A IMPORTÂNCIA DO EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL PARA OS PROFISSIONAIS DE SAÚDE DA CENTRAL DE MATERIAL DE ESTERELIZAÇÃO



INSTITUTO AVANÇADO DE ENSINO SUPERIOR DE BARREIRAS ? IAESB
FACULDADE SÃO FRANCISCO DE BARREIRAS ? FASB

A importância dos equipamentos de proteção individual para os profissionais de saúde da Central de Material e Esterilização.

BARREIRAS ? BA
2011

Alessandra Rodrigues
Angélica Araújo
Cíntia de Souza
Joara Neri
Lorena Barreto
Raika Saraiva

A importância dos equipamentos de proteção individual para os profissionais de saúde do centro material esterilizados em um hospital do oeste baiano.

Trabalho realizado pelos acadêmicos
do sétimo semestre de graduação
em enfermagem como requisito para obtenção de nota parcial no estágio curricular I. Orientadora: Joelma Viana.


Barreiras ? BA
2011

Introdução

Os profissionais da saúde, de um modo geral, estão expostos a uma série de riscos biológicos, químicos e físicos, sendo que iremos enfatizar o trabalho no Centro de Material Esterilizados, onde os mesmos se expõem a substâncias químicas, físicas e biológicas ao lidar com a desinfecção e/ou esterilização de artigos hospitalares. O CME pode ser caracterizado de três maneiras, tais como: centralizado, semi-centralizado e descentralizado e possui a divisão interior em área suja, destinada a recepção e limpeza dos artigos e a área limpa, onde acontece a secagem, o empacotamento, a desinfecção/esterilização e o armazenamento destes materiais para posterior distribuição. O fluxo dos materiais deve ser sempre unidirecional para que não haja contaminação da área limpa, e independente da área sempre se devem usar Equipamentos de Proteção Individual. Os artigos podem ser considerados como críticos, semi-críticos e não críticos de acordo com o grau de contaminação e estes podem ser metálicos, tecidos, borrachas ou vidros, podemos citar como exemplo as pinças usadas nos procedimentos cirúrgicos, compressas e capotes, seringas de vidro, vacuômetro, extensão de borracha, entre outros. Para cada tipo de material existe um tempo e uma maneira diferente, que pode ser o processo de desinfecção ou esterilização. A equipe do CME é composta por enfermeiro e técnicos de enfermagem. O trabalho no CME requer muita responsabilidade, pois se o material não estiver limpo corretamente acarretará em uma série de problemas tanto para a instituição quanto para o profissional responsável, pois estão lidando com vidas, mesmo que indiretamente. Nenhum procedimento acontece no hospital sem que os artigos passem pelo CME. Os profissionais que trabalham nesse ambiente estão expostos a muitos riscos, pois manuseiam artigos com secreções, sangues, fluidos orgânicos em geral, e se não se protegerem adequadamente poderão sofrer sérias conseqüências, bem como prejudicar os pacientes que utilizarão esse material.
Dados históricos revelam que desde os tempos do Antigo Egito, os responsáveis pelo processo de mumificação utilizavam equipamentos de proteção ressaltando a preocupação e a importância de se proteger (TIPPLE et al, 2007).
De acordo com a NR-06 (1978), considera-se Equipamento de Proteção Individual -EPI, todo dispositivo ou produto, de uso individual utilizado pelo trabalhador, destinado à proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho.
A utilização dos EPIs de forma correta não protege somente o indivíduo, mas também a coletividade. Esse tipo de cuidado evita ou pelo menos minimiza a propagação de microorganismos causadores de infecções no ambiente hospitalar. Nesse sentido tanto a instituição como os funcionários têm que fazer sua parte, sendo que a primeira financia o material a ser utilizado e o segundo se compromete a conservar e utilizar corretamente esses materiais. Para que os profissionais utilizem os EPIs, é necessário que os mesmos estejam disponíveis em tamanhos adequados e quantidades suficientes, sendo assim eles não teriam justificativas para o não uso, como foi visto em vários estudos. Outro ponto importante que abordaremos neste estudo é a extrema necessidade de cursos de capacitação para as equipes, enfatizando quais são os tipos de EPIs, para que servem, em quais situações devem ser usados. Mostrar que a utilização trará segurança, qualidade e saúde para os trabalhadores. Existem muitos tipos de EPIs, porém no CME os mais importantes e indispensáveis são avental impermeável, gorro, óculos de proteção, máscaras, luvas grossas de borracha com cano longo, luvas de procedimento e botas de borracha.

