção concentrada é pequena: há uma tolerância maior da família e da escola em relação à hiperatividade, que é percebida como uma variação normal do desenvolvimento.

O problema é percebido gradativamente, nos diversos ambientes em que a criança se interage como na escola e na família.

Características da Hiperatividade

Benczik (2000, p.25) apud Barley (1987) indica algumas características da Hiperatividade, a saber:

a. O surgimento dos sintomas do TDAH nos primeiros anos de vida, embora atualmente alguns estudos sugiram a possibilidade de aparecimento dos sintomas em uma idade mais avançada, por volta dos 12 anos.
b. Uma inquietação motora e períodos reduzidos de atenção que ficam aquém das expectativas da idade da criança.
c. Generalização dos sintomas em diversas situações e/ou ambientes.
d. Uma discrepância entre o nível do desenvolvimento cognitivo e os problemas de autocontrole. Essas crianças mostram-se mais imaturas do que geralmente são.

O autor Jones (2004, p.10) nos ressalta que:

A hiperatividade pode estar associada a outras condições. Com freqüência, os distúrbios do sono desempenham um papel nisso. A falta de sono pode ser provocada pelo TDAH, mas também pode ser a sua causa. A criança que não dorme o suficiente ficará cansada, irascível, desajeitada e incapaz de se concentrar durante o dia.

Novamente Benczik (2000, p.26) descreve que:

Os sintomas aparecem frequentemente cedo na vida da criança, mas tornam-se mais graves a partir do ingresso desta na escola, porque, durante o processo de aprendizagem escolar a criança necessita focar mais a sua atenção e permanecer sentada, durante as aulas.

O problema da hiperatividade é contribuído com muitos elementos da vida moderna. O ritmo de vida atual é muito mais rápido do que no passado. As crianças hoje precisam lidar com um bombardeio de informações, estímulo e entretenimento oferecidos pela televisão, jogos de computador, atividades organizadas, pelos clubes e pela mídia em geral. Apesar de serem mentalmente superestimuladas, pode faltar às crianças modernas o exercício físico que as deixaria saudavelmente cansadas. (JONES, 2004)
Até mesmo ir para a escola caminhando as crianças não vai mais devido ao perigo nas ruas e ao medo de ataques de pessoas que poderiam abusá-las. Muitas escolas, especialmente nas áreas metropolitanas, possuem pouco espaço ao ar livre para brincadeiras na hora do intervalo ou do lanche para a prática de esportes. Atualmente as crianças gastam menos tempo caminhando de casa para a escola, brincando na rua ou jogando futebol no parque. A criança moderna com freqüência precisa ficar dentro de casa ou realizado atividades supervisionadas, em vez de ter a liberdade física. (JONES, 2004)

Possíveis Fatores Etiológicos

Para Benczik (2000, p.32) sabe-se mais sobre o que não causa essas alterações do que sobre as reais causas do TDAH.

A. Hereditariedade: A contribuição genética para o TDAH parece ser substancial, conforme sugerido pelas pesquisas com famílias, gêmeos e adotados, e por análise de segregação complexa. Estudos com gêmeos indicaram uma herança bastante alta, chegando a 70% em algumas destas investigações, A prevalência do transtorno entre os parentes das crianças afetadas é de duas a dez vezes maiores que na população em geral. Além disso, uma alta incidência das mesmas patologias que ocorrem associadas com TDAH nas crianças é vista nas suas famílias, especialmente entre seus parentes em primeiro grau. Estas observações fornecem evidências de que o TDAH tenha ligação familiar com tais transtornos, e que riscos familiais comuns se devam principalmente a fatores genéticos comuns...

B. Substâncias ingeridas na gravidez: Tem-se visto que a nicotina e o álcool, quando ingeridos durante a gravidez, podem causar alterações em algumas partes do cérebro do bebê, incluindo-se aí, a região frontal orbital. Pesquisas indicam que mães alcoolistas têm mais chance de terem filhos com problemas de hiperatividade e desatenção...

C. Sofrimento fetal: Alguns estudos mostram que mulheres que tiveram problemas no parto, que acabaram causando sofrimento fetal, tinham mais chance de terem filhos com TDAH. A relação de causa não é clara. Talvez mães com TDAH sejam mais descuidadas e assim possam estar mais predispostas a problemas na gravidez e no parto. Ou seja, a carga genética estaria influenciando.

D. Exposição a chumbo: Há algumas evidências científicas de que altos níveis de chumbo em crianças pequenas podem estar associados com maior risco para TDAH. Essa relação parece mais importante quando a exposição ao chumbo funciona como um irritante no cérebro prejudicando-o.

