Febre Amarela, Azul E Branca Também



A terrível ameaça da febre amarela exigiu rápidas providências do Ministério da Saúde, que em apenas um final de semana, disponibilizou 300 mil doses de vacina. O secretário de Vigilância e Saúde do Ministério da Saúde, Gerson Penna, reagiu prontamente diante da suspeita de possível ação impiedosa da doença, após as mortes de alguns macaquinhos que viviam em Goiás e Distrito Federal, próximos à civilização.

Como afirma Tutty Vasques, em seu blog do Estadão: "Pelo sim, pelo não todo parlamentar deveria se prevenir contra a febre amarela na volta a Brasília. A TV Senado poderia, inclusive, transmitir a sessão de vacinação. O povo ia adorar vê-los tomando injeção."

E eu emendaria um sonoro "háháhá", porque sim, seria uma "doce" visão. Se não fosse por uma angustiante postura dos nossos "imunizados" governantes. Se o Brasil não fosse talvez, "hospedeiro" de ameaças à saúde pública, tão ou mais preocupantes quanto a febre amarela.

A culpa do meio riso, porque afinal o colunista merece ele inteiro, é da teimosa bactéria Streptococus pneumoniae (pneumococo). Doença que mata nada menos que 3,3 mil crianças por ano, "... mais que a malária, a Aids e a tuberculose juntas", como afirma Eitan Berezin (representante da Sociedade Brasileira de Pediatria).

Quem nunca ouviu falar de algum caso próximo de pneumonia ou meningite, que em sua manifestação agressiva, tenha provocado a morte ou senão, graves seqüelas no doente? O contágio dessas doenças se faz pelo ar, mas elas podem ser prevenidas com a prática e rápida vacinação.

Infelizmente a vacina não faz parte do calendário de vacinação gratuita, quando na verdade deveria ser obrigatória. Por esse motivo, o governo deixa de salvar "uma pessoa a cada hora e 12 minutos". Pense: uma pessoa por hora morre no Brasil, principalmente crianças.

Gláucia Vespa (PAE-Brasil), diz que "para cada criança imunizada, outras duas deixam de ser contaminadas.", o que implicaria na preservação da vida e na redução de gastos. Embora a vacina pneumocócica conjugada 7-valente seja importada da Inglaterra, tratar apenas um paciente custa em média R$8.000,00.

A vacina que previne esse gasto pode ser aplicada em clínicas privadas e por iniciativa própria (o que engloba consciência e depois condições financeiras). Não é nada acessível para um país que tem o risível salário mínimo como o nosso. As variações de preço são absurdas e podem chegar a custar R$230,00. A legitimidade da vacina é fator que a população tem que se virar para comprovar. E mais: sem a emissão da nota fiscal muitas clínicas fornecem um desconto atrativo e camarada.

Ainda há o agravante de que a referida bactéria tem apresentado grande resistência aos antibióticos convencionais. Remédios onerosos e muitas vezes de longo uso, comprometendo as atividades das crianças e de seus responsáveis. A Dra. Gláucia Vespa, ainda afirma que, com a imunização de todas as crianças de até cinco anos de idade, o contágio dessas doenças por todos os sorotipos seriam prevenidos. Ela disse todos. Uma vida seria salva a cada duas horas e meia.

Talvez, deixar todo o monocromático Senado sem o benefício da ardida injeção (e infelizmente abrir mão da cena da picadinha no bumbum), aumentaria as chances da febre amarela evoluir para verde, azul e branca.

(*) Dados sobre Pneumococos extraídos: Jornal Metrô News – "Saúde e você" 9.01.2008.

16/01/2008
Febre amarela, azul e branca também

http://www.paginadois.com/conteudo.php?c=4509


Autor: Thalita Pacini


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