Atuação da Equipe de Enfermagem Frente uma Parada Cardiorrespiratória



INTRODUÇÃO

Segundo Murta (2007), a parada cardiorrespiratória acontece quando os movimentos respiratórios e os batimentos cardíacos tornam-se imperceptíveis, no paciente.
Nesta situação, o enfermeiro juntamente com a equipe de enfermagem precisa intervir para reverter o quadro clínico, mas, para que isso aconteça com eficácia à equipe precisa estar capacitada e treinada quanto ao procedimento a Reanimação Cardiopulmonar, e isso requer que o enfermeiro também esteja capacitado para poder treinar, liderar e gerenciar sua equipe durante o procedimento.
De acordo com Potter e Perry (2004) a finalidade da reanimação cardiopulmonar é fazer o sangue oxigenado circule até o cérebro, de modo a evitar lesão tissular permanente e/ou até a morte.
Nesse sentido, considerando a importância da capacitação e treinamento da equipe de enfermagem, que segundo Bork (2003) é o desenvolvimento com capacidade de aprender novas habilidades, conhecimentos e modificar atitudes e comportamentos durante um procedimento. Sendo assim, torna-se importante a educação continuada para que a equipe atue com eficácia durante uma reanimação cardiopulmonar.
Contudo, devido à importância do treinamento/educação continuada para o procedimento veio o interesse por esse assunto, que é fundamental para reverter o quadro clínico e salvar a vida do paciente. Através desta pesquisa queremos identificar os saberes da equipe de enfermagem frente uma Parada Cardiorrespiratória, e se a mesma está sendo treinada para atuar nesse procedimento.

OBJETIVO

Objetivo Geral

Identificar os saberes da equipe de enfermagem em uma Parada Cardiorrespiratória, na clínica médica e cirúrgica do Hospital Jardim Cuiabá.

