BULLYING. SERÁ QUE NÃO ESTÃO EXAGERANDO?



Resolvi falar desse tal de bullying que, para mim, chega a ser incompreensível em muitos aspectos. Que me expliquem, por favor, os psicólogos. O Globo de 18/4/2011 traz uma pesquisa dizendo que 40,4% dos alunos matriculados até a oitava série nas escolas do Rio dizem ter sido vítimas de buylling. Por exemplo:
- apelidos que magoam ? 42,7%
- deboche coletivo ? 18,8%
- ofensas pessoais ? 13,7%
- humilhações públicas ? 9,9%
- mensagens agressivas na internet ? 1,2%
E, após tudo isso, a agressões físicas (13,4%) e outros (0,3%).

Eu não posso falar das escolas de hoje porque não as conheço. Mas posso dizer como era no meu tempo. Antes de mais nada, ninguém me levava pra escola. Eu ia a pé, de bonde ou de ônibus. Aprendi a me orientar sozinho.

Também não tinha celular para ficar esclarecendo minhas próprias dúvidas a cada minuto, nem para ficar dando satisfações: estou aqui, estou ali, faço isso, faço aquilo. E sempre que eu fazia algo errado em casa, meus pais me batiam. Quando os colegas me batiam na escola, eu batia de volta. Não era nenhuma novidade pra mim.

Me deram também um apelido que eu não gostava: Caubi. Caubi é um cantor supostamente homossexual. E eu não queria ser comparado com ele. O apelido surgiu porque eu gostava mais de ficar no meio das meninas do que no meio de meninos. A técnica: não responder ao apelido. Passou. E agora, que jogue a primeira pedra quem nunca foi xingado ou humilhado. Por que não xinga de volta?

Francamente, queridos país, limitem o uso do celular nas mãos dos seus filhos, essa verdadeira muleta que inibe o pensamento e a tomada de decisões próprias, deixem eles andarem sozinhos na rua e se virarem. A cidade é violenta, eu sei, mas é a que nós temos. E, mais cedo ou mais tarde, vão nos assaltar, vão roubar nossos carros, vão nos oferecer propinas, vão pedir propinas ? é melhor que a gente seja auto didata nisso também: "sobrevivência na selva urbana".

Eu realmente não posso levar a sério um neto que chega em casa chorando porque um colega debochou dele. Só posso me preocupar pelo fato de que ele ainda não desenvolveu auto estima, ousadia, auto confiança, iniciativa, energia. Isso sim, eu posso tentar melhorar. Ir à escola para resolver um problema que é dele, jamais.

Agora vem a parte mais difícil: agressões físicas. Estamos falando de crianças ou adolescentes do mesmo tamanho? Bate de volta. Sem medo. É um grande batendo no pequeno? No meu tempo a gente apanhava uma pedra e tascava no sujeito. Eu sempre fui meio desajeitado, jamais acertei pra valer. Mas tinha amigos que tiraram sangue da testa de muitos valentões. Um bom chute na canela também funcionava como passaporte para a dignidade. Mas hoje é diferente, eu sei. Os garotos são muito mais fortes, alguns andam até armados. Nesses casos, pedir ajuda é necessário. Mas precisa ter coragem pra pedir ajuda também.

Autor: Marcelo Diniz


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