E. Problemas familiares: algumas teorias sugeriam que problemas familiares (alto grau de discórdia conjugal, baixa instrução da mãe, família com apenas um dos pais, funcionamento familiar caótico e família com nível socioeconômico mais baixo) poderiam ser a causa de TDAH nas crianças. Estudos recentes têm desmanchado essa idéia. As dificuldades familiares podem ser desencadeadores de problemas de saúde mental nas crianças, mas não o são para várias patologias e não especificamente para o TDAH.

Benczik (2000, p. 33) também nos apresenta alguns mitos em relação às causas da Hiperatividade sendo:

A. Algo na alimentação: Nas ultimas três décadas muitas duvidas já foram levantadas sobre a possibilidade de algum tipo de fator alimentar estar ligado ao quadro de TDAH. Primeiramente, acreditava-se que aditivos químicos na comida poderiam ser a causa do TDAH. Corantes e conservantes foram investigados em vários estudos e nenhum destes mostrou relação entre aqueles e o TDAH. Nunca foi encontrada uma taxa maior do que o que é esperado se encontrar na população em geral (em torno de 5%)
Depois veio a moda do açúcar. Muito açúcar na dieta deixaria as crianças mais inquietas. Também nesse caso, todos os estudos realizados falharam em mostrar essa relação.
Também houve o período em que se acreditava que deficiências vitamínicas poderiam causar alterações comportamentais nas crianças. Não há evidencia de que altas doses de vitaminas podem ajudar no tratamento do TDAH. Inclusive cabe aqui salientar que altas doses de vitaminas acrescentadas à alimentação da criança podem ser prejudiciais para a saúde desta.

B. Algum problema hormonal: outro mito é a associação causal entre deficiência de hormônio da tireóide e o TDAH. Depois que esse tema foi levantado, todos os estudos mostraram não haver nenhuma relação.

C. Algum problema com a iluminação do ambiente: No início da década de 70 um pesquisador pensou na possibilidade de que a radiação proveniente das lâmpadas fluorescentes pudesse ter alguma influencia no comportamento das crianças na sala de aula. Estudos bem feitos mostraram que aquela idéia não tinha sentido...

Devemos ficar atentos, pois muitos acreditam que esses mitos ainda são verdadeiros e fazem com que isto se torne um grande problema, dificultando assim um melhor entendimento sobre a hiperatividade.

O contexto familiar da criança com TDAH

A autora Lipp (2003, p.85) nos destaca que:

A criança que sofre de TDAH acaba por provocar um grande desiquilíbrio na dinâmica de toda a família, inclusive do casal, gerando discordância com relação aos procedimentos utilizados na disciplina: a colocação de limites torna-se confusa, sendo comum à queixa do pai de que a mãe não consegue ser respeitada ou impor autoridade à criança. Quando a mãe assume o papel de responsável por todas as atividades diárias da criança e deve atuar cobrando tarefas escolares e comportamentos sociais, ela se sente sobrecarregada de queixas de todos os lados, o que aumenta suas dificuldades em instruir e em conseguir sucesso na administração de sua rotina, o que, por sua vez, gera ansiedade, stress e oscilação quanto às regras disciplinares.

Ainda, segundo a autora Lipp (2003, p.85) a situação dos irmãos neste novo contexto familiar da seguinte maneira:

Os irmãos, por seu turno, percebem que existe uma diferença de tratamento entre eles e a criança que sofre de TDAH que muitas vezes acarreta, para eles, perda de benefícios ou discriminação. Por terem um irmão cujo comportamento-considerado "diferente" - são tolerados, eles acreditam que recebem menos atenção, experimentando sentimentos de ciúme, frustração e raiva. Algumas vezes, pode desenvolver comportamentos que incentivem o sentimento de proteção da parte dos pais, como forma de obter sua atenção...

Barbosa (2005, p.39) também nos ressalta a situação dos irmãos neste novo contexto familiar dizendo:

Os irmãos da criança hiperativa também têm sentimentos negativos sobre elas, pois logo percebem que ela concentra mais tempo e atenção dos pais, o que torna uma fonte de inveja, ciúme, raiva e frustração, principalmente quando os irmãos são mais novos, A diferença de tratamento entre eles e a criança hiperativa acarreta, para os primeiros, perda de benefícios ou discriminação, o que aumenta ainda mais os sentimentos negativos. A relação entre os irmãos é muito difícil, pois sua baixa tolerância à frustração a conduz a não aceitar os direitos dos outros, como também afasta a possibilidade de troca de afeto...