REVISÃO DE LITERATURA

Segundo Potter e Perry (2004, p. 1006) a PCR acontece quando há uma hipóxia prolongada, levando uma súbita cessação do débito cardíaco e da circulação. O oxigênio não é fornecido para os tecidos, o dióxido de carbono não é transportado dos tecidos, o metabolismo tissular torna-se anaeróbico, e ocorrem acidoses metabólicas e respiratórias.
Sua definição se dá pela ausência de pulso e respiração, quando diagnosticado a enfermeira juntamente com sua equipe deve iniciar a RCP até a chegada do médico plantonista.
Conforme Smeltzer e Bare (2002, p. 652 a 654) ela ocorre devido um evento elétrico cardíaco, quando a FC é muito rápida (taquicardia ventricular ou fibrilação ventricular) ou muito lenta (bradicardia ou bloqueio AV), ou quando não há freqüência cardíaca (assistolia).
De acordo com Murta (2007, p.65) os sinais e sintomas são apnéia, ou seja, ausência do pulso femoral ou carotídeo; pele fria; extremidades cianótica e midríase.Quando o paciente apresenta uma Parada Cardiorrespiratória a equipe de enfermagem deve iniciar a Reanimação Cardiopulmonar.
Que segundo Potter e Perry (2004, p. 1011) a RCP é um procedimento de emergência básico de respiração artificial e massagem cardíaca externa manual, que pode salvar a vida do paciente, o tratamento eficaz faz circular o sangue oxigenado até o cérebro, evitando lesão tissular permanente e morte.
O tratamento segundo Smeltzer e Bare (2002, p. 653) consiste em via aérea aberta, respiração artificial, massagem cardíaca que promove a circulação e desfibrilação para restaurar o batimento cardíaco. A equipe deve estar treinada e capacitada para realizar esse procedimento, pois cada minuto que passa sem ação com eficácia prejudica a vida do paciente e se torna mais difícil reverter o quadro.
Uenishi (2005, p.144 a 146) também afirma que o diagnóstico de Parada Cardiorrespiratória é feito pela equipe de enfermagem, sendo assim compete a ela iniciar a reanimação básica e providenciar o carro de emergência, desfibrilador ligado e com gel (carga inicial de 200 J), punção venosa de grosso calibre, preparar medicação em ordem de prioridade (adrenalina, atropina, amiodarona, etc.), monitorização cardíaca e oxímetro de pulso. Qualquer pessoa da equipe que constata a Parada Cardiorrespiratória tem por obrigação iniciar as manobras básicas de atendimento e solicitar por ajuda.
De acordo com Rogante e Furcolin (2004, p. 89) para realizar uma reanimação cardiopulmonar é necessário o carro de emergência completo com cardioversor / desfibrilador, respirador montado, monitor cardíaco, material para dissecção de veia central, painel de gases com os acessórios em ordem: aspirador, oxigênio e ar comprimido e biombo.
As medicações utilizadas durante a reanimação segundo Smeltzer e Bare (2002, p. 654) são: Oxigênio para melhorar a oxigenação tecidual e corrigir a hipóxia, Adrenalina para aumentar a resistência vascular sistêmica e a pressão arterial; melhora a perfusão coronária e cerebral e a contratilidade miocárdica, Atropina que bloqueia a ação parassimpática (aumenta a automaticidade do nódulo AS e a condução AV), Bicarbonato de Cálcio que corrige a acidose metabólica e Magnésio que promove o funcionamento adequado da bomba celular.
Para Rogante e Furcolin (2004, p. 101 a 104) os procedimentos necessários durante uma RCP é primeiramente chamar por ajuda, solicitando que tragam o carro de urgência e o biombo no caso de enfermaria, logo posicionar o paciente corretamente em decúbito horizontal dorsal e retirar próteses se estiver, colocar tábua, abrir as vias aéreas, usando o método de hiperextensão da cabeça e verificar se há ventilação durante três a cinco segundos; para isso, ouvir, sentir e observar a passagem do ar, e observando os movimentos do tórax. Se o paciente respira, manter a via aérea aberta e observar a sua ventilação, olhando sempre para o tórax, agora se o paciente não tiver respirando dar duas ventiladas rápidas e consecutivas (1 a 1,5 segundo cada) com ambú e máscara à 100% de oxigênio, com cerca de 12 Lt/min.
Verificar ausência de pulso (durante cinco a dez segundos), sempre deve ser verificado na artéria carótida, gentilmente, do mesmo lado em que o reanimador se encontra. Se não existir pulso deve-se iniciar a compressão torácica.
Quando um reanimador: 15 massagens e 2 ventilações, quando dois reanimadores 5 massagens e 1 ventilação. Após um minuto (quatro ciclos de 15:2 ou doze ciclos de 5:1) deve-se verificar novamente o pulso; a partir daí, verificá-lo a cada três a cinco minutos (ROGANTE E FURCOLIN, 2004).

