PAIR
É comum detectarmos PAIR em trabalhadores de indústrias metalúrgicas, siderúrgicas, gráficas e têxteis; odontólogos, músicos, esportistas como atiradores e corredores automobilísticos, entre outros profissionais que trabalham com exposição a ruídos contínuos.
Atualmente, um novo grupo de risco está se desenvolvendo, os "viciados" no uso de aparelhos como Ipod, MP3 ou MP4. Apreciados, principalmente, por jovens, estes equipamentos podem atingir 90 decibéis (dB) de intensidade, sendo que outros mais modernos chegam até 110 dB, intensidade que pode ser comparada ao som de um avião.
O uso por tempo prolongado associado ao volume excessivo dos aparelhos com fone de ouvido é de alto risco para a saúde auditiva.
Alguns sinais e sintomas podem ser observados em indivíduos com problemas auditivos, como: diminuição da capacidade auditiva (dificuldade para ouvir sons de alarmes, telefones, campainhas, televisão, entre outros); dificuldade de compreensão de fala, principalmente em reuniões, grupos ou ambientes com ruídos externos (festas, igreja, ônibus); zumbido; sensação de mal estar na presença de sons intensos. Outros sintomas gerais podem estar presentes: dores de cabeça, tontura, irritabilidade, ansiedade, dificuldades de concentração, problemas digestivos entre outros.
O Ministério do Trabalho, por meio da Norma Regulamentadora n° 15 (NR-15), da Portaria n° 3.214/1978 estabelece os limites de exposição a ruído contínuo. Os limites de tolerância para exposição ao ruído são estabelecidos por decibel, sabendo-se que um decibel faz diferença significativa na exposição contínua. Abaixo segue os níveis adotados pelo Ministério do Trabalho, com intervalos de 5 em 5 decibéis (a tabela completa pode ser consultada pelo site: www.bvsms.saude.gov.br).
Limite de tolerância para ruído contínuo ou intermitente
Nível de ruído (dB) Tempo máximo de exposição diária
85 8 horas
90 4 horas
95 1 hora e 45 minutos
100 1 hora
105 30 minutos
110 15 minutos
115 7 minutos
As empresas que apresentam ambientes ruidosos devem adotar programas de prevenção e controle de riscos. Indivíduos expostos a ruídos contínuos também devem adotar cuidados especiais e no cotidiano devemos estar atentos, sempre, aos níveis de ruído ao nosso redor.
Não há cura para PAIR. O tratamento é paliativo. Se detectada, deve-se realizar o acompanhamento da progressão da perda auditiva por meio de avaliações audiológicas periódicas.
A reabilitação auditiva pode ser feita, por um fonoaudiólogo, por meio de ações terapêuticas individuais ou em grupos.
Autor: Marilia Gabriela Rodrigues Franco
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