A família deve procurar desenvolver uma atitude de paciência, tolerância, conhecimento, compreensão, capacidade de escuta e demonstração de afeto, como meio de construir uma relação em que os problemas do cotidiano sejam enfrentados com maior facilidade. (LIPP, 2003).

Dificuldades com o Diagnóstico

Jones (2004, p.27) nos descreve que:

O problema para diagnosticar o TDAH é que o quadro apresenta um grau variável de gravidade, da criança que é mais ativa ou impulsiva do que a média em uma extremidade, até a criança "hipercinética" excitada do outro. Contudo, o diagnóstico de TDAH tem muito mais probabilidade de ser feito nos Estados Unidos do que na Inglaterra. Há alguns anos, nos Estados Unidos, cerca de uma em cem crianças normalmente inteligentes que freqüentavam o curso fundamental foi diagnosticado como hiperativa, e o número de crianças com outros problemas de aprendizagem foram ainda maiores, enquanto na Inglaterra a estimativa foi de uma em mil ou duas mil. Isso significa que, de acordo com algumas pessoas, apenas 10 por cento das crianças hiperativas estavam sendo diagnosticadas na Inglaterra. Atualmente, essa estimativa está mudando e uma proporção maior de crianças está sendo diagnosticada com TDAH...

O diagnostico do TDAH só ocorre quando oitos dos seguintes sintomas se encontram presentes, segundo Jones (2004, p.28):

? a criança apresenta dificuldade para manter a atenção com tarefas;
? mostra facilidade para se distrair;
? com freqüência parece não estar escutando;
? com freqüência passa de uma atividade incompleta para outra;
? com freqüência perde coisas necessárias para as tarefas;
? com freqüência interrompe ou perturba os outros;
? tem dificuldade para esperar a sua vez em atividades em grupo;
? com freqüência responde a perguntas sem pensar;
? com freqüência se envolve em atividades físicas sem pensar nas conseqüências;
? com freqüência fala excessivamente;
? tem dificuldade para brincar tranquilamente;
? tem dificuldade para permanecer sentada;
? tem dificuldade para seguir instruções.

Mas, antes de se diagnosticar o portador de TDAH, o médico já deve ter examinado os antecedentes e a situação da criança para ter certeza de que não existem dificuldades em casa que possam estar provocando esse comportamento, por exemplo, divórcio, abuso físico, mental ou sexual, e que ela tem a oportunidade de praticar atividades físicas durante o dia. (JONES, 2004).
Porém, esses médicos devem estar atentos, pois sintomas semelhantes aos do TDAH podem ser provocados por outros problemas de saúde, alguns deles, segundo Jones (2004, p.29) são:

Síndrome de Tourette
É um distúrbio neurológico causado pelo metabolismo anormal de dopamina, um neurotransmissor no cérebro. É um quadro herdado, embora apresente graus diferentes, sendo possível mais de um gene esteja envolvido. Ele é muito mais comum em meninos do que em meninas. Com freqüência, começa com sintomas semelhantes aos do TDAH, em seguido, começam a surgir os tiques característicos, sobre os quais a criança não tem controle. Esses tiques podem incluir fazer caretas, piscar os olhos, encolher os ombros, sacudir a cabeça, cuspir, coçar o nariz, movimentar os pés e maneiras estranhas de andar. Os tiques vocais incluem resmungar, fungar, tossir, vociferar, repetir palavras ou sons feitos pelos outros (ecolalia) e xingar (coprolalia)...

Síndrome de Asperger
É uma forma branda de autismo, algumas vezes conhecida como autismo de alto funcionamento. Diferentemente da criança severamente autista, que pode ser totalmente retraída e incapaz de se comunicar, a criança com a síndrome de Asperger em geral é tímida, fala e se comporta de maneira afetada, gosta de rotina e acha difícil sentir empatia pelos outros. Essas crianças podem desenvolver interesses ou hobbies obsessivos. Algumas são extremamente inteligentes, mas, podem ter problemas para se comunicar com as outras-elas têm a síndrome do "professor distraído". Podem ser auxiliadas, mas, com freqüência têm dificuldades emocionais e sociais duradouras. Algumas crianças com essa síndrome também são hiperativas e atualmente se acredita que muitas crianças com TDAH também podem apresentar características da síndrome de Asperger. Revela-se bastante difícil lidar com essas crianças e muitas vezes elas são infelizes porque não se entrosam com as outras.

