Empreender significa mais




O termo empreendedorismo surgiu pela primeira vez com o economista Joseph Schumpeter em 1950 que descreve o empreendedorismo como a "máquina propulsora do desenvolvimento da economia". Ademais Schumpeter diz que "A inovação trazida pelo empreendedorismo permite ao sistema econômico renovar-se e progredir constantemente". Para esse economista o empreendedor é uma pessoa criativa e capaz de fazer sucesso em seus negócios por meio das inovações. Inovações na forma de remodelar o mercado, de se auto inovar, de fazer comercio mesmo em situações diversas, pois seu ponto forte é a criatividade. O físico Alemão Albert Einstein dizia que "a imaginação é mais importante que o conhecimento". Isso porque é a imaginação é a força motriz do conhecimento, sem imaginação não somos capazes de criar e se não somos capazes de criar não somos capazes de produzir conhecimentos e assim não somos capazes de evoluir. Evoluir pode ser entendido como prosperar, progredir, sair de um estado de paralisia para um estado de constante movimento. Além de Schumpeter, outros como Kenneth E. Knight, Peter Drucker e Gifford Pinchot definiram o que é empreendedorismo e consequentemente nos possibilitaram compreender o que o empreendedor. Porém, a definição que mais se encaixa com o intuito desse texto fica com Schumpeter que relaciona criação.
Atualmente a ideia de empreendedor está para o julgo popular como sendo uma atitude voltada para lucros imediatos ou pratica de atividades lucrativas de micro empresas. O que não é de tudo errado, o equivoco está em não perceber que até mesmo um diretor de uma multinacional é um empreendedor. Empreender então é a capacidade de modelar a economia pessoal com influências na economia local e mundial. Claro que dependendo do ponto de partida para onde é possível chegar. Muitas empresas atualmente não nasceram multinacionais, se fizeram por meio da capacidade de criação e inovação, por meio da ousadia e de estudos sérios.
O empreendedorismo não tem formulas prontas e nem resultados exatos, matematicamente calculados, pois depende de fatores outros que não só o capital a ser aplicado para empreender e o mercado para responder o que se tem a oferecer. Tudo vai de uma ideia que se reproduz na pratica em ações concretas e com objetivos traçados. É claro que todo empreendedor sabe que traçar objetivos e metas a serem alcançadas são de importância capital para o sucesso, não adianta contar com a galinha dos ovos de outros sem antes encontrar a galinha e cuidar para que os ovos sejam produzidos.
Mesmo não dispondo de formulas perfeitas e tão pouco magicas, nos arriscamos a definir as bases para empreender. E essa já é uma das bases, a ousadia. Sem ousadia não é possível nada porque tudo se torna falsamente mais perigoso do que realmente é. Mas vamos as bases do empreendedor.

Bases do empreendedor

Criatividade

Ser criativo não significa que o empreendedor deve criar algo que ainda não foi criado para consumo ou para alavancar lucros, caso consiga parabéns. Mas, o fato é que tudo o que o empreendedor pensar como novo certamente já está sendo pensado ou já foi aplicado em algum lugar do mundo. O que não significa que não é uma ideia útil, ela só precisa ser repensada com base nas condições do mercado em que ela deverá ser apresentada. Imagine um pequeno empreendedor chamado Prometeu que decide partir para a produção de escovas de dente personalizadas. Será que alguém ainda não teve essa ideia? Isso não importa, o que de fato interessa é que a ideia pode ser praticada, o que ele precisa é analisar se é possível e se é possível que seja feito. Analise cuidadosa é de importância capital para empreender algum negocio, descartáveis são as analises que sempre pendem para o fracasso. Se o empreendedor pensa a falência isso significa que 50% dessa falência já está acontecendo ou 50% de estagnação dos negócios já existem.

Renovação

Renovar, inovar, sair da rotina usando o que se tem é um ponto estratégico inquestionável em todos os setores da vida. Se é aplicável em todos os setores da vida, seja na vida conjugal, seja na vida profissional, seja na vida acadêmica, seja na busca de entretenimento. Será que não é possível na vida empresarial? É mais do que possível, só não é praticado. Todo bom negocio tende a render lucros, e todo bom negocio é observado por alguém que não está obtendo tanto lucro na mesma área comercial. O que não tem lucros inova com promoções, sorteios, atendimentos a domicilio, sac ( serviço ao consumidor) com nota dada pelo cliente para o atendente, e toda uma infinidade de propaganda e marketing. Mas o que falta é renovar o que já deu certo ou que está dando certo. As empresas de cartão de créditos se renovaram oferecendo pacotes fechados para os clientes que acumularem certo número de pontos, isso é horrível porque a pontuação é demorada e se torna desestimuladora, porque não inovar. A pergunta é: como? Porque não dividir o valor do pacote por prêmios mais acessíveis dentro do mesmo pacote, assim o cliente pode acumular pontos para os pacotes que no decorrer do acumulo ele possa está trocando por outros brindes e continuando na promoção do pacote visado anteriormente. Vejamos o que o senhor Prometeu fez em sua churrascaria. Do lado o senhor Martin abriu uma churrascaria. É obvio que a concorrência faz a diferença na hora de fechar o caixa. E pra muitos faz uma enorme diferença porque o que se arrisca a concorrência porta a porta tem algo a oferecer que o que já estava lá não tem. E o senhor Prometeu viu seu caixa fechar com espaços de sobra e zeros de menos. O que ele fez para resolver o problema? Fez corte de pessoal, isso às vezes denota fracasso, falta de punho pra se manter no mercado. O senhor prometeu decidiu tirar os centavos das contas dos clientes na hora de pagar a conta sempre beneficiando o cliente, o que pode parecer um absurdo, mas que não elimina os lucros. É obvio que ele poderia instalar internet aberta, possibilitar o recebimento de musicas por Bluetooth aos clientes, oferecer entradas a preços convidativos, reestruturar as mesas em locais mais reservados como nas lanchonetes americanas da década de 80, enfim renovar. O que temos são empreendedores com medo de empreender de um lado e de outro, empreendedores que pensam que o tempo não passa e que os clientes não mudam.