Outro profissional de enfermagem deve preparar o material para intubação e entregá-lo montado e testado para o médico, com as luvas estéreis, o tubo endotraqueal com o cuff testado, lubrificado e o fio guia conectado na mão direita do médico e o laringoscópio montado na sua mão esquerda.
Nesse momento solicitar a monitorização cardíaca, aspirar secreções se necessário, passar e abrir sonda nasogástrica se houver conteúdo gástrico. Proceder intubação somente mediante total e completa visualização das vias aéreas, retirar o fio-guia, segurando firmemente o tubo endotraqueal e insuflar o cuff da cânula com auxílio de uma seringa, testar o posicionamento do tubo endotraqueal através da insuflação manual (ambú) dos pulmões, observando a expansão torácica, enquanto outro elemento segura o tubo, fixar a cânula endotraqueal com o cadarço de acordo com a técnica, e colocar a cânula de guedel. Observar a eficácia da massagem através da palpação do pulso carotídeo e / ou observação do traçado do monitor cardíaco, ficar atento na respiração, coloração das mucosas e extremidades do paciente (ROGANTE E FURCOLIN).
Observar periodicamente as pupilas e trazer o cardioversor /desfibrilador junto ao leito do paciente e deixá-lo pronto para uso, instalar respirador mecânico se necessário e colher gasometria para avaliação dos parâmetros respiratórios, de preferência antes de instalar o respirador. Deixar o paciente em ordem e confortável, lavar as mãos e anotar no prontuário do paciente: hora da parada, tempo da reanimação e intercorrências. Recolher o material e deixar o carro de emergência em ordem e checado, para pronto uso.
De acordo com Rogante e Furcolin (2004, p. 83 a 86) o carro de urgência deve ser revisado e complementado pelo enfermeiro da unidade no início de cada plantão e imediatamente após o uso. Mantê-lo com etiqueta, na qual deverá estar registrado o nome do enfermeiro que revisou o carro, a data, a hora da última revisão e material em falta no hospital. Deverá ser sempre a prioridade do enfermeiro, portanto ele não poderá falhar no momento da urgência, por não ter sido checado com antecedência.
O carro de urgência deverá ter acoplado em sua lateral a tábua para massagem cardíaca. Todo posto de enfermagem das unidades de internação deverá ter uma gaveta denominada, "medicação de suporte", onde serão guardados os medicamentos de "segunda urgência".
Mas, para que a reanimação cardiopulmonar seja realizada com eficácia a equipe deve estar treinada. Pois é uma vida que está dependendo do seu domínio e conhecimento para sobreviver.
Segundo Silva (1997, p. 37 a 39) é de competência do enfermeiro organizar, gerenciar as ações planejadas através de metodologia científica e humanística, para a eficiência do atendimento ao paciente. Supervisionar, avaliar o desempenho do pessoal que está sob sua responsabilidade e planejar educação continuada aos componentes da equipe.
Conforme Bork (2003, p. 159 e 160) "O treinamento é o desenvolvimento do ser humano, com capacidade de aprender novas habilidades, obter novos conhecimentos e modificar atitudes e comportamentos". Tem uma visão focada e de curto prazo, sendo o responsável por este treinamento o líder, que deve observar e realizar treinamento focado no problema. Na enfermagem, é entendido como um processo de educação continuada, que deve ser aplicado desde a admissão do funcionário na empresa, incluindo sua inserção no setor específico de trabalho e o constante aprimoramento das habilidades requeridas e do desenvolvimento de suas potencialidades. Dessa forma, dividimos o treinamento na enfermagem em treinamento admissional geral, treinamento setorial e treinamento continuado (BORK, 2003).
Marquis e Huston (2005, p.361) afirmam que o resultado do treinamento costuma ser uma modificação positiva, mas para que isso aconteça o líder deve estabelecer um clima de troca de idéias para saber a dificuldade do funcionário para que então, seja realizado um treinamento eficaz, e assim, melhorar o desempenho profissional.
A equipe de profissionais devem ter competência, conhecimento, habilidade e coordenação de trabalho, e sua conduta deve ser coerente, visando à necessidade do paciente, reduzindo a morbimortalidade (MURTA, 2007, p.260).

METODOLOGIA

Tipo de Estudo

O tipo de estudo abordado foi quantitativo, de forma descritivo através de questionários como coleta de dados.
Segundo Chizzotti (2001, p.52) o estudo quantitativo é a forma de mensurar variáveis preestabelecidas, com o objetivo de verificar e explicar sua influência sobre outras variáveis mediante análise da freqüência de incidências e de correlações estatísticas.
De acordo com Marconi e Lakatos (2003, p. 187) quantitativo ? descritivo consistem em investigações de pesquisa empírica cuja principal finalidade é o delineamento ou análise das características de fatos e fenômenos, a avaliação de programas, ou o isolamento de variáveis principais ou chave.
Conforme Chizzotti (2001, p. 55) o questionário consiste em um conjunto de questões pré-elaboradas, sistemática e seqüencialmente dispostas em itens que constituem o tema da pesquisa, com o objetivo de suscitar dos informantes respostas por escrito ou verbalmente sobre o assunto que os informantes saibam opinar ou informar.
Desta maneira, o objetivo é identificar a conduta da equipe de enfermagem durante uma parada cardiorrespiratória.