Dislexia
A dislexia é um distúrbio de aprendizagem específico, que afeta a habilidade para ler e escrever fluentemente. Ela não está associada à inteligência da criança e, como o TDAH, é muito mais comum nos meninos do que nas meninas. Algumas vezes as crianças disléxicas podem ser confundidas com crianças com TDAH, porque elas têm dificuldades de aprendizagem e, portanto, podem ficar aborrecidas, inquietas, desatentas e frustradas na escola. Depois de serem diagnosticas e receber uma ajuda extra com a leitura, esses problemas em geral desaparecem.
As crianças com dislexia têm a mesma probabilidade de sofrer de TDAH que as outras. Com freqüência, as crianças com dislexia podem receber ajuda específica na escola. Como o TDAH, a dislexia pode variar muito em sua gravidade e muitas crianças com QI acima da média cuja dislexia não é grave irão muito bem à escola com uma pequena ajuda extra. As crianças disléxicas em geral são lentas para aprender a ler e escrever...

Dispraxia
A dispraxia é uma deficiência ou imaturidade da organização de movimento. Problemas de linguagem, percepção ou raciocínio também podem estar associados.
As crianças com dispraxia com freqüência são desajeitadas. Elas podem apresentar dificuldades para planejar ou se organizar, considera a escrita penosa ou difícil, são incapazes de lembrar ou seguir instruções e possuem má coordenação. Elas não conseguem se vestir sozinhas, não são boas em jogos de bola, quebra-cabeça e para copiar coisas da lousa. Elas não conseguem se concentrar muito bem, é ansiosa e se distraem com facilidade.

Crianças com TDAH também podem apresentar muitos desses sintomas descritos acima e algumas vezes é difícil ter certeza de um diagnóstico, sobretudo porque uma criança pode apresentar alguns ou todos os elementos citados anteriormente. Na maior parte dos casos, o diagnóstico precoce e a ajuda especial podem fazer grande diferença na educação da criança e em seu desenvolvimento emocional. (JONES, 2004).


Identificando a hiperatividade na escola

O autor Topczewski (1999, p.35) nos diz que:

Ao brincar, não consegue se fixar, durante algum tempo, em determinadas atividades, pois se desinteressam rapidamente de uma atividade e sai à procura de outra; São aquelas crianças que estão sempre em todos os lugares; Necessitam de ser vigiadas constantemente, pois com freqüência inventa atividades que envolvem perigo, o que gera uma grande intranqüilidade para os pais; Trocam com muita freqüência de brinquedo, pois não conseguem se satisfazer com nenhum por muito tempo; Apresentam espírito de destruição, mesmo com seus objetos; Não conseguem ficar sentada à mesa durante as refeições; Assistem televisão mais por tempo limitado; Falam muito e mudam de assunto rapidamente, sem mesmo terminar o pensamento anterior; Qualquer estímulo, por mais simples que seja, é suficiente para desviar a atenção da atividade que estão desenvolvendo; Não conseguem finalizar uma tarefa de maneira adequada; São muito desorganizadas na sua vida diária, com suas roupas, com seus objetos pessoais, brinquedos e com material escolar. (TOPCZEWSKI, 1999, p. 35).

Infelizmente, a escola se tornou uma atividade obrigatória, por isso, o êxito escolar passou a representar um importante papel de realização pessoal e socio-econômica. Para identificar uma criança hiperativa em sala de aula, Topczewski (1999, p.36) nos descreve que:

Movimentam-se excessivamente na sala de aula; Atrapalham a dinâmica das aulas; Falam muito com os outros colegas; Não prestam atenção e não conseguem se concentrar nas atividades; Interrompem a professora com freqüência; Interferem de modo impróprio e inoportuno nas conversas dos outros alunos; Tumultuam a classe com brincadeiras fora de hora; Apresentam iniciativas descontroladas; O desempenho global nas diversas atividades encontra-se além da média do seu grupo.

É importante que os professores tenham mais conhecimento para a hiperatividade, afinal as crianças ficam grande parte na escola e os professores podem ser os responsáveis pela identificação da hiperatividade, pois muitas vezes passam mais tempo com elas do que com os próprios pais.

Tratamentos

Assim como é importante o conhecimento sobre a hiperatividade, o tratamento é mais ainda. O primeiro passo para a realização deste tratamento é a confirmação do diagnóstico, garantindo que o comportamento não é causado por um acontecimento traumático ou por outro problema ou doença.
Também é necessário certificar de que não se trata apenas de mau comportamento. Depois disso, uma criança pode iniciar uma combinação de terapia e medicamentos.
Muitas vezes, os pais participam da terapia com as crianças ou podem realizar tratamento individual ou procurar grupos de ajuda. Existem várias abordagens diferentes que, geralmente, recebem o título de orientação psicológica ou terapia, inclusive psicoterapia, terapia comportamental e treinamento em comportamento social.
Tais tratamentos podem ajudar a criança a entender a doença e as tensões que são causadas por ela, como por exemplo, aprender como controlar o impulso de ficar inquieto na sala de aula.

