Harmonizando o Criacionismo e o Evolucionismo como sendo uma única teoria



Criacionismo Clássico

Criacionismo: Teoria que explica a origem dos seres vivos por criação. Ela, a princípio, é contrária a chamada teoria da evolução espontânea (evolucionismo).

Criação: é o nome que se dá à formação do universo e dos seres vivos, mediante o querer de um ser superior, denominado Deus. A necessidade de buscar explicações para sua própria origem levou ao surgimento das religiões primordiais.

Num segundo momento, de racionalização do pensamento criacionista, formularam-se conceitos e propostas de sentido mais filosófico do que religioso. Nesse plano, as respostas podem reduzir-se a três possibilidades: a autossuficiência da matéria eterna, a emanação a partir da substância divina, e a criação.

O Gênesis: O primeiro livro do Antigo Testamento descreve a origem do mundo e do homem com linguagem e imagens semelhantes às dos relatos mesopotâmicos. O primeiro capítulo diz: "No princípio, Deus criou o céu e a terra. Ora, a terra estava vazia e vaga, as trevas cobriam o abismo, um vento de Deus pairava sobre as águas. Deus disse: 'Haja luz' e houve luz. Deus viu que a luz era boa, e Deus separou a luz e as trevas. Deus chamou à luz 'dia' e às trevas 'noite'. Houve uma tarde e uma manhã: primeiro dia. (...) Deus disse: 'Fervilhem as águas um fervilhar de seres vivos e que as aves voem acima da terra, diante do firmamento do céu' e assim se fez. (...) Deus criou o homem à sua imagem, à imagem de Deus ele o criou, homem e mulher ele os criou."

Os mitos: são soluções imaginativas que alguns povos elaboram para justificar sua existência, sua história e os fenômenos da natureza. Algumas explicações, no entanto, encontram ressonância nas mais diversas culturas.

Os estudiosos do século XIX pensavam que o tema da criação por um ser supremo era inerente a um estágio cultural avançado. Pesquisas posteriores, no entanto, observaram essa crença entre povos primitivos da África, ilhas do norte do Japão, América, Austrália central e em muitas outras partes do mundo.

A natureza do ser supremo, no monoteísmo, ou de um panteão de diversos deuses, no politeísmo, difere de cultura para cultura. A criação se realiza mediante seu pensamento, sua palavra, seu poder, como na Bíblia e noutros credos, às vezes, com certo sentido de emanação, ou ainda, existe unidade entre a criatura e o criador, como no panteísmo. Todos esses relatos, porém, possuem algumas características comuns, divergindo num ponto e se identificando noutro.

Pensamento filosófico e religioso

O judaísmo, assim como o cristianismo e os mulçumanos enfatizam em seus dogmas a afirmação de que Deus criou o mundo, o que constitui um princípio de fé e uma base ética da religião. Fílon defendia a idéia bíblica da criação a partir do nada, enquanto os rabinos do Talmude defendiam ideias gnósticas sobre a criação.

Os reformadores protestantes, desde os primórdios da Reforma, procuraram chamar a atenção não para a criação, mas para um Criador, cujo ser não se identifica com nenhuma das coisas criadas e se acha acima do mundo, independente dele. Não se trata, portanto, de saber se Deus criou do nada ou como criou, mas de afirmar pela fé a existência do Criador tendo como prova cabal a criação.

Um dos grandes problemas suscitados pelo conceito de criação é o da existência do mal num mundo criado por Deus. Os mitos já se propunham a questão e, para explicá-la, lançavam mão do dualismo e do antagonismo. O pensamento cristão entende ser o mal como privação do bem, como limitação do ser finito.

Os filósofos e os teólogos ficaram com a responsabilidade de tentar explicar outras questões, tais como a liberdade de Deus no ato da criação, sua contínua ação preservadora, que, entretanto, não invalida a ação humana, e o objetivo de Deus ao criar. Pode-se dizer, portanto, que o conceito de criação, como uma das possíveis explicações da origem do mundo, constitui um ponto central de referência na história do pensamento.

Evolucionismo e teoria da evolução

A teoria da evolução, também chamada evolucionismo, afirma que as espécies animais e vegetais, existentes na Terra, não são imutáveis, ou melhor, ela evoluem naturalmente.

Alguns pesquisadores afirmam que as espécies sofrem, ao longo das gerações, uma modificação gradual que inclui a formação de novas raças e de novas espécies. Depois da sua divulgação, tal teoria se transformou em fonte de controvérsia, não somente no campo científico, como também na área ideológica e religiosa em todo o mundo.

