Papo de Presidente



Coisa mais interessante é essa história de encontros. Tantos são estes que os fazemos diariamente. Porém, encontros recheados de objetivos econômicos e que os protagonistas têm projeção mundial são raros.
O primeiro presidente negro dos EUA faz uma visitinha a primeira presidente mulher do Brasil. História esta que poderia resultar em um livro, talvez. Mas, sem dúvida, não foi uma visita de cortesia ou coisa assim: assuntos sérios seriam tratados, acordos poderiam ser feitos e interesses em comum seriam debatidos.
O cara, com todo o respeito sobre o termo, chega e logo a mídia começa a segui-lo, fotografá-lo e exaltá-lo, pois um evento desta importância não acontece sempre. Vale mencionar o simpático discurso em Língua Portuguesa que encantou os brasileiros. A ocasião pedia trajes de gala, mas a família norte-americana optou por ser mais simples, pois era mais a cara do Brasil. O sujeito, sua esposa e filhas e hospedam-se num hotel bom e caro da cidade maravilhosa_ não que eles se importassem com o preço, era tudo financiado mesmo, mas queria na verdade conhecer a beleza que é uma favela brasileira.
Oh, coisa legal, ir à favela e assistir espetáculos de instituições sociais. Mas não era tão legal assim aquele lugar cheio de ruas mal-estruturadas. O acesso foi difícil até para a comissão norte-americana: percorrer todo o trajeto em carros majestosos e com seguranças a volta era complicado. Infraestrutura, reurbanização de favelas e programas de incentivo social tinha que ser conversado com a representante do Brasil, que por sinal, manteve-se discreta o tempo todo.
Já nos gabinetes, onde as câmeras não filmaram, o negócio começou a ficar sério. Política externa começou a ser o ponto-chave da reunião. O presidente americano logo disse que daria apoio ao Brasil e a presidente brasileira sentiu-se lisonjeada. Coisa boa os EUA quererem ampliar relações com o Brasil, sinal que o país está com boa imagem lá fora.
O papo tava tão gostoso e fluindo tão bem que resolveram falar de comércio, exportações e abertura de mercados. O presidente americano sugeriu que o Brasil parasse de importar produtos chineses, aqueles baratinhos, de má qualidade e que tornava a América Latina menos dependente dos EUA. O dito-cujo até reavivou que produtos americanos são mais interessantes, mas a presidente brasileira afirmou que gostava de exportar produtos primários a China. Conversaram um pouco e mudaram de assunto.
Tomando café preto e rindo à toa, falaram de energia incluindo as renováveis, biocombustível e pré-sal. O lord americano revelou extremo interesse e bastante curiosidade neste setor, cada vez mais efervescente na economia brasileira. Falar da relação de ambos os países com o Irã deixou o clima um pouco tenso, mas toda essa conversa aumentou ainda mais o sonho da presidente brasileira em incluir o Brasil no Conselho de Segurança da ONU. E não falaram muito de corrupção.
Eis que falaram de esporte, Copa do Mundo e Olimpíadas no Brasil. O presidente americano foi gentil ao oferecer maquinários, ajeitar preparativos e outras coisas mais. A primeira mulher presidente do Brasil agradeceu, mostrou também áreas que tinha interesse na relação Brasil-EUA, pois como dissera na campanha política, o seu mandato seria de uniões.
A conversa chegou ao fim. O presidente americano partiu deixando a nós brasileiros algumas dúvidas. Será que essa relação será real ou somente ideologias jogadas à mesa? Sinceramente, acredito que se bem administrada essa união pode ter proveitos tanto para os EUA como para o Brasil. Sobretudo, estamos mostrando o nosso potencial e ele está sendo reconhecido internacionalmente. Isso é muito bom, assim o nosso país se tornará melhor, boas oportunidades aparecerão e desenvolver-nos-emos social e economicamente. Isto sim é importante.

Autor: Emanoel E. Veiga


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