GERAÇÃO Y OU COMPORTAMENTO Y




De tempos em tempos presenciamos a atuação dos "inovadores de plantão" que com suas idéias criam termos, palavras e expressões que buscam explicar e criar novas formas e ferramentas gerenciais. E aí temos 5S, PDCA, MASP, 6M's, downsizing, network, coach, eneagrama, reengenharia, brainstorming e etc e etc e etc e tal.


Confesso que muitas delas nos ajudam e conseguiram, nos últimos anos, facilitar a vida daqueles gerentes que realmente desejam formar equipes e liderá-las para o sucesso. Contudo, outros tantos servem apenas para criar confusão na cabeça das pessoas e aumentar o portifólio de termos que se mostram como variações de um mesmo tema. Estas ferramentas muitas das vezes servem e muito para fazer a alegria de oportunistas que enchem os bolsos de dinheiro com suas consultorias, palestras e livros.




O último termo que surgiu, e que tem sido badalado pelos quatro cantos do Brasil,
foi o Geração Y. Hoje ela faz parte de todas as conversas, cursos gerenciais, encontros e palestras. A meu ver é apenas mais um termo que se criou e que está sendo interpretado de forma errada, correndo o risco de criar barreiras e discriminação dentro das empresas. Aliás, objetivo contrário ao que se propõe.


Em breves palavras podemos dizer que geração Y são aquelas pessoas antenadas, desprendidas, conectadas com as modernidades, que não se cansam de buscar novidades, que não aceitam o "não" como resposta e convivem facilmente com a diversidade. Em recente palestra ouvi inclusive que são aquelas pessoas que nasceram a partir de 1978. Esta foi a definição que mais me chamou a atenção, pois concluí que a partir dali estava se criando uma barreira, um ponto de segregação e discriminação. Para se ter uma idéia da insanidade da coisa, já recebi proposta de treinamento para aprender a lidar com estas pessoas




Me pergunto então: Como ficam aquelas pessoas que nasceram antes de 1978 e têm este mesmo perfil Y ou até potencial para se tornar um deles? E mais, para quem convive diariamente dentro das equipes de trabalho sabe muito bem que existe um grande grupo de pessoas, na faixa etária de 25 anos, que não quer nada com a evolução profissional e já se preocupa em fazer cálculos da aposentadoria. Mas não um plano de aposentadoria privada, que poderia classificar a pessoa como uma boa gestora do futuro, e sim aposentadoria pelo INSS. São pessoas que se a empresa propuser ir pra casa e receber sem trabalhar elas aceitariam imediatamente.


Diante desta realidade concluo que estamos cometendo o mesmo erro do período quando começaram as ações de combate à AIDS. Definiram-se Grupos de Risco: prostitutas, drogados e homossexuias. Entendeu-se então que somente estas pessoas corriam riscos. Como se o vírus é que escolhia as pessoas. Aí verificamos dois efeitos importantes: a discriminação em relação a estas pessoas aumentou e quem não fazia parte deste grupo ficou tranquilo como se fossem imunes à doença. Agora a coisa mudou. Hoje o termo certo é Comportam neto de Risco. Sob esta ótica até o Papa se não se proteger será infectado pelo vírus.

Acredito que com o termo Geração Y estamos cometendo os mesmos erros e fatalmente teremos os mesmos efeitos, ou seja, aumentará a discriminação sobre as pessoas mais velhas dentro das empresas, o que já existe, e quem nasceu depois de 1978 não precisa se preocupar, pois já pertence à geração Y.


Proponho então a mudança para Comportamento Y. A partir daí, todos, independente do ano que nasceu e da função que desempenha deverá evoluir para adquirir todas as características que classificam uma pessoa como geração Y. E mais, esta exigência deve ser da empresa, como política de gestão de pessoas, buscando formas e criando um ambiente favorável para a existência de equipes integradas por indivíduos com um comportamento Y.






Pare,olhe e discuta
Autor: Sergio Penha


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