Involução Educacional



Desde o aparecimento da raça humana estivemos condicionados em transmitir às futuras gerações o conhecimento acumulado por nossos ancestrais, de tal forma que a aprendizagem sempre esteve em nosso meio.

Em seus primórdios, o ato educativo era baseado em métodos informais onde muitas vezes os conhecimentos eram transmitidos pela história oral, sem fazer qualquer registro das descobertas.

Durante os períodos que se formaram os primeiros grupos humanos tivemos experiÊncias de aprendizagens coletivas com os dicipulos em praça pública.

Na época clássica a escola moderna ainda não existia, mas as pessoas de status social elevado se dedicavam a atividade do ócio e ficavam discutindo assuntos relacionados à política, astronomia, filosofia, matemática, entre outros. Ao ruir a Idade Clássica, os modelos de aprendizagem foram deixados de lado e apagados pelos valores da História Oficial da Igreja Católica, que começou a dominar o cenário sócio/político da partir do século IV.



As escolas modernas ainda não existiam, mas os padres em seus monastérios ensinavam artes, letras e filosofia para que as pessoas servissem aos interesses da Igreja. Um ponto a ressaltar é que a Igreja detinha o monopólio cultural desse período e mesmo assim, as escolas de ensino laico que atendessem a todos estavam longe de existir; podemos até afirmar que durante a Idade Média, as escolas não estavam nem em gestação.

A organização da transmissão dos saberes de forma institucionalizada com o intuito de letrar o povo somente começou a acontecer ao final do século XVIII e sob as influencias liberais, em especial, da Revolução Francesa. Neste período da História mundial, as classes sociais menos favorecidas buscavam por maior participação na vida de seus países que estavam se consolidando e uma das reivindicações era a cultura para todos; pois somente os filhos dos ricos que tinham acesso à cultura letrada da época.

Alguns teóricos afirmam que as primeiras escolas brasileiras chegaram a nossa nação já no processo de colonização, com os padres jesuítas e é correta tal afirmação; porém, nos cabe ressaltar que tal tipo de instrução era ligado a uma religião e não tinha a tutela do Estado. Os padres ensinavam as línguas, catequizavam, para que seus fieis fossem convertidos à fé que defendiam. Somente no inicio do século XIX, com a mudança da família real lusitana para a colônia brasileira que as primeiras instituições de ensino oficiais chegaram, e, para atender a nobreza que no Brasil começava a fixar moradia. Aconteceu, porém, que apenas no século XX, durante o primeiro governo de Getulio Vargas (1930-1945) que o governo federal assumiu diretamente as responsabilidades sobre as escolas brasileiras, criando a legislação vigente.

    Muitos séculos se passaram desde a emergência da raça humana. Os otimistas afirmam em evolução humana, mas isso muito me preocupa. Como pensar em evolução humana na sociedade se a cada dia nós nos preocupamos em dar subsídios mínimos para que as pessoas tenham condições de sobreviver, sendo que muitos se negam a ter tais habilidades desenvolvidas e optam em voltar aos tempos da pré-história para resolver suas diferenças? O local educativo que hoje temos (físico e afetivo) é o inverso daqueles que desejamos ter.

    Não devemos pensar em negligencia dos educadores, mas sim, no fato de que os interesses imediatistas da sociedade estão fazendo a população ser egoísta e não perceber a existência do outro como fator de responsabilidade para a perpetuação da raça humana e aprendizagem mútua. Sendo assim, se há divergências entre os paradigmas da sociedade atual X a sociedade que sonhamos, quem somos nós e para onde iremos?




MARCO WILLIAM


Autor: Marco William


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