Tomando Consciência do Poder Político



Weidy Corrêa Jacinto
bachalerando em Direito
pela Universidade Federal de Goiás
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Tomando Consciência do Poder Político

"O pior analfabeto é o analfabeto político. Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos. Ele não sabe que o custo da vida, o preço do feijão, do peixe, da farinha, o aluguel, do sapato e do remédio dependem das decisões políticas. O analfabeto político é tão burro que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia a política. Não sabe o imbecil que, da sua ignorância política nasce a prostituta, o menor abandonado, e o pior de todos os bandidos, que é o político vigarista, pilantra, corrupto e lacaio das empresas nacionais e multinacionais" (Berthold Brecht)

O circo eleitoral está montado novamente. Abre-se a temporada de caça aos votos. A mídia se esforça para garantir um momento decisivo para todo o país tornando a propaganda oficial das eleições cada vez mais sofisticada. A justiça eleitoral alterou algumas regras, como a ilusória "ficha limpa" que, em clara evidência não mudara nada para os candidatos. Posto isto, ainda se tem trocas de partido, divulgação de pesquisas mentirosas e manipuladoras, muita propaganda enganosa e compra de votos, tudo como nas outras temporadas. Neste momento não exitem princípios, ou melhor, enganar, roubar e subordinar... Esse é o princípio de todos os candidatos a eleição.
As políticas governamentais antecessoras transformaram o Brasil em um grande paraíso dos banqueiros e do mercado financeiro. Enquanto isso, os salários de quase toda a população continuam findando-se antes do fim do mês, o ritmo de trabalho é infernal e explorador nas empresas, os jovens ocupam os piores postos de trabalho e a taxa de desemprego chega a quase dobrar entre eles, os trabalhadores rurais seguem sem seus pedaços de terra, os pobres nas grandes cidades continuam criminalizados e cada vez mais violentados pelas forças militares estatais. A cada eleição mudam se as caras, mas as políticas que torturam o povo continuam deixando milhares de pobres privados de seus direitos básicos bem como o da casa própria, obrigando-os a viverem em total exclusão ao ponto de morarem nas ruas das grandes metrópoles. Sem escolha ou liberdade, essas pessoas se tornam por sua vez submissas e logo marginalizadas.
Tais situações acima elencadas tem a ver com os políticos que se elege sem se quer, estudar suas vidas, suas histórias, seus trabalhos e seus verdadeiros interesses sociais. Levados por tamanha idiotice, acaba-se votando neles simplesmente por serem apresentadores, artistas, empresários ou mesmo por terem laços sanguíneos de outros políticos. Vota-se por ganhar dinheiro em troca, ou por acreditar que se conseguirá algum cargo comissionado, ou pior, vota-se alienadamente pelos discursos e propostas encantadoras que o marketing manda os candidatos dizerem para ganhar mais votos. As eleições são uma farsa e, absurdo é os candidatos aparecerem todos sorridentes, maquiados e bem vestidos com suas caras de anjos e propondo resolver tudo. Acaba-se votando neles por aparecerem "bonitos nas fotos," e enganando a si próprio, permitisse que se suas belezas estéticas escondam suas podridões. Diante de tais artefatos, não se é sabido, que os eleitores se fazem ainda mais corruptos que os candidatos? Os políticos dizem que votar é exercer a democracia, se fosse verdade, seria muito fácil votar. Pois o eleitor é condicionado a apertar o botão da urna eletrônica, mas e depois? Há um acompanhamento ou cobrança do mesmo para com os eleitos? E ainda falam-se para votar no menos ruim. Mas como, se são todos iguais depois do cargo político assumido? Talvez fosse preferível usar o voto nulo até aparecer alguém de fato competente e preparado para governar. E em relação à população para com os representantes elegidos, acresce-se aqui uma reflexão: e o povo? Não tem a nossa própria voz? Ficará a sociedade a vida inteira dependendo de pessoas para falar por ela? Os cidadãos não podem denunciar nossas próprias indignações? Será que não está na hora de parar de fazer vista grossa e, se mobilizar ou ao menos se incomodar expondo tal contrariedade com a corrupção? Se é deixado de fazer isso por quê? Simplesmente pelo desinteresse e/ou acomodação, ou porque também tem-se o rabo preso? São questões dignas de toda atenção, pois costuma-se pagar um preço alto sofrendo consequências terríveis caso a desvalorização e menosprezo do voto continue. Tais arguições revelam portanto a seriedade e o tamanho poder eletivo que cada cidadão possui como eleitores que são.
As eleições são financiadas pelas grandes empresas, sendo essas compensadas em dobro após as vitórias dos candidatos apoiados. E eles, depois de eleitos reforçam a corrupção e o acumulo de capital que tanto suga o sangue e o suor dos trabalhadores, fazendo do Brasil o segundo maior país em má distribuição de renda do mundo. Graças a concentração de poder de uma elitezinha o povo se torna cada dia mais massacrado e ausentado de seus direitos vitais.
A democracia por sua vez, se torna uma farsa, uma vez que só se efetiva para a elite e para a burguesia, visto que ambas retém consigo a grande parte do poder econômico, fazendo isso de forma livre e autônoma para lucrarem e se enriquecerem graças ao investimento e aplicação do altíssimo capital adquirido ás custas da exploração. Já o povo, ainda vive em ditadura. Sai-se da ditadura militar, mas se vive em uma outra ditadura: A Ditadura Civil. Como exemplo, poderes como o legislativo, em sua grande parte não tem conquistado os direitos, mas retirados os a cada dia, pois se submetem se vendendo cada vez mais à quem executa, agindo assim infiéis com sua função de fiscalizar o executivo. Portanto é de vital importância e necessidade que a grande maioria, a classe trabalhadora, construa seus próprios marcos legais, um novo Poder, o Poder Popular, é fundamental que haja uma organização da classe para a elevação da capacidade de mobilização. Sim, se conscientização e união se fizerem presentes e aliadas haverá a capacidade de mudança e luta por igualdade, justiça e inclusão social. As reivindicações do povo precisam alcançar o horário eleitoral gratuito, quebrando os entraves de uma grande mídia servil aos interesses dominantes. É preciso chamar o voto contra o sistema governamental e capitalista que domina alienia e exclui, deve-se utilizar o espaço das mídias fazendo uma propaganda contra essa realidade desigual, denunciando aqueles que roubam os direitos dos cidadãos.
Quando se denuncia as barreiras jurídicas e políticas da classe que domina e explora, denuncia-se o que está errado e, assim o procedendo haverá um ganho imenso de sentido para a vida, tornando com isso o sujeito cada vez mais autêntico e de caráter. Contudo existem "cidadãos e Cidadãos". Infelizmente o problema a que se depara é ainda maior do que a quase incapacidade de muitos de perceber que "existem políticos e Políticos". Crê-se que o encaminhamento mínimo do problema passe pelas seguintes perguntas: "que tipo de cidadão você é?" E, "que tipo de representante espera para o interesse público?"
Autor: Weidy Corrêa Jacinto


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