Reformulação

Aqui vou me ater ao atendimento que ainda hoje é uma fonte de dor de cabeça para o empresário. Muitas são as reclamações de clientes insatisfeitos com o péssimo atendimento realizado por atendentes cansados, mal humorados, estressados ou simplesmente soberbos, e essa classe dos soberbos são os piores. Assim como gripe todos já foram vitimas de atendentes que se comportam como se fossem os donos e que enxergam o cliente como um coitado pedindo favor. Atendentes dignos de órgão públicos. Esse tipo, entre os outros já citados, são uma praga na colheita do empreendedor. É preciso reformular atendimento e praticidade. O cliente não tem tempo para esperar que o atendente tente aparecer de algum modo e se faça sentir como pessoa importante. Se a empresa não tem como pagar o salário de duas turmas de atendentes ou não pode pagar um psicólogo para motivar seus funcionários, contrate duas turmas de atendentes pelo preço de uma ou valorize o bom atendimento com premiação de funcionário do mês por meio de votação do próprio cliente. Isso certamente se traduzirá em funcionários mais aplicados, mesmo os mais arredios se sentirão na necessidade de se aplicarem por se tornarem alvo de comparação. Se o funcionário se aplica o cliente fica satisfeito e os lucros só tendem a alavancar. Não existe melhor propaganda que o boca a boca, e se tratando de propaganda positiva feita pelo próprio cliente resulta mais ainda em lucro e mais lucro.

Adulador longe!

Adulador é o mesmo que capacho, puxa ? saco, ou qualquer coisa que tenha relação com o substantivo aplicado a pessoas que se apoderam do Ego dos outros para se manter existindo. Esses aduladores são de extremo perigo para o empreendedor por serem pessoas que mais erram que acertam e que conseguem agradar assim mesmo conquistando certo grau de afeição. O fundador da ciência política moderna Nicolau Maquiavel, escreveu em seu livro "O Príncipe", um capitulo inteiro tratando dos aduladores. Se Maquiavel em 1513 se preocupou em relatar o perigo dos aduladores porque não manter a preocupação de Maquiavel já que os aduladores ainda existem?
"O príncipe", obra de Nicolau Maquiavel escrita em 1513 e que teve sua primeira edição publicada em 1532. No capitulo XXIII - COMO SE AFASTAM OS ADULADORES. Maquiavel enfatiza a importância de se manter longe dos aduladores que são ótimos em agradar e com isso iludir o príncipe.
"Não quero deixar de tratar de um ponto importante, de um erro do qual os príncipes só com muita dificuldade se defendem, se não são de extrema prudência ou se não fazem boa escolha. Refiro-me aos aduladores, dos quais as cortes estão repletas, dado que os homens se comprazem tanto nas suas coisas próprias e de tal modo se iludem, que com dificuldade se defendem desta peste [...]".
Mas afrente, e ainda no mesmo capitulo Maquiavel diz que um príncipe prudente deve buscar conselhos de homens sábios, e mesmo sendo sábios estes devem entender que tem total liberdade para falarem a verdade. Não adianta pedir um conselho e indicar o caminho das palavras que se quer ouvir, se assim procede o empreendedor logo acumula aduladores ao seu redor. Mas se busca a verdadeira opinião deve buscar longe dos que querem agradar. Maquiavel nos informa que só aos sábios deve ser dada total liberdade para opinarem verdadeiramente, e quem procede de outra maneira é logo alvo de aduladores ou muda de opinião com muita facilidade.
"Portanto, um príncipe prudente deve proceder (...) escolhendo em seu Estado homens sábios e somente a eles deve dar a liberdade de falar-lhe a verdade daquilo que ele pergunte e nada mais. Deve consultá-los sobre todos os assuntos e ouvir as suas opiniões; (...) Quem procede por outra forma, ou é precipitado pelos aduladores, ou muda frequentemente de opinião pela variedade dos pareceres [...]"
Ademais o príncipe, diz Maquiavel, deve buscar conselhos sempre que considerar necessário e que se em algum momento alguém se oferece para opinar sobre o que não lhe foi pedido que opinasse que o príncipe ignore ou que tolha o que quer entrar na conversa sem ser convidado, pois na maioria das vezes esse pode ser um adulador.
"Um príncipe, portanto, deve aconselhar-se sempre, mas quando ele queira e não quando os outros desejem; antes, deve tolher a todos o desejo de aconselhar-lhe alguma coisa sem que ele venha a pedir. Mas deve ser grande perguntador e, depois, acerca das coisas perguntadas, paciente ouvinte da verdade; antes, notando que alguém por algum respeito não lhe diga a verdade, deve mostrar aborrecimento."
Em que Maquiavel nos interessa nesse tópico? Certamente em nos indicar o mal que faz para o empreendedor andar com um adulador de baixo do braço pra lá e pra cá, sempre ouvindo elogios por parte desse adulador. E quando precisa de uma opinião verdadeira e digna de atenção certamente não sairá da boca do adulador que sempre concorda ou discorda quando precisa agradar. O que acontece muito no mundo do empreendimento é os desavisados sempre andar com um adulador do lado que se faz passar por entendedor e que na verdade não passa de um problema. O que é preciso para fechar um bom negocio? Em primeiro lugar ter pessoas sabias que possam orientar sobre o que é mais correto a ser feito. Mas lembre-se que mesmo filtrando os aduladores e ouvindo os sábios os negócios sempre serão por sua conta e risco e assim é de sua responsabilidade analisar se é viável e porque é viável fechar ou não certo negocio. A prudência jamais deve caminhar com a ganacia, ser prudente requer sabedoria, ser ganancioso requer fraqueza e medo. Um bom empreendedor jamais se entrega ao medo e sempre é prudente.