Metodologia
Esta pesquisa está classificada nos critérios de pesquisa bibliográfica para o embasamento teórico.
Partindo da pesquisa realizada, os dados foram analisados a partir de leitura crítica e redação dialógica a partir dos autores apresentados.

Considerações finais

Infelizmente, a quantidade de crianças diagnosticadas com TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção por Hiperatividade) aumentou muito, por isso, há muitos anos a literatura médica vem estudando esse distúrbio Pode-se verificar que as principais causas apontadas pela literatura, relacionada à etiologia da Hiperatividade são os fatores neurológicos, reações tóxicas e herança genética.
Professores, pais e/ou responsáveis devem estar atentos a sintomas que seus filhos possam ter, pois ele pode estar com algum distúrbio. Mas infelizmente o conhecimento dessas comorbidades ainda é grande.
A escola apresenta um grande impacto no desenvolvimento educacional das crianças. O risco de fracasso escolar é duas a três vezes maiores em crianças com a Hiperatividade.
Déficits de atenção significativos, associados ou não à hiperatividade freqüentemente comprometem o rendimento escolar, uma vez que a atenção seletiva é essencial para a aprendizagem em geral.
É de extrema importância evitar situações de fracasso contínuo que levem a uma desvinculação progressiva do processo de aprendizagem e ao aumento de dificuldade de interação com os alunos e mesmo com os colegas. O convívio com colegas é benéfico. Através deste convívio é apresentada a oportunidade de aprender a lidar com regras e com os limites de uma estrutura organizada.
Enfim, a comunicação entre escola e família é importantíssima, pois assim permite a troca de experiências entre professores e pais. Saber o que se passa com a criança ou adolescente durante o tempo em que está em um dos dois ambientes (lar e escola) é útil para a composição do quadro real. Alguns autores recomendam a comunicação escrita diária, se necessária, tendo como objetivo a cooperação e não a cobrança.
Caso você ache que seu filho é hiperativo é de extrema importância buscar ajuda. Muitos pais sentem que são acusados pelo comportamento difícil de seu filho e acabam por se sentirem culpados e incompreendidos. Existem maneiras de tornar a vida mais fácil para você e seu filho. Se os professores e a equipe escolar reconhecem o problema, há maneiras de ajudar essas crianças na escola também. Agindo agora, você terá a oportunidade de ajudar seu filho a eliminar um círculo vicioso de estigmas e fracassos e de colocá-lo no caminho de uma vida feliz e gratificante. (JONES, 2004).

Referências bibliográficas

ANDRADE, E.R. Quadro clínico do Transtorno de Déficit de Atenção/ Hiperatividade. In: ROHDE, L.A.; MATTOS P. & cols (org). Princípios e práticas em TDAH. Transtorno do Déficit de Atenção/ Hiperatividade. Porto Alegre: Artmed, 2003.

BARBOSA, Adriana de Andrade Gaião. Hiperatividade: conhecendo sua realidade. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2005.

BELLINI, Peroni. Transtorno do déficit de atenção/hiperatividade: atualização diagnóstica e terapêutica: características, avaliação, diagnóstico e tratamento: um guia de orientação para profissionais. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2000.

BENCZIK, Edyleine Bellini Peroni. Transtorno de déficit de atenção/hiperatividade: atualização diagnóstica e terapêutica: características, avaliação, diagnóstico e tratamento: um guia de orientação para profissionais. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2000.

JONES, Maggie. Hiperatividade: como ajudar seu filho. São Paulo: Plexus Editora, 2004.

LIPP, Marilda Emmanuel Novaes. Crianças estressadas: causas, sintomas e soluções. 2ª Edição. Campinas: Editora Papirus, 2003.

ROHDE, L.A.; MATTOS, P. & cols (org). Princípios e prática em TDAH. Transtorno do Déficit de Atenção / Hiperatividade. Porto Alegre: Artmed, 2003.

SÉ, Elisandra Villela Gasparetto; LASCA Valéria. Exercite sua mente: guia prático para aprimoramento da memória, linguagem e raciocínio. São Paulo: Editora Prestígio, 2005.

SILVA, Ana Beatriz B. Mentes inquietas. Entendendo melhor o mundo das pessoas distraídas, impulsivas e hiperativas. São Paulo: Editora Gente, 2003.
TOPCZEWSKI, Abram. Hiperatividade: como lidar? São Paulo: Casa do Psicólogo, 1999.


Autor: Solange Cardoso Guedes


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