ANALISANDO O PERFIL CLÍNICO DOS PACIENTES COM CÂNCER BUCAL EM TAUBATÉ E REGIÃO
MACHADO, Ana Cristina Posch, et al. PERFIL EPIDEMIOLÓGICO, TRATAMENTO E SOBREVIDA DE PACIENTES COM CÂNCER BUCAL EM TAUBATÉ E REGIÃO. Taubaté: Revista Biociências; 9ª edição, 2003. 65-71 p.
O desenvolvimento desta pesquisa: PERFIL EPIDEMIOLÓGICO, TRATAMENTO E SOBREVIDA DE PACIENTES COM CÂNCER BUCAL EM TAUBATÉ E REGIÃO, possui uma forte relação com o histórico de trabalhos científicos executados pelos pesquisadores: MACHADO, Ana Cristina Posch, TAVARES, Pablo Gimenes, ANBINDER, Ana Lia e QUIRINO, Maria Roseli de Souza, principalmente pelo envolvimento dos mesmos com os estudos de inflamações e reparações teciduais, tumores odontogênicos, além de cerastícios. Conforme formação acadêmica em Odontologia e pós em Patologia Bucal destes. No caso de ANBINDER, esta é doutora em Biopatologia Oral, como também, especializada em Estomatologia juntamente com QUIRINO e TAVARES, o que enriqueceu a compreensão da doença bucal carcinoma epidermóide (Câncer Bucal).
Este trabalho teve como embasamento teórico, um outro estudo de epidemiologia do carcinoma epidermóide, no estado de Sergipe, realizado por HORA em 2003. MACHADO, TAVARES, ANBINDER e QUIRINO, também buscaram informações, no Instituto Nacional do Câncer, a fim de saberem as estimativas de incidências e mortalidade por câncer no Brasil no de 2003. Eles obtiveram as características clínico-epidemiológicas do câncer bucal, ao lerem o trabalho de CARVALHO em 2001. De LINE, puderam verificar as alterações gênicas e o desenvolvimento da patologia em questão. Felizmente, os mesmos não se esqueceram da obra: "Patologia Oral e MaxiloFacial".(NEVILLE, B.W, et al,1995), uma referência valiosa para a compreensão de neoplasias orais.
A pesquisa teve como propósito, o delineamento do perfil epidemiológico dos pacientes com câncer bucal, atendidos de 1993 a 1998, na Clínica de Diagnóstico Bucal do Departamento de Odontologia da UNITAU, além de avaliar dados relacionados ao estadiamento clínico, tratamento proposto e sobrevida.
Utilizaram como metodologia, a análise retrospectiva dos prontuários de 35 pacientes com diagnóstico de câncer bucal, considerando-se as variáveis gênero, idade, raça, procedência, hábitos, localização, tempo de evolução e diagnóstico histológico da lesão, estadiamento da doença, tipo de tratamento e sobrevida do paciente. Foi também utilizado, o teste exato de Fisher, para testar a dependência entre a variável sexo e o restante dos dados avaliados, obtendo o valor: p<5%.
No resultado, perceberam que dos pacientes analisados, 68,5% eram da raça branca, sendo o gênero masculino o mais afetado, correspondendo a 80% dos casos, numa relação de quatro homens para cada mulher. A média de idade dos pacientes foi de 63,3 anos (variação de 36 a 100 anos), com maior acometimento na faixa etária de 51 a 60 anos. Além do mais, não foi encontrado nenhum caso de etilismo sem associação com tabagismo. Quarenta por cento da amostra era composto por pacientes que faziam uso da associação tabaco e álcool, 28,57% apenas fumavam e 31,43% dos pacientes negavam qualquer tipo de hábito ou vício.
Por mais que, os pesquisadores tenham encontrado esses resultados, não foi interessante para os mesmos desenvolver hipóteses, pois como já mencionado, a intenção era apenas analisar o perfil clínico dos pacientes com câncer bucal em Taubaté e região, tendo como base, o resultado já comprovado pela literatura de LINE, que afirmou que o tipo histológico mais freqüente de câncer bucal é o carcinoma epidermóide.
O trabalho concluiu, que o paciente com câncer, que procura a UNITAU é, na maioria das vezes, homem, da raça branca, na sexta década de vida, que notou a lesão há cerca de 2 a 4 meses, fumante e etilista, com carcinoma epidermóide em rebordo alveolar ou assoalho bucal. O diagnóstico da maioria dos casos de câncer bucal ainda é feito em fases avançadas, dificultando o tratamento e reduzindo o índice de sobrevida dos pacientes, havendo, portanto, a necessidade de campanhas educativas e de prevenção, enfatizando o diagnóstico precoce para e resultados mais favoráveis em termos de prognóstico.
A concretização deste artigo contribuiu significativamente, para a identificação da patologia bucal mais freqüente em idosos, assim pode-se embasar outras pesquisas que possuem o mesmo foco de interesse, além de ter comprovado cientificamente, que o cigarro e o álcool são realmente causadores do câncer bucal, promovendo desta forma, a conscientização da população idosa. Este trabalho também, não pode estar limitado ao campo da odontologia ou da medicina, visto que, possui um forte motivo para a proibição destes vícios em nosso país e não somente aqui, como também banido do mundo, o que infelizmente será difícil, pelo fato do Estado depender dos altos impostos pagos por seus fabricantes e vendedores.
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Autor: Ligi Anne Palheta Ribeiro
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