Local de Estudo

Está pesquisa foi realizada na clínica médica e cirúrgica em um Hospital na cidade de Cuiabá (enfermarias, apartamentos e suítes), que se localiza no 1º, 2º e 3º andar, sendo os pacientes de toda faixa etária, com o quadro clínico médico e clínico cirúrgico. Inaugurado no ano de 1984, atualmente composto por 122 leitos total. Sendo: 42 leitos de enfermarias, 32 apartamentos, 6 suítes, 7 leitos UTI Neonatal e pediátrico, e 35 leitos UTI adulto.
Um hospital particular de nível terciário, que atende pacientes com convênio ou particular, tendo assistência de: Anestesiologista, Angiologia, Buco maxilo-facial, Cardiologia clínica e cirúrgica, Cirurgia Plástica, Clínica Geral, Clínica e Fertilização, Dermatologia, Gastroenterologia, Ginecologia, Obstetrícia, Hematologia, Nefrologia, Neurologia, Oftalmologia, Ortopedia e Traumatologia, Otorrinolaringologia, Pediatria, Neonatologia, Pneumologia, Urologia e Vascular.
No qual foi entregue para a instituição um ofício para a autorização da coleta de dados.

População / Amostra


Os participantes da pesquisa foram 12 enfermeiros e 70 técnicos de enfermagem, dos turnos matutino, vespertino e noturno, que prestam assistência na clínica médica e cirúrgica do hospital.
A amostra para responder o questionário foram 12 enfermeiros e 35 técnicos de enfermagem, sendo que os técnicos foram escolhidos aleatoriamente pelo enfermeiro da unidade. A pesquisa foi realizada com 47 participantes, ou seja, 30% da população que prestam assistência na clínica médica e cirúrgica no hospital citado à cima, nos turnos de 6 horas (período matutino e vespertino) e 12/36 horas (período noturno).

Meta 1- Os sinais e sintomas de uma Parada Cardiorrespiratória

De acordo com Murta (2007) os sinais e sintomas de uma parada cardiorrespiratória são: apnéia, ausência de pulso, pele fria, extremidade cianótica e midríase.

Meta 2- O procedimento Reanimação Cardiopulmonar

Segundo Rogante e Furcolin (2004), para realizar uma reanimação cardiopulmonar se faz necessário o carro de urgência completo, com cardioversor/desfibrilador, respirador montado, monitor cardíaco, material para dissecção de veia central, painel de gases (oxigênio e ar comprimido) e biombo.

Meta 3- Atuação na Reanimação Cardiopulmonar

Segundo Potter e Perry (2004) quando diagnosticado a Parada cardiorrespiratória a enfermeira juntamente com a sua equipe deve iniciar a Reanimação Cardiopulmonar, até a chegada do médico plantonista.

Meta 4- O tratamento da Reanimação Cardiopulmonar

Para Smeltzer e Bare (2002) o tratamento consiste em via aérea aberta, respiração artificial, massagem cardíaca que promove a circulação e a Desfibrilação, para restaurar o batimento cardíaco.

Meta 5- As complicações da Reanimação Cardiopulmonar

De acordo com Nettina (2003) as complicações são síndrome de angústia pós-reanimação (distúrbios em múltiplos órgãos) e comprometimento neurológico, lesão tissular.

Meta 6- As medicações utilizadas na Reanimação Cardiopulmonar

Segundo Smeltzer e Bare (2002) as medicações utilizadas são Oxigênio, Adrenalina, Atropina, Bicarbonato de Cálcio e Magnésio.

Meta 7- O carro de urgência deve ser revisado

Conforme Rogante e Furcolin (2004) o carro de urgência deve ser revisado e complementado pelo enfermeiro da unidade, no início de cada plantão e imediatamente após o uso.