Risco são triviais

Nunca se aplica mais do que se tem , essa deve ser a regra básica para aplicações em novos negócios ou em inovações de negócios já existentes. Fazer o contrario é verdadeiramente dar um "tiro no escuro". Do mesmo modo, jamais pague o que é ofertado pelo vendedor ou se apresenta como valor do empreendimento, muitas vezes se compra bananas pelo preço de diamantes e o retorno nunca será a preço de safiras. Outra regra básica é desconfiar de tudo que se parece muito fácil de se transformar em ouro, isso é comprar "ouro de tolo", pois se fosse tão bom como se apresenta não estaria à venda. Um investimento deve ser baseado em pesquisas sobre a aceitação do mercado, sobre o lucro mínimo possível, sobre as possibilidades de não está pagando mais do que de fato vale, sobre possibilidades de sucesso e possíveis entraves nos lucros, e principalmente sobre as possibilidades de contornar acontecimentos desagradáveis.
Riscos são sempre fáceis de perceber quando o empreendedor não deixa a empolgação tomar conta da razão, da capacidade de ponderar. Examinar com extensão o que se pretende e minunciosamente as possibilidades positivas e negativas, decisões tomadas no fogo do momento, na maioria das vezes, resultam em catástrofes desagradáveis. Maiores riscos se apresentam quando o empreendedor se deixa conduzir pelo medo de está errando e se deixa levar sem antes ponderar seu próprio medo, a causa da existência desse medo e se ele tem valor real para ser sentido diante do que se apresenta como negocio a ser fechado, por exemplo.
Afinal, "quem não arrisca não petisca", e se não petisca nunca acerta o alvo que se pretende arriscando jogar a pedra na moeda de maior valor que está para quem quer ganha-la. Riscos todos vivemos por estarmos vivos e não porque decidimos não sair de casa em uma noite de temporal.
As bases acima listadas não representam toda a estrutura que devem ser construída de acordo com a experiência de cada um, afinal a experiência conta muito mais que cursos acadêmicos ou palestras motivacionais. É claro que ajuda assistir palestras dignas de atenção, pois tem os montes de pessoas que não tem nada a dizer para empresários e empreendedores que tem muito a compartilhar. Do mesmo modo, os cursos! Estes são de grande importância mais se distanciam da realidade quando se baseiam em métodos e metodologias sistemáticas ao ponto de descartar a realidade que é repleta de imprevisibilidades e de algumas previsibilidades. De nada adianta sair colecionando informação se nenhuma delas tem o objetivo de oferecer mais do que o empreendedor já possui. Porém, toda informação é valida para o que pretende ir além do que foi conquistado. Ousadia é a primeira e ultima palavra para qualquer um que saiba aonde quer chegar, mas ousadia com prudência e não com empolgação. O pensador chinês Kung-Fu-Tse (Confúcio) dizia que "o sábio teme o céu sereno; em compensação, quando vem a tempestade ele caminha sobre as ondas e desafia o vento". Empreender é exatamente isso, perceber possibilidades.

Empreendedorismo: a revolução do novo Brasil. Eduardo Bom Angelo. http://www.faap.br/revista_faap/rel_internacionais/empreendedorismo.htm. Acesso me 15 de maç.2011.
MAQUIAVEL, Nicolau. O Príncipe. Trad.: Pietro Nassetti. 2. Ed. São Paulo: Martin Claret, 2007.

Autor: Chardes Bispo Oliveira


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