SONHO DE ÍCARO



PENSAMENTO DO DIA, DO POETA (28/02/2011)

Prezados amigos, tenham todos uma excelente segunda-feira, repleta de vitórias.
O texto reflexivo de hoje é uma poesia de minha autoria, que tem como título: SONHO DE ÍCARO. Ela fala de liberdade, da verdadeira liberdade.
Leia, reflita e absorva a essência dessa bela poesia.

SONHO DE ÍCARO
"A liberdade é preciosa,
Seu valor imensurável;
Sua profundidade indescritível
E seu sentimento palpável.

Ela é alguém
Que só deseja nascer,
E que não força ninguém
A fazer uso de seu poder.
Ela em seu poderio
Alteia-se além da imensidão,
Penetra no mais profundo do âmago
E faz banir a solidão.

Um menino assim fez
Quando preso ele chorava.
Sua voz terna e doce
Pro seu pai assim falava:

Eu vou voar
Nas asas da liberdade.
Eu vou gritar:
Vejam, eu sou livre de verdade!

Inventou de cera um par de asas
E então ele voou,
Mas o sol era vil brasas
Que do alto o derrubou.

Ícaro caiu,
Morto e latente no chão.
O semblante de seu pai decaiu
E a tristeza invadiu-lhe o coração.

Ali jazia um menino livre,
Tão livre que até pôde voar;
Uma liberdade que entre prisões
Uma nova vida veio lhe dar.

A liberdade, aprendeu Ícaro,
Não é só fisicamente,
Ela provém de dentro da alma
E transforma toda a mente" (Rogério Ramos).

"Escrevi esta poesia, baseando-me na lenda de Ícaro, um menino que vivia preso com seu pai numa ilha deserta. A lenda diz que Ícaro morreu sem conseguir a liberdade, mas ele conseguiu a interior.
A realidade é que há pessoas que estão presas (em cadeias ? presídios), porém livres, e outras, que estão livres, porém presas.
A liberdade não está num céu aberto ou num espaço ilimitado, mas na mente. É na mente que está a liberdade. Tudo depende da forma que você encara a sua vida.
Quantos casais aprisionados em ciúmes, que são verdadeiras doenças. A liberdade deixou de existir, a liberdade pautada na ética do ir e vir, do pensar, do agir...
Quantos filhos não têm mais liberdade com seus pais, liberdade de dialogar, de dizer o que sentem, o que pensam, o que querem...
Quantos pais deixaram a liberdade de um relacionamento estreito com seus filhos, escapar por entre os dedos, perder-se no tempo, sem se quer se darem conta de tamanho e inadmissível erro.
Nos últimos dias, em diversos países, muito tem se falado em liberdade de expressão, do fim de ditaduras que massacram toda uma nação. Na Líbia, por exemplo, há mais de quatro décadas, o povo vive sob o regime de um governo ditador. Eles clamam por liberdade.
A palavra liberdade tem vários sentidos, mas a questão do problema aqui colocada é: o que estamos fazendo da nossa liberdade? Estamos valorizando-a de fato? Somos livres interiormente ou vivemos numa prisão camuflada, onde sorrimos por sorrir, vivemos por viver e assim, como diz a letra da música: "deixa a vida me levar, vida leva eu?"
Estamos nos valorizando enquanto homens e mulheres? Estamos nos permitindo essa valorização que somente o senso de liberdade nos dá? Ou estamos sendo escravos de vícios, de maus hábitos, de enfermidades físicas, da depressão, e até mesmo de outrem?
Não seria o caso de darmos o brado de independência?
Quando perdemos essa fabulosa liberdade que nos conduz ao êxtase do prazer de viver, perdemos o sentido da vida, e então, só nos restam lembranças de um passado que se foi e nada mais.
Não seria esse o momento de uma reflexão? De um retrospecto de como tem sido nossa vida?
Vivemos num país livre, sem ditadura, mas será que somos livres? Será que nós mesmos não estamos implantando uma ditadura em nossa mente, em nossos atos, em nosso viver?
Que neste último dia de fevereiro, olhemo-nos com olhar "crítico" e percebamos o que precisa ser repensado e mudado em nós" (Rogério Ramos).

Desejo-lhes sucesso e muita felicidade. Recebam um forte, caloroso e respeitoso abraço deste amigo, poeta Rogério Ramos, o escritor da liberdade ? Aracati ? CE (28/02/2011).


Autor: Rogério Ramos


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