Coleta de Dados

A coleta de dados foi realizada após a aprovação do projeto pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da Universidade de Cuiabá, durante o mês de Agosto de 2008.
O instrumento de coleta de dados foi um questionário, com perguntas fechadas, que abordaram as variáveis deste estudo, a respeito dos sinais e sintomas, procedimentos, atuação da equipe de enfermagem, tratamento, complicações e medicações utilizadas numa Parada Cardiorrespiratórias. Que se encontra em apêndice.
A coleta foi realizada no Hospital, no período matutino, vespertino e noturno, onde os enfermeiros e técnicos de enfermagem encontravam-se trabalhando.
Para a realização da coleta foi entregue um ofício à instituição, informando o objetivo da pesquisa. E somente após a sua autorização foi colhido os dados desses profissionais, que responderam o questionário após ser entregue duas vias do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, informando que as respostas não seriam interferidas pelo pesquisador, suas condutas e fins.

Análises de Dados

As análises dos dados foram realizadas no mês de Setembro de 2008, através da organização das respostas, apresentados em números absolutos e relativos, através de gráficos com resultados significativos e fundamentação teórica dos pontos relevantes. Foram separadas como respostas certas e erradas, cada pergunta obteve 3 (três) sugestões de respostas, mas apenas 1 (um) estava correta.
As respostas dos participantes foram mantidas em sigilo e não houve interferência nos resultados.

Aspectos Éticos

A coleta de dados foi desenvolvida a partir do parecer favorável do Comitê de Ética em Pesquisa, em conjunto com a autorização da instituição e dos pesquisados, no qual foi explicado o objetivo do estudo e que as informações obtidas serão utilizadas na construção do Trabalho de Conclusão do Curso (TCC).
Foi informado aos pesquisados sobre o sigilo e anonimato das informações obtidas e foi entregue o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido em duas vias, sendo uma para o pesquisado e o outro para o pesquisador, este foi assinado para a autorização da coleta, de acordo como preconiza o Ministério da saúde/Resolução 196 de 10 de Outubro de 1996 do Conselho Nacional de Saúde, que disciplina as pesquisas com seres humanos.


APRESENTAÇÃO DE RESULTADOS E DISCUSSÃO

Distribuição da equipe de enfermagem na clínica médica e cirúrgica do Hospital, 2008.

O gráfico revela que 26% dos profissionais entrevistados eram enfermeiros, e 74% Técnicos de enfermagem.
Conforme Cofen (2004) o dimensionamento de profissionais de Enfermagem inicia-se pela quantificação de enfermeiros, as atividades desenvolvidas devem ser coordenadas pelo enfermeiro. Um enfermeiro só pode coordenar as atividades de no máximo 15 (quinze) profissionais de enfermagem por turno de trabalho, salvo em Clínicas e/ou Hospitais com menos de 50 leitos, voltada para assistência de Cuidados Mínimos e Intermediários, localizados em regiões interioranas, em que, por diversas razões houver dificuldades de contratar enfermeiros. O COREN local após a avaliação poderá autorizar a complementação das equipes com técnicos de Enfermagem, respeitando-se a presença física de pelo menos um enfermeiro por período de trabalho.
Percebe-se que o dimensionamento dos profissionais de Enfermagem está de acordo com o Cofen (2004), ou seja, cada enfermeiro está coordenando menos de 15 profissionais de Enfermagem.

Levantamento dos saberes da equipe de enfermagem referente aos sinais e sintomas de uma Parada Cardiorrespiratória.