Diagnóstico situacional
O presente projeto de intervenção será realizado através de orientação para os profissionais de enfermagem da central de material esterilizado. Neste local são processadas a limpeza e esterilização dos materiais infectados utilizados por todos os setores do hospital. Está localizado dentro do hospital e conta com1 enfermeiro chefe responsável por toda a equipe, 1 enfermeiro assistencial que se encarrega da esterilização dos materiais e técnicos de enfermagem que armazenam, lavam , esterilizam e distribuem os materiais. O local compreende de 4 salas. Uma sala para o enfermeiro chefe, outra sala que recebe os materiais sujos, responsável pela lavagem e imersão em agentes químicos, após essa fase os materiais de plástico seguem para outra sala onde são imersos em hipoclorito, enxágües, secos e embalados. Os materiais pérfuro-cortantes seguem para outra sala, onde são enxugados, armazenados e levados para esterilização na autoclave. Nesse local também são embalados outros materiais. Possui três autoclaves responsáveis pela esterilização a vapor. A última sala corresponde à armazenagem de materiais limpos para depois serem distribuídos conforme a necessidade de cada setor. O vestiário se localiza na entrada do setor. A equipe responsável está em contato direto com materiais contaminados daí a necessidade do uso de equipamentos de proteção individual de forma correta para garantir a segurança da equipe, bem como de todo hospital.

Justificativa
Os profissionais da área da saúde estão sujeitos a diversos riscos, sendo esses nas formas química, física, biológica e psicossocial. É importante salientar que a forma biológica é a principal causa de contaminação para esses profissionais, se tratando que os mesmos têm contato direto com sangue e líquidos corpóreos, e conseqüente manuseio de materiais perfurocortantes.
Um estudo evidenciou que 46,29%dos trabalhadores de enfermagem acidentados não utilizavam EPI no momento do acidente, e que em 20,38%das situações não havia disponibilidade dos EPIs necessários. Em outro estudo sobre acidente com material biológico entre trabalhadores da área de expurgo em CME, verificou-se que a maioria (92,8%) não soube citar os EPIs indicados para uso no expurgo (TIPPLE et al, 2007).
Devido esses profissionais estar em sua maior parte do tempo envolvidos com materiais perfuroscortantes,realiza-se essa intervenção aos profissionais do CME pois estes estão diretamente envolvidos com os artigos críticos, semicríticos e não críticos, e precisam estar protegidos, evitando assim possíveis acidentes de trabalho. Os enfermeiros precisam aderir aos EPis, sabendo das suas vantagens, uso correto, proteção, e demais benefícios para toda a equipe. Proteger-se significa prevenir futuros problemas de saúde para a equipe. Sendo assim motivar o uso contínuo e adequado trará mais segurança e propiciará um ambiente tranqüilo e harmonioso.


Objetivos
a) Objetivo geral: Sensibilizar a equipe de enfermagem do CME.acerca da importância do uso dos equipamentos de proteção individual
b) Objetivos específicos: listar os principais EPIs; orientar quanto ao uso correto; explicar a importância dos EPIs como minimização dos riscos e disseminação de microorganismos; salientar sobre a importância dos EPIs como fator de segurança para a saúde do profissional; listar as substâncias empregadas no processo de esterilização; elucidar sobre os riscos da não utilização dos EPI; explicar os cuidados para conservação e funcionamento dos EPis.

