2016: A primeira Olimpíada submersa



Casas desabadas, soterramentos, enchentes, pessoas desabrigadas, famílias desaparecidas. Esse cenário não é novidade para ninguém que acompanhou a tragédia que atingiu a região serrana do Rio de Janeiro no começo deste ano, gerada pelas intensas chuvas, que fez várias vítimas e causou grandes prejuízos materiais. Mas a culpa não é só das chuvas. Longe disso.

O maior culpado desta tragédia são as autoridades governamentais, que estão mais preocupadas em tomar medidas imediatistas do que prevenir esse tipo de desastre, coisa que daria pouco retorno nas eleições. Para as autoridades, é fácil colocar a culpa nas mudanças climáticas, que não tem pequena participação nesses acontecimentos, é verdade, mas um país que está entre as dez melhores economias globais e que inclusive vai sediar os jogos olímpicos de 2016 tem (ou deveria ter) condições para prevenir esse tipo de problema.

Além do clima, não foram poucos aqueles que culparam os próprios moradores por ocuparem áreas de risco. "Ninguém mora em áreas de risco porque quer ou porque é burro, e sim porque não tem outra opção", irrita-se a urbanista Raquel Rolnik frente a esse tipo de argumento. Mais uma vez o verdadeiro responsável é a negligência dos governantes, que deveriam fiscalizar a ocupação dessas áreas e criar planos, infraestrutura, medidas para prevenir esse tipo de tragédia.

É preciso que se mude essa política de negligência dos governantes, e rápido, ou os esportes aquáticos serão os únicos a serem disputados nas Olimpíadas de 2016.

Autor: Pedro Motta Saraiva


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