Conforme observa-se o gráfico, 67% dos Enfermeiros responderam corretamente, e 33% erraram sobre os saberes dos sinais e sintomas de uma Parada Cardiorrespiratória.
Observa-se que 80% dos Técnicos de enfermagem responderam corretamente, e 20% erraram sobre os saberes dos sinais e sintomas de uma Parada Cardiorrespiratória.
De acordo com Murta (2007) os sinais e sintomas de uma Parada Cardiorrespiratória são: apnéia, inconsciência, ausência de pulso, pele fria, extremidade cianótica e midríase.
Através das respostas da equipe de enfermagem pode-se notar a dificuldade dos sinais e sintomas de uma Parada Cardiorrespiratória, alguns assinalando que hipóxia, hipoglicemia e bradicardia faziam parte dos sinais e sintomas, mas a maioria respondeu de acordo o autor.

Levantamento da equipe de enfermagem em relação ao conhecimento dos materiais para realizar a Reanimação Cardiopulmonar.

Conforme o gráfico acima 58% dos Enfermeiros respondeu corretamente, e 42% erraram, sobre o conhecimento dos materiais para realizar uma Reanimação Cardiopulmonar, enquanto que 54% dos Técnicos de enfermagem responderam corretamente, e 46% erraram sobre o conhecimento dos materiais para realizar uma Reanimação Cardiopulmonar.
De acordo com Rogante e Furcolin (2004) os materiais utilizados na reanimação Cardiopulmonar são: carro de urgência completo, de preferência com cardioversor/desfibrilador, respirador montado; monitor cardíaco; material para dissecção venosa; painel de gases com acessórios em ordem: aspirador, oxigênio e ar comprimido e biombo.
Durante a entrevista foi percebido que a equipe de enfermagem obteve dúvidas, mas a maioria respondeu corretamente a pergunta.

Levantamento dos saberes da equipe de enfermagem de quem deve começar a Reanimação Cardiopulmonar.


Observa que existe uma porcentagem de 67% dos Enfermeiros que responderam corretamente, enquanto 33% erraram sobre quem deve começar a Reanimação Cardiopulmonar.
O gráfico demonstra que 46% dos Técnicos de enfermagem responderam corretamente, e 54% erraram sobre quem deve começar a Reanimação Cardiopulmonar.
Segundo Potter e Perry (2004) quando diagnosticado a Parada cardiorrespiratória, a enfermeira juntamente com a sua equipe deve iniciar a Reanimação Cardiopulmonar até a chegada do médico.

Foi observado que os técnicos de enfermagem pensam que somente o médico deve iniciar a Reanimação Cardiopulmonar, mas a literatura diz que a equipe de enfermagem deve iniciar, na ausência do médico.

Levantamento dos saberes da equipe de enfermagem sobre o atendimento imediato na Reanimação Cardiopulmonar.

Conforme o gráfico acima, 100% dos Enfermeiros responderam corretamente, sobre qual é o atendimento imediato na Reanimação Cardiopulmonar.
De acordo com o gráfico 94% dos Técnicos de enfermagem responderam corretamente, e 6% erraram sobre qual é o atendimento imediato na Reanimação Cardiopulmonar.
Segundo Smeltzer e Bare (2002) o ABCD da ressuscitação cardiopulmonar (RCP) é o atendimento imediato que consiste em via aérea, respiração, circulação e desfibrilação. Uma vez estabelecida à perda da consciência, a prioridade da ressuscitação para a vítima adulta é telefonar para ativar a equipe do sistema médico de emergência. A Ressuscitação consiste em via aérea aberta: manter a via aérea aberta; respiração: fornecer a ventilação artificial; circulação: promover circulação artificial através da compressão cardíaca externa e desfibrilação: restaurar o batimento cardíaco.
A equipe de enfermagem soube responder com eficácia o questionário, mostrando seus saberes sobre o assunto, ou seja, a maioria das respostas foram corretas.

Levantamento da equipe de enfermagem em relação às medicações usadas numa Parada Cardiorrespiratória.