METODOLOGIA

Equipamentos de Proteção Individual ou EPI?s são quaisquer meios ou dispositivos destinados a ser utilizados por uma pessoa contra possíveis riscos ameaçadores da sua saúde ou segurança durante o exercício de uma determinada atividade. Um equipamento de proteção individual pode ser constituído por vários meios ou dispositivos associados de forma a proteger o seu utilizador contra um ou vários riscos simultâneos (SATO, 2011).
Nesta perspectiva este Projeto de Intervenção tem como objetivo promover ações educativas em relação à Importância dos EPI?s para os profissionais de saúde do CME e ainda demonstrar a importância dos equipamentos e de como devem ser utilizados, tais como: máscaras, luvas, óculos, tocas, roupas estéreis, sapatos, protetores auriculares, dentre outros.
Dessa forma tendo como ação principal à interação entre os equipamentos de proteção e os funcionários do CME, resultando na prevenção de acidentes e exposições a riscos a saúde devido ao desenvolvimento de suas ações de trabalho.
Pretendemos com este estudo, promover além do conhecimento uma maior sensibilização a respeito de uma saúde adequada no trabalho em serviços de saúde, com o intuito de proporcionar uma percepção de riscos e mudanças no comportamento dos profissionais.
Sendo assim a atuação do profissional de enfermagem em saúde coletiva sempre encara a educação como eixo central da assistência. Tendo em vista que a prevenção é a maneira mais econômica e eficaz, menos dolorida e preocupante de se cuidar da saúde do trabalhador, mantendo-se o bem-estar geral.
No processo de trabalho de educação em saúde o instrumento utilizado neste projeto é socializado e incorporado ao movimento de capacitação dos sujeitos para uma nova práxis.
Assim espera-se que este estudo sirva como reflexão para a prevenção de acidentes em serviços de saúde e para a promoção da saúde do trabalhador. Sugerem-se pesquisas que investiguem fatores motivacionais para a desatenção ao uso de EPI, considerando a prevalência significativa desta prática entre os trabalhadores da enfermagem, no contexto estudado (GALLAS; FONTANA, 2010).
Dessa forma a pesquisa interligada com a educação pode ser considerada como um instrumento de transformação que possibilita mudanças de comportamento a partir de uma reflexão crítica da realidade vivenciada.
Com isso Sato (2011) salienta que a observação dos equipamentos de segurança, sejam individuais ou coletivos, tem grande importância nas inspeções de segurança. A eficiência desses equipamentos é comprovada pela experiência e, se obedecidas às regras de uso, a maior parte dos acidentes estará sendo evitada e assim preservada a saúde do trabalhador.


Referencial teórico
Com base em estudos realizados por Smeltzer e Bare (2004), o objetivo dos Equipamentos de Proteção Individual (EPI) é de proteger o profissional contra os perigos químicos, físicos e biológicos que possam existir quando cuidam de pacientes contaminados ou até mesmo para profissionais que são responsáveis pela limpeza de materiais contaminados, como por exemplo, profissionais que trabalham no Centro de Materiais Esterilizados (CME), que a todo o momento lidam com instrumentos cirúrgicos ou demais materiais contaminados.
O EPI deve ser devidamente utilizado antes de qualquer contato com o paciente contaminado, ou antes, do manuseio direto com o material sujo (SMELTZER E BARE, 2004).
O CME é o local onde ocorre o processo de limpeza, preparo, empacotamento, esterilização, armazenamento e distribuição de materiais que são disponibilizados por toda unidade hospitalar, por isso cabe aos profissionais desse setor utilizarem todos os EPI necessários como medida de biossegurança, pois estes manuseiam artigos e materiais perfuro-cortantes contaminados que são fonte de transmissão de microrganismos (TIPPLE et al, 2007).

Equipamentos de Proteção Individual
Os profissionais que trabalham diretamente com o serviço de limpeza sendo eles no CME ou não devem utilizar os EPIs como forma de segurança, pois tal serviço exige proteção especial. Os equipamentos considerados como EPIs são: avental, luvas, máscara e óculos.
O avental impermeável deve ser sempre utilizado como houver contato com líquidos ou risco de respingo de material orgânico. Após realizar limpeza do material deve ser retirado e enrolado pelo avesso, o mesmo deve ser lavado após o uso (FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ, 2003).
O uso das luvas de látex é indispensável sempre que houver contato com qualquer material contaminado. As luvas de borrachas cano longo (antiderrapante) devem sempre ser utilizadas ao manipular soluções. Lembrando que nenhuma delas ser utilizadas indevidamente como, por exemplo, pega em maçanetas, telefones, etc FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ, 2003).
A máscara facial deve utilizada durante a manipulação de soluções e recolhimento de roupas sujas, sempre quando houver risco de respingo em mucosa oral e nasal, seu uso é indicado também em áreas de isolamento, diminuindo assim o risco de contaminação. A máscara deve envolver a boca e o nariz e deve ser logo desprezada quando estiver úmida ou for danificada (FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ, 2003).
As botas devem ser impermeáveis e seu solado deve ser antiderrapante, seu uso é recomendando durante todo processo de recolhimento de lixo ou limpeza de piso. Quando o uso dessa botas não for necessário os profissionais devem utilizar sapatos fechados, impermeáveis e resistentes (FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ, 2003).
Os óculos de proteção devem ser utilizados sempre quando houver risco de respingo de qualquer material orgânico, como o sangue, ou na diluição dos desinfetantes (FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ, 2003).

