O QUE REPRESENTA A MORTE DE OSAMA BIN LADEN?



O QUE REPRESENTA A MORTE DE OSAMA BIN LADEN?

De forma proposital falamos no tempo presente: O que representa a morte de Osama Bin Laden? , uma vez que o mundo passa a conviver com um novo momento político, social, econômico e de segurança.
Ninguém agride o seu próximo, sem que venha a ocorrer um motivo específico para tal. Então o que levou Osama Bin Laden a promover aquele ataque terrorista às Torres Gêmeas há 10 anos passados?
Gratuitamente é que não foi.
As ações militares tidas e havidas no Paquistão e no Afeganistão, tanto pelos russos como pelos americanos, resultaram em mortes, destruições e resultaram na criação de uma forma de resistência aos que ali levaram a guerra. Grupos políticos e religiosos se antagonizaram e rivalizaram entre si, por este ou aquele motivo. Podendo ser de ordem econômica, política e teológica.
Qual o pais que passivamente aceitaria a invasão de seu território por forças militares estrangeiras, sem motivos especiais?
Em geral as ações bélicas precedem de ações especulativas de ordem econômica e financeira.
Não desprezando estes dois países: Afeganistão e Paquistão, não representam grandes potenciais na economia mundial. Mas então quais as razões para que a extinta União Soviética e os Estados Unidos, enterraram bilhões de dólares, nestes dois países? O PIB do Paquistão é da ordem de US$ 161,99 bilhão e do Afeganistão é pior US$ 14,48 bilhão. Em relação aos Estados Unidos a situação fica praticamente patética: US$ 15,00 trilhão.
Se o pretenso califado árabe que pretende se re-instalar em vários continentes, uma vez que já se fizeram presentes no continente europeu de 711 a 1492 e agora volta suas lunetas do alto dos minaretes, para outros países como a Inglaterra, França, Estados Unidos, Canadá, deverá enfrentar uma enorme resistência, que diverge em muito da situação dos anos de 711, que nos visigodos tiveram a maior acolhida. Esta resistência hoje se faz representar de várias formas e uma delas é minar o adversário no seu território, impedindo-o de se alastrar e se infiltrar no âmago social, econômico, financeiro e intelectual em outros paises. Uma das artimanhas que os grandes guerreiros modernos usam, além das suas fantásticas máquinas de guerra é impedir o desenvolvimento cultural e o culto as tradições, fazendo com que adotem novos hábitos, inclusive de consumo. Nada mais refrescante ante uma temperatura de 42°, do que uma Coca Cola gelada. E nada mais fulminante para corroer o tecido cultural do que este refrigerante acompanhado de um hambúrguer.
Mas o que tudo isto se relaciona com o Osama bin Laden?
Não representa praticamente nada, como deixou de representar logo após o atentado de 11 de setembro.
O que este ser humano que sofria de uma enorme complexo de rejeição paterna, que se insurgiu contra o capital amealhado pelos pais, contra a família real saudita, esperava do mundo?
A situação psicológica de Osama bin Laden, era uma tanto complexa, uma vez que o seu pai Muhammed bin Laden de origem iemenita e de uma pobreza considerável. em poucos anos tornou-se um dos homens mais ricos e influentes no reino saudita, gozando da amizade e consideração do rei da Arábia Saudita.
O fator psicológico que deve ter pautado toda a sua existência, provavelmente deve-se ao fato de ser ele filho da décima esposa, do seu pai Muhammed bin Laden.
Ocorreu o divórcio dos pais. A sua mãe casou novamente e deste casamento resultaram mais quatro filhos. Ou seja, pelo lado familiar e psicológico o terrorista mais procurado em todos os continentes, tinha uma vida complicada e desmantelada.
E então pode-se inferir que no seu íntimo psíquico, tudo que se apresentava como normal em termos familiares e por conseqüência uma sociedade organizada seja em que patamar fosse, deveria ser destruída.
Deixando de lado este périplo psicológico e voltando a realidade dos fatos, suas atividades terroristas na realidade se direcionavam contra Israel. Esta era uma forma de atingir de forma indireta os Estados Unidos.
A mídia por sua vez de forma democrática e não menos espalhafatosa, dava todo o destaque imaginável aos vídeos do homem rico, que resolvera no Sudão criar a Al Qaeda e que a partir de 7 de agosto de 1998 iniciou uma série de atentados criminosos e que teve o seu coroamento maior com o ataque de 11 de setembro de 2001.
Mas em suma o que representa a morte de Osama bin Laden no contexto mundial?
Na realidade este elemento estava praticamente sendo isolado de boa parte da comunidade islâmica e em especial deixou de ser partícipe da Primavera Islâmica. Constantes desentendimentos com líderes árabes e islâmicos e vivia praticamente na marginalidade no nordeste o Yemen, no sul da Argélia e na Somália, o colocaram no ostracismo quase que total.
Portanto a morte do filho do Sr. Muhammed bin Laden e da Sra. Hamida al-Attas, praticamente não muda em nada o curso dos acontecimentos.
A sua morte pode e deve ser considerada como aquele exemplo de uma criança teimosa, que insiste em fazer uma coisa que os pais não aprovam , mas ela insiste até que se dá mal ou atinge o seu objetivo, com custos elevados e muitas vezes irreparáveis.
E agora que o Osama bin Laden morreu, o que será que nos reserva em termos de novos acontecimentos terroristas ou de execução sumária pelos mariners americanos?
Alguém tentaria um palpite? O ditador da Líbia? O presidente da Venezuela?
Agora o que não se pode é concordar com o que um dos maiores mentores do terrorismo brasileiro anda dizendo: "Os critérios de cada país são decididos pelo seu governo. Isso [represálias] é o que mais ou menos todo mundo acredita que vai haver. Se acham que o problema do terrorismo está resolvido com a morte do Bin Laden, estão muito enganados",
Qual o terrorismo pior? O terrorismo levado a efeito pela invasão de países cuja população vive abaixo do nível da miséria?
Qual o terrorismo pior? Aquele que para sustentar uma das maiores correntes produtivas, a da indústria da guerra, vive a inventar novas guerras?
Qual o terrorismo pior? Aquele que vende a imagem dos soldados americanos, ingleses, australianos, franceses retornando aos seus lares, com lesões físicas e mentais irrecuperáveis?
Qual o terrorismo pior? Aquele que envia seus soldados, em sua maioria jovens e ou pais de famílias, a lutarem em países, que nada fizeram contra o seu país? E que distam milhares de quilômetros do seu país de origem?
Portanto a morte de Osama bin Laden representou para os americanos e seus aliados, a vitória da teimosia, como representou a invasão do Iraque tendo como elemento fundamental a existência de armas mortais, como a bomba atômica, armas químicas e biológicas que nunca forma encontradas.
Morreu Osama bin Laden.
Morreu o terrorismo? Morreram os motivos para novos atentados?
Ou quem sabe ainda perdura a premissa: Feliz aquele que foi escolhido por Alá para ser um mártir"

Autor: Romão Miranda Vidal


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