Este gráfico revela que 100% dos Enfermeiros responderam corretamente sobre o conhecimento das medicações utilizadas numa Parada Cardiorrespiratória, enquanto 97% dos Técnicos de enfermagem responderam corretamente, e 3% erraram sobre o conhecimento das medicações utilizadas numa Parada Cardiorrespiratória.
Segundo Smeltzer e Bare (2002) as medicações utilizadas na Parada Cardiorrespiratória são: Oxigênio: Pois melhora a oxigenação tecidual e corrige a hipoxemia. São administrados em todos os pacientes com isquemia cardíaca aguda ou suspeita de hipoxemia, incluindo aqueles com DPOC, sendo de FiO2 de 100%; Adrenalina: aumenta a resistência vascular sistêmica e a pressão arterial, melhora a perfusão coronária e cerebral e a contratibilidade miocárdica, é fornecida aos pacientes em Parada Cardíaca causada por taquicardia ventricular, fibrilação ventricular, assistolia ou atividade elétrica sem pulso. Deve ser administrado em bolo endovenoso ou através do tubo endotraqueal; Atropina: bloqueia a ação parassimpática, aumenta a automatícidade do nódulo AS e a condução AV. São administrados em pacientes com bradicardia sintomática, deve ser administrados rapidamente; Bicarbonato de Sódio: corrige a acidose metabólica, a dose inicial deve ser de 1 mEq/Kg IV, em seguida a dose baseia-se no déficit de base calculado a partir da gasometria arterial e Magnésio: que promove o funcionamento adequado da bomba celular de sódio-potássio, após a administração deve-se monitorar para hipotensão, assistolia, paralisia respiratória.
Foi percebido que a equipe de enfermagem soube responder esta pergunta com segurança, com isso entende-se que conhecem essas medicações.

Levantamento dos saberes da equipe de enfermagem referente às complicações de uma Reanimação Cardiopulmonar.

De acordo com o gráfico acima, 100% dos Enfermeiros responderam erroneamente sobre os saberes referentes às complicações de uma Reanimação Cardiopulmonar.
Conforme demonstrado no gráfico, 23% dos Técnicos de enfermagem responderam corretamente, e 77% erraram sobre os saberes referentes às complicações de uma Reanimação Cardiopulmonar.
De acordo com Nettina (2003) as complicações da Reanimação Cardiopulmonar são: Síndrome de Angústia pós-ressuscitação (distúrbios em múltiplos órgãos) e comprometimento neurológico, lesão neurológica.
A maioria das respostas da equipe de enfermagem foi errônea. Sendo assim, percebe-se a falta de saberes sobre as complicações de uma RCP.

Levantamento dos saberes da equipe de enfermagem sobre o responsável pela revisão e manutenção do carrinho de emergência.

O gráfico demonstra que 58% dos Enfermeiros responderam corretamente, e 42% responderam erroneamente sobre quem deve revisar e manter o carro de emergência organizado, enquanto 74% dos Técnicos de enfermagem responderam corretamente, e 26% erroneamente sobre quem devem revisar e manter o carro de emergência organizado.
De acordo com Rogante e Furcolin (2004, p. 83 a 86) o carro de urgência deve ser revisado e complementado pelo enfermeiro da unidade no início de cada plantão e imediatamente após o uso. Mantê-lo com etiqueta, na qual deverá estar registrado o nome do enfermeiro que revisou o carro, a data, à hora da última revisão e material em falta no hospital. Deverá ser sempre a prioridade do enfermeiro, portanto ele não poderá falhar no momento da urgência, por não ter sido checado com antecedência.
Durante a coleta de dados foi observado que os Técnicos de enfermagem ficaram em dúvida se seria o enfermeiro ou o técnico, porque no hospital quem era o responsável por manter o carro em ordem seriam os mesmos. Mas na literatura a responsabilidade de revisar e manter o carro de emergência em ordem é do Enfermeiro responsável pelo setor.

Distribuição da equipe de enfermagem de quem recebeu capacitação sobre Parada Cardiorrespiratória ou Reanimação Cardiopulmonar.