CENTRAL DE MATERIAL DE ESTERILIZAÇÃO
A Central de Material esterilizado é considerada uma área crítica, sendo planejada de forma que há o local para recebimento de roupa limpa/material, descontaminação de material, separação e lavagem de material, preparo de roupas e material, esterilização guarda e distribuição, e a barreira física que delimita a área suja e contaminada da área limpa minimizando a entrada de microrganismos externos (FERREIRA, 2008).
Ao analisar as dimensões do CME alguns requisitos devem ser observados, de forma que este deverá atender a demanda diária de material de acordo com o número leitos, número der salas operatórias, a média de cirurgias realizadas, utilização de material descartável, como distribuir o material, grau de centralização e automação dos processos (FERREIRA,2008).
A estrutura física do CME consiste em funcionamento contínuo e unidirecional do artigo, com a finalidade de evitar o cruzamento de artigos sujos com os limpos e esterilizados, muito menos de pessoal da área contaminada com a área limpa. Segundo a RDC n°307 (14/11/2002) o CME é um área de apoio técnico, que possui a função de fornecer arquivos adequadamente processados. Estabelece que o CME deve funcionar na existência de Centro cirúrgico, Centro obstétrico, Hemodinâmica, Unidade de emergência. Este pode se localizar fora da instituição (FERREIRA, 2008).
As dimensões mínimas e as instalações do CME mínimas área para recebimento, separação e lavagem 8m² (0,08m² por leito),área para recepção de roupas 4 m² ,área para preparo de artigos e roupa limpa 12 m² (0,25m² por leito) , área para esterilização física, que depende do equipamento utilizado 20 cm, área para esterilização química 4 m² (FERREIRA,2008).
As áreas que abrangem o CME correspondem a vestiários com sanitários; Depósito de material de limpeza; sala administrativa; Área para manutenção dos equipamentos de esterilização; local destinado ao lanche e descanso dos trabalhadores. O piso deve ter cor clara, ser lavável, resistente ao calor, à umidade e a soluções corrosivas, não deve ser poroso, possuir boa condutibilidade; as paredes devem ser lisas e planas, sem saliências, cantos ou quinas, que devem ser côncavos ou abaulados, lavável, durável de cor suave; deve conter forro acústico, para minimizar os ruídos; as janelas devem duráveis e de boa qualidade; ser iluminada adequadamente e diretamente, mas mesas e balcões, onde são preparados os artigos; conter sistema de ser amplas, altas e conter telas, ar condicionado, as portas de material lavável, exaustão de calor na área onde ficam as autoclaves, as temperaturas são elevadas e é preciso manter em níveis de conforto; manter temperatura adequada e vital para adequada organização do CME (FERREIRA,2008).

USO DE EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL NA ÁREA SUJA
A área suja do CME é denominada de expurgo, onde ocorre a limpeza dos artigos, sendo assim é indispensável o uso dos EPI.
Através de um estudo realizado pode-se constatar que 46,29% dos funcionários de enfermagem que sofreram acidentes de trabalho não estava utilizando o EPI no momento do acidente, 20,38% das situações que ocorreram o acidentes não havia disponibilidade dos EPIs necessários para a segurança adequada do trabalhador (TIPPLE et al, 2007).
É obrigação da empresa disponibilizar todos os EPIs gratuitamente aos funcionários, sendo que estes devem estar em perfeito estado de conservação, funcionamento.
Com base nas informações da Portaria SIT n.º 25, de 15 de outubro de 2001):

A empresa é obrigada a fornecer aos empregados, gratuitamente, EPI adequado ao risco, em perfeito estado de conservação e funcionamento, nas seguintes circunstâncias: sempre que as medidas de ordem geral não ofereçam completa proteção contra os riscos de acidentes do trabalho ou de doenças profissionais e do trabalho; enquanto as medidas de proteção coletiva estiverem sendo implantadas; para atender a situações de emergência.

