Destino



Acordei pensando que a vida ia começar!

E sorrindo pus meu barquinho na corredeira que buscava o mar.

Velas ao vento lá vou eu! Nasci para lutar.

 

Abri os braços para encontrar a luz que a manhã anuncia.

Fez-se a noite que me quer consumir!

O fundo do poço escuro me chama. Resisto!

Meu destino é a linha ao longe que desenha sonhos.

 

Respiro fundo, puxo o ar que me escapa.

Abaixo, salto, me escondo e dou voltas.

Nasci para não ver as pedras que me calejam os pés.

Nasci para esquecer punhais e facas e amores que vivi.

 

E quando tudo silencia desperta em mim a louca da rua.

Danço canto, giro e bato palmas.

E abro minhas asas sobre a cidade nua de homens e mulheres tristes.

Recolho estrelas no céu que desenhei.

 


Autor: Nara Junqueira


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