Observa que existe uma porcentagem de 58% dos Enfermeiros que responderam que sim, já 42% responderam que não receberam capacitação sobre Parada Cardiorrespiratória, enquanto que 23% dos Técnicos de enfermagem responderam que sim, e que 77% responderam que não receberam capacitação sobre Parada Cardiorrespiratória.
Segundo Bork (2003) o treinamento é o desenvolvimento do ser humano, com capacidades de aprender novas habilidades, obter novos conhecimentos, modificar atitudes e comportamentos. E na enfermagem o treinamento é entendido como um processo de educação continuada, aplicado desde a admissão do funcionário na empresa, pois ela costuma apresentar uma modificação positiva.
A maioria dos Técnicos de enfermagem relatou que não obtiveram treinamento, agora a maioria dos enfermeiros relataram que receberam capacitação.

Durante a análise dos resultados foi observado à falta dos saberes da equipe de enfermagem frente uma Parada Cardiorrespiratória. Sendo que estes saberes se fazem necessário para que ele atue numa RCP com eficácia.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Essa pesquisa demonstrou que a capacitação (Educação Continuada) sobre Parada Cardiorrespiratória se faz necessária, para que a equipe de enfermagem atue com eficácia durante o procedimento RCP. Durante a análise de dados percebeu-se a falta dos saberes desses profissionais, como por exemplo, quem deve começar a RCP e as complicações que podem ocorrer se não realizar o procedimento rápido, com conhecimento e eficácia.
Vejo sob ótica acadêmica que o enfermeiro tem a maior responsabilidade, porque quando é diagnosticado a PCR ele precisa delegar funções para a sua equipe, para que juntos iniciem a RCP.
Sendo assim, orientamos o Setor de Educação Continuada à importância de planejar e oferecer uma capacitação para esses profissionais, para que os mesmos adquirem conhecimentos e estejam aptos para atuarem durante o procedimento RCP com mais eficácia e segurança.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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CHIZZOTTI, A. Pesquisa em Ciências Humanas e Sociais, 5ª ed. São Paulo: Cortez, 2001. p. 52.

COFEN. Resolução Nº. 293/2004, Anexo I. Dimensionamento do Quatro de Profissionais de Enfermagem nas Unidades Assistenciais das Instituições de Saúde e Assemelhados. Rio de Janeiro, 2004

MARCONI, M. A. e LAKATOS, E. M. Fundamentos de Metodologia Científica, 5ª ed. São Paulo: Atlas, 2003. p. 187.

MARQUIS, B. L.; HUSTON, C. J. Administração e Liderança em Enfermagem: Teoria e Prática, 4ª ed. Porto Alegre: Artmed, 2005. p.361.

MURTA, G. F. Saberes e Práticas: Guia para Ensino e Aprendizado de Enfermagem, 3ª ed. Vol 4. São Paulo: Difusão, 2007. p. 271 - 272.

NETTINA, S. M. Brunner: Prática de Enfermagem, 7ª ed. Vol. 2. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2003.

POTTER, P. A.; PERRY, A. G. Fundamentos de Enfermagem, 5ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2004. p. 1006 - 1011.

ROGANTE, M. M.; FURCOLIN, M. I. R. Procedimentos Especializados de Enfermagem: Departamento de enfermagem do Hospital das Clínicas UNICAMP. São Paulo: Atheneu, 2004. p. 83 - 104.

SILVA, M. A. A. et al. Enfermagem na Unidade de Centro Cirúrgico, 2ª ed. rev. E amp. São Paulo: E.P.U., 1997. p. 37 a 39.

SMELTZER, S. C.; BARE, B. G. Brunner e Suddart: Tratado de Enfermagem Médico-Cirúrgico, 9ª ed. Vol. 1. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2002. p. 652 - 654.

UENISHI, E. K. Enfermagem Médica-Cirúrgica em Unidade de Terapia Intensiva, 5ª ed. rev. e amp. São Paulo: SENAC, 2005. p. 144 a 146.


Autor: Juliana Olindina Dos Santos Araújo


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