Segundo a portaria SIT n.º 107, de 25 de agosto de 2009) É dever do empregador exigir e adquirir o EPI adequado a cada atividade que irá realizar, o trabalhador deve oferecer EPI somente que são aprovados pelo órgão nacional de segurança, orientar o funcionário quanto a conservação e caso esse EPI seja danificado, o mesmo deve substituído imediatamente, responsabilizando-se pela higienização e manutenção, o fornecimento ao trabalhador deve ser registrado em livros, fichas ou sistema eletrônicos.
Conforme Portaria SIT n.º 194, de 07 de dezembro de 2010 as responsabilidades do trabalhador relacionado ao EPI, utilizar os EPI adequadamente e apenas para a finalidade que se destina, responsabilizandos-se pela sua conservação e comunicar o empregador a cerca de qualquer alteração que torno o uso indevido.

USO DE EQUIPAMENTOS D EPROTECAO INDIVIDUAL NA ÁREA LIMPA
Esse setor que compõe o CME é caracterizado como setor de preparo, dobradura, esterilização e armazenamento de material.
Os EPIs utilizados na área suja deverão ser usados somente nesse local, pois a utilização desse EPIs na área limpa pode causar contaminação cruzada, comprovando que o incorreto dos EPIs pode ser um equipamento de disseminação coletiva (TIPPLE et al, 2007).
Os materiais utilizados na área limpa compreendem em avental básico e gorro. No setor de guarda devem ser utilizado avental provativo, bota gorro e luva térmica. Nesses locais não se faz necessário o uso de máscaras, pois estas protegem as mucosas de nariz e boca prevenindo a disseminação de gotículas da cavidade oral e protegem alergias relacionada as plumas do setor de dobradura (TIPPLE et al, 2007).
Com a finalidade de prevenir ao máximo contra qualquer tipo de contaminação recomenda-se a higienização das mãos freqüentemente com água, sabão e álcool a 70%. A proteção individual garante o processo de limpeza antes do preparo dos artigos. Os EPIs são utilizados na área de guarda com a finalidade de manter esterilidade dos materiais.

SUBSTÂNCIAS EMPREGADAS NO PROCESSO DE ESTERILIZAÇÃO
Álcool:
É um componente que rompe a membrana da célula, ocorrendo o processo de desnaturação das proteínas, sua ação é contra as bactérias, como também fungos e vírus, sua apresentação pode ser líquida (álcool etílico), isopropílico. Tendo como vantagens um preço acessível, utilizados em vidros, suas concentrações variam de 60% a 90 % sendo o mais notório 70%. Sendo abaixo de 50% diminui sua função (SOUZA; MOZACHI, 2007).

Hipoclorito de sódio:
Pode ser encontrado de duas formas, inorgânica e orgânica. sua ação envolve inibição das reações enzimáticas conseqüentemente desnaturação de proteína, inibindo ou inativando os ácidos nucléicos. A aplicação deste varia conforme sua concentração, como o desinfetante. Sendo recomendado em superfícies lisas e tratamento da água, não sendo utilizado em alguns metais devido a corrosão. Tem como vantagens, preço acessível, porém traz prejuízos ao meio ambiente. Ao manusear, deve-se ter cuidado com a inalação, pois provoca irritação nas vias aéreas inferiores (SOUZA; MOZACHI, 2007).
Iodóforos:
A ação: ocorre por oxidação. Aplicação: é um antipséptico e tem ação desinfetante. São classificados em PVPIs. O degermante é utilizado para mãos e antebraços. O PVPI alcoólico se utiliza em pele íntegra. O PVPI aquoso para curativos e em mucosas. Espectro de ação: bem utilizados contra bactérias gram-positivas e negativas, tem, por exemplo, bactérias (mycobacterium tuberculosis) bem utilizadas para fungos e vírus. A apresentação: encontra-se na forma de desinfetante e anti-séptico. Vantagens e desvantagens: precisa ser acoplado em frascos escuros. Para agir necessita de um tempo de dois minutos (SOUZA; MOZACHI, 2007).
Formaldeído
Sua ação desnatura as proteínas modificando o DNA e RNA. É um desinfetante de nível elevado sendo indicado na conservação de peças anatômicas, tecidos e ajuda no preparo de vacinas. Tem ação contra bactérias, fungos, e esporicida podendo ser encontrado na forma líquida e sólida. Tem como vantagens ação rápida, e desvantagens quando utilizado em altas doses tem capacidade carcinogênica e forte odor (SOUZA; MOZACHI, 2007).
Glutaraldeído
Possui ação que interfere no DNA e RN, é desinfetante de nível elevado, utilizado em equipamentos termossensíveis, endoscópios, aparelhos respiratórios, broncoscópios, dentre outros, nas formas esporuladas matam bactérias. Apresenta-se como uma solução concentrada de 2% podendo ser recém-ativado com colocação da fita-teste para controle. É caracterizado por perder sua ação com o passar do tempo. Tem com vantagem e desvantagens, possuir forte odor, causar irritação na pele e mucosas, fazendo-se necessário o uso de EPIs. Após serem lavados os equipamentos devem ser secados (SOUZA; MOZACHI, 2007).