Até o século XVIII, o mundo ocidental aceitava com muita naturalidade a doutrina do criacionismo. De acordo com essa doutrina, cada espécie animal ou vegetal teria sido criado independentemente por ato divino, conforme explicado acima.

O pesquisador francês Jean-Baptiste Lamarck foi um dos primeiros a negar esse postulado e a propor um mecanismo pelo qual a evolução se teria verificado. A partir da observação de que fatores ambientais podem modificar certas características dos indivíduos, Lamarck imaginou que tais modificações se transmitissem à prole: os filhos das pessoas que normalmente tomam muito sol já nasceriam mais morenos do que os filhos dos que não tomam sol.

A necessidade de respirar na atmosfera teria feito aparecer pulmões nos peixes que começaram a passar pequenos períodos fora d'água, o que teria permitido a seus descendentes viver em terra mais tempo, fortalecendo os pulmões pelo exercício; as brânquias, cada vez menos utilizadas pelos peixes pulmonados, terminaram por desaparecer.

Assim, o mecanismo de formação de uma nova espécie seria, em linhas gerais, o seguinte: alguns indivíduos de uma espécie ancestral passavam a viver num ambiente diferente; o novo ambiente criava necessidades que antes não existiam, as quais o organismo satisfazia desenvolvendo novas características hereditárias; os portadores dessas características passavam a formar uma nova espécie, diferente da primeira.

A doutrina de Lamarck foi publicada em Philosophie zoologique (1809; Filosofia zoológica), e teve, como principal mérito, suscitar debates e pesquisas num campo que, até então, era domínio exclusivo da filosofia e da religião. Estudos posteriores demonstraram que, apenas o primeiro postulado do lamarckismo, estava correto; de fato, o ambiente provoca no indivíduo modificações adaptativas; mas os caracteres assim adquiridos não se transmitem à prole.

Em 1859, Charles Darwin publicou The Origin of Species (A origem das espécies), livro de grande impacto no meio científico que pôs em evidência o papel da seleção natural no mecanismo da evolução. Darwin partiu da observação segundo a qual, dentro de uma espécie, os indivíduos diferem uns dos outros. Há, portanto, na luta pela existência, uma competição entre indivíduos de capacidades diversas. Os mais bem adaptados são os que deixam maior número de descendentes.

O darwinismo estava fundamentalmente correto, mas teve de ser complementado e, em alguns aspectos, corrigido pelos evolucionistas do século XX para que se transformasse na sólida doutrina evolucionista de hoje. As ideias de Darwin e seus contemporâneos sobre a origem das diferenças individuais eram confusos ou errados. Predominava o conceito lamarckista de que o ambiente faz surgir nos indivíduos novos caracteres adaptativos, que se tornam hereditários.

Um dos primeiros a abordar experimentalmente a questão foi o biólogo alemão August Weismann, ainda no século XIX. Tendo cortado, por várias gerações, os rabos de camundongos que usava como reprodutores, mostrou que nem por isso os descendentes passavam a nascer com rabos menores. Weismann estabeleceu também a distinção fundamental entre células germinais e células somáticas.

Origem das raças: As mutações, as recombinações gênicas, a seleção natural, as diferenças de ambiente, os movimentos migratórios e o isolamento, tanto geográfico como reprodutivo, concorrem para alterar a frequência dos genes nas populações de animais e são, assim, os principais fatores da evolução.

Duas raças geograficamente isoladas evoluem independentemente e se diversificam cada vez mais, até que as diferenças nos órgãos reprodutores, ou nos instintos sexuais, ou no número de cromossomos, sejam grandes a ponto de tornar o cruzamento entre elas impossível ou, quando possível, produtor de prole estéril. Com isso, as duas raças transformam-se em espécies distintas, isto é, populações incapazes de trocar genes. Daí por diante, mesmo que as barreiras venham a desaparecer e as espécies passem a compartilhar o mesmo território, não haverá entre elas cruzamentos viáveis. As duas espécies formarão, para sempre, unidades biológicas estanques, de destinos evolutivos diferentes.

