Educação Verdedeira Ou Verdade Da Educação De Alguém?



A atual sociedade se constituiu pela evolução das organizações que antecederam a presente limiar desde os primórdios da humanidade.

Quando nossos antepassados tomaram consciência de que podiam modificar o ambiente onde tinham suas vidas estabelecidas e recriá-lo, com as facilidades para o cotidiano da coletividade, iniciaram um processo de reproduzir as descobertas para que não caíssem no esquecimento; esse ato de transmissão do conhecimento é denominado história oral. Na história oral temos valores implícitos no próprio significado do aprendizado e em diversas ocasiões se confunde a história oral com a memória da coletividade. Assim, as pessoas se envolvem emocionalmente com as informações recebidas.

Os primeiros ensinamentos estavam sob a responsabilidade dos clãs; pois a escola como a concebemos hoje é uma invenção liberal pós Revolução Francesa.

Educação, cultura e moral tinham uma carga emotiva profunda no dia a dia das pessoas, sendo que toda a vida social estava ligada ao bem estar da coletividade. Dessa forma, valores como respeito e honra eram cultivados a todo instante.

A respeito do ato educativo, algumas pessoas aprenderam como dominar e outras em como ser dominadas, sendo exímias "cumpridoras" de tarefas. Com isso a educação se transformou em uma ferramenta de manutenção do poder e dominação de uma classe social sobre outra.

Durante os últimos 30, 35, talvez 40 séculos que se passaram essa situação não mudou muito e o ensino continuou a ser instrumento de distinção social, ou melhor, de exclusão, recebendo vários panos de fundo. Entre tantos momentos históricos da realidade educacional, a Grécia Antiga, a Idade Média e os séculos XX e XXI merecem ressalva neste momento.

Na época clássica do Império Grego, somente quem tinha o ócio por oficio, ou seja, o tempo livre, podia ter acesso à cultura e o aprendizado tinha características intelectuais e políticas amplas para atingir a sociedade; apenas aqueles de vida sócio-econômica bem sucedida podiam se dedicar ao aprendizado. Já na Idade Média, a transmissão da escrita e produção artística era utilizada para manter o monopólio religioso, político e jurídico da Igreja. Alguns ousados citam que neste período os homens utilizavam do nome de Deus para satisfazer seus próprios interesses.

Em tempos mais recentes e próximos da nossa contemporaneidade, temos o século XX, em que o discurso da educação para todos foi muito proferido em nosso país em todas as regiões, sendo que os filhos da burguesia continuaram a se ocupar do ócio e preparar-se para dominar as futuras gerações; enquanto os jovens trabalhadores assimilavam o que conseguiam no ensino regular noturno após sua labuta diária.

Neste início do século XXI e de um novo milênio, quando muitos acreditavam em bons tempos para a educação, cultura e consciência humana ainda se tem uma retórica próxima da de décadas atrás, mas o enfoque da aprendizagem está centrado em habilidades e competências que devem ser desenvolvidas pelo cognitivo dos alunos. Houve uma confusão ao se definir habilidades a ser desenvolvidas pelos alunos. O fato é que muitos pensadores e executores do sistema educacional imaginaram que os professores deveriam atender as necessidades imediatistas dando subsídios mínimos para a sobrevivência diária do aluno. Muitos defensores do atual sistema neoliberal afirmavam em corredores das escolas públicas, "se o aluno precisar do conhecimento e suas habilidades mínimas forem desenvolvidas, ele terá condição de se desenvolver e buscar o conhecimento de que precisa". Pensar assim seria ingenuidade, arrogância, ou simplesmente reproduzir uma moda educacional existente? Por qual motivo não enaltecer os conhecimentos científicos previamente descobertos?

Educadores defendem fielmente as ideologias sistematizadas pelos governos - mas é bom ressaltar que essa afirmação não torna uniforme a classe profissional, mas se refere a uma grande parcela.

Nesse paradigma demagógico e contraditório que nos deparamos... Isso mesmo, DEMAGÓGICO e CONTRADITÓRIO, há um contexto de omissão e aqui citaremos parcialmente para gerar reflexões futuras. No primeiro indagamos o porque ninguém conta à população que os filhos da burguesia continuam a ser educados para dominar a humilde sociedade? E o segundo caso que destacamos é o fato de que são raros – quase inexistentes – os profissionais da educação pública que confiam a instrução de seus filhos as redes municipal e estadual para preparar sua prole à inserção na vida cidadã. Qual o real motivo dos educadores não confiarem na própria instituição que trabalham? O que estaria faltando?


MARCO WILLIAM
Autor: Marco William


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