Peróxido de Hidrogênio
Oxida e rompe a membrana da célula, causando desestruturação das proteínas. A diluição faz com que perca sua atividade, tendo como vantagens e desvantagens não necessitar ativação, atingindo 2 anos de estabilidade (SOUZA; MOZACHI, 2007).
Água superoxidada:
O O2 faz a inibição de genes bacterianos, vírus e fungos. Sua ação atinge as microbactérias, apresentando-se na forma líquida. Sua vantagem é por ser uma substância menos corrosiva. Deverá ser usada ou fabricada no próprio hospital, devido eletricidade (SOUZA; MOZACHI, 2007).

RESULTADOS ESPERADOS
A finalidade deste trabalho consiste em sensibilizar os profissionais de enfermagem a respeito da importância do uso correto dos EPIS, elaborando estratégias que visam intervir no aperfeiçoamento da conduta dos mesmos, proporcionando adesão efetiva ao uso de EPIS, e conseqüentemente proteção e segurança adequada a esses trabalhadores.
Os benefícios deste projeto de intervenção são: educar continuamente os profissionais que trabalham no CME, abordando esterilização química e física bem como os riscos a que estão predispostos, quanto ao não uso dos EPIS. Esse trabalho visa prevenir continuamente, através da educação em saúde, os riscos ocupacionais que acometem o trabalhador. Almejamos buscar uma melhor qualidade de vida para esses profissionais, estimulando o uso correto dos EPIS, assegurando a saúde de todos que trabalham no ambiente hospitalar.
Concluímos que os equipamentos de proteção individual são indispensáveis aos trabalhadores que lidam todos os dias com materiais contaminados, substâncias agressivas ao organismo e máquinas utilizadas no processo de esterilização, mesmo esse tema sendo conhecido por toda a equipe, ainda há erros que podem comprometer a organização do trabalho, por esse motivo esses profissionais necessitam de estímulo continuamente para uso adequado desses objetos que lhes oferecem segurança. Cabe a instituição oferecer ao trabalhador os materiais, mas cabe a eles estes utilizá-los a seu favor, de forma que as conseqüências podem ser irreversíveis, comprovando que é melhor prevenir do remediar.





















REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

Costa MAF. Biossegurança Química básica em biotecnologia e ambientes hospitalares. 1ª. ed. São Paulo:Livraria Santos; 1996.

Fundação Oswaldo Cruz. Manual de Limpeza ? Comissão de controle de Infecção Hospitalar , 2003.
FIOCRUZ ? Fundacao Oswaldo Cruz ? Instituto de Pesquisa Clínica Evandro Chagas.
GALLAS, Samanta Rauber; FONTANA, Rosane Teresinha. Biossegurança e a enfermagem nos cuidados clínicos: contribuições para a saúde do trabalhador. (2010). Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-71672010000500015&lang=pt. Acesso em: 13 de março de 2011. p. 786-792.
SATO. EPI - Equipamento de Proteção Individual - NR 6.(2011). Disponível em:http://www.sato.adm.br/guiadp/paginas/paral_epi.htm-2011. Acesso em: 13 de março de 2011. p.01-05.

Marcus Vinícius Rodrigues Ferreira. Slides sobre Noções Básicas de umProjeto de uma Central de Materiais e Esterilização, 2008. Acesso em 05/04/11.Disponível em :http://www.wfhss.com/html/conf/assets/br_sobecc_conf20080724_lecture25_14_pt.pdf.
Autor: Alessandra Rodrigues De Oliveira


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