Se, entretanto, o isolamento geográfico entre duas raças é precário e desaparece depois de algum tempo, o cruzamento entre elas tende a obliterar a diferenciação racial e elas se fundem numa mesma espécie, monotípica, porém muito variável. É o que está acontecendo com a espécie humana, cujas raças se diferenciaram enquanto as barreiras naturais eram muito difíceis de vencer e quase chegaram ao ponto de formar espécies distintas; mas os meios de transporte, introduzidos pela civilização, aperfeiçoaram-se antes que se estabelecessem mecanismos de isolamento reprodutivo que tornassem o processo irreversível. Os cruzamentos inter-raciais tornaram-se frequentes e a humanidade está-se amalgamando numa espécie cada vez mais homogênea, mas com grandes variações.

Populações que se intercruzam amplamente apresentam pequenas diferenças genéticas, mas as populações isoladas por longo tempo desenvolvem diferenças consideráveis. Em teoria, raças são populações de uma mesma espécie que diferem quanto à frequência de genes, mesmo que essas diferenças sejam pequenas. A divisão da humanidade em determinado número de raças é arbitrária; o importante é reconhecer que a espécie humana, como as demais, está dividida em alguns grupos raciais maiores que, por sua vez, se subdividem em raças menos distintas, e a subdivisão continua até se chegar a populações que quase não apresentam diferenças.

As subespécies representam o último estádio evolutivo na diferenciação das raças, antes do estabelecimento dos mecanismos de isolamento reprodutivo. São, portanto, distinguíveis por apresentarem certas características em frequência bem diferentes. Não se cruzam, por estarem separadas, mas são capazes de produzir híbridos férteis, se colocadas juntas.

Por esse critério, que é o aceito pela biologia moderna, os nativos da África e da selva amazônica, por exemplo, são raças que atingiram plenamente o nível de subespécies. O mesmo pode-se dizer dos italianos e os esquimós etc., mas não há grupos humanos que se tenham diferenciado em espécies distintas, pois espécies são grupos biológicos que não se intercruzam habitualmente na natureza, mesmo quando os indivíduos habitam o mesmo território.

Criacionismo + Evolucionismo

Colocando-se criacionismo e evolucionismos, par a par, seria possível harmonizar ambas as teorias em uma única que consolidasse o que se sabe sem invalidar nenhuma das duas?

Penso que sim, vejamos:

Se Deus criou a natureza é evidente que percebemos suas ações como se percebe a própria natureza, alem disso, para Deus o tempo não é problema, então, para Ele, um segundo, uma hora, um dia, um século, um milênio, uma era, não faz qualquer sentido, mesmo porque quando a ele nos referimos utilizamos adjetivos tais como: onipotente, onisciente, onipresente, eterno, EU SOU O QUE SOU, desde sempre e para sempre, espírito, luz, amor infinito, santidade perfeita, indescritível, inimaginável, entre outros, se não podemos vê-lo, mas podemos ver suas ações, suas ações nos parece naturais, ou seja, a própria natureza.

Entendo que a natureza (ação de Deus) é regida pelo principio da conservação e economia de energia e recursos, sejam eles quais forem, assim Deus não precisou criar toda a diversidade de seres vivos ao mesmo tempo, se fosse dessa maneira os seres vivos teriam composição completamente diferente um dos outros, então, o mais provável, foi a criação, a principio, de um ser vivo extremamente simples e a partir deste e de outros previamente modificados, e numa sucessão aleatória, seres mais complexos, ou seja, foi adotado o critério natural de recombinar e modificar seres mais simples em seres mais complexos, sem observar uma sucessão rígida e sim a partir dos seres disponíveis, mesmo que estes estejam em fase diferentes.

Seria como, imaginando-se, Deus tomar uma criatura qualquer, recombinar e modificar seu genoma, conforme as funcionalidades ou característica que objetiva para uma nova espécie, pega esse ser modificado, divide-o em um ou mais casais, para que pelo acasalamento se multiplique e assim se tornem uma nova espécie autossuficiente. Evidentemente, parte dessas novas espécies, criadas conforme explicado, deram certo, entretanto, outras nem tanto, por isso se extinguiram. Noutros casos as modificações foram tão radicais que é impossível encontrarmos possíveis elos entre uma espécie e outra, porque houve ora pequenas modificações e noutros modificações totais, o que torna impossível reconstruirmos a arvore sequencial e evolutiva da criação de todos os seres vivos.

Imaginando que o acima exposto tivesse possível e realmente acontecido, sem levar em conta o fator tempo que para Deus é irrelevante por sua própria natureza, as teorias da criação e da evolução coexistiriam sem maiores problemas, e mais que isso, uma seria validada pela outra, ou seja, Deus criou tudo observando um processo de evolução, conforme sua maneira de agir.

Autor: Ezequiel Moreno


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